quinta-feira, 22 de agosto de 2024

MÚSICA (238)


EM NOITE COMEMORANDO 35 ANOS SEM RAUL SEIXAS, BAR DO GENARO, ALGO DOS REENCONTROS
Fazia algumas semanas que não retornava ao Bar do Genaro. Ando meio assoberbado, daí o motivo principal de minha ausência. Desta feita, Fabrício Genaro, dono do estabelecimento, promove algo único na cidade por estes dias, a lembrança dos 35 anos da passagem de Raul Seixas. Tanto ele, como ele, somos raulzistas de quatro costados. Daí, dei meu jeito e lá compareci. Combino de levar a mana Helena, que bate cartão por lá, muito mais que eu e dois diletos amigos, o presidente do PT Bauru e agora, candidato a vereador Claudio Lago e o também candidato a vereador pelo PT, mas por Pederneiras, Maurício Passos.

Lá é desses lugares onde você sabe sempre encontrará pessoas da sua laia, ou seja, pessoas de sua convivência, principalmente ideológica. Isso é bom, o papo flui e as conversações de prolongam. Dá pra sair de uma mesa, sentar em outras e a conversa é como não mudasse o rumo, muito menos o prumo. Ainda mais tendo tudo, como nesta noite, pano de fundo o inesquecível e imortal Raus Seixas. Fabrício arrumou um telão e contou com a colaboração de seu parceiro, Silvio Durante, dos tempos quando ambos assessoraram Roque Ferreira no seu período de vereança. E, enquanto a conversa rolava, no telão eram passados clipes variados de Raul, em apresentações variadas. Vi algumas deles se apresentando no Programa do Chacrinha e morri de saudades do que vi, principalmente das chacretes.

Conversa vai, conversa vem, tudo motivo para prolongadas prosopopéias. Por lá, o jornalista Aurélio Afonso, ex-JC, aprosentado e botequineiro juramentado, juntamente com Reginaldo Furtado, professor, hoje livreiro, Tatiana calmon, dispensando apresentações e um que, fazia algum tempo não o via, Andre Luiz Guizelini Balieiro, irmão da jornalista Kitty Balieiro e de um grande amigo meu, Paulão Balieiro, já falecido, que junto comigo, cursamos o Vanessa Coletagial no Cristino Cabral. André trabalhou décadas num cartório, depois foi ser gauche na vida e, assim como eu, luta para conseguir se aposentar. Puxei ele prum canto e num curto espaço de tempo, algo impossível, tentamos colocar as conversas em dia. Precisamos de um segundo tempo, onde mesmo assim, teremos depois, muita coisa para falar um ao outro.

Sair à noite e rever, estar com pessoas assim é sempre gratificante. Gosto muito. Nestes lugares, a gente nunca joga conversa fora. Aliás, se ganha muito. Primeiro que, fala-se de tudo um pouco, desde os que sabem deter o conhecimento para resolver todos os problemas deste mundo, como os resignados, sabem que o buraco é mais embaixo e estão ali, para passar tempo, estar entrelaçado com pessoas queridas, dessas que fazem nossas vidas seguir adiante, com menos sobressaltos. Saio de lá, pouco antes das 21h, pois queria ver um jogo de futebol na TV e o alvará estava também mais do que vencido. Pouco tempo, mas o suficiente para conseguir me recondicionar, mais que isso, me reernegizar, ou mesmo recarregar baterias para os embates enfrentados no dia a dia. Raul pairava no ar.



EM NOITE COMEMORANDO OS 50 ANOS DA FAAC UNESP, NO ALAMEDA, A FELICIDADE DE VARIADOS REENCONTROS
Eu não sei se a maioria dos que me conhecem sabem, mas fui funcionário da antiga FEB - Fundação Educacional de Bauru, lá nos altos da vila Falcão, muito tempo antes dela se transformar em Unesp, hoje o seu maior campus. Trabalhava num setor, hoje não mais existente, o Setor de Provas. Era um lugar cheio de não me toques, tipo o que continha uma das chaves do cofre. Naquela eóca, idos de 1978, pelaí, o professor deixava no setor a prova e passava depois buscar a quantidade de cópias que iria precisar. Muitos, nem deixavam, fazia questão de ficar esperando e levavam tudo no ato. Daquela época, um funcionário ainda continua por lá, Silvio Decimone, que se não me engano, já foi bedel e hoje é servidor administrativo do Setor de Pós Graduação. Ele é, pelo que sei, um dos únicos remanescentes daquela época da vila Falcão e da FEB. Recebeu, juntamente con outros, justa homenagem na festa dos 50 anos da FAAC - FAculdade de Arquitetura, Artes, Comunicação e Design.

Na verdade, a festa é, como se diz, um blend, uma colagem dos tempos da FEB com os da Unesp, para se chegar aos 50, agora comeorados. Tem muita história por detrás de tudo. Um pouco foi revibido no palco montado no Alameda, festa para mais de 300 pessoas. Um luxo eu estar presente. Ana Bia, a cara metade é professora do Design e, consequentemente, fui a tiracolo. Conheço muito dos profissionais ali atuando, desde servidores aos professores. Eu mesmo, já fui ex-aluno, quando certa vez, tentei, fui aprovado no curso de Tecnologia, mas em menos de dois meses, percebei, Exatas não era minha praia e fui fazer HIstória, na USC.
Acompanhei com todo o carinho as falas de quem subiu ao palco, em muitas homanagens.
 Hoje a FAAC é dirigida pela diretora Fernanda Henriques, tendo como seu vive, Juarez Xavier, ambos queridos amigos. A fala dos dois foi algo saboareado em cada palavra, sentida, pulsante, envolvente, a demonstrar, como gente como eles, como a universidade pública deve ser tocada, ainda mais nestes tempos. Um privilégio ter a Unesp em Bauru e a FAAC, com seu quadro de belos profissionais, muitos do quais conheço pessoalmente. Alguns anos atrás consegui completar a duras penas meu Mestrado em Comunicação, graças a minha orientadora, paciente como nenhuma outra, Maria Cristina Gobbi.

Foi uma noite e tanto. Conversei com muitos professores queridos, destes que, certamente orgulham a universidade pública, alguns já aposentados, mas fazendo parte de sua história. Se citar alguns nomes, me esquecerei de outros. Prefiro louvar tudo de forma genérica e guardar comigo, os tantos diálogos, envolvendo questões outras desta cidade, estado e país, que travo com muitos deles. Ou seja, a FAAC realmente possui muita importância dentro do cenário brasileiro. Talvez por tudo isso que aqui escrevi, também por causa de Ana, que me faz voltar lá constantemente, me sinto muito em casa quando por lá estou presencialmente. Da festa, posso só reafirmar, ter sido inesquecível. Souberam executá-la a contento. Todos que lá estiveram sairam contentes e os quew não estiveram, perderam algo realmente grandioso.

MEU 5° LIVRO LIDO NO MÊS É UM DE RUY CASTRO
Eu já li muita coisa do jornalista e escritor carioca RUY CASTRO. Creio que, o primeiro tenha sido a biografia dele do Garrinha e depois outra, a do Nelson Rodrigues. Não sei precisar qual delas foi a primeira, depois vieram outros. Tem um muito bom, com sua reunião de frases dos famosos de Mau Humor. Vários sobre a Bossa Nova e personalidades e passagens cariocas. Seu estilo me persegue e se volto pra leitura é por gostar ou me identificar. Neste, que li quase de uma só sentada e por estes dias, quando estou mais aqui dentro de casa, acabrunhado com minha diabetes alterada. Leio e durmo, durmo e leio.

Foi por demais interessante essa desprentesiosa leitura este seu passeio pela alma dos craques deste país. Não só dos craques, mas contando detalhes de personagens que gravitavam no entornos destes. As histórias sobre as crônicas do Nelson Gonçalves e sobre Mário Filho, o que dá nome ao Maracanã, irmão do Nelson e dono de um lindo jornal carioca, só de esportes, o cor-de-rosa Jornal dos Sports, que conheci e onde Henfil publicava charges diárias, criando denominações que seguem até hoje grudadas nos times cariocas, como Urubu, para designar o Flamengo. Ruy me pegou de calça curta quando escreveu algo de Garrinha que nunca tinha me atentado ou mesmo de Zico ou de Pelé. Seu escrito sobre Bellini, li fiz questão de reler novamente. Foi tudo tirado de um tempo, onde a TV engatinhava e tudo o que sabíamos ou ouvíamos/líamos de bola era pela rádio ou jornais. Ele nos conduz para o que é essencial sobre estes personagens, que todo boleiro gosta de tomar conhecimento. Foi leitura dinâmica, feita ao estilo vapt-vupt. Gostei demais da conta e se tivessem outras tantas pela frente, passaria a semana envolvido em suas tranças, ou tramas.

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