REINALDO, O CAMAFEU - publicado edição bauruense do diário BOM DIA, 26/03/2011
Em posse recente na ACIB – Associação Comercial e Industrial de Bauru seu novo presidente é Reinaldo Cafeo. A entidade pela primeira vez não privilegia ninguém do comércio e nem da indústria. Cafeo é pessoa física e sempre transitou nesses corredores, fazendo do discurso patronal a sua trajetória de vida. Entidade de classe é para defesa dos interesses de sua categoria, mas seria mais adequado alguém não tão antenado com um pensamento único a dominar o mundo. Cafeo é professor e economista, atuando com ligação umbilical, seguidor religioso de teorias conservadoras e protecionistas aos detentores do poder. As mesmas que provocaram a derrocada financeira norte-americana e hoje provocam absurda concentração de renda e a perigosa diminuição da mobilidade social no mundo. As intervenções do economista Cafeo são todas na defesa desse modo de agir como a única saída possível para todo o mundo. Adaptou seu discurso, mas sempre esteve todo pimpão ao denominado poderio de Wall Street. Já vimos esse filme. A ACIB demonstra estar alinhada a isso e se pensa assim a escolha não poderia ser melhor. Prevejo tempos ruins de negociações entre patrões e empregados, uma vez que as relações trabalhistas não sobrevivem só com um site bonito e um visual impecável. Prefiro entender as entrelinhas do momento vivido. Quando o denomino de camafeu, nenhuma ironia. Essas peças possuem camada com bonito visual, em alto relevo e num fundo encoberto, algo desconhecido. Idêntico ao atual governo de Obama, de visual encantador, mas combatendo a crise econômica com estímulo ao setor privado predatório, gerando fortes déficits aquele país. Inevitável explosão e o lado bonitinho precisará novamente se explicar. Prefiro ser voz dissonante lá e cá. POLÍTICA COMO PROFISSÃO - publicado edição do diário bauruense BOM DIA, 02/04/2011 Mero observador da cena política, nessa qualidade cutuco, instigo, provoco uns e outros, expondo alguns ao ridículo. Em Bauru, num reflexo de algo a ocorrer Brasil afora, muitos dos ditos políticos não possuem outra atividade que não a do exercício do cargo público. Buscaram essa condição, ou seja, receberem para o exercício de algo que, deveria ocorrer de forma espontânea e até sem remuneração. Fazem de tudo para continuarem flanando, pois de outra forma teriam que procurar emprego, trabalhar de fato, pegar no pesado e buscar fonte de renda com esforço e afinco, como a grande maioria do povo brasileiro. Analisemos a vereança de Bauru. A maioria possui outra fonte de renda, firmas, empregos, aposentadorias e lá estão para representar grupos, interesses e até motivações pessoais. Encontramos, porém, alguns que sem o salário advindo da vereança estariam desempregados e num mato sem cachorro. Além do exercício do cargo, ali um emprego. Ótimo, por sinal. Cito alguns. Natalino está no primeiro mandato e pode alegar estar à procura, que o mercado está difícil, mas continua procurando o dito emprego. Marcelo Borges representa o contrário. No exercício do terceiro mandato e pelo que se sabe, a fonte segura de rendimento é a do exercício político. Atuou década junto ao deputado Pedro Tobias, sempre remunerado, pegou gosto e não se sabe ser possuidor de outro dom trabalhista. Perguntado sobre sua profissão poderia responder ser possuidor de dom divino. Na mesma condição está o licenciado e hoje secretário municipal, Batata. Ex-jogador de futebol, formado em Direito, não se sabe de ter um dia exercido a profissão de advogado. Vive da política e para a política, nada mais. Como viveriam ele e sua esposa, a hoje vice-prefeita, sem os cargos públicos. Uma incógnita, charada a ser desvendada. Ajudem-me a responder isso.
DUAS OUTRAS COISAS DOMINICAIS:
1.) Mesmo estando em Sampa ontem não consegui presenciar o ressurgimento do Noroeste (2x0 na Portuguesa). Por lá tudo é distante, não é a mesma coisa atravessar o caminho de minha casa até o Alfredão, trajeto que faço em dez minutos. Lá as distâncias são uma tortura. Na casa onde estava tentei assistir, a única opção era pagando e caros R$ 76,00. Abdiquei e ouvi pelo radinho de pilha. Primeiro pela nova rádio AM, a Estadão ESPN, que de cara gostei, pois existe a real possibilidade de ouvir um dos poucos jornalistas esportivos que respeito e reverencio, José Trajano. Depois, o segundo tempo pela rádio Bandeirantes, com narração de José Maia, um jauense que quando atuou aqui em Bauru recebia o nome de batismo, José Maria Caçador. Vibrei como criança pela real possibilidade vislumbrada de, saindo do marasmo, escaparmos da degola de voltar à 2ª Divisão paulista. Dois ônibus de torcedores da Sangue Rubro lá estiveram, bancados pelo ex-presidente Cláudio Amantini. A festa deve ter sido grande e me penitencio por não ter podido lá comparecer. Dedinhos mais do que cruzados para os dois últimos jogos.
2.) Chego de viagem ontem à noite, após passar semana fora e lendo os jornais da semana descubro que nenhuma de nossas crises tiveram solução de continuidade. Tudo como dantes no quartel de Abrantes. Porém, algo que leio hoje na coluna BASTIDORES, assinada por Bruno Mestrinelli do BOM DIA, me deixa intrigado. "MAIS UM: Depois de ameçar rompimento com o governo, o PP ganhou mais uma indicação na prefeitura. O partido vai ocupar vaga de livre nomeação na Secretaria de Cultura, atualmente comandada por um indicado do PDT", diz a nota. Se ocorrer a troca do atual secretário Elson Reis, que nem bem sentou na cadeira de comando por um nome indicado pelo PP, jogo a toalha e passo a espezinhar de uma vez por todas a bestialidade na forma como está sendo conduzida a atuação política da atual administração municipal. Sejamos sensatos, pelo menos dessa vez, sr Prefeito.
EM TEMPO: Todas as ilustrações são do REP, um que leio diariamente no sergentino Página 12.
9 comentários:
Henricão
Voce gosta de cutucar a onça com a vara curta, hem?
Concordo com quase tudo, mas não escreveria disso. Quem tem cú tem medo, diz o ditado.
E também gosto do Elson. Mudar só por imposição partidária, os tais apoios a fazer com que esse governo continue em pé, sustentado por escoras, mas em pé, é algo a ser lamentado.
Barulhos são necessários.
Rosana
Rosana,
Mêdo de que, minha cara.
Mêdo eu tenho desse colesterol que me acompanha e de um diabetes que parece querer mostrar os dentes.
Com a utilização da frase, "quem tem cú tem mêdo", estaria afirmando que não sou possuidor do mesmo?
Tenho e faço uso dele quase todos os dias.
Quanto as escoras desse governo, aguardo mais detalhes sobre a insensibilidade em trocar alguém que mal assumiu o cargo e possui qualidades reconhecidas para lá continuar. Mudar dessa forma será o reconhecimento de que nosso governo municipal anda de quatro.
Daí para frente, não restará mais nada a ser defendido.
Aguardo
Henrique - direto do mafuá
Meu caro e dileto colega de infortúnio:
Li tanta baboseira favorável ao tal do Cafeo, que acreditava não existir em Bauru mais ninguém com o discernimento para apontar o dedo e demonstrar o quanto é monstruoso essa ACIB comandada por uma pessoa a representar o que de pior existe no mundo.
Parabéns é pouco.
ABDRÉ RAMOS
Vc cita alguns vereadores e nos jornais da semana algo mais sobre outro deles, um que se dizia certinho e diferente daqueles que exigiam cargos para dar apoio à administração municipal. Fabiano mariano PDT, novato na política, mas demonstrando ter aprendido rapidamente as coisas erradas, perece que mantinha gente indicada por ele na Emdurb e ameaça deixar de apoiar a administração se os apaniguados perderem os cargos. Se já começou assim, merece mesmo perder a direção municipal do partido e não se eleger para mais nada. Esse também precisava estar no seu escrito sobre os que vivem de política. Dá tempo de acrescentar mais esse? Se achava diferente, já o acho igualzinho aos Carlinhos do PS da vida.
Manuel e Marlene
Amigos novos e antigos:
MEA CULPA ou O APRESSADO COME CRU. Conversei hoje pela manhã com um amigão lá dentro da Cultura Municipal. Lemos juntos a nota do BOM DIA e o entendimento foi outro. Pelo que entendemos o prefeito não pensa em trocar de secretário de Cultura, mas sim, para atender o novo aliado, PP, colocar alguém desses em cargos disponíveis. Os mais almejados, Diretor Ação Cultural, ocupado pelo Jair e o de Preservação Patrimônio, ocupado pela Neli. Seria péssimo alterações ali nesse momento, ainda mais para acomodação de interesses políticos. Cargos, pelo que sei, existem outros, de menor quilate. Veremos. Vou acompanhar com a devida atenção. O negócio não é bagunçado, é assim mesmo, quem escolhe esse caminho, o do loteamento de cargos para aclamar anseios e buscar apoios está sujeito a chuvas e trovoadas. Quando o caminho escolhido é esse recomenda-se um guarda-chuva que abrigue uma cidade inteira.
Henrique - direto do mafuá
Henrique
Você se lembra de mim. Te encontrei no mercado dia desses e te elogiei pela coragem da escrita sobre o cara da ACIB. Se já gostava do que lia de ti, agora passei a gostar mais. Enfim alguém com coragem para escrever algo sobre a petulância e a arrogância em pessoa. Ele merecia.
Sou o Japa do antigo Banespa
NOROESTE: O QUE NOS RESTA FAZER DAQUI PARA FRENTE...
O ex-técnico noroestino, o experiente (sic) Lori Sandri tinha uma teoria para escaparmos do rebaixamento, a de que “com 19 pontos escapamos dessa”. Se for verdade (toc toc toc), faltam somente dois ponto para conseguir esse intento. Semana passada, na desolação de termos somente 24% de chances de não cair para a segundona, a situação de hoje, restando duas rodadas para o final do campeonato sofreu uma favorável alteração. Ufa! Voltamos a respirar. Foi simples, o time jogou bola, parece que se viu livre de amarrações outras, os tais “enroscos” que os evangélicos apregoam atazanar a vida dos pobres mortais. Bastou uma cara mais simples, um que vive o dia-a-dia assumir o cargo de técnico e enxergar o que a maioria via desde antes do início do campeonato. Primeiro um técnico bom de conversa e ruim de entendimento de como deveriam ser as coisas de fato e de direito, depois um nome consagrado, mas calmo demais, levando tudo com uma fleuma que nos levaria para o fundo do buraco. Jorge Saran mostrou ter estrela, mas sabe que a batalha para escapar do rebaixamento está só começando. Não ganhamos nada e que a vitória sirva para elevar em muito o astral do combalido grupo. Até as pedras do reino mineral sabem que não temos um time bom, entrosado e com contratações bem feitas. Isso já escapou do nosso controle, mas o que acredito ainda ser possível é continuar com a chacoalhada “ampla, geral e irrestrita” (slogan de nossa Anistia). Que se continue tocando nos brios dessa rapaziada, com afinco e persistência, sem um minuto de trégua. Olho para a tabela e nem sei se os tais 19 pontos nos livraria do rebaixamento. Talvez sim, talvez não. O alento é para a tabela da próxima rodada. O Prudente pega o Palmeiras e deve perder, o Santo André e o São Bernardo se enfrentam e um empate seria bom demais, apesar de que na vitória de um, o outro decreta seu rebaixamento, o Linense (hoje nosso alvo de espezinhamento) joga em casa e pega o desinteressado Bragantino, tem tudo para saltar para 18 pontos (um perigo), o Ituano pega o Mirassol fora de casa, sendo que este precisa ganhar para tentar chegar entre os oito classificados e por fim, o Botafogo, que ainda não escapou, pega o Mogi, num joguinho de doer. Faço contas a todo instante, essa nossa sina, pois pelo que vi durante o campeonato todo é complicado reproduzir que o “Noroeste depende só dele”. Dependeu o campeonato inteiro e estamos na catastrófica situação de rabeira. Torço muito por ele (sempre por ele, só por ele), mas torço muito também para que os outros continuem a nos ajudar. Os dedinhos cruzados só serão descruzados, quem sabe, após os resultados da próxima rodada. Semana de tortura para todos nós. Que ela seja leve.
Por Henrique Perazzi de Aquino, noroestino doente, sangue-rubrista juramentado e fazedor de contas.
Reynal Grillo lá dos EUA publica hoje no seu blog noroestino esse texto meu, que havia lhe enviado logo após o resultado de sábado passado.
Sai publicado hoje na seção "A voz e a vez do leitor", BOM DIA Bauru, carta assinada pelo vereador Natalino Davi da Silva - PV, vereador, em resposta ao meu texto do último sábado. Reproduzo aqui sua carta para conmhecimento de todos (as):
"Sobre o texto de sua autoria intitulado "A política como profissão", publicado na edição de sábado, 2 de abril, digo que é seu direito observar, instigar, provocar, expor a sua opinião, assim como também é meu. Diante disto, e do fato que meu nome foi mencionado em seu texto, quero dizer que respeito seu ponto de vista sobre o assunto, mas que ele não é o único e, necessariamento, não é o certo ou o errado.
Não estou aqui para me defender de nada, já que a questão não é esta, mas para dizer que penso que quando pedi que as pessoas confiassem em mim e me dessem o voto delas, para que eu pudesse trabalhar pela melhoria da qualidade de vida das pessoas, assumi um compromisso que não respeita horários de jornada de trabalho, mas exige disponibilidade em qualquer dia e horário. E eu me decidi por essa disponibilidade. Se outros vereadores, políticos, optaram por exercer o mandato de forma diferente, a decisão é deles w, cuidado com as generalizações. E fica aqui nosso convite, para você conhecer mais de perto nosso trabalho e acompanhar algumas ações na comunidade".
Minha resposta, que não envio ao jornal, fica postada aqui:
Natalino, pense que você pode não se reeleger na próxima eleição e daí seus problemas terão um trágico reinício. Não faça da vereança e da atuação política sua única fonte de renda, pois um dia ela se vai, deixando-o na rua da amargura.
Henrique - direto do mafuá
Esse que vc escreveu possui SUPER-PODRERES...
Leandro Francisco
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