Li recentemente sobre o que os vândalos estão a fazer com a casa da família Penna,
ali na quadra 11 da rua Bandeirantes. Fico com a mesma dor, também sentida por muitos, pois conheci tanto seu dono, como o interior da mesma. Que teria sido feita da belíssima coleção de xícaras da proprietária? Ali naquela quadra adorava bater papo com dois Osvaldos, o Penna e o Rasi. Hoje, ambas as casas estão fechadas. Uma tristeza para o quarteirão e para quem os conheceu. Relembro aqui uma carta que enviei para a Tribuna do Leitor e foi publicada em 04/01/2004. Pena também não ter fotos dos dois para postar aqui. Ontem escrevi sobre duas casas fechadas em São Carlos e hoje falo de duas daqui:
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhu89MCvvub_6tDjXEamG_EmBf-kMwVgZ0iJ8pXzFDIDTaskug4Mve1RKWozDbhdpD1pW8kabXD8JiJujElICKvqakbZjtL63Ug1hF_drQMMmkbvgvqsgxeuim0iYlRPtJ5l9_zfC-uLS-R/s200/casa+1.jpg)
BANDEIRANTES, QUADRA 11, DOIS OSVALDOS
"Eles moraram durante um bom tempo de suas vidas na mesma rua e
quarteirão. A rua é a Bandeirantes, aquadra é a 11, ambos são Osvaldos e já nos deixaram. Esses dois Osvaldos têm muita coisa em comum, por mais complicado que seja essa comparação. Ambos, dois impolutos senhores, irriquietos e em constante ebulição. Cada um à sua maneira, produziram muito barulho nessa quieta cidade.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjWQiWTKRGQXmc0n5XF52p98RbReXzv5ztjwNfl4CJIQhXbcwYsOTi65MjuU1Zi7z7Wi2spfGj74BydJjjIfrwP55cTXSBbjmxVqjBqJtOIae292Bh25BuQuV7l2lswW8e26Vz0gZCeMeBR/s200/velhos+1.bmp)
Um, o Rasi, grande batalhador das boas causas, de comerciante de ferragens à representante de sua categoria, dignificou a palavra integridade. Não se segurava nas calças quando presenciava alguma injustiça e 'dá-lhe protesto". Falou muito do filho, que
retribuiu, falando muito do pai. Nos resta a saudade de uma figura, que cada vez está mais difícil de ser encontrada nos dias de hoje. O outro, o Penna, foi-se nesses dias. Esteve sempre envolvido com a sua revista Cadência, fazendo dela o sentido de toda uma vida, lutando aos trancos e barrancos para, enquanto viveu, não deixar esse sonho fenecer. E conseguiu seu intento. Sempre com papéis embaixo dos braços, para lá e para cá, não esmoreceu um minuto (nem quando perdeu o neto) na busca desse caminho. Sabia o que queria e ia à luta.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgZmNLF8qsCHW8dYcpV8OVw3X_JV4MtHzlYyhumc2cxA6VrYBYfdkLM1vi-kH0ErZRfHBrniXgaJf1ZvRUPIWi1-j-Wgy4YtEBvpchNTErXmPxZf7Op-uoR0ZEg0tc4j_OHEH2HczujIhXb/s200/casa+2.jpg)
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiVt_JF9MruX02QGbYsPcfn5uvCyTC41D8PuHm0-7765_1_2lkAvgnqMR0IV76QQ6rVSARj4LniFcpuFaQv4kYM4Lfezj-hM-hZXqXhVJY3oQEOUYHDISdhkejbyF0Q6cOBq6L216HpxJDI/s200/velkhos+2.jpg)
OBS.: As fotos servem somente para ilustrar o texto e foram gileteadas da internet livre.
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