quinta-feira, 19 de junho de 2025

PALANQUE - USE SEU MEGAFONE (204)


MISTURANDO AS BOLAS*
* Tudo isto para tentar, ao menos, esquecer das guerras, embates e interregnos em curso.
1.) GUERRA É A PALAVRA DE ORDEM DOS EUA
Abro o Facebook hoje e lá uma charge de Belmonte, expert do traço, com um belo livro retratando a Segunda Guerra Mundial, dessas raridades que mantenho no meu Mafuá. Compartilho a charge (essa é de 29/09/1939), bela lembrança da amiga carioca, hoje residindo no Recife, Edna Cunha Lima, uma designer sempre antenada com tudo. Ela, do alto dos seus quase 80 anos, assim como eu, beirando os 65, sabemos que desde sempre este país, os Estados Unidos da América, vivem em função de suas guerras e de dominação alheia. Escolheram essa forma de vida, a de explorar o semelhante, abusar de autoritarismo, impor sua liderança pela força e assim dominar o cenário, o seu entorno, quiçá mundial. Com o fim da 2ª Guerra e depois, de outra a Guerra Fria, quando se sustentava dizendo nos ajudar se mantendo longe do perigo cominista, eles aumentaram ainda mais seu poder. Fizeram guerras adoidados por todos os meios e modos, destruiram países e sem se importar com nada. O que valer para eles é grana nos bolsos, nos deles e pro resto migalhas. Só que enquanto guerreavam adoidao, a China quietinha se modernizou e avançou, hoje conquistando a liderança mundial. A China não detém o poder bélico do mundo, mas sim o tecnológico. E hoje, os EUA já se deram conta, estão atrás da China e como ainda não podem guerrear diretamento com eles, o fazem por meio de seus satélites. Israel é um país satélite, o mais bélico do Oriente Médio e nada faz sem colsutar e ter o aval norte-americano. Essa guerra contra o Irã é só mais uma dos EUA, quando impõe aos outros fazer o serviço sujo pra eles. E assim vão destruindo mais um ali pertinho da China e se aproximando, abiscoitando pouco a pouco e recheando a região com armas apontadas para a China. É grana e poder, algo que sabem, não mais serão conquistados da forma legal. Daí, nada como ir construindo e conquistando tudo pela força, guerras e mais guerras. A charge já demonstrava isso lá em 1939. Hoje só a continuidade disso tudo.
Foto de Pedro Romualdo

2.) NA CEI APURANDO PROVÁVEIS IRREGULARIDADES DA ALCAIDE, O SEU PRESIDENTE É TAMBÉM LÍDER DELA NA CÂMARA - TUDO DENTRO DO QUE ENTENDEM SER A NORMALIDADE
Eis o link da matéria de hoje da 94FM, escancarando a evidência ululante:

Comentário de Gleison Sallas Contador quando de minha publicação no Facebook: "Não podemos entrar comnums representação popular pedindo o afastamento do líder da prefeita que é tbm presidente da CEI e que em certos momentos atuou como orientador da depoente ? As vezes parecia um advogado. Parecia". 

3.) CARLÃO MARCOU ÉPOCA, SÓ MUITO TEMPO DEPOIS FUI ENTENDER
Carlão corre em plena luz do dia. Tenta escapar, sem saber muito bem de quê. Um prédio em construção e o atirador cercando. Um tiro. Ele cai. A câmera se afasta devagar. Não há como voltar. Começa a tocar Paulinho da Viola: “dinheiro na mão é vendaval...”. Foi assim que Pecado Capital terminou. Junho de 1976. Eu faria dez anos dali a três semanas.

A cena ficou comigo. Pela secura. Carlão era um homem comum. Um taxista que encontrou dinheiro e achou que aquilo podia redesenhar seu destino. Não deu certo. Tentou furar a cerca e foi abatido como todos que nao tem vez. A novela não dourou a pílula. Não deu tempo de justificar nada. Não houve castigo, nem absolvição. Era o fim.

Era Pecado Capital, Janete Clair entendeu o país. Mostrou o que acontece quando alguém tenta sair da linha sem autorização. Ela não escreveu um final moral. Escreveu um final possível. Carlão não era exceção. Seu corpo caído no chão, em plena tarde, foi o retrato de um tipo de derrota que não precisava de palavrório. E a música do Paulinho não vinha para suavizar — dizia o que o roteiro já sabia: a vida cobra caro, mesmo quando parece estar oferecendo.

Francisco Cuoco morreu hoje, aos 91 anos. Quando soube, não pensei em carreira, nem em homenagens. Pensei em Carlão. No corpo caindo no meio dos escombros. No silêncio entre uma fala e outra. Naquela imagem que ficou comigo mais do que muitas vitórias. A TV ainda era preto e branco. Eu ainda era criança. Mas alguma coisa naquela cena me avisava que, ali, a ficção não estava mentindo.

Paulinho cantou: Mas é preciso viver/ E viver não é brincadeira não/ Quando o jeito é se virar/ Cada um trata de si/ Irmão desconhece irmão/ E aí dinheiro na mão é vendaval/ Dinheiro na mão é solução/ E solidão/ Dinheiro na mão é vendaval/ Dinheiro na mão é solução/ E solidão.
obs.: O texto é de Ricardo Queiroz e a música Pecado Capital, de Paulinho da Viola.

4.) CHICO E CLARICE, TUDO MUITO SIMPLES
CHICO 81 ANOS Entre maio de 1968 e outubro de 1969, Clarice Lispector fez uma longa entrevista com Chico Buarque!
Para o final da conversa, eles foram ficando mais íntimos, conectados, até que o papo termina com esse diálogo:
Clarice Lispector – Qual é a coisa mais importante do mundo?
Chico Buarque – Trabalho e amor.
Clarice Lispector – Qual é a coisa mais importante para você, como indivíduo?
Chico Buarque – A liberdade para trabalhar e amar.
Clarice Lispector – O que é amor?
Chico Buarque – Não sei definir, e você?
Clarice Lispector – Nem eu.
Dois gênios

OBS.: Tentei outro dia comprar o livro, recentemente editado com as entrevistas da Clarice. Folhei numa livraria na capital paulista, achei lindo, porém o preço me foi impeditivo de trazê-lo para o Mafuá. Fiquei na vontade e como tenho feito com todos os livros comprados por mim ultimamente, espero adentrarem um sebo, com preços exorbitantemente mais baratos.

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