quarta-feira, 15 de maio de 2024

REGISTROS DO LADO B (123)

CREIAM, O "LADO B - A IMPORTÂNCIA DOS DESIMPORTANTES" VOLTOU E AGORA, DEPOIS DE UM SONINHO DE ALGUNS MESES, COM ESTE PAPO, FEITO AGORA, O DE Nº 123

BRENO ALTMAN, conceituado jornalista de esquerda, passando por Bauru para lançar seu mais novo livro, o "Contra o Sionismo - Retrato de uma doutrina colonial e racista", aceita um bate papo, feito agora, logo após seu café da manhã. Sentamos num canto do Hotel Obeid e por quase meia hora, uma conversa não só sobre o tema do seu livro, mas sobre este momento da esquerda brasileira, a perda da disputa de narrativas, as lutas de ontem e hoje. E é claro algo sobre sua passagem por Bauru, nos anos 80, no primeiro Governo Tuga Angerami, quando por aqui passou numa espécie de assessoria para o então Secretário de Saúde, David Capistrano Filho. Enfim, o recomeço deste HPA precisava se dar com algo cheio de pompa e brilho. Assim sendo, nessa conversa com Breno, algo para injetar ânimo, nessa necessária renovação de esperança. Se o que precisávamos era uma injeção de ânimo, eis algo proposto claramente pelo Breno, enfim, pelo nos diz, está surgindo um novo momento para a esquerda e a maioria destes ainda não se deu muito conta disso. Portanto, estar ou ir pra luta é a única alternativa possível para a sonhada transformação, tão sonhada e almejada.

Eu não pensava em parar com o Lado B, mas estava um tanto empacado com a coisa. Travado, seria a palavra mais acertada. Creio eu, agora desempaquei e com alguém grandioso. Breno tem uma forte relação com as esquerdas bauruenses. Esteve por Bauru, junto do Capristrano e por dois anos, circulou por todos os lugares, mantendo vínculo com todos os expoentes da esquerda na época. E deles não se esqueceu. Cita todos, com uma memória incrível. E quando fala de sua relação então com o PCdoB, conta que, uma das tarefas na cidade foi ter sido segurança num dos maiores comícios políticos já ocorrido em Bauru, o de Luiz Carlos Prestes, na praça na esquina das Nações com a Rodrigues, no qual tive o prazer de estar presente.

Breno lança seu livro país afora e me conta do que tem encontrado país afora. Por aqui, creio eu, estivemos perto de umas duzentas pessoas, o que foi ótimo. Diz que, no Recife PE, seu maior público, com mais de mil no evento e muito do que aconteceria num local fechado, sendo transferido para a rua. Ou seja, a recepção está boa e, claro, o tema ajuda. Ele, de origem judaica, versando sobre o outro lado, algo não aceito por parcela significativa do mundo judeu, defende abertamente a questão palestina e para tanto, antes do lançamento, faz uma palestra e conta da forma mais didática possível, num histórico, fala ocorrida no salão de entrada do Sindicato dos Bancários, na rua Marcondes Salgado, como se deu tudo, desde o princípio, até a criação do Estado de Israel. Desde então, algo inegável, o povo palestino foi sendo, pouco a pouco, encurralado e massacrado. Não existe como negar isso, com tudo culminando nesse ato de resistência, tudo para que este povo não se veja mais e mais subjugado pela força de quem invadiu seu território e hoje o expulsa. Uma reação natural, porém, como a força da informação repassada do outro lado é imensamente desproporcional, quem de fato invadiu, ainda tenta sair como vítima.

A história que Breno conta é essa em seu novo livro. Maria Cristina Zanim, pela ABJ se esforço ao máximo para trazê-lo e este reencontro foi por mim registrado desde o princípio. Ainda na viagem de vinda de São Paulo, na tarde do dia 15, tento marcar uma entrevista. Foi impossível sua realização antes da palestra. Ficou para a manhã do dia 16, quinta, 7h30 da manhã no Obeid Hotel, pouco antes dele ir para outra, na TV Câmara, com o jornalista Nelson Gonçalves. O que queria fazer e fiz foi fugir um pouco do trivial para com ele. Dessa sua saga pelo Brasil lançando o livro, as perguntas são repetitivas e quase todas em cima do tema da questão palestina. Sim, este o momento para falar disso, porém, aqui em Bauru, aproveito o gancho dele já ter convivido por aqui, conhece um pouco a luta e os bastidores de como se dá a contenda e foco a conversa para falarmos do momento da esquerda, o passado e o presente, perspectivas, avanços e recuos. Ou seja, sua opinião sobre isso tudo. Creio eu, missão cumprida. Breno estava descansado e creio ter dado conta do recado.

Desta forma e jeito, volto com as entrevistas do Lado B. A lista dos futuros convidados sempre é grande. Vamos ver como tudo se dará daqui por diante. Por enquanto, faço aqui o compartilhamento do registro feito por mim de dois momentos de sua fala no sindicato. No primeiro, mais longo, consegui captar quase toda sua fala, mais de uma hora de gravação e quando tive um problema, parei e volto para a finalização da palestra, o ponto alto, quando junta tudo o que havia descrito e lacra. Daí, o terceiro vídeo já é no dia seguinte, lá na sala do café da manhã do Obeid. Assistidos na sequência, se possível, melhor ainda para o entendimento de minha proposta.

Vídeo 1 - Sua palestra, desde o princípio até o corte, mais de uma hora de gravação: https://www.facebook.com/henrique.perazzideaquino/videos/1795303684297519

Vídeo 2 – A parte final dessa fala, quando dá o arremate final: https://www.facebook.com/henrique.perazzideaquino/videos/1744998329361545

Vídeo 3 – O bate papo do Lado B nº 123, a retomada, de algo que sempre me deu grande júbilo e contentamento fazer: https://www.facebook.com/henrique.perazzideaquino/videos/2340694929459949

Breno é isso tudo e muito mais. Espero ter dado mais uma contribuição para o engajamento necessário para a continuidade de uma infindável luta, a de nossas vidas, com COERÊNCIA, começado tudo lá atrás, na juventude e só se findando quando partirmos dessa. Desistir, para gente como Breno, impossível.

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