DOCUMENTOS DO FUNDO DO BAÚ (24)
FOTOS DA CASA DA ENY NUMA REVISTA DO ANO DE 1980
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Dou aquela passadinha despretensiosa pelo sebo mantido por seu João Francisco de Bau, na avenida Rodrigues Alves e ao me ver corre a me oferecer algo. “Acho que tenho uma raridade que vai te interessar”, me diz. E me passa às mãos uma revista masculina, a
HOMEM número 23, Julho de 1980, editada pela Idéia Editorial Ltda, tendo como diretor de redação Osmar Mendes Júnior. Na capa a atriz Sonia Saeg e no canto esquerdo o que me interessaria:
“ESPECIAL – As primeiras fotos da Casa da Eny, o Templo do Prazer de Bauru”. Olhei para ele e perguntei: “Quanto é?”. Acertamos e a trouxe para o mafuá. Confesso que na época havia comprado a revista. Tinha exatos 20 anos e uma frustração que não consegui realizar, a de conhecer a Casa da
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Eny funcionando. Não era para meu cacife. Conheci outros meretrícios bauruenses, menos esse. Da revista confesso novamente, prestei homenagens a algumas modelos. Nem sei dos motivos dela ter sumido de minhas coisas, pois a reportagem foi mesmo pioneira.
Da página 23 a 28 uma matéria escrita por LEONEL PRATA e fotos de BETO BOCCHINO, com o título
“EM BAURU, A CASA DA ENY”. No começo algo a perdurar até hoje: “Os bauruenses mais conservadores certamente não concordam, mas a Casa da Eny é o grande orgulho dos habitantes da Cidade Sem Limites. É só perguntar a eles sobre as meninas da Eny, que a resposta virá em forma de histórias incríveis, contadas com um entusiasmo patriótico”. Leio ali que na época o governador Maluf
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passou em Bauru com seu itinerante governo e teve que destacar um segurança para que ninguém do seu staff por lá pernoitasse (ação infrutífera, por sinal). Depois uma constatação: “Ir a Bauru e não conhecer a Casa da Eny, é mais ou menos como estar em Paris e não ver a Torre Eiffel”. A descrição dos quartos é primorosa: “...os apartamentos com camas redondas, as suítes com três quartos, sala, banheiro e garagem privativa, tudo é luxo, sem cair na cafonice de lugares assim. (...) A piscina, onde o topless nunca foi novidade e o asilo para velhos atrás da casa. Ao todo são 12 mil metros quadrados de área construída”.
Foi gostoso rever o texto, que ressalta mais: “...parece-se mesmo é com uma enorme colônia de férias e com uma vantagem, sempre lotada de belas mulheres, para o descanso dos hóspedes” (sic). Depois algo sobre o comportamento
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impecável das mulheres e os conselhos da dona da casa, seguidos à risca por todas. Algumas histórias são contadas como a de Blanche, então com 75 anos e morando junto da dona da casa: “Se o tempo voltasse, eu ia ser puta de novo”. Por fim, o que Bauru sempre soube e alguns graúdos rejeitam: “Dona Eny é sempre a primeira a ser procurada para colaborar nas campanhas beneficentes da cidade. Dizem que ela mantém várias creches em Bauru para crianças desamparadas”. Isso algo a ser resgatado, seu papel benemérito.
Duas belas fotos em preto-e-branco do interior da casa, outras
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coloridas e alguns endereços da cidade, os para “paquerar” e outros para “transar”. Nas três páginas finais fotos de seis garotas, mas não as reproduzo (perceba que a foto com elas está desfocada, propositalmente), nem cito os nomes, pois já se passaram 31 anos e muita água passou por debaixo dessa ponte. Ainda na mesma revista algo sobre a prostituição em outras cidades do interior paulista. Devo deixar a revista no Museu Histórico e continuo aguardando ansioso por um filme ou novela, desses a imortalizar tão famosa casa, talvez a mais famosa do país. Por onde vou, até hoje, ouço algo sobre a Eny e coisa de um ano atrás no Programa do Faustão ele estava diante de uma imensa cortina dessas plissadas, cor roxa e não se conteve: “Isso aqui só pode ser coisa da Casa da Eny”. Muitos ficaram sem entender, daqui de Bauru, ninguém.
Um comentário:
caros seguidores e amigos de henrique
ele acaba de perder a mãe - dona eni - nesta manhã. precisa de abraço amigo. beijos da ana bia
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