terça-feira, 30 de abril de 2024

INTERVENÇÕES DO SUPER-HERÓI BAURUENSE (173)


ONDE VAI DAR ESSA QUEDA DE BRAÇO?
Pois bem, a alcaide bauruense Suéllen Rosim, aquela que não tinha intenção nenhuma de ser eleita prefeita, mas o foi e assim sendo, já que o mandato lhe caiu nas mãos assim de bandeja, sem nenhuma planificação ou projeto para realizar, descobre descaminhos e, a partir daí, a infelicidade começa a incidir e penalizar Bauru. "Ninguém mandou votar nela", poderia dizer o gaiato. Pois bem, votaram, aliás, a imensa maioria dos seus eleitores, num protesto, diante de candidatos que não lhe satisfaziam.

Tudo começou assim e hoje, a cidade vivencia uma triste queda de braços entre a alcaide e a sua Câmara de Vereadores, ou melhor, parte dela, mais precisamente oito vereadores, que dentre os dezessete, não concordam com o seu modus operandi de governar, tudo culminando com uma tentativa de aprovar a toque de caixa a privatização do seus sistema de água e esgoto, numa espécie de cheque em branco, quando aprovariam, sem lastro do que vai ser feito, R$ 3,5 bilhões. Diante de outros procedimentos nada recomendáveis, estes oito estão não só com o pé atrás, mas cientes do grande perigo do que está em curso.

Guardião, o super-herói bauruense, sempre atento a tudo o que acontece nas entranhas desta cidade, acompanha com a devida atenção os últimos lances desta intrincada queda de braço. "O bom senso, no mínimo, sugere para não aprovar nada no afogadilho, mas no caso bauruense é algo além disso. Por que tanto interesse na aprovação se existe no caixa da Prefeitura dinheiro suficiente e de sobra para terminar a ETE - Estação de Tratamento de Esgoto? Isso intriga e por si só, diz para tomar cuidado com uma aprovação, ainda mais pela forma inusitada, sem um projeto consistente. Inexplicável. Como alguém pode querer aprovar algo sugerindo que, depois se vê como tudo vai ser feito. Não dá", começa sua fala nosso capa e espada.

A pauta de votação na Câmara foi travada não pela vontade dos vereadores, mas por decisão da alcaide. Ele foi manipulando os movimentos do jogo político, com tudo desembocando na situação atual. Guardião mostra algo como saídas para a situação: "O fato é que a situação beira a um limite de acirramento, onde até censurar os vereadores na sua função primeira, a de fiscalizar e investigar o Executivo já está se consolidando. Lastimável é pouco para definir a situação. A melhor saída é a alcaide retirar o regime de urgência, liberar a Câmara para todas as demais votações numa fila já grande de projetos, mas pelo visto, ela não agirá neste sentido. Prefere jogar a culpa no grupo dos oito vereadores, que pediram vista e assim o projeto dela não é levado à votação. Vereadores sugeriram algo e levar em consideração isso é ir além do confronto. Um deles propôs um plebiscito onde o povo decidiria se quer ou não a privatização e noutro uma grandiosa greve dos servidores municipais, podendo ser estendida para outros segmentos, mostrando pra alcaide a insatisfação com suas atitudes. São dois fantasmas pela frente e ainda existe outro, este também resolvendo tudo, até de forma mais contundente, ou seja, o adentrar em campo do Judiciário, que diante de tanta arbitrariedade e barbaridades, levaria a questão para um plantão policial, enquadraria os excessos e restabeleceria a normalidade na cidade. Qualquer coisa fora disso é o caos estabelecido e isso num ano eleitoral", conclui Gardião.

OBS.: Guardião é obra do traço do artista Gonçalez, com pitacos escrevinhativos do mafuento HPA.

outra coisa
EM BAURU, CIDADE FÉRREA, ALGO LEMBRANDO A DATA?
Até alguns anos atrás as comemorações do Dia do Ferroviário era, sempre lembrada com alguma atividade dentro do Museu Ferroviário Regional de Bauru - MFRB. Por motivos que todos sabemos, infelizmente, nenhum dos nossos três museus municipais teve sequer um dia aberto nessa administração da incomPrefeita Suéllen Rosin. Falta de vontade política neste sentido, daí, com todos fechados, estamos mais e mais perdendo esse importante elo de ligação com quem foi a fonte principal de nosso progresso, a ferrovia e, consequentemente, os ferroviários. Já fui em evento com casa cheia e ampla participação de ferroviários, ainda mais numa cidade onde cresci ouvindo uma frase a demonstrar a importância deste segmento para Bauru: "Difícil uma família por aqui que não tenha alguém com laços férreos". Eu tenho, pai e um dos avôs. Creio eu, por tudo o que ainda está em pé, resistindo ao tempo, edificações grandiosas e muita história por detrás delas, isso precisa ser resgatado e revivido. Tomara essa administração passe rapidamente e possamos resgatar não só nossos museus, como essa parte de nossa história, cada vez mais ofuscada. Eu não me furto de lembrar sempre: VIVA OS FERROVIÁRIOS!

FORAM TODOS BEM AVISADOS

segunda-feira, 29 de abril de 2024

COMENDO PELAS BEIRADAS (144)


O DIREITO DE GREVE E O POSICIONAMENTO DO CORONEL MEIRA
Eu pensei que nunca iria ver algo assim dito por quem um dia foi comandante maior da Polícia Militar do estado de São Paulo, o hoje vereador bauruense, Benedito Roberto Meira. Sim, acabo de ouvir e , confesso, não posso permanecer quieto, calado e contido. Tenho que botar os bofes pra fora. Ele acaba de dizer algo muito sério em alto e bom som quando do começo de sua fala, os tais dez minutos que cada vereador tem direito diante da Tribuna da Câmara de Vereadores.

Ele, como a metade de nossa Câmara está mais do que injuriado com os métodos administrativos da atual alcaide, a fundamentalista Suéllen Rosin e diante de tudo o que sabe ela faz para manter o parlamento bauruense com sua pauta trancada, profere uma fala inusitada, pelo menos para ele, que diz textualmente nunca ter podido fazer qualquer espécie de greve, pois sendo policial militar, isso é vedado pela Constituição Federal. Diz, porém, existir somente uma situação para os servidores municipais terem seus reajustes votados e também barrarem o ímpeto da alcaide na sua irrefreável vontade de fazer uso de quase R$ 4 bilhões, sem a existência de projeto nenhum respaldando a dinheirama sob sua responsabilidade.

Ele mesmo responde e isso às vésperas do DIA DO TRABALHADOR, este tão vilimpediado com o quase fim dos seus direitos trabalhistas. Dia 1º de Maio o dia destes e hoje, dia 29/4, Meira afirma categoricamente ser somente a GREVE, a única forma deste conseguir, através de 100% de paralisação, vergá-la e fazer retroagir em suas intenções maléficas para com a cidade. Entenderam? O cara que foi coronel da PM, que reprimiu movimentos grevistas, sempre à serviço do Estado, hoje reconhece, diante de tamanha atrocidade em Bauru, a greve como instrumento legítimo e a alternativa mais viável, rápida, segura, confiável e legitimada pela legislação, para vergar a alcaide.

Que posso dizer diante de ouvido agora mesmo na sessão da Câmara? Tenho que, mesmo olhando para trás com muita desconfiança, mas reconhecendo ele ter meditado muito, até chegar na conclusão mais óbvia, a de que, este instrumento, a GREVE, pode e deve ser utilizada pelo trabalhador, quando este se vê numa situação como a atual. Ele, reconhece estar de mãos atadas, reconhece nada poder fazer e joga tudo para que o trabalhador faça o que eles, vereadores, estão sendo incapazes e vergonhosamente, ineficientes e incompetentes para fazer. Pois que venha a GREVE e restabeleça a ordem e faça com que Suéllen Rosin não só se vergue, mas também seja, com o transcorrer do processo em curso, merecedora de severa punição por todo o mal que tem proporcionado para Bauru. E que o coronel, hoje na reserva, esteja à frente do movimento, não permitindo qualquer violência por parte da PM, se essa for chamada a intervir no imbróglio. E tenho dito!

ALCAIDE DECLAROU PUBLICAMENTE QUEM ELA ACHA CULPADO PELO TRAVAMENTO DA CÂMARA, PASTOR BIRA
A alcaide Suéllen Rosim é de uma cara de pau de endoidecer gente sã. Na verdade, até as pedras do reino mineral sabem, ela tenta inverter tudo e ainda sair da situação como quem tenta algo de positivo, mas para cair nessa, se faz necessário, no mínimo, desconhecer a trajetória de desarranjos da incomPrefeita desde seu primeiro dia de desGoverno.

Quem provocou o entrave foi ela, a alcaide e não o vereador pastor Bira. Ela provocou a trava e sua continuidade. Evidente isso, latente e pulsante. O que Bira fez foi pedir vistas e sentar em cima do processo de votação, adiando-o até não sei quanto, ou até a alcaide explicar dos motivos de tanta querência em aprovar R$ 3.5 bilhões para privatização água e esgoto em Bauru, quando é do conhecimento geral que, com os R$ 300 milhões, que a Prefeitura possui em caixa, dinheiro carimbado para essa finalidade, daria para terminar a obra e sobrar muita grana.

Todos os vereadores de oposição, 8 no total, querem saber mais detalhes dos motivos dela querer tanto estes R$ 3,5 bilhões, sem justificar, sem ter argumentos para tanta grana. Ela joga pro futuro, como se a cidade fosse obrigada a engolir algo sem nenhuma fundamentação consistente. Travou a votação e nada mais justificável, como única arma disponível, a oposição ir barrando a votação. É exatamente isso que Bira faz. Já Suéllen insiste, não aceita retirar o reguime de urgência da votação, possibilitando diálogo, maiores explicações, pois, sabe-se, elas não existem.

E daí, a alcaide tenta engambelar a cidade, como o fez numa live no último final de semana, jogando a culpa no pastor Bira. Acredita quem quiser, ou melhor, quem não possui muita informação e gosta de engolir gato por lebre. Bira não se deixa levar. Inicialmente esteve ao lado do posicionamento da alcaide, mas sua ficha caiu, depois de ouvir a opinião de sua comunidade, os moradores do Rasi. Após isso, não só aderiu ao grupo da oposição, como se torna um dos mais contundentes e contrários as malversações promovidas pela alcaide. Como retaliação, teve até problemas em seu partido, quando lhe comunicaram não teria mais espaço para tentar a reeleição. Ele toca o barco e ciente de estar do lado certo, enfrenta tudo de peito estufado, sem nenhuma possibilidade de voltar para trás.

Bira mudou pra melhor, já a alcaide não mudou um milímetro de seu tacanho posicionamento político, daí, tomara algo ainda ocorra para mudar o voto de, pelo menos um dos 9 ainda favoráveis, meio que cegamente aos ditames prescritos pela alcaide.

domingo, 28 de abril de 2024

MEMÓRIA ORAL (305)


O XV DE JAÚ PODERIA TER SUBIDO HOJE – FUI CONFERIR ALGO DO ENVOLVIMENTO DE UMA CIDADE E DA DECEPÇÃO AO FINAL DA PARTIDA

Domingo passado em Americana, o XV de Jaú empata lá com o Rio Branco e, assim a possibilidade de decidir em casa, com direito a vantagem pelo empate, se sobe de divisão, deixando a Bezinha, onde está há muito tempo, para a Série A3 do Paulistão. O XV é um dos tantos times tradicionais do interior paulista, com uma história mais do que valorosa. Diante de tanto tempo tentando subir, sei o quanto isso deve estar mexendo com a cabeça do jauense. Ciente disto, convido um amigo para irmos presenciar juntos essa real possibilidade de ascensão.

Já imaginando o campo lotado no dia, peço ajuda para Emerson Luiz, radialista em Bauru na 96Fm e comentarista, junto com seu pai Lourival Sandi, na rádio Jauense, uma das duas transmitindo o futebol naquela cidade. Ele me indica um local onde os ingressos são vendidos de forma antecipada. Faço contato com o Bar do Célio, tradicional point dos esportistas jauenses, localizado em região nevrálgica na rua Quintino Bocaiúva. Envio o valor correspondente em PIX, ele me envia foto dos ingressos e diz: “Venha tranquilamente, pois o bar estará aberto desde às 7h e não fechará no horário da partida. E mais, se tiver festa, ela ocorrerá aqui”.

Convido quatro diletos amigos para irmos juntos nesta “barca”, mas ao final, somente um topa. Os demais com outros compromissos assumidos para o domingo. Eu e Kyn Junior, saíamos na manhã deste domingo, precisamente 8h rumo à Jaú. Antes das 9, estávamos defronte o bar. O lugar é encantador para os aficionados por futebol, pois em suas paredes toda a história do XV e de todos os times paulistas. O segundo mais representado é o Santos, o do coração do proprietário. Ele me mostra um quadro homenageando o Noroeste e um seu amigo, o goleiro Válter, que começou jogando no XV, depois Noroeste, Corínthians e hoje, no Cuiabá. Falo que quem quase veio de longe para ver hoje o jogo é o craque Afonsinho. Diz também ser seu amigo e me mostra outro quadro, onde ele barbudo defende o Santos, decisão contra o Palmeiras, com Pelé em campo.

Decidimos ir pro campo às 9h10, seguindo orientação do Célio. “Hoje o campo vai estar cheio. Daqui é perto, quando ver o monte de carros, pode ir parando, pois lá perto, uma hora dessas não vai achar mais nada. Mas vá logo, para sentir o clima lá com a torcida”. Estaciono dentro de uma área anexa ao estádio, pela bagatela majorada só neste dia, R$ 20 reais. Uma gostosa muvuca na chegada, com quadra interditada, como não se via nas imediações do estádio fazia muito tempo. Nas calçadas vendido desde bandeira, bandana, faixas, bonés e camisetas. Diante do portão principal uma imensa fila e até um orientador, com megafone às mãos, sugerindo qual a melhor maneira para facilitar a entrada sem maiores problemas.

Quase junto ao portão, uma bela loja com produtos com a marca oficial do XV de Jaú e neste domingo, diria, mais que movimentada, cheia. Como em todo estado paulista, a cerveja não é vendida dentro do estádio e assim sendo, filas nas barracas e isopores das imediações. Na primeira olhada para a torcida, algo a diferenciando de todos os demais jogos. Famílias inteiras ali presentes e muitas mulheres, algumas delas em grupo, sem a presença de homens. Algo chama a atenção, muitos torcedores idosos, todos envergando velhas camisas do XV, acompanhados e amparados de seus filhos. Algo assim cala fundo, pois lindo demais essa identificação com a camisa do time de sua aldeia.

Dentro do estádio, manhã de sol quente, as árvores ao lado da arquibancada são todas ocupadas, lugar muito disputado. O estádio não está cheio, mas tomado pelas cores verde amarela, a do XV e espalhados por todos os cantos, camisetas as mais variadas, sua maioria não de torcidas uniformizadas, mas do time do coração. Ver mulheres, novas e muitas idosas envergando a gloriosa camisa do XV é algo para entender bocadinho de como se dá isso da paixão de uma cidade pelo futebol. Existe espaço para circular e na parte coberta, onde estão dois bares, movimentação intensa e por ser um dos locais mais altos, uma brisa reconfortante, não existente nos demais lugares. O batuque da torcida organizada invade todos os espaços, mas o mais impactante são os atos individualizados dos torcedores, como o do pai, para proteger o filho do inclemente sol, faz uma casinha com uma caixa de papelão.
Oito mil e 300 pessoas em campo.

A partida em sai foi decepcionante. O XV até começou com bom ímpeto, mas foi dominado, como disse meu parceiro Kyn Jr, querendo se mostrar entendido nos meandros do futebol: “O time deles é muito mais alto, melhor posicionado e sabe ocupar melhor os espaço do campo. Não precisou muito para se impor e diante de duas falhas, virou o primeiro já com a vitória assegurada”. O vejo comentando com todos ao lado e parece, obtendo concordância para suas explanações. Por fim, quando a viola já estava em caco, mais da metade do segundo tempo transcorrido, me fala ao pé do ouvido, como um bidu diante de sua lâmpada mágica: “O Rio Branco está mais perto de fazer o terceiro do que o XV o seu primeiro”. Não deu outra e em questão de minutos, isso se consolida. Não deu pra contestar, pois em questão de minutos isso aconteceu de fato.

A chance era realmente muito grande, mas para realiza-la se fazia necessário ao menos empatar e isso não foi possível. O XV não assustou em nenhum momento, não conseguiu impor seu jogo e assim, se deixou vergar dentro de casa. Ouvi toda a narração pela voz do Lourival Sandi, baluarte do microfone no interior paulista. Num certo momento, a transmissão foi interrompida, pois acima das cabines onde transmitia, jogaram um balde de água sobre sua aparelhagem, água caindo também nos torcedores embaixo, na arquibancada. Sandi, lavado, consegue que a aparelhagem volte a funcionar e segue seu trabalho, assim como a imensa maioria dos presentes, esperando a vez do XV chegar. Não foi desta vez, mas diante de tanto tempo na fila de espera e de tudo o vislumbrado e possibilitado com a quase ascensão deste ano, tomara este amor se intensifique, frutifique e não esmoreça.

Na saída, muitas lamentações, mas ninguém propondo na além disto. O jogo, no todo, deixou a desejar, ou melhor, o XV deixou a desejar e assim, nada como desdizer algo do momento vivido e da oportunidade perdida, mas resignação bem assimilada. Dos tantos espalhados em torno dos pontos abertos, cerveja gelada em promoção e dos planos para o futuro. De um deles Kyn Jr ouve algo e me conta: “Eu dou todo ano uma motocicleta para ajudar, minha contribuição, mas vejo que ainda falta algo mais”. Descemos para as despedidas no bar do Célio e agora, intensa movimentação, sua filha o ajuda, não consegue nos dar atenção, pois a casa está cheia e ele lá do fundo grita, “torcedor do XV não desiste, nossa hora chegará”. Vejo um senhor com camiseta toda autografa e lhe pergunto se ali tem uma do japonês Kazu. Ele diz que “nessa não, essa é de 1976, inesquecível para nós e mantida por mim como amuleto”. Assim nos despedimos da cidade, ainda circulando em algumas mesas. Em nenhuma delas, algum tipo de animosidade pelo fato de sermos de Bauru, torcedores do Noroeste, antigo rival do XV. Enfim, havíamos ido lá declaradamente para nos juntar aos torcedores do XV.




e mais essa para lacrar o dia
MEU SONHO ERA PROPICIAR ALGO ASSIM EM BAURU
https://istoe.com.br/e-bar-livraria-cafe-e-tudo-isso...
O Mafuá do HPA possui acervo suficiente para isso. Falta a grana para o empreendimento. Sonhar é preciso. Imagino um dia, recursos vindos lá do céu e eu recuperando, revitalizando, restaurando e devolvendo pra cidade o espaço onde um dia funcionou a Churrascaria Gaúcha, esquina na Antonio Alves com a Primeiro de Agosto. Acredito eu, até por conta de realizar este sonho, continuo jogando regularmente na loteria...

sábado, 27 de abril de 2024

CARTAS (228)


DUAS CARTAS DESTE HPA, COM AS DEVIDAS RESPOSTAS:
1 - Caro Ricardo Kotscho
Espero te reencontrar bem em sua Porangaba. Talvez vc não se lembre de mim, mas eu muito de ti, enfim te acompanho desde muito tempo. Sou jornalista (sem diploma), escrevo desde muito tempo aqui pelas rebarbas e possibilidade de minha aldeia, Bauru SP. Vc esteve aqui no lançamento de seu livro de memórias. Foi uma noite e tanto. Seu livro continua em lugar de destaque na minha biblioteca. Dias atrás, num sebo daqui, achei esse, o "Cartas do Brasil" e como escrevo muito sobre personagens "menores", tipos populares, gente simples dentro da imensidão desta vida, me autointitulando "historiador das insignificâncias", vi no teu livro mais uma inspiração. O devorei quase de uma só sentada. Os relatos do fim do desGoverno de Collor são doídos, mas os do bolsonarismo, para mim, doem muito mais, pois não acabam e pelo visto, não acabarão enquanto viver. Luta contínua. Escrevo só para dizer do livro lido e pra te mostrar um texto escrito ontem e publicado no meu Facebook, com meu nome completo e depois no meu blog pessoal, o MAfuá do HPA. Queria te mostrar o que escrevi movido pelo que acabo de ler. Quando escreve sobre os populares, sobre a pulsação aqui do lado de cá. Estes me movem muito e muito. Faça contato. Como vão as coisas, a aposentadoria (a minha chegará ano que vem, quando completar 65 anos), o jornalismo hoje e diga dos planos. A gente sempre tem planos, mesmo, como eu, já tendo dobrado o Cabo da Boa Esperança. Espero te reencontrar cheio de gás e pronto pra outras. Baita abracito bauruense de alguém quer sempre te teve como inspiração. HENRIQUE PERAZZI DE AQUINO - BAURU SP

Resposta do KOTSCHO: “Caro Henrique Aquino, Gostei muito das tuas histórias da vida real e seus personagens anônimos. É isso que tá faltando na nossa imprensa, cada vez mais voltada para os gabinetes oficiais e distante do cotidiano dos leitores. Nem me lembrava desse livrinho “Cartas do Brasil”... Estou no UOL News, onde faço comentários no jornal das 17 horas duas vezes por semana, participo todos os dias da reunião de pauta às 9 da manhã e escrevo uma coluna, agora quinzenal. Às quartas-feiras, tenho um programa ao vivo, às 16h30, no portal My News, chamado “Pergunte ao Kotscho”. É isso: o pessoal manda perguntas sobre qualquer assunto e eu tento responder... Dá uma olhada... Vida que segue. Abraços, Ricardo Kotscho”.

2 – “Meu caro amigo AFONSINHO, aqui é o HPA de Bauru. Afonsinho, domingo agora, como você já deve saber... Fiquei muito emocionado quando você citou o Noroeste na sua última coluna na Carta Capital, quando ele e o Velo Clube subiram novamente pra Série AI do Paulista. E neste domingo, o XV de Jaú vai sair daquele marasmo, emaranhado do futebol que é a Bezinha, a Série D. Agora fizeram até a A5 aqui em São Paulo. Uma loucura, mas o Xv vai jogar neste domingo às 10h da manhã, contra um outro que já foi grande aqui no interior paulista, o Rio Branco de Americana. Já pensou isso aí no passado, XV de Jaú e Rio Branco? Era um confronto muito bom, o Rio Branco também já foi grande e o XV tem uma história. Eu vou sair aqui de Bauru e vou lá assistir, 10h da manhã o jogo. Eu vou sair daqui 8h, antes das 9h, mais ou menos 8h45 devo estar lá em Jaú. Já reservei o ingresso no Bar do Célio, passo amanhã cedo pra pegar e vais estar a cidade toda lá, né! Imagina, você vindo pra cá Afonso. Pega um ônibus aí no sábado à noite, desses da Reunidas que chega em Jaú bem cedo. Conforme for te pego até na rodoviária e de lá nós vamos. Você tem parentes e amigos muito grandiosos em Jaú, daí imagine o XV subindo e o Afonsinho, um dos sempre lembrados por aqui, presenciando tudo. Ia ser maravilhoso. Afonso, pense a respeito. É um momento histórico esse ressurgimento e a volta do XV, numa possibilidade mais do que concreta, realdo XV subir de divisão. Eu, como bom bauruense e gostando de todo futebol aqui do interior, eu vou estar presente, tenho que ir lá prestigiar, testemunhar este retorno e imagina o Afonso estando aqui e chegando lá de surpresa, que loucura ia ser.

Resposta do AFONSINHO: “Boa noite, Henrique, só agora pude ouvir aí sua simpática mensagem. Pra você ver como as coisas estão aí, eu não tinha nem notícia de quer o XV tinha um jogo decisivo aí pra subir. Felizmente eu só vejo agora, com você me tentando aí. Essa tentação de pegar um ônibus, que é o que eu faço vez ou outra. Tô até pra ir pra Jaú, acho que passando o 1º de Maio, a primeira oportunidade eu vou. Uma ou duas vezes por ano eu pego o ônibus aqui, saio de onde moro, em Paquetá, pego lá na Novo Rio e amanheço lá. Mas dessa vez não vai dar. Tô vendo só agora e também não ia ser possível. Mas você me representa. Tô representado lá. GALO, NORUSCA, Avante, abração".

MENSAGEM ENVIADA A MIM POR JAIR FANTÃO ODRIA, 80 ANOS, DIANTE DE MEU ESCRITO DE ONTEM SOBRE TENTATIVA DA ALCAIDE EM CALAR VEREADORES
Nunca pensei, em meus mais de oitenta anos, que iria ver em Bauru, uma situação tão deprimente, causada por uma pessoa que chegou ontem aqui, que se elegeu prefeita, que conseguiu uma expressiva votação, eu mesmo votei nela, e pela primeira vez em minha vida arrependi de te-lo feito, mas desde o primeiro ano de administração, fatos, digamos estranhos, tem vindo à baila, e agora chegou numa situação estarrecedora, fato nunca acontecido, a união dos nove vereadores, em favor da alcáide, que lhe da a certeza de ganhar todas as disputas, mesmo essa da concessão da ETE, pois se temos R$300.000,000,00, de reais na caixa do fundo de tratamento de esgoto, o porque endividar a cidade, e nos fazer pagar uma divida que será contraída de três bilhões e quinhentos milhões de reais, quando técnicos e engenheiros, afirmam que os milhões em caixa, são suficientes para terminar a ETE ou fazer uma nova, e ainda sobrarão alguns milhões no caixa.

ADHAM MARIN, EMBAIXADOR BAURUENSE, ESTUDANDO MEDICINA NA ARGENTINA EM MAIS UM DIA NAS RUAS E LUTAS: ATRÁS DE AXEL KICILLOF E CRISTINA KIRCHNER

Hoje mais um dia de resistência do argentino nas ruas. Por dois momentos, as duas mais importantes figuras públicas a representar a esperança de dias melhores, dignos representantes do peronismo fazem falas nas ruas e lotam estes espaços. Quem nos envia notícias, pois lá se encontra é ADHAM MARIN, estudante de Medicina em La Plata, cercanias de Buenos Aires. Ele me instiga a acompanhar junto dele os acontecimentos e a luta do povo argentino por libertar-se do regime da motosserra. “Estou em Quilmes, no Conurbano, discurso do governador da Província Axel na comemoração dos 21 anos da eleição histórica de Nestor como presidente. Aguardando a fala da Cristina”. E me complementa: “Estou muito feliz por viver isso aqui”.

Sai correndo da fala do Axel e parte para outro lugar, onde Cristina falaria na inauguração de um estádio com o nome de seu falecido marido, ex-presidente argentino, Nestor Kirchner. Ele me diz da dificuldade de postar, pede calma e o faz já no trem, quando retornando para sua casa, começo da noite. Pergunto a ele da emoção de ouvir pessoalmente Cristina. Ele: “Como se eu tivesse visto o Lula, que nunca vi e sempre quis, chorei igual criança. Parece que ela exala esperança no povo, nunca vi no mundo os trabalhadores, estudantes, intelectuais e aposentados pararem pra ouvir uma aula de economia de uma mulher, falando sem ler, em silêncio absoluto. É emocionante demais, a Cristina tem, acredito, a melhor retórica dos líderes populares da américa latina nos últimos 20 anos. Meu par perfeito seria ela e Lula, porque ele tem o pé na fábrica que ela não tem, mas tem uma capacidade intelectual que eu invejo”.

Envia muitas fotos e alguns vídeos, todos compartilhados aqui, pois a luta que se dá por lá, se repete por aqui e, ao meu ver, a necessidade de ir pras ruas lá é a mesma que temos, primeiro para não deixarmos ocorrer aqui o que ocorreu por lá com a chegada de alguém como Milei. Ao final, posta algo de quando o casal Kirchner estudaram e se conheceram dentro da escola pública: “foi muito emocionante quando, no dia da marcha, a Cristina postou a libreta estudantil, dela e do Nestor, que é tipo a identificação estudantil que temos aqui; os dois estudaram e se conheceram na Universidade Nacional de La Plata”.

Compartilhar isso é, acima de tudo, pelo menos para mim, querer estar lá, nos mesmos lugares por onde ele circulou hoje e depois, constatar que as lutas de nossos povos por uma libertação passa necessariamente por governos como o de Lula e Cristina, futuramente de Axel, para depois, num outro estágio, com maior conscientização, chegarmos a outro estágio. A luta, como sabemos é constituída de muitas etapas. Hoje, por lá, a luta pela reconquista do que foi perdido e a esperança depositada em dois líderes, Cristina e Axel. Aqui, mesmo com toda adversidade encontrada, o que seria deste país se não tivéssemos eleito Lula? Nem pensar. Adorei isso dito por ele, da união destes dois líderes, Cristina e Lula. Grandes personagens da luta latino-americana em busca de outro mundo possível.

Clicando no link do meu Facebook, além das fotos, os vídeos gravados por Adham, com Axel e Cristina:  https://web.facebook.com/henrique.perazzideaquino/posts/pfbid02QCbaDbZaQcT8Mtzrfxat2nAiUsi2mxbPGvoua17XLBT3UnXRrScqEwTJV3kjAGhel

sexta-feira, 26 de abril de 2024

FRASES (244)


“SE TEM UMA COISA BOA QUE A PREFEITA CONSEGUIU FOI UNIR TODOS OS PARTIDOS”
Sim, isso ela realmente conseguiu, pois hoje à tarde, numa reunião convocada pelos vereadores de oposição à alcaide Suéllen Rosim, estavam lá a quase maioria dos vereadores, corroborando a fala do presidente do PT, Claudio Lago, um dos que falaram durante o ato de repúdio contra a tentativa de calar a voz e a atividade principal dos vereadores, a de fiscalizar o Executivo. A reunião/ato de hoje foi gerada por decisão de alcaide em tentar junto ao TJ – Tribunal de Justiça uma interpelação para que vereadores não mais a molestem com solicitações para que secretários e funcionários da Prefeitura compareçam em audiências públicas e pedidos de esclarecimento de atos e atitudes. Não foi somente isso, ela, a alcaide quer mais. Ela mesmo não quer mais comparecer quando inquerida e está também muito incomodada com o ocorrido dois dias atrás, quando um grupo de vereadores compareceu no Almoxarifado Central da Prefeitura em verificação de irregularidades. Ela considera isso um abuso, porém, se lá estavam era, exatamente no cumprimento do que reza o princípio básico, primeiro do exercício do ofício de ser vereador, o de fiscalizar. Lago em sua fala, disse também algo sobre isso: “Se a fiscalização ocorre é porque alguma suspeita existe, do contrário não estariam por lá. Algo está ocorrendo e a alcaide hoje, quer além do cheque em branco, os 3 bilhões e meio da privatização do esgoto, quer outro cheque em branco, este para governar a cidade sem a interferência dos vereadores, sem nenhum tipo de investigação ou de checagem dos atos por ela administrados”.

Na mesa central, em torno da qual quase a totalidade dos vereadores estavam Estela Almagro, Eduardo Borgo e Chiara Ranieri. Todos falaram de forma contundente e o ato foi chamado para uma tomada de decisão coletiva contra a arbitrariedade – mais uma – sendo perpetrada neste momento. Já foi designado um desembargador para analisar e tomar a decisão, a favor ou contra o pleiteado pela alcaide. O consenso dentre todos os que fizeram uso do microfone é que, com a atitude da alcaide, a intenção é calar de vez a voz e ação dos vereadores, em algo nunca visto e até então não colocado em prática em nenhuma outra cidade – pelo menos que eu tenha conhecimento. Ao final os três representantes da Mesa Diretora da Câmara, todos ali presentes, foram acuados pela saraivada de perguntas, principalmente quando estas foram feitas por representantes da imprensa local. José Eduardo Amantini, da Rede Brasil/TV Preve, após perguntas vindas do jornalista do Jornal da Cidade e do Contraponto, tocou no ponto nevrálgico, colocando o presidente da Câmara numa saia mais do que justa: “Você não sente constrangido e menosprezado pela prefeita não lhe ter comunicado ontem, quando esteve com ela, que já havia entrado com este pedido? Se não ficou sabendo por ela, ela não confia em ti, pois diz aqui ter tido conhecimento ao mesmo tempo que todos nós?”. Ele requebrou, num sambarilove de doer na alma, com esdrúxula alegação de que, a alcaide é livre e faz o que quer, sem consultar ou informar seu líder na Câmara ou mesmo aliados. Só faltou perguntar para ele e os outros dois da Mesa Diretora se eles consultam a alcaide antes da tomada de qualquer decisão. Pelo que se entendeu das respostas dadas, se essa resposta fosse totalmente sincera, não teria como ser negativa.

A alcaide continua ganhando em toda e qualquer votação na Câmara, composta por 17 membros e por 9 x 8. O resultado é sempre justo, mas como sabe que ganhará, faz de gato e sapato tudo e todos, até com representações fora do contexto como a apresentada. Uma solicitação dessa natureza é totalmente descabida, pois como um desembargador pode querer ferir a legislação vigente e impedir que vereadores exerçam a sua função se investigar. Não teria cabimento, mas mesmo assim, a Mesa Diretora, pressionada pelos seus pares, diz ter feito representação solicitando audiência com o desembargador antes dele tomar sua decisão. Todos os vereadores se virão acuados diante de algo tão descabido e provido de um autoritarismo nunca visto. A maioria destes se mantiveram calados e os dois únicos que fizeram uso da palavra, o presidente da Casa, Júnior Rodrigues e depois Marcos Souza, recém saído do PSDB para o MDB, tornaram sua situação vergonhosa. Num certo momento, Chiara Ranieri bastante exaltada, dizendo não mais suportar a fisionomia de deboche de Marcos quando na tribuna, pede para ir embora da cidade, pois não tem mais nada a fazer por aqui. Ainda foi tentado acuar ainda mais os vereadores da situação com a propositura de, diante de ato tão horroroso da alcaide, se eles tinham a coragem de assinar um pedido de processante contra ela. A partir deste momento, um a um destes se retiraram de suas cadeiras e foram embora, abandonando a reunião sem maiores explicações. Ao final, restaram aos vereadores da oposição, todos contrários ao cheque em branco dos 3,5 bi para privatizar esgoto e agora, este outro, para que não ocorra mais o trabalho dos vereadores, concordar com a fala de Claudio Lago, enfim, a alcaide uniu tudo, todas e todos contra a bestialidade em curso.

Borgo num certo momento reclama da imprensa, por demorar a descrever o que de fato ocorre. “Teve órgão que demorou mais de dez dias para dar algo sobre um tema relevante. Por que? Estão comprados”, disse ele. Num outro momento, também acusa o Judiciário de não estar cumprindo o seu papel e demorando demais na tomada de uma posição contrária aos desmandos todos que já foram cometidos contra a cidade no período de governança de Suéllen. Os próximos passos serão decisivos para se verificar quem sairá vitorioso nessa queda de braço. Suéllen fez live dias atrás e acusou os vereadores de oposição, acusando diretamente o pastor Bira, por ter pedido vistas, pelo travamento da pauta na Câmara, mas em momento algum discute o pífio conteúdo do pedido de concessão, como se todos ali fosse obrigados a engolir tudo o que vem se sua autoria, sem dar um pio, calados, contritos e como se nada estivesse ocorrendo. Agora, além da pauta travada, mais essa, pedido para calar a boca e ação dos vereadores. Bauru constituiu, neste desgoverno da incomPrefeita Suéllen Rosim, junto de seus pais, algo surreal, tão fora do comum, já se tornando motivo de consternação coletiva. Falta agora, uma ação coordenada, conjunta de reação dos vereadores e não cobrar somente o desembargador, mas também o Judiciário local. A cidade de Bauru não pode permanecer neste clima de contenda, briga de rua mais que estabelecida e quase às vésperas de uma eleição, onde quem age de forma tão desconectada com a legislação, ainda tem o disparate de tentar a reeleição. Outro tema a ser colocado em pauta é o dos partidos, seus representantes, empresários e todos os que estão ao lado dela neste momento. Diante de tudo o que já se conhece e o que está em curso, ainda é possível dar sustentação a ela?

Eis a fala do presidente do PT, Claudio Lago: 

OBS.: As fotos todas são de autoria deste mafuento HPA, presente na reunião e cada vez mais não acreditando no que vê acontecendo em Bauru, dia após dia. Coisa de um mundo de ficção. Dentre as fotos, gravei e compartilho fala do presidente do PT Bauru.

PORQUE DÁ MÊDO QUALQUER DESGOVERNO COM EMBASAMENTO BOLSONARISTA
https://youtu.be/pAMcoPeCeAI?si=JUUUflfe886yBaTf

Aqui em Bautu os exemplos de iniquidade administrativa são enormes, gritantes e estão degraus muito acima de uniformes escolares encontrados na lata do lixo. Este só mais um exemplo aberrante das possibilidades do fundamentalismo, quando engendrado como mola mestra destes, torna tudo uma perdição sem fim. O exemplo aqui exposto neste vídeo, onde uma prefeita de uma cidade pequena no interior de Santa Catarian joga livros no lixo, simplesmente por não seguir a mesma linha de pensamento que os dela é a aberração da aberração. O descalabro absoluto, o funil onde estamos chegando com a derrocada da ascenção de gente com a mentalidade tacanha, curta, restrita e perigosa dessa linhagem miliciano de governar. Eu combato isso com unhas e dentes. Aceitar isso pacificamente é ir deixando os espaços serem ocupados e lá na frente, quando formos tentar ter alguma rejeição ou questionamento, daí já será tarde demais, pois o estrago será praticamente irreversível. Tudo o que tem que ser feito deve ser feito agora, neste exato momento. Essa prefeita merece a cassação, ser excluída do mundo político, pela bestialidade de sua atitude e se não entender o que fez, dane-se ela, mais é impossível tolerar essa imbecilidade como regra. Não pensem que, aqui em Bauru não acontece algo um tanto similar, pois isso já é latente nas ações, falas e atitudes dos atuais governantes. Eu denuncio isso tudo diariamente, boto a cara a tapa, sem medo de ser feliz, pois sei o quanto estaremos perdendo permaqnecendo quieto e restrito somente ao meu mundo. Precisamos é botar a boca no mundo. Basta de fundamentalistas querendo ditar regras, quando a régua deles é muito curta, restrita e totalmente fora da casinha.

NÃO ENTENDO: POR QUE O HACKER DE ARARAQUARA ESTÁ PRESO E BOLSONARO E ZAMBELLI SOLTOS? ME EXPLIQUEM.TEM MOMENTOS EM QUE ME SINTO UM SER ESTRANHO NESTE MUNDO ONDE A MAIORIA NÃO LÊ MAIS NADA E CARREGAR UM LIVRO DEBAIXO DO BRAÇO É COMO UM INSULTO

quinta-feira, 25 de abril de 2024

OS QUE FAZEM FALTA e OS QUE SOBRARAM (185)

CARTAS DE BAURU – HISTÓRIAS DA LABUTA DIÁRIA DE GENTE SE DESDOBRANDO PRA SOBREVIVER

1 – Ela é uma batalhadora, dessas acordando todo dia – como tantos pela aí -, 5h30 da manhã já em pé, noite sempre mal dormida, mas ciente de que se perder a condução para o serviço, terá que se virar e por estes dias, não tem pro moto táxi, muito menos para o uber. Acorda mais cedo pra preparar a marmita. Lá diante do serviço tem um cara vendendo marmitex por R$ 16, mas não tem como pagar isso, pois na soma dos dias daria mais do que ganha no mês. Me diz, assim mesmo estar feliz, pois com o que recebeu mês passado, pagou tudo e mesmo dura o mês inteiro está com a consciência tranquila, sem dever pros outros. Ela e tantos outros ainda seguem religiosamente este preceito de que dever é feio, preferindo pagar até do que comer. Me disse que assim dorme melhor, mesmo pouco, sempre levantando querendo mais cama.

2 – Entro na padaria de bairro – não a aqui perto de casa -, pra comprar pão – ah, como gosto de pão! Vejo um grandão, caseirão tipo família, dando pra todos comerem. O danado é lindo, balofo, macio só de colocar os olhos, daí já me imagino fatiando-o todo e recheando com manteiga. Não resisto, compro um. Me espanto com o preço, R$ 12. Digo que lá na região onde moro e nos supermercados famosos da cidade, um deste tamanho custa, no mínimo o dobro. Ela sorri e me diz algo bem simples: “Eu sei disso, aprendi que a gente tem que vender o mais gostoso também num preço onde o que tem menos dinheiro possa pagar. Eu ganho na quantidade vendida. O importante é o senhor, que nunca vi aqui, puxando conversa comigo só pra elogiar meu pão. Ganhei o dia”. Quem ganhou fui eu.

3 – Numa reunião ontem à noite eu conheci ele e algo de sua história. Um espigão, cara magro e grandão, adora fazer gravações pelo Tik Tok, onde se mostra por inteiro, na sua simplicidade e me diz, faz sucesso. Tento entender e lhe digo, talvez tudo aconteça exatamente por causa disso, dele ser natural, sem disfarces. Mostra o seu mundo, a sua simplicidade e isso para muitos é algo meio sobrenatural. O danado rala muito, de sol a sol, sai cedo e chega tarde, moído ao final do expediente, mas encontra tempo para inventar, ao menos uma história diária, dessas que vem bem lá de dentro de sua fértil imaginação, expondo-a para o mundo. Se mostra feliz quando obtém curtições aos montões e é isso que lhe move para continuar produzindo cinema, sim, foi isso que disse pra ele, você é um cineasta de si mesmo. Ele riu e creio eu, o incentivei ainda mais a não parar de fazer o que vem já fazendo faz tempo.

4 – Leio num post do artista do traço, o professor jauense Jozz Zugliani, sua alegria ao ter descoberto no aeroporto de Guarulhos, uma lanchonete escondida de tudo, no porão do porão, com preços mais convidativos e nada abusivos, indicação dos funcionários do lugar, os que dão o seu jeito de driblar os altos preços das lanchonetes caras de aeroportos e estradas brasileiras. O que Jozz fez e divulga é o que faço nas viagens. Diante de um posto de combustível, com o preço do salgado chegando já em R$ 20 a unidade, nada como adentrar a cidade do lado de foram em busca de uma lanchonete, onde com certeza, os preços devem ainda variar, como aqui nos bairros, entre R$ 6,50 a R$ 8,00 a unidade. Se até no chique aeroporto de Guarulhos tem uma saída pela tangente, imagine em tudo o mais. Vasculhar é preciso, até para sair do lugar comum e dos preços fora da realidade do que vai pelos nossos bolsos.

5 – Adoro escrever sempre algo da Ilda, a resistente pequena comerciante, ainda atuando como banca de revistas, defronte o Aeroclube de Bauru. A região ganha ares de Zona Sul, cada vez mais “sofisticada” (sic) e ela, cada vez mais simples. Adentrar sua banca é dar uma volta ao tempo, assim como deve ser o mesmo com todos os insistindo em manter bancas de revistas pelas ruas de cidades. Suas histórias me comovem, pois vão tendo que se reiventar, criando outras possibilidades, cada qual juntando caraminguás, que no frigir dos avos, será o ganha pão de suas vidas. Ela mantém uma lateral da banca com pequenos produtos, desde pães da Bauducco, que diz, o vendedor, seu amigo, faz questão de lhe vender produtos, mesmo em pequena quantidade. Enfim, são amigos e assim, o caminhão de entrega para ali só para entregar meia caixa com pães. Vi desde detergente, cola e não mais o amendoim, este feito por ela mesma. “Minhas dores nas costas, tem me tirado da frente do fogão”, me explica. Ontem, quase 11h da manhã, tinha vendido somente um jornal até aquela hora e estava condoída pela ausência de um frequentador, leitor de muitas publicações, motivado pela descoberta de uma complicada doença. “Ele da última vez veio aqui de táxi e achei algo diferente”, me conta. Passo horas ouvindo suas histórias recarregantes de vida.

6 – A minha amiga Amanda Helena, escritora das quebradas - morando nela -, me liga para comparecer numa rifa de alguns de seus livros, tudo para poder efetivar sua mudança do Godoy para a Pousada da Esperança, ela e seus 16 gatos. Bacharel em Direito, faz faxina para sobreviver e possui um dos textos mais ácidos, sinceros e originais destas plagas. Sai de uma região mais próxima do centro, para as rebarbas da cidade e me conta do que vai encontrar pela frente, já na chegada, como novidade, o antigo locador da casa, deixando contas todas em aberto, ela ficará sem luz até juntar grana, ir lá nos altos da Getúlio, atravessando a cidade de ponta a ponta, pagar e assim, depois de tudo ter dado baixa, voltar a viver sem luz de vela. Ela mal ganha pra a comida dos gatos, mas não reclama e consegue algo inusitado, não trabalha pra fascista. Mesmo precisando, quando surge algo novo, vasculha qual a deles e se descobrir traços e laços fascistóides cai fora. “Não tenho mais estomago para isso”, me diz.

7 – Não tenho palavras para descrever o que sinto pelo Fernando Vinícius de Lima, uma pessoa que já tentou fazer de tudo para ir tocando a vida pra frente. Tenho uma lembrança dele e de seu então parceiro, o Renato – quase 20 anos passados -, tapeceiros de mão cheia, quando restauraram todos os bancos de um dos carros férreos do projeto Maria Fumaça. Naquele oportunidade, fizemos solicitação para muitos endinheirados empresários, mas foram eles, pequenos e com oficina, numa velha casa de madeira, no coração da vila Falcão, quem nos atenderam. Como esquecer do que fizeram? Hoje, vida já tendo rodado mais uma infinidade de quilômetros adiante, ele tenta tocar o barco adiante, morando muito mal em Val de Palmas. Dilacera ver amigos numa dificuldade sem perspectivas e diante da realidade, cada qual faz um pouco. Dias atrás, diante de mais alguns embaraços, o vejo postar uma foto de seu cão, este todo sorridente e ao seu lado, legenda de doer por dentro e por fora: “Você me impede de acabar com tudo”. A vida está dilaceradamente difícil para a imensa maioria do povo brasileiro.

OBS FINAL: Escrevo este texto depois de tirar da estante do Mafuazinho (meu novo recanto, menor e com tudo mais comprimido) um livrinho delicioso do jornalista Ricardo Kotscho, o “Cartas do Brasil – Crônicas do ano em que o povo despejou o presidente” (editora Globo SP, 1992, 184 págs). Ele encontra consolo em “figuras supostamente menores”, personagens não muito habituais nos jornais de hoje. Vai no popular, no que vê por aí e destes relatos, histórias do dia a dia, uma mais deliciosa que a outra, consegue se recarregar para continuar tocando seu barco. Eu cá do meu canto, estaria muito mais destroçado se não fizesse o mesmo. Enfim, estes, os ditos “menores”, as histórias garimpadas aqui e ali, essas as mais importantes para não adoecer de vez. Isso tudo me mantém vivo. Kotscho só me reafirmou isso.

OUTRA OBS.: As ilustrações são todas de Mariana Massarani, a melhor ilustradora de livros infantis deste país, um traço inalcançável de tão belo.

quarta-feira, 24 de abril de 2024

O QUE FAZER EM BAURU E NAS REDONDEZAS (171)


ENTENDENDO A ENTRELINHA DA ENTRELINHAS DO JC
Essa a última notinha de hoje da Coluna Entrelinhas, página 2 do JC. Sai como a menos importante, mas para bom entendedor, tem algo grandioso aventado dentro de seu enunciado. O pai da alcaide, o sr Dozimar, comandante em chefe de vários partidos na cidade, pelo visto está menosprezando a parceria com o MDB e segundo a nota, diz que "caso a legenda deixe o governo, não fará falta". O presidente do MDB, o empresário Rodrigo Mandaliti não é pessoa de levar este tipo de desaforo pra casa e como é sabido, possui dois votos dentro da composição atual da Câmara, o que pode virar o jogo, principalmente quando ocorrer a votação da privatização da água e esgoto, algo tão querido pela alcaide, motivo da queda de braço com a Casa Legislativa.

Durante o dia, deve ter ocorrido alguma movimentação, uma reunião para acerto e para tudo continuar como dantes, pois do contrário, com dois votos a menos, a privatização não ocorrerá. O pai da alcaide pode querer se passar por importantão, mas ela não é boba e sabe do que de fato estará perdendo se Mandaliti e o MDB cair fora de apoiá-la. Não sei que tipo de "desgaste" seria esse aventado pela nota no jornal, mas sabemos todos que, composições desta envergadura e quilate exigem acordos constantes e permanentes.

LOKADORA INDO PRAS CABEÇAS PELO PLEBISCITO DO ESGOTO E DO DESTRAVAMENTO DA CÂMARA
Hoje eu preciso escrever da abnegação deste vereador lá dos canfundós de Bauru - no que isso tem de bom, viu!, o Lokadora, Loka, como ele gosta de ser chamado. Ele foi um dos que foi tocado pelos do seu bairro e mesmo com tentativas de aproximação se mostrou forte e não se deixou levar pra ficar do lado da alcaide nessa sua tentativa de ganhar um cheque em branco pra votação da privatização da água e esgoto de Bauru. Ele até pode ser a favor da tal privatização, como o vereador Berriel diz, mas não essa, com um checão de 3 bi e meio nas mãos da alcaide e sem saber ao certo o que irá ser feito. Ela diz que depois de aprovado verá o que fazer, mas Loka não foi nessa, como a quase metade da Câmara. Se mostram contra e tentam de todo jeito destravar a Câmara, para ela ter vida própria e continuidade normal de procedimentos e votação - a Lei Paulo Gustavo continua esperando sua hora ser implantada.

Na sua última empreitada, fez e aconteceu para viabilizar um Pedido de Plebiscito na cidade sobre essa questão. O PT Bauru, o comandando por Cláudio Lago e do qual faço parte, também está engajado na mesma luta, a de, já que tudo está travado, por vontade única da alcaide, ir ouvir a população sobre sua vontade é a melhor solução. A questão, para mim e o PT é simples, pois nos cofres da municipalidade quase R$ 300 milhões para essa finalidade, dinheiro carimbado e a alcaide querendo aprovar algo sem ideia de onde irá dar, em torno de 3 bi e meio. Loka não foi nessa e correu entre seus pares, conseguindo ontem as nove assinaturas para levar a questão ao plenário da Câmara e votação. Para ser aprovado, dos 17 vereadores é necessário 12 votarem favoráveis. Nova luta, mas se aprovado, será a cidade, nós todos quem iremos decidir se a privatização vai ou não ocorrer.

Foi uma vitória ainda de Pirro, pois não se consolidou, mas foi bom vê-lo todo pimpão comunicando o feito e agora, veremos a reação dos que não colocaram a sua assinatura no documento, pois assim saberemos, mais uma vez, quem é a favor da proposta da alcaide e quem está do lado dos interesses da população. Ouço Loka dizendo que isso, além de deixar o povo decidir destravará a votação na Câmara. Ainda não entendi como, mas se assim for, torço muito. Durmo na quarta depois de assistir o vídeo do vereador Loka e já imaginando como serão os bastidores lá da Casa de Leis depois dele ter conseguido o nono voto, o que possibilitou o registro do pedido. Agora é com a votação dos vereadores e se tudo der certo, com o da população.

Imaginem os senhores se, o MDB impõe neste momento que para continuar apoiando a prefeita quer o vice na chapa da sucessão e mais alguns nomes num provável escalão do segundo mandato. Ela teria como recuar e perder a votação, algo pelo qual tem enfrentado tudo e todos? Sei não. Vale a pena tomar conhecimento do que estaria acontecendo entre as partes, do acordo nos bastidores, pois isso de "não fará falta" foi uma tremenda pisada na bola. O MDB caindo fora do apoio, fará muita falta, tanto que ela, a alcaide, pode perder todas as votações daqui por diante na Câmara sem este decisivo apoio. Se o MDB cair fora, a votação poderia já acontecer na próxima sessão, segunda que vem. Que acham?

E, ia me esquecendo, assistam o vídeo gravado por ele e anunciando o feito: https://web.facebook.com/henrique.perazzideaquino/videos/1139561967173356

A ESPERANÇA É A ÚLTIMA QUE MORRE
Num dia, quando aproximadamente 800 mil pessoas estiveram nas ruas de Buenos Aires, num movimento marcado pelos estudantes para protestar contra a perversidade do presidente Javier Milei, sangrando as universidades públicas, circulo pela Unesp Bauru e ao me deparar com três cartazes colados em suas paredes, a esperança de que, a resistência também se dá por aqui, talvez numa proporção bem menor, mas nada como algo ter início e ir se propagando, aumentando a dilatação, propulsão, até explodir nas ruas e lutas.

terça-feira, 23 de abril de 2024

DICAS (243)


MAIS UM DESABAFO: NA ARGENTINA OS ESTUDANTES NAS RUAS CONTRA A PERVERSIDADE DE MILEI E AQUI FICO A PENSAR, O QUE VIRÁ DEPOIS DE LULA?
Eu quero divagar um pouco e espero que me entendam. A situação não está boa, o mar não está para peixe, mas eu não desisto e continuo toda manhã saindo com minha jangada pro alto mar em busca de trazer algum pescado. Não me resta outra coisa. Tento refletir sobre o que ainda nos resta fazer neste mundo. Sinto que meu tempo diminui a cada dia e a interrupção da luta pode se dar a qualquer momento. Hoje, amanhã, daqui dez anos, talvez um pouco mais, pouco menos. Fico apreensivo não por mim, mas por querer buscar um país mais justo. E vejo, isso cada vez mais complicado.

Sábado passado estive no Armazém do Campo no lançamento da candidatura do Marcos, da Apeoesp, a prefeito pelo PSOL. Encontro com o amigo Arthur Monteiro Jr, advogado e hoje dividindo seu tempo entre Bauru e SAntos. Lhe pergunto no meio da conversa: "Arthur, o que virá depois de Lula? O que estamos conseguindo construir para dar continuidade, pelo menos dentro de um campo progressista, não permitindo que o país se encaminhe para este perverso lado direitista fascista?". Ficamos algum momento tentando decifrar essa charada, sem buscar culpados por isso e aqui. O fato é que estamos aqui, no meio do caminho, quase sem opções para resgatar um país se esvaindo no vão dos dedos.

Sabe qual a conclusão a que chegamos? Estamos escralacrados e sem saber ao certo o que virá. A direitona mais perversa conquista espaços e nós, os ditos progressistas, democratas, socialistas, comunistas, etc, estamos mais perdidos que cegos em tiroteio. Criticamos Lula, muitas vezes com a devida razão, mas prossigo na perguntação: e o que temos feito para ajudá-lo a se desembaraçar desses emaranhado de combinações e alianças para ir tocando seu governo?

Hoje mesmo, vejo universidades públicas em greve, sendo que essas não ousaram fazer nada neste sentido nos quatro anos do desGoverno do capiroto. Hoje fazem, a causa é justa, todos merecem ao menos a equiparação salarial, mas pergunto: Onde estavam estes todos na luta pela reconquista do país? Fácil fazer greve num governo como o de Lula, mas praticamente impossível num como o de Bolsonaro e de Milei. Converso hoje na hora do almoço com Wellington Leite, uma sentida voz fazendo falta na Unesp FM e lhe repito as mesmas perguntas. Ele, que atuou como sindicalista no Sindicato dos Radialistas, me diz: "Ocorreu um descrédito total dos sindicatos". Mergulhamos neste tema e por fim, ele me diz se já reparei que algo ocorrendo hoje nos EUA, quando a direitona tenta passar pelos seus meios que o Biden está gagá, algo já teve início no mesmo sentido por aqui com Lula. E qual o sentido disso tudo? Enfraquecer ainda mais um governo cheio de muitos problemas.

Falamos também sobre o entrevista do José Dirceu, quando diz ser este governo de centro-direita. Sim, ele não está errado. E daí, a mesma pergunta no ar: Se hoje a saída possível foi com Lula e todos os acordos que fez e faz para governar, como poderá ser um novo governo, com este adentrando cada vez mais acordos e conchavos até com a extrema-direita, tudo pela tal governabilidade? Que beco sem saída, hem? O Zé Dirceu, sabemos, não é nenhum santo e tenta voltar ao cenário político. Deve fazê-lo, mas como estará o Brasil daqui alguns anos? Chegaremos na mesma situação catastrófica da Argentina e Equador hoje?

O mesmo questionamento fiz no domingo pela manhã para o jornalista Aurélio Alonso, numa longa conversa em sua casa. Ele, como eu, estamos tentando encontrar a tal saída, a que levará esse povão a acreditar num outro mundo possível, novamente pras ruas. Na verdade, tenho repetido a mesma pergunta para muitos e muitas. Tenho até sonhado com isso. Estou aqui neste momento ouvindo a Radio AM 750 argentina e a repercussão dos estudantes nas ruas e tentando reverter a decisão de Javier Milei, que está estrangulando as universidades públicas, deixando-as sem nenhum vaerba. A UBA, a maior de todas, já declarou, em no máximo três meses, não terá mais como funcionar.

Fui ver o motivo principal de Milei proceder e fechar a torneira dos repasses financeiros e ele é insano, age contra a própria legislação, mas parece ter respaldo, principalmente de uma classe média e mídia comprometida com a perversidade. Para Milei, o meio universitário atua para desvirtuar a mente dos jovens, ensinando-os algo perigoso, contrário ao que prega e acredita. Isso basta para ele e os seus. E daí age. O mesmo Wellington me disse ainda hoje dos motivos de não termos tanta habilidade no meio internético, para fazer chegar a mensagem do nosso lado com mais rapidez e precisão. "Henrique, na verdade não fazemos o mesmo que eles. Somos éticos e agindo dentro da ética, nunca os alcançaremos. Eles fazem coisas que nunca teremos coragem de fazer".

Sim, sei que a dificuldade passa mesmo por aí. Se eu sei que fazer aquilo para alcançatr mais rapidamente meu objetivo, mas sei ser isso criminoso, eu deixo de fazer, mas o outro lado não. Tem muita gente fazendo de tudo e mais um pouco. No momento, mesmo um tanto desanimado, ainda vejo chances, possibilidades e nelas me agarro. Eu quero acreditar ser ainda possível deste país não cair novamente num desGoverno como o de Bolsonaro, e pior, como o de Milei. Meu alento vem agora da Argentina, quando a jornalista vendo a multidão nas ruas e protestando contra Milei diz estar diante do despertar de um novo momento e que a partir de hoje, isso deve crescer mais e mais. Acredito nisso e continuo buscando formas de estar na lida e luta. Lula ainda tem muito a nos oferecer e continuo ao seu lado, entendo do esforço para não entregar os pontos. Não é fácill. Vou em frente...

Encerro este meu longo texto tentando vislumbrar algo dentre do lugar onde moro, Bauru e o estado de São Paulo, hoje governado por uma pessoa, considerada por mim mais perigosa que Bolsonaro, Tarcísio de Freitas e em Bauru, por uma fundamentalista sem noção, Suéllen Rosim. Tarcísio privatizaria até nossa alma e só ainda não o faz, pois não possui todas as condições para tanto. Se estivesse na mesma posição de Milei, detentor de um absoluto poder, faria até pior e o que o presidente argentino faz com as universidades públicas, seria feito aqui com a mesma ou até pior dimensão. Este pessoal são perigosos, pois agem contra todas as conquistas populares, oprimem sem dó e piedade, não possuindo nenhum pudor para colocar em prática o que lhes vai pela desajustada cabeça. Se nada fizermos, cairemos em algo assim e sei, só com muita luta, resistência de fato, alguma possibilidade de reversão. Nossa democracia é frágil e, pelo voto, na maioria dos parlamentos brasileiros, uma maioria conquistada por métodos nada convencionais. Nãoquero nem pensar em alguém como Tarcísio a governar o Brasil. Seria mais que um pesadelo.

PASSO O DIA ACOMPANHANDO RELATOS DO ESTUDANTE BAURUENSE EM LA PLATA, CERCANIAS DE BUENOS AIRES, ESTUDANTE DE MEDICINA, ESCOLA PÚBLICA E NAS RUAS CONTRA OS DESMANDOS E TENTATIVA DE MILEI EM SUFOCAR UNIVERSIDADE PÚBLICA. EIS SEUS ÁUDIOS, UM A UM, POSTADOS A MEU PEDIDO PARA MIM:

1 - ESTUDANTES NA RUA HOJE EM DEFESA DA ESCOLA PÚBLICA E GRATUITA NA ARGENTINA

"Estamos nos mobilizando pra sair de Florencio Varela rumo ao Congreso de la Nacion", estudantes argentinos se preparando para o grande de hoje à tarde em Buenos Aires, contra o que Milei e a ultra-direita faz com a Educação pública. Na lida, luta, acompanhando e já prenunciando, se algo não ocorrer desde já no Brasil, num futuro breve poderemos ficar na mesma situação. HPA, acompanhando o dia de luta argentino. Eis o link:  https://web.facebook.com/henrique.perazzideaquino/posts/pfbid038G2AkQsvCd7VmkipzELS2uwnVpn8zdsRBG2u5gHe5HZPQUFTURmpvp8Xrn3Ke4Lxl

2 - ESTUDANTES NAS RUAS DE BUENOS AIRES CONTRA ATROCIDADES DE MILEI

"concentração, agora descemos pro Congreso", estudante argentino. Eis o link: https://web.facebook.com/henrique.perazzideaquino/posts/pfbid0zvKa3dpar65CfQSeeMTZMSBhUdDvMxxNsyY5bDyzZSMU6r5SvcTyCfohFBNg7ijRl   

3 - ESTUDANTES ARGENTINOS OCUPAM CIDADE SE OPONDO BESTIALIDADE DE MILEI CONTRA UNIVERSIDADES PÚBLICAS

HPA, acompanhando à distância, ma querendo mesmo estar lá a protestar contra avanço do fascismo na América Latina. Eis os links: https://web.facebook.com/100000600555767/videos/pcb.8137406809622590/462314162802852 e https://web.facebook.com/100000600555767/videos/pcb.8137406809622590/3659563860991781 e https://web.facebook.com/100000600555767/videos/pcb.8137406809622590/1303886217311424

4 - "ESTAMOS NAS RUAS EM 800 MIL PESSOAS", DIZ O BAURUENSE Adham Marin, ESTUDANTE MEDICINA NA ARGENTINA, PRESENTE NO ATO A FAVOR DAS UNIVERSIDADES PÚBLICAS. Eis o link: https://web.facebook.com/100000600555767/videos/pcb.8138243789538892/419670470702619 e https://web.facebook.com/100000600555767/videos/pcb.8138243789538892/1642285613281145.

5 - JUVENTUDE E RESISTÊNCIA CONTRA A TIRANIA NAS RUAS DA ARGENTINA

"hino peronista, indo pra casa agora", Adham Marin, 21h30. HPA, com eles o dia inteiro - resistir e lutar é preciso. Eis o link: https://web.facebook.com/henrique.perazzideaquino/posts/pfbid0DwjAwUajyQLUsVmxfwNjJDHAa1X2KaNJLSrQPnQCHBLXusihqSeAHhN8YRoqrQNwl.

O ALENTO VEM/CHEGA DAS RUAS ARGENTINAS...