COMENTÁRIO QUALQUER (122)

EU VEJO E TENTO CRER, HOJE É DIA DE NOROESTAR (toc toc toc) DE SAÍDA PARA O ESTÁDIO

Hoje é dia de noroestar, um termo utilizado por alguns adeptos de algo rotineiro em suas vidas: acompanhar o Noroeste onde este estiver. Pois bem, o danado está na AIII do futebol paulista e hoje começa mais um capítulo na saga pela sua sobrevivência. Ano passado foi sofrível em todos os aspectos. Uma dupla gestora infelicitou o Noroeste, com uma péssima administração, desencontros mil, resultando em algo meio que inconcebível. De classificado para subir no primeiro turno, o descenso no segundo, perdendo quase tudo, até do vento. Algo ainda existe para ser dito daquele período e ninguém parece muito bem disposto a contar. Alguém foi abandonado no meio do caminho, outros apostaram no quanto pior melhor. Um goleiro que valia muito foi vendido por merreca e depois repassado por alto valor, mas ao Noroeste sempre as migalhas. Esses são os que salvam o futebol, os do lado de cá torcem. Isso ocorre por todos os lugares, aqui e no Barcelona. A “grana” é o cara. Ainda encontro o Aniz Buzalaf qualquer dia desses e com tudo já mais calmo, tento uma explicação para umas coisas que não batem. Mas isso é outra história, pois ouvi ontem que os atuais dirigentes deixaram pra lá qualquer possibilidade de questioná-lo, com um: “O futebol no Brasil é assim mesmo”. E assim tudo é jogado nas costas do Abreu, aquele que “se não for ele, nem eu”.

Noroeste joga hoje e montou um time com folha de pagamento girando em torno de R$ 30 mil/mês. Para muitos, algo meio que impossível. Quero acreditar na real possibilidade de ganhar pouco e ter bichos em cada vitória. Veremos. Quero acreditar na união desse grupo, nas boas intenções de todos que pegaram o Noroeste falido e estão colocando-o para jogar hoje numa condição que só saberemos algo de concreto após a partida de hoje. O grupo que assumiu, pelo que me parece tinham por trás empresários de peso da cidade, mas vejo que choram pela falta de grana e o que iria entrar, está parecendo bem menos que o aventado. Vejo que as contas em dia de quem mais precisam lá dentro, a dos funcionários. Vejo o gramado com outra cara, não aquela horrorosa com areia do ano passado. Vejo um departamento de marketing querendo fazer as coisas, mas nem a apresentação no Calçadão da Batista acabou vingando. Vejo a crônica esportiva (ou parte dela), referendando tudo e enaltecendo, quase louvando os nomes desses “salvadores da pátria”, como última alternativa; ou eles ou fechar portas. Vejo parcerias sendo fechadas, prováveis ajudas vindo de Agudos para divisões de base e até uma gratuita assessoria jurídica.

Ando vendo tanta coisa, que o melhor mesmo é não me exaltar, crer e quero crer. Preciso crer. Fico a me perguntar: o que seria do Noroeste se não fosse isso? E se... Bem, o “e se” não entrou em campo, não ocorreu e mais uma vez venceu o que o Conselho Deliberativo impôs. Futebol, como é sabido, não é brincadeira para “amadores”, muito menos para desendinheirados, como eu e a maioria dos que gostam de ficar dando pitacos. Hoje visto uma das tantas camisas vermelhas aqui numa gaveta, vou ao campo, fico lá no meio da torcida, faço a minha parte, compro ingresso, vibro e torço. Escrevo isso aqui, mas não quero mais ficar me indispondo com ninguém. Quero só que tudo o que vier a ocorrer daqui para frente tenha muita transparência e que todos que estão por detrás desse time, provem serem verdadeiros noroestinos. Todos são pessoas bem sucedidas e fariam algo incomensurável de bem se doando, um bocadinho que seja. O Noroeste precisa de gente dedicada, honesta, raçuda e que não use o time, mas faça coisas extraordinárias por ele. Se essa for a intenção de todos, estarão todos no caminho certo. É com esse espírito que vou ao campo logo mais às 19h30, estreia AII, Alfredo de Castilho, Noroeste x Taubaté, R$ 10 e R$ 20.