terça-feira, 30 de setembro de 2025

INTERVENÇÕES DO SUPER-HERÓI BAURUENSE (185)


MESMO DIANTE DA CIDADE DESTROÇADA, O QUE GIRA A RODA É O TEMA DE SUA SUCESSÃO
Enfim, a cabeça da alcaide bauruense gira e ela só pensa em quem vai dar continuidade no destroçamento da cidade, pois ninguém mais conseguindo um cargo público, qual o destino da clã familiar? Guardião, o intrépido capa e espada bauruense, preocupado com o que vê acontecendo com a cidade, escancara algo dessa insólita situação.

"Bauru, nítido a situação de pelno abandono, algo nunca visto antes com tamanha intensidade. Os vereadores acabam de aprovar 40 milhões para o DAE perfurar poços de água cidade afora e não existe nenhum plano realizado de como isso será realizado. O que existe é o dinheiro sendo disponibilizado e nenhuma ação concreta no sentido de tentar ao menos resolver a claudicante situação do setor na cidade. Isso, pelo que se vê é a ponta do iceberg de algo monstruoso em ação. Tudo destroçado, tudo em frangalhos, tudo sendo tocado sem nenhum planejamento, uma equipe que não conversa entre si, não dialogam, não possuem entrosamento e tocam o barco, em algo nítido a causar enorme preocupação. Isso em todos os setores públicos", começa sua fala Guardião.

"Tudo isso para descrever outra situação, essa mais escabrosa. Enquanto a cidade fica inerte diante dessa névoa de beco sem saída, a alcaide trama como vai ser sua sucessão. Isso é o que a move, ela e os seus. Pelos burburinhos estão mais do que preocupados em como vai se dar a tal sucessão, uma vez que, nunca tiveram plena aceitação pelos grupos políticos locais. Na verdade, não são aceitos. Existe uma espécie de concordância em, uma vez que foi eleita, uma composição mórbida. E ninguém não se surpreende com nada, tudo é permitido, pois os que lá estão, sem projetos, vieram para receber o soldo mensal e só. Enquanto isso, a famiglia faz seus planos para o futuro. Como a alcaide não pode concorrer novamente, quem será a pessoa a encabeçar a chapa com seu aval? O nome com maior chance é o da mãe, depois o do marido e depois, dizem, até o do pai. Rodrigo Mandaliti, prócer do PMDB já está em campanha, este deve estar com com uma pulga atrás da orelha, pois sabe que, dificilmente a famiglia lhe indicará. Em tantas outras situações onde grupos familiares sobem ao poder, dificilmente escolhem um nome fora do círculo familiar, pois sabem, uma clara chance de perda de controle", segue Gaurdião.
NENHUMA ATÉ AGORA

O que Guardião explicita não é nenhuma novidade, apenas constatação. A cidade pegando literalmente fogo, secura em todos os sentiddos, falta d'água escancarada e nas entranhas do poder, permeando as dicussões de bastidores, como vai se dar a sucessão. O futuro do que surgiu com a chegada ao poder de Suéllen Rosin está em risco . Guardião conclui: "Ela sabe que, escolhendo Mandaliti, sendo este o nome, o clã familiar não terá a mesma incidência decisória. Ela pode e deverá concorrer para a Câmara dos Deputados, talvez um do clã para a Alesp, mas e para Bauru? Como ela vai pensar em problemas envolvendo a cidade, quando sabe pode estar dizendo adeus para Bauru. Dilema, hem?".
Obs: Guardião é fruto da arte do traço de Gonçalez Leandro, com pitacos escrevinhativos do mafuento HPA.

A MENTIRA
FATÍDICO EMPRÉSTIMO DE 40 MILHÕES
❌️ Não foi apenas um problema apontado no Projeto de Lei (PL). FORAM VÁRIOS!!!
🔎 A omissão sobre qual seria a destinação do recurso foi um deles. O Poder Executivo alegou que o dinheiro seria para a perfuração de poços e a construção de reservatórios, mas mandou à Câmara Municipal um PL em que nenhum dos artigos descritos continha isso.
⚠️ A menção referia-se à realização de obras de infraestrutura urbana. Ora, isso pode ser asfalto, recape, galeria pluvial, calçadas, entre outros. Dessa maneira, identificamos um projeto genérico endividando o município a perder de vista.
🧐 Detalhe: se o DAE for privatizado futuramente, o empréstimo a ser pago sairá do bolso da população porque quem está contratando o financiamento é a prefeitura e não a autarquia. Logo, em uma eventual concessão, a empresa não assume essa dívida.

🗣Tiveram até a capacidade de “vender” a ideia de que esse empréstimo milionário com a Caixa (CEF) permitirá que todos tenham água nas torneiras ainda neste semestre, sendo que a obra em torno da construção do Complexo de Poços Val de Palmas demanda até 30 meses.
🚰 Outro ponto: o processo foi um atropelo só! Sequer apresentaram um estudo geológico atualizado para garantir que esses poços propostos vão verter água. Observem a quantidade de situações que colocam em risco não somente o futuro de Bauru, mas também oneram os nossos moradores.
➡️ Portanto, diante dessa falta de gestão e de transparência, você assinaria um cheque em branco?
#Fiscalização #SegallaVereador #aVozDoPovoNoLegislativo #Bauru
POSTAGEM DO VEREADOR SEGALLA, OPOSIÇÃO À ATUAL ADMINISTRAÇÃO.
Eis o vídeo do verador escancarando a situação:

e na cidade vizinha...
AH, SE BAURU TIVESSE UMA PREFEITA COMO A DE PEDERNEIRAS... - VIVA IVANA CAMARINHA
"Meu coração está cheio de alegria! E quero compartilhar o motivo com vocês! ❤️
Conquistamos mais recursos para a saúde de Pederneiras! Após uma conversa muito produtiva com o Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, tivemos a confirmação de que nossa cidade receberá esse importante apoio.
É uma vitória de todos nós! Cada passo que damos é pensando em cuidar da nossa gente.
Assista ao vídeo para saber todos os detalhes dessa notícia maravilhosa. Vamos comemorar juntos!
Um abraço carinhoso!
#PederneirasAvança #CuidandoDasPessoas #SaúdePederneiras #Conquista #PrefeitaIvana #PrefeitaIncansável", prefeita de Pederneiras SP, Ivana Camarinha.

Eis o vídeo dela sobre mais uma conquista para sua cidade, enfim, alguém que, realmente defende e faz de tudo e mais um pouco pela sua cidade:
https://www.facebook.com/reel/612869591435039

segunda-feira, 29 de setembro de 2025

MÚSICA (252)


A TRISTEZA ESTAMPADA NUM POSTE
Estaciono o carro hoje pela manhã na rua Julio Prestes, cem metros da feira dominical e um cartaz, colado num poste, me chama a atenção. O rapaz da foto, num anúncio esquisito, desaparecido. Quem me explica o que aconteceu foi o guardador de carros. Estes sabem tudo, pois vivem por ali junto dos, como escrevia Plinio Marcos, perdidos nas "quebradas do mundaréu". O jovem foi encontrado morto pelos lados dos trilhos férreos, perto do Albergue Noturno, todo quebrado e desfigurado. Vivia nas ruas, ninguém o identificou a tempo e acabou sendo enterrado como indigente. Só depois, os cartazes apareceram espalhados por aí, porém seu fim já estava decretado. Disse ser ele um rapaz alegre, gostava de andar fantasiado, não era de fazer mal, porém vivendo nas ruas, como se sabe, acontece de tudo e assim sendo, entrar em erradas algo não muito difícil. Ele, certamente, entrou numa. Seu cartaz continua colado em alguns postes e assim como eu, outros se interessaram pelo destino do garoto. HIstórias assim se repetem com a maior facilidade, me diz o guardador. Acredito, pois viver nas ruas, fácil se deparar com tudo. Tudo mesmo.

BATISTA CONTINUA, AOS 76 ANOS, CAIXEIRO VIAJANTE E SE BENEFICIANDO DAS PASSAGENS GRATUITAS PARA IDOSOS EM ÔNIBUS ESTADUAIS
Hoje eu conheci no terminal rodoviário de Bauru, a pessoa que, acredito eu, mais faz uso das tais duas passagens gratuitas para idosos, isso em toda e qualquer viagem de ônibus estadual dentro do estado de São Paulo. Trata-se de um velho conhecido meu, o BATISTA. Ele, hoje aos 76 anos, aposentado, com uma renda próxima de R$ 2 mil mês, não teve outra alternativa que não a de continuar trabalhando para conseguir uma renda mensal, onde feche suas contas ou ao menos tenha uma vida mais estabilizada.

Batista está nas estradas desde que me conheço por gente, bem mais que 50 anos. Décadas atrás foi um daqueles intrépidos vendedores de assinaturas de revistas, viajando o país inteiro, de cidade em cidade, trabalhando sozinho ou em equipes. Ganhou muito e não reclama nem um pouco disso, mas quando o negócio de assinatura de revistas e jornais começou a definhar, descobriu outro e desta forma continuou estradando, local onde se encontra até hoje. Desde então, continua sua peregrinação, cidade em cidade, agora vendendo mapas variados, mundi, do Brasil e rodoviário e pôsteres do corpo humano.

Fez isso a vida inteira e me confessa: “Não sei mais ficar em casa. A estrada é meu local de trabalho, um dia aqui, outro ali e sempre batendo de porta em porta, conhecendo gente nova e sabendo onde adentro para oferecer mapas”. O vejo com uma mochila às costas e com várias passagens às mãos. Pergunto e ele me explica: “Pela minha idade, não pago mais passagem, mas tenho que conseguir uma das duas gratuitas de cada viagem, pegando-as com cinco dias de antecedência da viagem. Assim sendo, me preparei e cada dia estou numa cidade diferente. Tenho que conseguir a passagem cinco dias antes e estar próximo do guichê da empresa onde quero viajar, no horário previsto. O esforço vale a pena e só assim, sem ter que pagar a passagem, consigo equilibrar minhas contas”.

Dentro de sua mochila, me conta, carrega dentre mapas e os pôsteres, 25 exemplares bem dobrados e assim pega estrada. Sai bem cedo e de uns tempos para cá descobriu que, o horário da manhã é o melhor, pois à tarde, depois do almoço tudo já é com outra pegada. Sua cabeça é bem organizada para em cada dia conseguir as tais passagens, onde só paga a taxa de embarque e tendo que pegar não só para a ida, como para a volta, tudo tem que ser anotado, para não se esquecer e se embaralhar. “Os mapas e pôsteres eu compro diretamente do fabricante, que já me conhece. Pago um lote e devo outro, assim sigo pelas estradas. Consigo um desconto muito bom e não fico sem fazer nada”, conta.

“Tempos atrás eu tinha um sonho, o de ganhar na loteria e um dia poder ajudar o Noroeste a se tornar um grande time. Continuo jogando toda semana e espero poder fazer com que o Noroeste ainda me tenha como presidente. Enquanto não ganho, sigo trabalhando estrada a fora. Hoje não viajei e vim organizar as passagens. Amanhã tenho marcada ida e volta para Marília, depois Botucatu, na quinta Jaú e sexta Araraquara. Os próprios atendentes do guichê me ajudam e me indicam qual horário ainda tem vaga de passagem. Me adequo e dificilmente tenho que pagar do meu bolso. Se tivesse que fazê-lo, não sei se daria para continuar, pois elas estão pela hora da morte. Não reclamo nem um pouco e sei também ser um dos últimos vendedores assim de porta em porta, viajando diariamente. Eu fiz história lá atrás e continuo fazendo, pois quero ser, até quando aguentar, um dos que resistiram ao tempo e continuar sendo uma espécie de caixeiro viajante do século XXI”, conclui seu relato.

Eu, admirado fiquei. Sua história é uma dessas tantas que, ao descobri-las não tenho como me aquietar. Alguém como BATISTA é de uma raridade nos tempos atuais, merecedor de todos os elogios e apupos. Tempos atrás, muitos faziam isso, dentre os quais me incluo, com minhas chancelas, mais de 20 anos estradando. Daqueles tempos, conheço duas pessoas ainda na ativa, Batista com seus mapas e uma hoje senhora, ainda tirando leite de pedra, vendendo ampliação de bibliotecas em cidades. Devem ter outros, mas estes dois me trazem enormes recordações do passado. Sou de um tempo onde, antes do advento do CD, muitos saíam com uma mala cheia de CDs, gravações diversas e vendendo de cidade em cidade. Este merecem ter suas histórias contadas e recontadas, pois foram, de certa forma, desbravadores deste interiorzão véio e sem fronteiras. Alguns poucos resistem e como Batista, tentam se aproveitar de algumas benesses, como essa dos idosos terem passagem estaduais gratuitas. Maravilhosas histórias.

DENISE AMARAL LANÇA O CLIPE "OS SONHOS" E CONFIRMA TUDO AQUILO QUE DIZEM DELA
Algo da festa de hoje: 

Ficar aqui tecendo loas elogiosas para com a cantante Denise Amaral échover no molhado. A cidade inteira reconhece ser ela uma das nossas melhores cantoras. Ela tem cabedal, currículo, décadas de exposição e repertório dos melhores. Hoje fui vê-la no lançamento de seu novo clipe, o "Os Sonhos", nesta noite de segunda, na arena aos fundos do teatro Muninicipal de Bauru. Ela encanta por onde passe, primeira pela sua enorme simpatia e depois, por cantar muito bem. Hoje foi mais um dia de festa para ela, dentre tantas nos últimos tempos.

Com direção e roteiro de Rene Lopez, direção de fotografia de Conrado Dacax e produção de Paulo Maia, o clipe foi possível através de recursos oriundos da Lei PAulo Gustavo, após custosa liberação desses recursos federais, disponibilizados pelo Governo Federal e quase perdidos pela SMC - Secretaria Municipal de Cultura. Do clipe, lindo ver as cenas gravadas na praça Rui Barbosa, numa noite onde o coreto foi totalmente higienizado e até conseguiram levar um piano para lá.

Na noite de hoje, os dois lá no palco, ela e Paulo Maia, cantaram por quase uma hora, atendendo pedidos do público e para mim, sem que houvesse pedido, cantou uma do Aldir Blanc e a última, essa sim solicitada por mim, Wilson das Neves, com a imortal O Samba é meu Dom. Ouví-la um luxo. Depois o clipe sendo mostrado pela primeira vez. Tudo perfeito. Infelizmente tive que sair mais cedo e não participei do debate final, porém sair mais que satisfeito, pois assim ocorre toda vez que presencio ela cantando e encantando. Hoje mais um destes dias.

domingo, 28 de setembro de 2025

FRASES DE LIVRO LIDO (223) e CARTAS (248)


o único texto do dia, quilométrico
TARSO DE CASTRO, HOJE SÓ QUERO ESCREVER DESTE JORNALISTA
Tarso é meu velho conhecido. Quando tinha 13 anos, idos de 1973, conheci o hebdomadário O Pasquim, aquele semanário que fez a minha cabeça e a de tantos outros. Naqueles idos, Tarso já havia brigado feio com a turma do jornal, que ele criou e fez acontecer no seu vertiginoso início. Esse gaúcho sempre fez a minha cabeça, muito pela quantidade de jornais que conseguia criar – e depois, destruir ao mesmo tempo. Foram muitos e todos eles vendendo em Bauru, daí, comprava todos, inclusive um que, colecionei, pelo menos na fase mais alvissareira, que depois vim a saber foi quando ele esteve na direção. Trata-se do Folhetim, suplemento semanal, saindo aos sábados encartado junto da Folha de SP. Eu me deliciava com o estilo destes jornais. Tanto o Pasquim como o Folhetim, só vim a saber serem crias do Tarso muito tempo depois. Na época não dava muita bola para seu nome, mas o jeito que aqueles órgãos de imprensa eram tocados, o linguajar sempre me fascinaram.

Isso tudo para contar-lhes outra história. Coisa de um mês atrás, recebo via Messenger um pedido para um livro, o “TARSO DE CASTRO 75 KG DE MÚSCULO E FÚRIA”, de alguém que achava conhecia, mas não sabia de onde, o jornalista TOM CARDOSO. Eu havia feito um comentário numa postagem dele no Facebook sobre seu livro e ele foi rápido no gatilho: “Se comprar diretamente com o autor ganha dedicatória, R$ 85 com o frete incluído”. Demorei uma semana e lhe envio o PIX. Passaram-se mais de dez dias e nada do livro chegar. Fui pra Sampa passar quatro dias batendo perna, foi quando o procurei e disse poderia buscar o livro em sua casa. Ele não regateia, passa o endereço e diz estar na portaria. Busco e começo a ler já no metrô, enfim, a história de Tarso é mais do que inebriante, exatamente como ele me prescreveu na dedicatória: “Henrique, um dia o jornalismo brasileiro existiu. Abraço! Tom”. Chego em casa e passo vergonha, pois o que havia me enviado chegou. Até o momento não devolvi o extra e como já prometi para alguns diletos amigos, todos conhecendo algo da trajetória do Tarso, não sei se devolvo ou presenteio alguém. De uma coisa tenho certeza, Tarso não devolveria e passaria adiante o extra.

Agora, feito essas preliminares, vamos ao livro do Tom propriamente dito. Terminei sua leitura nessa madrugada. Só não o li numa só respirada, pelo simples fato de ler vários ao mesmo tempo, todos saborosos, desde o momento quando completando 65 anos, ter tomado a decisão de não mais ler nada rebuscado, ou seja, aqueles tratados acadêmicos de difícil assimilação. Fico em algo de sabor inenarrável, como a escrita do Tom. É o que minha cansada mente, chips todos quase vencidos, ainda conseguem decifrar e assimilar. No momento, abertos aqui do meu lado um antigo do Plinio Marcos, outro de Entrevistas d’O Pasquim, o Plim-Plim do Paulo Henrique Amorim e o Orgias, do Luis Fernando Verissimo. Se nenhum outro passar à frente destes, estes serão os próximos a serem degustados. Este do Tom, lançado pela Editora Rua do Sabão SP, 2ª edição, 2005/2023, 216 páginas é destes, pelos quais ao estar junto dele, não quero mais me separar, passando a ter relação incestuosa com o dito cujo.

Primeiro queria lembrar algo da importância do jornalismo praticado pelo Tarso de Castro (1941/1991), em toda sua atribulada e agitada vida. O que se sabe dele, o trivial é ter sido um mulherengo, bebendo até não mais poder, amante quase indissolúvel de Leonel Brizola e criador de casos. Isso tudo é verdade, mas algo se sobressai e é inquestionável. Em todas as publicações onde esteve metido o nome Tarso de Castro, a coisa fluiu com uma independência, dessas não mais possíveis nos dias atuais e comprovando algo que o Tom prescreveu em sua dedicatória. Não se faz mais jornalistas como ele, ou melhor, se fazem sim, existem muitos bons pela aí, mas quando escrevendo para a mídia massiva, onde tudo é publicado somente após passar pelo crivo do dono do jornal, só se publica o que lhes interessa e, desta forma, a verdade factual dos fatos é deixada de lado. Com Tarso não tinha disso não. Ele fez algo meio que inimaginável nos tempos atuais, batia de frente com donos de jornais e não só escrevia o que queria, como até contra o dono da publicação. Ele até podia passar dos limites, mas nunca algo comparável com a bestialidade dos que hoje reclamam da falta da tal liberdade de expressão, quando na verdade, querem ficar tecendo loas favoráveis ao fundamentalismo conservador em curso. Tarso não perdoaria estes todos, os colocando no seu devido lugar.

A sua história começa muito cedo, com ele seguindo os passos do pai, dono de um jornal no interior do Rio Grande do Sul, depois indo galgar novos lances em Porto Alegre, depois Rio de Janeiro e São Paulo. Fez e aconteceu em todos os lugares por onde passou. Inesquecível sua atribulada – todas elas o foram -, pelo Pasquim, Folha SP, Isto É, Folha da Tarde e mesmo pelas onde era o fundador, dono e também diretor. Seu político preferido é também o meu, não fosse Lula. Acompanhou Leonel Brizola com fervor canino, vindo a ter alguma desavença com ele somente quando ambos já dobravam o Cabo da Boa Esperança. A descrição detalhista com que Tom vai traçando sua vida, dentro e fora do jornalismo é para ser lida com muita saudade. Sim, concordo plenamente, já tivemos um Jornalismo de alto nível e consideração. Hoje fenecemos em tanta coisa e neste quesito, depois do advento da cassação de Dilma, da Lava Jato e do que tentam fazer com a esquerda, vista ainda como “comedora de criancinhas”, só mesmo reconhecendo, com gente do naipe de um Tarso, isso não passaria batido. Comprar boas brigas era com ele mesmo. E a vida é mesmo monótona sem algumas brigas, embates e confrontos pela frente. Escrever com a mordaça fixada na boca é uma nhaca inadmissível para Manuel de Redação sério. No único manual de Tarso, isso de patrão querer impor ao seu jornal algo fora do que realmente aconteceu é impensável. Daí, cada vez mais me pergunto, quem daria emprego para alguém como Tarso de Castro hoje.

Vejo o quanto padeceu Mino Carta, tendo este que fundar suas próprias publicações. Paulo Henrique Amorim já se soltou quando fora dos laços umbilicais com os grandões da TV. O mesmo posso dizer hoje de um Chico Pinheiro e mesmo Juca Kfouri. Quem ousaria dar emprego para alguém com a verve de um Fausto Wolff, Eric Nepomucemo, José Trajano, Flávio Tavares e alguns outros poucos? Só mesmo, como ele e Mino fizeram, fundando seu próprios jornais. E como bebia? Devia ser lindo ver sua reação diante de algum amigo, destes inseparáveis, tascando-lhe beijos na boca e vez ou outra, como fazia com Tom Jobim, apertões em seu pau, sem qualquer viadismo. Hoje poderia facilmente se passar por machista, quando na verdade era um conquistador e muito respeitador delas, quando atuando ao seu lado nas redações vida afora. O seu diferencial foi a desbrida escrita, sem papas na língua e ferina, pronta para ferir e alcançar logo seus objetivos. Por sorte, Tarso tinha um lado, o dos defensores das boas causas e temas. Faz muita falta nos tempos atuais. Leria mais dele e de tantos outros, corajosos e muito, ainda mais, quando o escreveram diante de patrões boçais e um regime ditatorial, censurando todo e qualquer arroubo libertário. Confesso, me inspiro muito em verdadeiros jornalistas como ele para minhas investidas pelo mundo da escrita. Ele é e sempre será uma de minhas mais fortes referências.

Eis algumas frases grifadas do livro e aqui relembradas:
- “Senhora, eu vos amo tanto, que até por vosso marido me dá um certo quebranto”, autoria do Mário Quintana e repetida por ele diante de novas conquistas.
- “Não quero viver muitos anos. Já notei que, quando o cara fica velho, a vida dele fica sem graça. Quero viver muito, intensamente, agora. Depois que fizer quarenta anos, acabou”.
- “...coragem e atrevimento com que provocava autoridades locais”.
- “Tarso já era amigo do peito de metade da população de Ipanema – a outra metade era de desafetos, que ele conquistara com a mesma velocidade”.
- “Segundo Tarso, só havia uma saída para as mulheres que passavam pelo quarto de Paulo Francis: dormir. Se resistissem por mais de dez minutos, viravam lésbicas para sempre”.
- “O jeito era apelar para uma arma que ele sabia usar muito bem desde os tempo de colunista em Passo Fundo: a ironia”.
- “Era no Treviso, conversando à mesa ou ao telefone com políticos, sindicalistas, líderes estudantis, que Tarso abastecia seu repertório de pautas. A cada uísque entornado, um furo conquistado, não necessariamente nessa proporção. (...) Quando Tarso adotava um barera pra valer”.
- “Cultivar paixões platônicas não era de seu feitio, muito menos por joelhos. (...) ...jamais conseguira se enquadrar em qualquer disciplina partidária. (...) Não acredito em um jornal feito por um só jornalista. (...) Tarso não gostava de Ziraldo, e vice-versa”.
- O Pasquim era um colcha de retalhos de egos gigantescos. (...) Muita gente acha que o Pasquim chegou ao fim por problemas administrativos. Mas eu acho que não. Foi um racha ideológico”.
- Se me encherem muito o caso nunca mais penduro contas no Antonio’s. (...) Manolo só decidia cobrar os penduras do tarso quando a dívida chegava quase ao valor do bar”.
- “...não tinha como cobrar um tratamento forma de Tarso se o próprio Octávio Frias de Oliveira, o seu Frias, dono do jornal, era chamado pelo editor de Ilustrada de Friete”.
- “Hoje, as direções dos jornais se encarregam de uma censura muito amis violenta, quer dizer: já que o inimigo, anteriormente comum – a censura oficial – se acabou, não há mais por que manter a aliança com esse grupo de canalhas, que eles, carinhosamente, classificam de ‘jornalistas’. (...) enfim (sem trocadilho), a ditadura não é exclusividade do governo. Ela pode estar em cada linha dos jornais que são os donos da verdade”.
- “...a última refeição da tarde, constituída dos mesmos integrantes do café da manhã: uma rodela de limão, uma pitada de açúcar e um copo cheio de vodca. (...) ...repetia sempre a mesma frase antes de começar a escrever: neste momento, 75 kg de músculos e fúria se reúnem para fazer mais uma coluna. (...) As forças ocultas nacionais que ele alega se chamam ‘Três Fazendas’ e ‘51’ e as internacionais ’Back Label’ e ‘Buchanan’s’’.
- “Busco munição nos bares, nas ruas. Sou um veículo dos anseios que as pessoas externam, nas conversas cotidianas. E não há copidesque para minha coluna. Ela sai como um esporro. Os jornais brasileiros acabam com o talento individual, com o jornalista de estilo próprio”.
- “A verdade é que Tarso não sabia fazer jornal a favor de ninguém. Nem de Brizola”.
Este texto já ficou longo demais, mas para quem conseguiu ler até aqui, algo mais. Três textos do Tom Cardoso, publicados em seu Facebook, como aperitivo para quem quiser depois comprar o livro diretamente com ele, pelo fone/whatts 11. 999392725.

RELATO 1
Durante anos amigos tentaram convencer Tarso a parar de beber. Luiz Carlos Maciel o levou ao Alcoólatras Anônimos. Seu argumento para não freqüentar as reuniões foi convincente: “Prefiro a morte ao anonimato”.
Palmério Dória pediu a ele que pelo menos deixasse de beber pela manhã. A resposta estava na ponta da língua: “Prefiro viver pela metade por uma garrafa de uísque inteira do que viver a vida inteira bebendo pela metade”.
Quando Tarso, depois de uma nova hemorragia, deu entrada, em coma, na clínica São Vicente, seu médico assinou o atestado de óbito e avisou a família: “Podem comprar o caixão”.
Não sabia com quem estava lidando. Horas depois, enfermeiros foram surpreendidos por um grito vindo da UTI: era o “morto” pronto para mais uma dose: “Porra, me tirem daqui!”.
Peréio, impressionado com a resistência do “canalha”, só aceitou levar Tarso para um bar se ele prometesse, por escrito, doar o super-fígado depois de morto.
Em Passo Fundo, logo que o caixão chegou ao saguão do aeroporto Lauro Kurtz, Tarso recebeu a primeira “homenagem”. Ao saber que ali estava sendo transportado o corpo do polêmico jornalista, Romeu Tuma, então superintendente da Polícia Federal, não se conteve: “Aquele subversivo boca-suja?”.
Ser chamado de boca-suja por um ex-diretor do Dops era um elogio e tanto.
A segunda homenagem partiu do amigo Otto Lara Resende, articulista da “Folha de S. Paulo”, em texto publicado dois dias após sua morte:
“(...) Tinha um pacto de felicidade com a vida. Pouco importava que a vida não cumprisse a sua parte. Eu interpelava os astros: de quem foge Tarso de Castro? Que persegue Tarso de Castro? Ele ria. E o riso apagava no rosto o vinco das noites boêmias. A vida jogada fora, num gesto de desdém e de rebeldia. Mas onde está a vida dos que a depositaram na poupança? Na vertigem com que vivia, no seu furor, havia, sim, um sinal de maldição. Sua morte nos punge como um remorso. Tantas imposturas, tantos vencedores! Adeus, Tarso”.

RELATO 2
- Olha, general, o senhor não passa de um golpista filho de uma puta!
Colado à porta do gabinete de Leonel Brizola, no Palácio Piratini, Tarso ouvia o governador do Rio Grande do Sul insultar, por telefone, Arthur da Costa e Silva, o todo-poderoso comandante do IV Exército.
Brizola ligara para o general tentado persuadi-lo, sem sucesso, a interferir na decisão dos três ministros militares, que haviam vetado a posse do vice-presidente João Goulart, após a renúncia de Jânio.
(...)
Cercado por jornalistas e assessores, Brizola empunhou o microfone e fez um inflamado discurso de dez minutos, denunciando o plano dos militares de impedir a posse de Jango e incitando a população a resistir com todas as forças.
Terminado o discurso, Brizola pediu aos repórteres que o ajudassem a bolar um hino para a campanha. Tarso se lembrou da criativa turma do Teatro de Equipe e explicou a Paulo César Pereio que os legalistas ansiavam por uma boa música que representasse o movimento.
Não se sabe até hoje que tipo de entidade Pereio – que mal sabia assobiar o Parabéns a Você – incorporou para compor um hino tão bonito como o da Legalidade. Inspirada no Hino Nacional e na Marselhesa, e com letra da jornalista Lara de Lemos, a canção de Pereio fez um enorme sucesso nos porões do Piratini:
Avante brasileiros de pé/ Unidos pela liberdade /Marchemos todos juntos com a bandeira/Que prega a lealdade/Protesta contra o tirano/E recusa a traição/ Que um povo só é bem grande/ Se for livre sua nação.
Nossos patriotas pioraram muito.

RELATO 3
Tarso e Paulo Francis tinham tudo para ser inimigos mortais.
Tarso era descendente de espanhóis e italianos; Francis de alemães e franceses.
Tarso começara a trabalhar aos 13; Francis com 27.
Tarso, ainda com espinhas, já bebia cachaça com os funcionários do jornal de seu pai; o adolescente Francis sonhava em ser padre.
Tarso mal conseguia conjugar o verbo to be; Francis se orgulhava de ler originais de Bernard Shaw e Faulkner.
Tarso era bonitão, falava alto e tinha a estranha mania de beijar os amigos na boca; para Francis, dispensado do teatro por excesso de fealdade e timidez, intimidade se resumia a um aperto de mão.
Tarso se gabava de levar para a cama todas as mulheres que quis; Francis cultivava paixões platônicas por todas as mulheres que um dia sonhou em levar para a cama – inclusive @babyoppen, casada com Tarso.
Ao passo que Tarso conquistava o mulherio com dúzias de rosa e recitando poemas de Mário Quintana (“Senhora, eu vos amo tanto/ Que até por vosso marido/ Me dá um certo quebranto”, era o seu verso favorito), Francis preferia métodos menos ortodoxos: discutia por horas a contribuição do ceticismo de Henry Louis Mencken para a humanidade, ao som de uma ópera de Wagner e o olhar vigilante de Leon Trotsky, que enfeitava as paredes de seu apartamento na rua Barão da Torre, em Ipanema.
Segundo Tarso, só havia uma saída para as mulheres que passavam pelo quarto de Francis: dormir. Se resistissem por mais de 10 minutos, viravam lésbicas pra sempre.

HPA FINALIZANDO:

O livro é uma delícia, a vida do Tarso de Castro algo para se pensar, como ele conseguia escrever e ser publicado sem estar atrelado na linha de pensamento do patrão e Tom, como escreve bem o danado. Li em pouco tempo e já quero mais. Sei que ele tem mais biografias, uma do dr Sócrates, uma sobre a história do cofre do Ademar e outra da Cássia Eller, essa saindo do forno. Quero mais...

sábado, 27 de setembro de 2025

REGISTROS DO LADO B (131)


NO 131º LADO B, NADA MENOS QUE O EX-OUVIDOR DA POLÍCIA MILITAR PAULISTA, O ADVOGADO CLÁUDIO SILVA, QUE PASSANDO POR BAURU, SENTA AO LADO DAS MÃES DOS JOVENS ASSASSINADOS PELA BAEP/PM, CONTA DE SEU TRABALHO, SUA VIDA E DE SUAS LUTAS E ANDANÇAS
Um "Lado B - A Importância dos Desimportantes", diferente. Ao invés de me ver perguntando, sento junto de outros, hoje pela manhã no jardim frontal do SESC Bauru e primeiro Cláudio diz a que veio, o motivo de suas andanças pelo interior paulista e depois responde a perguntas dos presentes. Nem precisou lhe perguntar muita coisa, pois ele na sua explanação, foi bem elucidativo. Junto de três mães de jovens recentemente assassinados em Bauru, fala de como se dá a luta, primeiro para enfrentar o medo e vencido essa etapa, o longo caminho a ser percorrido, até que a Justiça ocorra. Ele, que durante seu mandato, foi um dos mais corajosos ouvidores em toda história deles dentro da corporação da PM paulista, tem muito a relatar e algo dito não surpreende, pois reafirma, quem um dia foi auditor, pelo visto continuará o sendo. Cláudio continua recebendo chamadas constantes de aconselhamento, inclusive muitos advindos de dentro da corporação da PM, consultando-o sobre caminhos a serem tomados. Diante de tanta procura e desinformação, ele está disposto e com tudo pronto para criar uma instituição, onde abarcará essas e outras demandas. 

Ouví-lo é também conhecer/reconhecer sua luta e esforço para o encaminhamento da grande quantidade de denúncias recebidas naquele período, como, neste momento, ciente de que tudo continua acontecendo pela aí, nada melhor do que se colocar à disposição e, como faz hoje em Bauru, continuar servindo, ouvindo e orientando. Cláudio é um batalhador de reconhecido valor. Veio do seio de uma favela e continua morando em outra, ou seja, com os pés continuamente enfincados nos lugares onde, com sua formação e experiência profissional, quer continuar dando o seu quinhão e ajudando-os no que for possível para vê-los sabendo sair de toda situação diante de irregularidades. Eis um pouco da conversa dele hoje pela manhã em Bauru.

Eis a gravação da conversa nos jardins do SESC Bauru, uns 40 minutos no total: 

COMO FOI A CONVERSA COM CLAUDINHO SILVA
O Claudio me chamou a atenção desde o primeiro momento em que tomei conhecimento de ser ele o ouvidor da PM paulista. Fiquei com aquilo na cabeça, como pode um cara ser do bem e assumir um papel destes? Nada sabia de como era dada a escolha para a função. Quando tomei conhecimento e vim a vê-lo por aqui a defender as mães dos jovens assassinados pelo BAEP, a força especial da PM paulista, me inteirei dos fatos e passo, não só a companhá-lo como nutrir profunda admiração. Ou seja, o cara enfrentava os leões e os cutucando na própria toca. Só podia ser muito boa gente. Do irrestrito apoio dele para aquelas infefesas mães, ele despontou e o vi falando em diversos órgãos de imprensa - os confiáveis, viu! -, sempre no mesmo tom. Foi uma espécie de amor à segunda vista.

Claudio Silva, ou como alguns denominam, pelo menos os mais íntimos, Claudinho tem cabedal, ou seja, tem passado de luta. O que fez à frente da Ouvidoria da Polícia Paulista só veio a confirmar isso dele ser de luta. Ele, quer queiramos ou não, foi o melhor contraponto na função para tudo o que ocorre dentro da PM. Sempre se apresentou como uma pessoa na exata contramão do que aconteceu dentro daquelas hostes. Impossível, para quem conhece os dois lados dessa moeda, não se interessar, querer saber mais do cara e passar a admirá-lo profundamente. E ainda por cima, fiquei sabendo depois, ele era militante, não só da esquerda, mas petista de carteirinha.

E daí, tudo culmina nodia de hoje, quando vejo numa postagem do amigo Lulinha, que aqui estaria em no SESC, manhã deste sábado. Fiquei intrigado, pois no convite estava expresso: "encontro com apoiadores". Só depois fiquei sabendo que, o lugar foi escolhido por Paulo Ferraz, um paulistano muito do boa pinta, que um dia foi candidato a prefeito em Iacanga. Ele, conhecendo pouco de Bauru, como só conhecia o SESC, ali marcou. Evidente, a conversa política não tinha como acontecer lá dentro, mas ocorreu divinalmente do lado de fora, nos jardins de entrada, debaixo de algumas árvores e com quase todos presentes sentados no chão. E ali, nessas condições se deu uma conversa alvissareira. Ouvi o lamento das três mães presentes e a fala descolada do Cláudio.

A prosa orieunda dele, de como pensa e age na vida está resumida na gravação feita por mim de boa parte do ali propiciado, até o momento da interrupção, quando Agnaldo Silva, o Lulinha, fazia uma longa fala, já misturando alhos com bugalhos. Do que registrei, deu para perceber muito bem quem é Cláudio, de quer lado se encontra nas lutas desta vida e quais suas intenções, se conseguir chegar a ser eleito como deputado estadual nas próximas eleições. Ele será, com certeza, um dos a defender estes todos hoje desprovidos de atenção e significação. Eu, do alto de já ter visto quase de tudo nessa vida, não me deixo empolgar facilmente, mas sou facilmente arrebatado quando diante de alguém com um discurso convincente e onde filtro, por detrás de tudo, a melhor das intenções. Claudio tem este dom e eu não costumo errar. Eis um bom nome para envolvimentos futuros, alguém defendendo com afinco e honestidade a causa dos menos favorecidos e ignorados no balaio de como vai se dando o desenrolar da vida. Tirei poucas fotos e junto delas, outro compromisso, ali assumido, o de fazer no mais curto espaço de tempo, outra prosa, desta feita com o Paulo Ferraz, quando vai me contar sobre isso de querer ser eleito prefeito numa cidade com predominância conservadora e mais que isso, continuar levantando a bandeira petista e da esquerda num reduto rodeado de bolsonaristas de toda espécie. Assim como ClaudinhoPaulão tem muito a relatar. Pessoas como eles me arrebatam, arrebanham e quero logo ouví-los, pois sei, aliás, tenho certeza, deles obterei resultados mais que inesperados de como continuar na lida e luta.

A PEÃOZADA PODE VENCER - GEOXADREZ

sexta-feira, 26 de setembro de 2025

COMENTÁRIO QUALQUER (265)


O QUE AINDA PODEMOS E DEVEMOS FAZER POR REGINA RAMOS
Escrever algo mais sobre a personalidade da atriz, uma das maiorais desta Bauru, a sempre querida REGINA RAMOS seria chover no molhado. Ela se foi deixando enorme buraco em todos que a admiravam. Algo inesperado e doído. Neste momento, passado algumas semanas do seu passamento, uma turma de abnegados amigos quer lhe prestar uma eterna homenagem e faz circular pela cidade um ABAIXO ASSINADO, este sendo encaminhado para vereadores da Câmara Municipal de Bauru, com um intuito bem definido. Abaixo o texto deste documento e de como ainda podemos fazer algo para eternizar ainda mais o nome dessa nossa grande artista:

"A Associação de Teatro de Bauru( ATB), a Associação dos Amigos da Cultura (SAC), o grupo Expressão Poética, a Pastoral Social da Igreja São Judas e as catequistas da Igreja Nossa Senhora de Fátima vem respeitosamente solicitar 'a Câmara de vereadores de Bauru incluir o nome de Regina Ramos, ilustre cidadã bauruense, falecida no último dia 09/09/2025, a Praça do Jardim América, ainda em construção, onde a prefeitura da cidade está erguendo uma nova comunidade.
Regina Ramos foi uma incansável defensora ambiental, cuidando de várias praças de nossa cidade; artista de renome, primeira dama do Teatro Bauruense; poetisa, tendo publicado inúmeras antologias com seus colegas do Expressão Poética; integrante da Pastoral Social da São Judas Tadeu há décadas dava assistência 'as comunidades do Jardim Europa; pedagoga por excelência se apresentava como contadora de estórias e poesia nas escolas de primeiro e segundo graus da cidade estimulando a leitura e, ainda, famosa Mestre de Cerimônias de eventos levando alegria e humor.
Bauru perdeu uma cidadã exemplar neste dia 09 porém a cidade pode homenagea la oferecendo um lugar em nossa história deixando seu nome entre flores e arbustos, onde ela se alegrava e alegrava a todos justamente na comunidade que ela ajudou a crescer. Regina Ramos foi antes de tudo um exemplo de ser humano a ser seguido e é por isso tudo o nosso pedido a esta casa.
SOCIEDADE DOS AMIGOS DA CULTURA
ASSOCIAÇÃO DE TEATRO BAURUENSE
EXPRESSÃO POÉTICA
PASTORAL SOCIAL DA SÃO JUDAS TADEU
IGREJA NOSSA SENHORA DE FATIMA".

O Abaixo Assinado circula pela cidade e cada um pode, buscando se informar nessas entidades citadas em como aderir, assinando e também lutandio para que a Câmara de Vereadores aprove essa brilhante iniciativa.

ALGO SOBRE UM ESPETÁCULO UNINDO VERTENTES DISTINTAS DA DANÇA NA REGIÃO, O "VEJO CORES E GESTOS"
Foi ontem à noite, 25/09, 20h, no Teatro Municipal de Bauru, a apresentação gratuita de um algo mais ocorrendo na região e juntados para para um único espetáculo, numa junção mais que acertada de expressões e formas da dança na região de Bauru. Num momento em que, as atividades culturais locais minguam, alguém ainda pensa em juntar algo daqui e da região, levando-as ao noso palco maior e assim, fazendo com que, todos tomem conhecimento da riqueza do que ocorre por aí.

O parágrafo acima foi escrito com profundo sentimento positivo, após presenciar as apresentações, apoximadamente 30 minutos cada, de três expressivos trabalhos no entorno da dança em nossa região. Tudo começa com o Grupo de Dança Terena Kopenoti, sob a batuta do cacique Chicão Terena, estes pela primeira vez pisando no palco do Teatro Municipal e mostrando para Bauru algo do que ocorre no seio da aldeia em Avaí. Dois grupos de homens, todos com seus trajes de dança, numa coreografia bem singular, produzida por eles mesmos, algo que vem sendo feito desde seus primórdios e hoje, ao mostrá-la, uma forma mais do que expressiva de dizer a que vieram e continuam existindo. Vê-los no palco do teatro foi algo para arrepiar.

Na sequência o Grupo Street Star, da SMC - Secretaria Municipal de Cultura de Lençóis Paulista, com sua coreografia denominada "Brasil", do artista lençoense Marcelo Estrela. Uma formação bem eclética, não primando pelo visual de dançarinos como normalmente se vê, porém com um complemento a demonstrar a pujança do que fazem, uma entrega admirável pessoal no palco. Creio que, de forma não combinada, mas com um vestuário um tanto parecido com o dos indígenas, um complementou o outro e quando se viu, se encaixaram como uma luva um ao outro. O grito dado por todos ao encerramento da apresentação também foi de arrepiar.

E por fim, a Companhia Estável de Dança, dirigida magistralmente pelo competente Sivaldo Camargo, mais uma vez nos dá uma demonstração explícita de sua inquietude, ao charmar os dois grupos anteriores para abrir o expetáculo e este sendo concluído com uma coreografia de Arilton Assunção, que fez parte há muito tempo atrás do rol de espetáculos da companhia, a "Vejo Cores e Gestos". Ali, duas bailarinas mais antigas, Ester e Marcela, que já atuaram neste espetáculo no passado, estavam ao lado de todas as demais, novas, muito dedicadas e conscientes do que ali acontecia. Sivaldo não dá ponto sem nó. Enquanto muitos fazem questão de ver a banda ir passando, ele bola e executa novos espetáculos, numa demonstração de que, querendo nossa Cultura continuará sempre muito viva e pulsante. Pelo menos, onde tiver sua assinatura, essa uma certeza.

A isso eu dou o nome em letras maiúsculas de CULTURA, sem tirar nem por, na exata acepção da palavra. Não foi uma noite de casa cheia, porém os presentes foram presenteados com algo único, propiciado por quem não esmorece, mesmo diante de toda e qualquer adversidade. O que foi visto ontem no palco de nosso teatro é pra orgulhar qualquer um. Rendo homenagens e aplaudo em pé mais essa assinatura com a chancela Sivaldo Carmargo. Por outro lado, não registrei a presença de nenhum dirigente da Cultura municipal presente. Porém, lá estavam presentes muitos do que admiriam e sabem da importância da valorização de trabalhos como o apresentado. Bauru precisa muito disso e dessa valorização. Estamos em tempos onde florescem amenidades, devaneios e licenciosidades boçais, muitas sem sentido e feitas com o intuito da obtenção de algo rentável, nada além disso. Conversar com o Chicão Terena, o empresário Canella, a cantante e encantante Denise Amaral, Ana Bia Andrade e Sivaldo, o diretor, ao final, foi algo ainda maior, pois dessas conversas nascem ideias e planos para algo ainda mais surpreendente. Como é bom termos no quadro do funcionalismo público municipal da Cultura alguém com a disposição e abnegação de um Sivaldo Carmargo.
Regina, Sivaldo, eu, Canella e Ana Bia.

DENTRO DO ESPETÁCULO "VEJO CORES E GESTOS", DA COMPANHIA ESTÁVEL DE DANÇA, A PARTICIPAÇÃO DO GRUPO DE DANÇA TERENA DA ALDEIA KOPENOTI, JUNTO DO CACIQUE CHICÃO TERENA
Eis os terenas de Avaí, sob o comando do Chicão Terena, pela primeira vez no Teatro Municipal de Bauru: 
https://www.facebook.com/henrique.perazzideaquino/videos/645030715060688

UM CONVITE PARA SÁBADO, 27/09, 9H, NO SESC BAURU
Eis o convite publicado no Instagram do SESC Bauru: "O ex-ouvidor das polícias do Estado de São Paulo, Claudinho Silva, realiza uma série de encontros com apoiadores neste fim de semana. Venha participar desses debates com a gente. Em BAURU, dia 27/09, às 9h. no SESC BAURU - Av. Aureliano Cardia 671 – Bauru -SP".

É o suficiente para me estimular a lá comparecer. Em primeiro lugar conheço muito bem o trabalho do CLAUDIO SILVA, quando esteve à frente como Ouvidor da PM Paulista. Enfrentou os "batalhões e seus canhões" com a cara e a coragem, principalmente no triste episódio das mortes ocorridas em Bauru, promovidas pelo BAEP da PM, envolvendo muitos jovens oriundos da periferia bauruense. Desconheço isso de "encontro com apoiadores", porém como sei, o SESC não faz nada político partidário dentro de suas instalações e nem sei como se deu a saída dele da Ouvidoria da Polícia, mas creio, amanhã boa oportunidade, não só para ouví-lo, como entender um pouco mais dessas e outras ocorrências nebulosas ocorridas dentro do estado de SP, este governado pelo fundamentalista e fascista Tarcisio de Freitas.

Não só irei, como me sentirei muito a vontade ao lado de muitas das mães dos tais jovens assassinados, todos ainda em busca de justiça. Como sei, a conversa deve ser boa, elucidativa e esclarecedora, um ótimo momento matinal para, através da boa prosa, conhecer algo mais de como se deram muitas das atrocidades cometidas em nome da Justiça no estado mais rico da Federação. Vamos?

quinta-feira, 25 de setembro de 2025

PALANQUE - USE SEU MEGAFONE (207)


ALERTA GERAL
O Automóvel Clube encontra-se fechado, devidamente abandonado há alguns anos e pra piorar, vejo que sua porta frontal está arrombada e aberta, ou seja, o local já deve ter sofrido invasão e tudo lá dentro sob forte risco. Logo na entrada, defronte as escadas um enorme vitral colorido e correndo risco de sofrer consequências, como poder ser danificado, mesmo quebrado. Quando ocorre invasões, os que a fazem, vão em busca de tudo o que encontram pela frente com característica para comércio. Se nada for feito imediatamente, amanhã poderá ser tarde.

Essa foi minha postagem e na sequência, eis os comentários mais contundentes:
"Frequentei nos anos 70 um bar no térreo e grito de carnaval e um casamento nos anos 90, um belo prédio. Seria muito chic ressucitar o bar. O bar era muito bom, lembra dos sofás em veludo vermelho e madeira entalhada?", Bel Marques.
- "Precisamos restaurar é a nossa alto estima como cidadãos e valorizarmos a história da cidade. A muito tempo que estamos precisando resgatar algo mais que patrimônio, para que não percamos o ELO com a identidade. O bauruense precisa deixar de entregar a cidade nas mãos dos forasteiros e saqueadores que não tem nenhum compromisso com a preservação. (...) Se fosse só o automóvel clube, pode colocar aí na lista do descaso na mesma situação a décadas abandonados a nossa ESTAÇÃO FERROVIÁRIA o VIADUTO... e outros prédios públicos. A prefeita de Birigui não é diferente dos outros que passaram por aqui também não tem nenhum comprometimento com a preservação do patrimônio, nem com a história.
Triste mas também é uma oportunidade para a população refletir.... Uma população que a décadas elege e reelege prefeitos e prefeita de outras cidades sem nenhum vínculo com o patrimônio nem com a nossa história.
", Montinegro Monti.
- "Uma boa pedida para realizar eventos da comunidade. Bauru está morto para vários tipos de eventos e local adequado para realização", Wagner Silvestre.
- "Temos que formar um comitê para salvar nossos prédios históricos...", Dextter Paes Leme.
- "Fiz aí show da AUTOBONECO+< no lançamento de um livro da minha mãe, Sônia K. Brandão; baita prédio, espero que recuperem ", Aran Carriel.
- "Sugestão: um ato público na frente do local pra chamar a atenção", Dulce Maria Kurnbeis.
- "Pergunte aos servidores da secretaria municipal de cultura sobre a proposta de transformar esse local na Pinacoteca Municipal. Creio que a comandante mor nem ligou pra isso", Ronaldo Gifalli.
- "Quando entrei na Academia Bauruense de Letras - ABLetras, as reuniões eram realizadas no Automóvel Clube. Ali fiz o lançamento do meu livro "Memória da terra", uma festa memorável. Ali fiz uma palestra sobre a poesia de João Cabral de Melo Neto. Aquelas arcadas têm história. Aquelas arcadas são históricas. Não matem a história", José Carlos Brandão.
- "Eu vi e me deu vontade de invadir pra fechar a porta, passar uma corrente e cadeado, mas aí eu estaria cometendo crime, se me pegassem vish... e eu nem dou conta de fazer isso, as costas não permite. Triste demais...", Giselle Maciel.
- "LEGADO DE TERMOS UMA INCOMPETENTE NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA SE bobear vira igreja evangélica picareta", Fernando Rafael Alves Pereira.
- "Todo dia uma notícia para aumentar os casos de abandono da cidade, essa prefeita está destruindo a cidade, secretarias, escolas, áreas culturais, árvores...terceirizacoes desastrosas , câmara emparelhada ... A cidade está devastada! Só defende e não vê, os alienados da igreja dela ou os imbecis com saudade das motociatas...", Jean Morales.
- "Frequentei muito, inclusive os carnavais. Salvo melhor juízo este imóvel é particular e não do município, assim as consequências será o fim gradativamente. A não ser, caso seja particular, o município “tombar” como patrimônio. É mais um descaso das diversas prefeituras, inclusive a atual, que vem há muito tempo sem cuidar/tutelar os patrimônios do município, vide a estação ferroviária", Marcos Garcia.
- "Total descaso com os Edifícios tombados! Talvez se estivessem localizados em Birigui seriam melhor conservados...", Dirceu Mosquette Junior.
- "O Descaso da Prefeita e demais pessoas responsáveis pelo prédio do Automóvel Clube, demonstra o abandono que está Bauru, um predio público da monta do Automóvel Clube, que é tombado pelo patrimonio, não pode ser abandonado pela prefeitura municipal, vai acontecer com ele o que aconteceu, com a nossa estação, orgulho de Bauru, que foi adquirida pela prefeitura, e hoje encontra-se inderditada pelo Ministério Público de Bauru.", Jair Fontão Odria.
- "Mais um patrimônio histórico que Apesar de tombado pelo município, está a mercê do abandono, do descaso aguardando a ruína. Salvo engano o prédio , ainda, é particular e com problemas de alguns herdeiros não concordarem com a venda. Sugestão seria a prefeitura fazer acordo ou concessão do imóvel. Vamos torcer e aguardar uma solução. O prédio restaurado vai ser o lugar ideal p atividades culturais e sede da pinacoteca do munícipio", Marli Baccan.
- "E o centro da cidade está apodrecendo. Todos os estabelecimentos vizinhos já foram invadidos e/ou abandonados. Tudo por causa dos dependentes químicos que tomaram conta e do descaso dos administradores da cidade.", Thiago Artioli Azevedo

DESTELHOU O TERMINAL RODOVIÁRIO, SOBROU PARA O CAIXOTE LITERÁRIO
Algumas semanas atrás o pessoal da Emdurb disseram estariam mudando a localização do Caixote literário, mantido ali para distribuir livros entre os frequentadores do terminal rodoviário de Bauru. Avisaram que, iriam retirar o mesmo da plataforma de embarque para diante dos guichês de venda de passagem. Eu e Rose Maria Barrenha, quem municiava de livros o caixote, ficamos em compasso de espera.

Veio o fatídico dia de segunda, 22/09 e aquela ventania destelhou parte considerável do terminal. O mesmo necessitará de ampla reforma em seu teto. Foi quando Rose recebe a ligação se não poderáimos retirar o caixote, pois não mais seria instalado. Ficamos sem entender, mas lá estivemos e carregamos o mesmo para lugar seguro. Pelo que sei, o terminal deve passar por breve e urgente recuperação. Isso não inviabilizaria a instalação do caixote quando de sua reabertura. Preferiram como na história do homem traído, que tira o sofá da sala e assim, acredita tudo resolvido.

O caixote estará muito em breve fixado num outro local. O que ocorre nessa esdruxúla administração municipal e neste caso específico é mais um sinal de como é tratado a questão literária dentro do modal cultural em execução pela incomPrefeita Suéllen Rosin e sua equipe. Para quem fechou quase a totalidade das bibliotecas ramais, essas localizadas todas na periferia e deu sumiço com os livros lá existentes, bloquear um mero caixote, onde livros eram distribuídos aos interessados, nenhuma surpresa ou novidade.

quarta-feira, 24 de setembro de 2025

CENA BAURUENSE (268)


NOS INTERVALOS DO PEGA PRA CAPAR, APRESENTO MINHAS FOTOS DE COMO VOU ENXERGANDO ESSA CIDADE

01. Publicado em 01.07.2025: 
Na avenida Luiz Edmundo Coube, defronte a Unesp, onde um dia funcionou um restaurante, no que restou de uma parede, mensagem ali plantada com a intenção de colocar pra funcionar a cuca de quem lê.

02. Publicado em 04.07.2025: Visitei hoje uma senhora, do alto dos seus quase 80 anos e sem querer identificá-la, muito menos declinar seu nome, fiquei impressionado como toca sua vida de forma aprazível, me conquistando logo de cara. Com uma placa fixada na entrada, junto da porta de sua casa, deixa muito bem delimitado como procede, inclusive com as cores ao fundo da mensagem. Sabe aquelas pessoas que, você encontra pela primeira vez e já são arrebatadoras? Pois bem, estive diante de uma dessas na tarde de hoje e o toque recebido logo na chegada foi decisivo para entender com quem estaria me deparando.

03. Publicado em 05.07.2025: O "Ferro Velho das Meninas", lá nos altos do bairro Santa Edwirges, quando o vi, com elas trabalhando arduamente para sua manutenção, só reforça o que já sabia: elas podem tudo e estão em todas.

04. Publicado em 07.07.2025: Essa é uma casa de madeira, que pelo que sei, nunca foi uma residência. Localizada na avenida Nossa Senhora de Fátima, jardim América, abriga o escritório comercial de uma família tradicional. Conheci o Sabugo, com quem trabalhei na Bradescor, décadas atrás, filho do proprietário, hoje herdeiro do lugar e desde aqueles tempos, incrustrada numa das esquinas mais movimentadas do bairro, hoje ali permanecendo, enraizada e numa espécie de cartão postal - ou de visitas - da região. A esquina nunca mais será a mesma se um dia essa casa, sem cercas e grades dali for removida.

05. Publicado em 08.07.2025: Uma das cenas mais repetidas pela periferia de nossas cidades, inclusive Bauru são os tênis - nunca sapatos, pois já quase não se usam mais sapatos - pendurados nos fios elétricos. Este aqui focado é um dos tantos lá pelos altos do jardim Bela Vista, dentre tantos, espalhados como uma espécie de demarcação de território ou uma árvore nataliana às avessas.

06. Publicado em 09.07.2025: O Fortunato Rocha Lima é um bairro, na beirada da rodovia que liga Bauru à Marília e está em plena e constante mutação. Ou seja, seus moradores fazem o que podem para levantar com as próprias mãos um lugar digno para morar. Ontem, presenciei um mutirão de morasdores auxiliando outro a levantar sua casa com palets e na entrada da rua Benedito Daniel, um velho ônibus servindo de residência junto a tudo o mais, num esforço coletivo muito grande para não ter ninguém ao relento.

07. Publicado em 11.07.2025: Quem tem vontade de pedalar pelas imediações do parque Vitória Régia e não tem sua própria bicicleta não passa vontade. O dono dessa kombi a estaciona diariamente ali nas imediações, senta numa cadeirinha de praia, protegigo por uma providencial sombra e fica aguardando prováveis clientes e amantes do pedal. Tem várias opções para atender seus clientes.

08. Publicado em 12.07.2025: Muro localizado numa casa bem detrás do Cemitério Cristo Rei, altos do que um dia foi o Grande Bela Vista e hoje já é o Fortunato Rocha Lima, esbanja a filosofia da periferia e faz pensar.

09. Publicado em 22.07.2025: No vidro traseiro de carros e mais carros espalhados por Bauru, afora e adentro, numa clara manifestação dos neopentecostais, os tais necessitando propalar o que fazem - e também o que não fazem - como prova inconteste de fé. Religioso normal ou leitor sem neuras, não precisa se vangloriar de ler somente um livro, pois isso é muito reducionista. Restrição é também uma forma de castração. Quem lê mesmo de verdade o faz de forma diversa, ampla, geral e irrestrita. Daí, já penso em ampliar o que vejo e fazer adesivos, mais ou menos com estes dizeres: "LEIA SARAMAGO, AMADO, VERÍSSIMO, CORALINA, LISPECTOR, MEIRELLES, SUASSUNA, HILST, MORAES, BLANC, MARX, GALEANO, BORGES, CAROLINA, GATTAI...". Que tal?

10. Publicado em 24.07.2025: Parei tudo o que fazia quando vi o morador em situação de rua com um pedaço de revista, lendo em voz alta para outro na mesma situação. A vontade que deu foi a de sentar ali do seu lado e ficar escutando o que estava lhe interessando naquele pedaço de papel. Cena observada num dos cantos da praça Rui Barbosa, centro bauruense.

11. Publicado em 27.07.2025: Seu Fábio é como este HPA, um dos bate cartão todo domingo na Feira do Rolo. A diferença é o estilo de sua apresentação e performance, pois esbanja não só simpatia, como exuberância no quesito vestimenta. Em cada domingo, uma nova indumentária, sendo já considerado o com vestuário de melhor esmero. Até bem pouco tempo era funcionário da Associação dos Aposentados, ali no largo da feira, rua Julio Prestes e hoje, desfila todo domingo e pode ser visto nas mais movimentadas rodas de conversa no espaço mais democrático dentro da cidade de Bauru.

12 - Publicado em 29.07.2025: Este prédio residencial, no coração da avenida Rodrigues Alves está interditado, mas as lojas no seu térreo podem funcionar, porém só uma permanece aberta, numa espécie de "O último dos Moicanos".

13 - Publicado em 31.07.2025: Circulando pela cidade, num poste na vila Cidade Universitária, algo a enobrecer quem ali fixou algo contundente sobre um ser execrável deste mundo atual. Achei tão interessante o cartaz, tanto que, fui atrás de quem o produziu e também estarei fixando alguns cidade afora. Quem se interessar em ter alguns pela aí, basta avisar, que o fixador de plantão estará à disposição para execução de tão nobre função, enfim, o tal meliante precisa ser mesmo imediatamente encarcerado, pelo bem geral do planeta.