quinta-feira, 19 de setembro de 2024

OS QUE FAZEM FALTA e OS QUE SOBRARAM (191)


TRÉGUA NA CAMPANHA

SERIA POSSÍVEL UM FILHO DESCONHECIDO DE CARLOS MARIGHELLA RESIDIR EM BAURU?
Essa história eu ouço não é de hoje. Não de um destes supostos filhos residir em Bauru, mas de existirem de fato. Lembro de uma remota conversa, travada com Antonio Pedroso Filho, muito antes dele falecer e era sobre isso. "Você sabe que por estar residindo em Bauru um suposto filho de Carlos Mrighella?", me perguntou. Conversamos a respeito e ele me disse, quando conheceu a pessoa, ficou atônito e sua reação foi ligar para o Carlos, filho legítimo do mais famoso guerrilheiro brasileiro, se não me engano residindo em Salvador BA e lhe questionou sobre um irmão. Lembro vagamente de sua resposta. Algo como, "dizem existir por aí vários filhos de meu pai, mas nenhum foi devidamente comprovado". Nunca mais falei com o Pedroso a respeito deste assunto.

Hoje, lá no comitê de campanha do Claudio Lago vereador, este estava conversando com um senhor e quando me vê adentrar o lugar, me chama, me apresenta e me diz: "Isso é contigo. Não sei mensurar a veracidade disso". Foi então que conversei longamente com Almir Sol de França, 66 anos e tomei conhecimento de sua história. Ele também não tem certeza de ser filho ou não de Marighella, mas acredita nisso. Diz ter nascido em São Paulo e ter tomado conhecimento pelos seus pais de criação dessa história. Tem remotas lembranças de sua infância paulistana e de três vezes ter sido procurado por militares da Aeronáutica, que lhe mostravam cadernos com fotos, pedindo para ver se conhecia alguns deles. Eram tempos duros, ditadura militar e depois disso, o tempo passou e ele acabou vindo morar em Bauru.

De Bauru, Almir Sol trabalhou por longo tempo como radialista em várias emissoras de rádio na cidade, duas delas, a Jovem Auri-Verde e depois, a 94 FM, quando lembra de jingles marcantes, criação de sua verve e conhecidos até hoje. Tem inúmeras boas recordações destes tempos, algo pelo qual sente saudade, pois hoje, longe dos microfones, tenta sobreviver fazendo vários bicos e recebendo uma salário do LOAS, um benefício sócioassistencial pago a pessoas idosas ou com alguma incapacidade. Sua vida mudou muito e isso, que traz consigo desde sua juventude e ainda, para ele, sem explicação, me diz, necessitar resolver de uma vez por todas, ou seja, é ou não filho de Carlos Marighella.

De seus contatos em Bauru, diz ter conversado por aqui com muita gente e três delas lhe deixaram mais do que esperanças. São elas, Antonio Pedroso Junior, Darcy Rodrigues e Milton Dotta. Infelizmente os três já faleceram e toda conversa já realizada não existe mais como ser resgatada. A única pairando no ar é essa minha com Pedroso e aqui já citada. Almir conta que quando esteve com Darcy, lhe contando querer descobrir isso do seu passado, chegou nele e começando uma conversação lhe disse: "Queria lhe dizer que, talvez eu possa ser filho de Marighella". Diz ele, Darcy ficou atônito e lhe respondeu: "Você me surpreende. Olhando para ti, vejo mais semelhanças em ti com o velho Marighella, do que o filho conhecido, o Carlos".

Tudo são histórias e hipóteses. Ele, Almir, vive uma situação atual onde não possui condições de viajar ou mesmo, de tentar iniciar uma pesquisa reveladora, onde possa se certificar ou não da veradcidade do que ouviu uma vida inteira, sem ter certeza de nada. Enfim, como ir ter com o provável irmão, o Carlinhos, sem recursos para tanto. Nem pesquisar pelo google ou outros meios possui disponibilidade ou mesmo, alguma habilidade. Ele me diz ter muita vontade de ir a fundo, pois o tempo atualmente passa muito rápido e o amanhã já pode ser tarde. Fico de lhe ajudar no que posso e isso faço neste momento, escrevendo tudo como tomei conhecimento no dia de hoje e tentando fazer com que o texto chegue em quem possa dar alguma contribuição mais decisiva, puxando algum fio desta meada. Almir diz querer fazer o tal teste de DNA, para saber se tudo é mera ficção ou pode se constituir numa realidade, essa com certeza, virando sua vida de pernas para o ar.

O relato e pela forma como me foi contada, chamou muito minha atenção. Confesso, como escrevi, já havia tomado conhecimento de algo e hoje, me vejo diante do motivo dos rumores. Daí, ser ou não verdade, isso precisa ser devidamente apurado, com muito cuidado. Pelo que senti, Almir não conta essa história por contar e não a inventou. Ele realmente acredita ser possível, daí a conta para alguns e busca ajuda. O tema me interessou de bate pronto, de imediato e tento filtrá-la com o devido cuidado. Torço para que a ajuda ou mesmo, surjam evidências ou sinalizações que possam levar a uma elucidação do que lhe acabrunha a vida. Pelo que senti, Almir sente um peso dentro de si, algo como uma interrogação em sua vida, essa sem resposta. Tudo merece investigação, até o fato de como seu sua criação, pais adotivos e de como se deu essa adoção e tudo o mais daí por diante. Ou seja, uma vida a ser escarafunchada, virada do avesso em busca de respostas. Está dado o pontapé inicial.

ALGUNS COMENTÁRIOS POSTERIORES AO MEU POST:
1.) "O Pedroso me disse alguma coisa sobre isso também. Uma forma rápida e barata de dar início a essa investigação seria a de ambos, Almir e Carlinhos, fazerem um desses testes de DNA de ancestralidade, que podem apontar o parentesco", jornalista Antonio Lázaro de Almeida Prado Junior.

2.) "Nossa, tem semelhança. O irmão se chama Carlos Augusto Marighella. Entrar em contato com vereadora por Salvador Maria Marighella , neta do Marighella . Acho que assumiu a presidência da Fundação Nacional de Artes (Funarte)", advogada Maria Cristina Zanin Sant'Anna. 

3.) "Tem a neta do Mariguella que mora e trabalha em Brasília Maria mariguella talvez seja uma fonte para começar está pesquisa", militante da esquerda pederneirense Maurício dos Passos.

4.) "O Chinelo me falou isso também. Vou por essa história no Insta do Wagner Moura. Tem que fazer isso enquanto esse senhor vive", escritora marginal Amanda Helena.

5.) "Conheci o Almir Sol de França no Bom Prato de Bauru, uns 10 anos atrás. Ele me contou a mesma história. Lembro de ter tentado pesquisar alguma coisa a respeito, mas sem chegar a nenhuma conclusão", jornalista Jornal Dois, Lucas Mendes.

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