quinta-feira, 5 de março de 2020

FRASES (194)


O QUE ME MOVE
Caricatura deste HPA feita pelo NICOLIELO.
Eu depois da decisão de não mais fazer acordo com a parte contrária, vejo alguns se afastando do mafuento, talvez por medo de ser visto ao lado de tão radical (sic) cidadão. Não tenham medo, sou inofensivo, nunca dei um tiro na vida, nunca cheirei essas drogas (fumar, confesso, sim) existentes no mercado, nunca dirigi moto, mas em alguns momentos da minha vida, por força de circunstâncias explicáveis, porém condenáveis, me posicionei ao lado de gente que, da boca pra fora se dizia progressista, lutador de direitos, desbravador de questiúnculas sociais, mas na verdade, na calada da noite, na penumbra e na encolha faziam e aconteciam ao contrário. Não quero e não irei mais sentar com gente assim, quanto mais se reunir, pois dessa discussão, diálogo sem nenhuma possibilidade de algo de concreto. Prefiro permanecer na minha, ser esse ser sem eira nem beira, fincado em propósitos a acreditar que um novo mundo ainda é possível, ingênuo e meio que inútil. O fogo adverso a gente sabe de onde vem, combate com as armas ainda disponíveis, mas o tal do fogo amigo, esse mais complicado. Sou assim e pronto. Sou lulista, mesmo ciente de que, perdemos grande oportunidade de avançar quando no Governo, mas levo sempre em consideração, olhando para a conjuntura de hoje, ele ter feito muito diante deste país e do emaranhado de forças jogando pesado contra. Sou petista e ainda creio ser esse partido o possível para empreender a luta para nos tirar dessa situação atual. Quero escrever menos, estar mais nas ruas, procurar os meus, os que tentam a todo custo transformar esse país, estão de casa em casa, pessoa por pessoa, num necessário conversê, algo pelo qual nunca deveríamos ter abandonado.
Leio muito, escrevo também, nem tudo sai a contento e assim prossigo, ao meu modo e jeito. Tem dias que a inspiração baixa que é uma beleza, noutros nem tanto e até as palavras fogem. Eu não acerto em todas e nem quero ser unanime em nada. Quero é ter a liberdade de poder continuar lutando, esgrimando e ao lado de quem acredito ser da mesma laia que a minha. Descontento uns, outros me apupam, alguns me toleram, outros me apedrejam e na junção disso tudo, faço como me ensina o mestre Fernando Morais, um jornalista que já trabalhou para governos liberais, mas hoje se rendeu ao lado libertário e produz algo grandioso, valoroso e pelo qual faço questão de estar ao lado. "Nosso objetivo é informar oferecendo uma alternativa à manipulação dos fatos que virou marca registrada da grande imprensa no Brasil", esse o lema do Nocaute, o blog dele e, de certa forma, os meus escritos possuem essa linhagem e conduta. Lindo eu já ter errado, me penitenciado pelo que fiz e procurar não mais errar. Ruim é a pessoa errar, ontem, hoje e sempre, querendo se passar por ilibado, probo, como se nada viesse à tona. Eu não estou em busca de poder, de cargos, de benesses, de facilidades, de conseguir algo através de conchavos e acordos espúrios, mas de transformar esse país. É só o que quero no que me resta de vida. Se tolerei algo até bem pouco tempo, deixei de fazê-lo. Cansei, mas da luta não posso me afastar, pois é o que me move. Ninguém é perfeito, muito menos eu, enfim, "a carne é fraca", mas resistir é preciso.

MARAVILHOSO ACORDAR E LER ISSO NUM TEXTO DO ETERNO JORNALISTA RICARDO KOTSCHO
"Mudou o Brasil, mudou o mundo e mudou o jornalismo com o advento da internet, a maior revolução nas comunicações humanas desde Gutenberg, que inaugurou a imprensa uns 500 anos atrás. Mas não mudou a essência, a natureza do jornalismo, que é muito simples: relatar o que está acontecendo, contar uma novidade, revelar uma tendência, prestar um serviço, criticar o que tem de errado, louvar o que bem merece, e ser sempre fiel aos fatos. Por mais novas plataformas que surjam, ainda será a boa e velha reportagem que diferenciará um veículo do outro, desde que seja capaz de surpreender e encantar o leitor. Dá-se a isso hoje o nome genérico de conteúdo. Nenhum robô será capaz de descobrir e contar uma boa e inédita história antes dos concorrentes. Por isso, o conteúdo dependerá sempre de uma pauta original e um repórter disposto a fazer de cada pauta um novo desafio, como se fosse a primeira matéria da sua vida e, se possível, a melhor. Quando me perguntam qual foi a melhor reportagem que já fiz nesses meus 55 anos de estrada no jornalismo, sempre digo que é a que estou fazendo. Num mundo em que todos viraram emissores e receptores de informações e opiniões, haverá sempre espaço para o jornalista profissional que faz do seu ofício uma opção de vida, disposto a correr todos os riscos e ir fundo para descobrir onde está a verdade que os poderosos querem esconder. Não há outra profissão mais apaixonante do que essa", Ricardo Kotscho.

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