quinta-feira, 17 de outubro de 2024

 QUAL A HISTÓRIA HOJE?

quarta-feira, 16 de outubro de 2024

DOCUMENTOS DO FUNDO DO BAÚ (198)


FRANCISCO, LIVREIRO DA LUMME, ENCONTRADO NOS FUNDOS DO SEBO DO BAU – TUDO SEM QUERER, QUERENDO
A campanha eleitoral corria solta e numa dessas manhãs de sábado, eu me encontrava na Esquina da Resistência, distribuindo santinhos e falando com os interessados em nossa proposta política. Quase ao lado ocorria a promoção de venda de livros do Sebo do Bau, do amigo Roberto, menos de 200 metros, tudo por apenas R$ 5 reais o exemplar. Escapuli e fui espairecer vendo alguns livros. No fundo do sebo, alto de uma estante, alguns livros de autores brasileiros e para alcança-los alguém me arruma uma escada. Subo, vasculho e escolho alguns, dentre estes um de João Antônio, um escritor que gosto demais da conta. Foi o suficiente para ter início uma conversação que não mais pararia, enquanto ali permanecemos.

O senhor ao meu lado, também em busca de preciosidades – livros são objetos preciosos -, encontrou alguém para conversar. Confabulamos bastante, a ponto de criar imediata empatia. Mal pegávamos um livro à mão, surgia um comentário sobre o autor. A conversa fluía e percebi de imediato, estar diante de alguém com quem poderia conversar horas. Nunca havia o visto. Estava diante de alguém com um tipo bem peculiar, uma longa barba, muito bem cuidada, estatura mediana, aproximadamente minha idade e como eu, amante inveterado de livros – e de sebos. O tema livro permeou nossa conversa e também a obra de João Antônio. Disse rapidamente o que sei dele, do que já li e diante de um “Malagueta, Perus e Bacanaço”, disse ter uma edição rara. O informo que todo seu acervo encontra-se hoje na Unesp de Assis, algo que já sabia. Foi quando diz ter publicado uma obra versando sobre este autor. Me interesso e ele me diz, “lhe darei um exemplar, com o maior prazer”.

Trocamos telefones, ele encontra em sua carteira um velho cartão de visitas e volto aos meus afazeres, agora com uma sacola com pelo menos uns dez livros. Aquele senhor, culto e que apresentava como editor de livros, morando em Bauru era para mim um incógnita. Como não conhecia um livreiro, editor de livros e morando em Bauru? Pelo que me deixa como rastro, pelo cartão entro no site da Lumme Editor e me vejo diante de uma imensidão de raridades, livros raros e alguém dedicando sua vida para enaltecer quem escreve. Descubro que o Francisco, ali conhecido é alguém que, deveria tentar ao menos conhecer melhor, pois estava diante de alguém que, logo a seguir, descobri ser uma rara preciosidade.

“Francisco dos Santos nasceu em 1967, em Nova Andradina (MS), e reside hoje na cidade de Bauru, no interior de São Paulo. Como poeta, Francisco dos Santos publicou os livros M (1991 / 2001), Solilóquio (1997/2002) e A reinvenção do mesmo (2002/2003), reunidos em Francisco de Todos-os-Santos (Lumme Editor, 2003). No campo da prosa de ficção, é autor dos livros O Grande Cineasta, (Edição do autor, 2002), A imagem recorrente (Lumme Editor, 2004) e No American, Latins (2005). O autor também é artista plástico e editor da Lumme. E-mail: contato@franciscodossantos.com.br.”, eis a breve descrição dele, encontrada no site da revista Zunái – Revista de Poesias e Debates.

A eleição se findou, passou-se uma semana e o contato ali na carteira. Enfim, ganharia algo mais sobre João Antonio. Marcamos um bate papo na Praça de Alimentação do Boulevard Shopping, no começo de noite desta quarta, 16/10, enquanto Ana Bia dava aulas na Unesp. Tínhamos pelos menos duas horas e meia para conversarmos. Chego, ele já sentado, nos cumprimentamos e começamos uma conversação, dessas sem fim. Vim falar de uma coisa e falamos de tantas outras, emendando um assunto ao outro. O conheci um pouco mais e ele a mim. Ambos um tanto tagarelas, o fato é que Ana me liga, perto das tais 21h30, teria que buscá-la e nos demos conta, ficamos ali mais de duas horas, sem nada consumir, boca seca, trocando ideias e creio, eu recebendo dele um aula, pois o percebo, mais que um entendido e devorador de livros.

Francisco é, com certeza, construtor de livros. Cria, monta, escolhe autores – e é escolhido por eles -, confabula com vários deles, daqui, da Espanha e de variadas localidades e naipes. Um baita de um publicitário, criador de marcas, tendo trabalhado para inúmeras empresas de nossa região. Recebi ali uma aula de como construir um livro, sem se deixar levar por modismos ou por simplesmente receber algo para fazê-lo. Detalhes que me escapavam. Tive mais que um contato e agora sei, nada sei sobre este assunto. Ganho o livro, “O Nervo Exposto”, da doutora em Literatura Ieda Magri, com o subtítulo, “João Antônio, experiência e literatura”. Um presente, que certamente o devorarei antes de tudo o mais que tenho pra ler, pilhas diante de mim, aguardando meu tempo livre.

Tenho seu número de telefone, converso com ele pelo Whats e agora sei, por mais essa experiência que, de algumas trombadas na vida, surgem e afloram delas algo realmente transformador. Não esperava encontrar aqui na inóspita Bauru, a destes áridos tempos, alguém como Francisco. Sabe aquelas conversas que, quando ao deixá-las, sempre o gostinho de quero mais? Pois bem, se Francisco tiver tempo, travaremos muitas outras. E tudo começou nos fundos do sebo do Bau, numa manhã de sábado, quando fui em busca de livros. Encontrei algo mais, um livreiro, um profundo conhecedor deste objeto de consumo, fonte de nossa movimentação e saciedade. Bauru ainda me surpreende e com Francisco, talvez a maior delas nos últimos tempos.

MOSTRANDO O OUTRO LADO
“ESTELA NÃO VOTOU - Câmara de Bauru rejeita curso superior para assessores com atribuições de direção, chefia e assessoramento.
O Serviço Público, principalmente o municipal, sempre se caracterizou por acolher "assessores políticos" nos cargos de livre nomeação, que não exigem concurso, e cujo merecimento fica por conta exclusiva de quem escolhe. Por esta fresta, não são poucos os que entram para a "boquinha" como agradecimento do parlamentar a quem prestou serviços. De motorista a guarda costas, quase todos, de repente, viram servidores públicos. Quando aparece uma proposta para dar algum sentido profissional às coisas - a tal meritocracia de que tanto falam - os vereadores votam contra. A bauruense que representa a esquerda na Câmara Municipal não apareceu para votar. Neste aspecto, igualou-se à patricinha padroeira da educação, que também não foi. É a segunda vez, pelo menos, que Estela Almagro evita polêmicas na hora de se posicionar. Ela, que foi a candidata mais votada nas últimas eleições, já havia se unido às hostes da prefeita em votação anterior sobre, se não erro, uma CEI que não era do interesse das cerejeiras que vicejam ao redor do Executivo. É hora de entender melhor qual é a da vereadora”, jornalista Ricardo de Callis Pesce.

"O estrago feito pelo golpe com a federação em Bauru além de ter proporcionado a eleição da Suelen no primeiro turno, calou a possibilidade do PT ter falado com a população, apresentado nossas propostas de governo, de mostrarmos mais e defendermos o governo Lula, de termos a campanha morna, fria, desinteressante, desmotivante, resultar no massivo número de ausências, brancos e nulos, enfim, esse estrago foi muito grave para as lutas do PT, contribuiu para o resultado favorável a direita e extrema direita. Vergonha de não termos um quadro para nós orgulharmos ao final desse pleito", professora aposentada área de Comunicação, Maria Cecília Campos.

terça-feira, 15 de outubro de 2024

O QUE FAZER EM BAURU E NAS REDONDEZAS (177)


ESTOU, MAS MESMO ASSIM, AINDA COM FORÇAS PARA PROSSEGUIR

"SER REJEITADO TEM MAIS VANTAGENS DO QUE PARECE"
Isso mesmo, esse negócio de ser certinho, andar todo cheiroso e pimpão, seguindo regras e ditando normas não é comigo. Eu, na qualidade de empedernico esquerdista, já devia ter me acostumado. Ser rejeitado, num país onde a maioria gosta de compartilhar ideias conservadoras é algo pra andar meio que na contramão uma vida inteira. E convenhamos, ser de direita é uma nhaca e ser de esquerda, algo inebriante, como receber o vento na fuça a todo instante. Uma renovação constante, mesmo que isso traga alguns dissabores. Nenhum incontornável, pelo menos por enquanto. Na Argentina de Milei já caçam esquerdistas, aqui ainda tudo não passa de um plano, não colocado em prática.

"O mundo em que vivemos é possível graças a esse desacordo, estamos imersos numa sociedade governada pelo poder econômico, pelo sucesso e assim por diante. O plano social é uma espécie de suicídio consensual e foge-se para tentar encontrar algo verdadeiro. Você pode chamar isso de Deus, amor, experiência direta ou aventura espiritual.", li isso hoje numa entrevista do cineasta argentino Luis Ortega, para a revista virtual El Planeta Urbano, do jornal que ainda consigo ler, o também argentino Página 12.

Sim, ser do contra serve para fugir disso. E, confesso, não existe nada mais inebriante na vida do que não andar junto da manada. Aqui mesmo, neste Brasil dos tempos atuais, seguir com a turba é de uma parvice sem fim. Como abomino os parvos, tento ao menos continuar andando com os que consigo ter afinidades. Tenho tido muitas decepções, pois mesmo no raio de ação onde milito e apronto das minhas, tem uma turba hoje, se fingindo de rejeitado, de esquerdista e fazendo o jogo duplo. Estes mais abomináveis que os declaradamente do outro lado. Quando detecto um destes, não exista quem me faça se aproximar ou mesmo tentar ser palatável.

Perder faz parte do grande negócio que é o viver dentro do capitalismo. Tem quem, para ganhar algumas, se aproprie de técnicas e meios disponíveis pelos do outro lado. Nessa eleição, algunas destes se tornaram vitoriosos e nem pensar em me posicionar ou defendê-los em algum instante. Meu negócio e continuar seguindo pelos descaminhos da rejeição, o que me move e toca minha vida. Vencer a qualquer custo não é coisa que me faria feliz.

"Olha, ser rejeitado tem mais vantagens do que parece. Que o mundo te expulsa te força a fazer o que você tem que fazer. Se eles o aceitam, você fica mais aberto à confusão, a entrar em uma dinâmica estranha, precisa ter cuidado para não interpretar mal o sucesso ou o fracasso. Na verdade, receber tantos “nãos” é mais estimulante", diz Ortega e eu concordo. A vida é cheia de nãos e de derrotas. Elas são boas para não nos deixar levar pelas bobagens de chegar em algo a qualquer custo. Quero chegar fazendo a coisa como faço, sempre de forma deficiente, errada, sendo considerado fraco, inoperante, problemático, porém sem me vergar ou ter que me submeter a certas exigências.

Nesse período eleitoral fui até chamado de "leviano" e por quem não esperava, pois pessoa de muita convivência e proximidade. Vivendo e aprendendo. Eu erro, mas quem assim me denomina, também precisa se olhar no espelho, pois sei não, será que tudo anda tão bem encaminhado para ser supra-sumo. Gosto muito de como consigo tocar minha vida. Ela não é perfeita, aliás, cheia de muita deficiência e percalços. Pelo pouco tempo que me resta de vida pela frente, creio ser melhor continuar sendo rejeitado, criticado, porém, altivo, ciente de onde estou, com quem estou e seguindo numa trilha que, sei não é perfeita, mas pelo menos, não se dá junto de quem me alavanca para outros caminhos. Eu quero mais é continuar sendo isso mesmo que sempre fui. Sou muito feliz assim, sendo do contra e rindo de quem vence e não me convence. Isso, por si só me satisfaz.

ESPAIRECER MESMO NÃO É FICANDO EM CASA E SIM, IR COM AMIGOS VER DE PERTO O ESPETÁCULO ROMENO DO CIRCO STANKOWICH
O Stankowich é um circo muito bem organizado, tudo redondinho e com um aspecto mais que bom. Uma apresentação impecável e para qualquer bom observador, pela fisionomia da maioria de seus artistas, ali está constituída uma família, trabalhando unida e coesa. Conheço a fama deste circo, mas nada sabia de sua procedência. Na minha santa ignorância acreditava ser de origem russa, mas perguntando para um deles, os com a mesma cara, este me disse do tempo na estrada, de seus antepassados e da origem da família, da Romênia. Ele mesmo, quem interpelei, é brasileiro, nascido e criado aqui, na estrada, com incontável quilometragem rodada. Todo bom circo é assim, seus membros fazem de tudo. Logo na entrada vejo uma senhora, toda maquiada, sardenta, numa cor lembrando minha mãe, atendendo e depois a vejo no palco, dançando de maiô ou mesmo servindo de partner para outros artistas. O moço que me indicou como ser atendido no bar, era o mesmo que num dos primeiros números fez um lindo malabares. Todos por ali batem escanteio e correm para fazer gol. Uma sincronia maravilhosa, que o circo permite e passa de geração pra geração. Ali, pelo que vejo, não existe um número grande de artistas, mas o suficiente para uma bela apresentação. Uma família atuando inteira no palco e junto deles, alguns artistas, num staff de responsa, pois em circo, não é suficiente o artista ir lá no picadeiro e apresentar seu número. Tudo faz parte de uma engrenagem, que funciona como um reloginho, com todos sabendo onde devem estar e para dar certo, cada qual cumpre algo dentro do grande roteiro. Essa família merece uma bela reportagem, contando algo de quando tudo começou e a trajetória até chegar aos nossos dias.

Observei demais o papel do palhaço, o artista que mais trabalhou e esteve no palco. Ele não é de origem romena, mas atua como membro permanente e participe da composição organizacional, num todo do circo. Fez a junção entre o palco e o público, trouxe populares para o palco, com uma boa presença do que seja isso, essa ligação, sem ser chata e grosseira. E depois o vejo, na maior simplicidade vendendo guloseimas e objetos coloridos patra crianças. As moças dançando no palco e logo depois, vendendo as fotos tiradas com os presentes nas arquibancadas. E o espetáculo, sem nenhuma voz de apresentação, só um número atrás do outro, foi algo inebriante. Gostei demais e saio de lá com a alma lavada. O circo serve e muito para recarregar energias perdidas, ainda mais quando o espetáculo corresponde e até supera suas expectativas. E o melhor de tudo foi ter instigado um número grande de amigos para ir comigo e todos satisfeitos, sorridentes. Ganhei até uma pipoca de um dos responsáveis pelo circo, quando ele soube de minha movimentação para levar pessoas, enfim, é tão bom ir em bando nestes lugares.

segunda-feira, 14 de outubro de 2024

FRASES (250)


EM BRUZUNDANGAS TUDO É POSSÍVEL, EM BAURU NÃO, POIS AQUI NÃO É TERRITÓRIO DE FICÇÃO*
* Qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência. 
“A política não é uma grande cogitação de guiar os nossos destinos; porém, uma vulgar especulação de cargos e propinas” (trecho de Os Bruzundangas).

Bruzundangas é um país hipotético descrito por um brasileiro e que possui todos os problemas do Brasil. Lá ocorre o nepotismo desenfreado, há privilégios e favorecimentos aos políticos, a saúde e a educação são tratadas em segundo plano, num conjunto de mazelas que, publicadas após a morte do escritor Lima Barreto, em 1923, mantém uma terrível atualidade. Tal qual sua obra-prima O triste fim de Policarpo Quaresma (1911), este livro enquadra-se naquilo que Lima Barreto qualificou de "literatura militante", cuja missão era "fazer comunicar umas almas com as outras (...) reforçando deste modo a solidariedade humana, tornando os homens mais capazes para a conquista do planeta e se entenderem melhor, no único intuito de sua felicidade". Tudo com o estilo e o humor que o colocam entre os gigantes da nossa literatura. Até o mordaz bloco burlesco, farsesco e algumas vezes carnavalesco, o Bauru Sem Tomate é MiXto já se utilizou de Bruzundangas para, num momento, desdizer das mazelas bauruenses. Foi no ano de 2018, com o enredo "Na cidade dos Bruzundangas: De bordel a quartel, em cada esquina um coronel".

Neste momento, nada melhor do que, reviver novamente, enfim, a farsa continua ululando pela aí. A eleição em si, em todos os seus sentidos, reflete muito bem a desorientação em que se encontra o eleitorado brasileiro, decaindo de votar conscientemente, para fazê-lo de acordo com as conveniências, acordos, conchavos e benesses prometidas ou até mesmo, recebidas. Escrever de Bruzundangas é adentrar o campo da ficção, sempre esbarrando na mais perversa e insana realidade. Pois bem, tento, ao meu modo e jeito retomar o elo nunca perdido de Lima Barreto e neste momento, assim como ele, faço uso desse país hipotético, tão longe e tão perto de nós, pobres mortais.

Nele, um parlamentar de voz esganiçada, soube se aproveitar do momento e diante da proximidade dos holofotes, bradou em alto e bom som contra o mandatário de plantão. Ficou conhecido pela sua eloquente verborragia, porém, o que o povo não sabia, ou não lhe foi permitido perceber é que, este que, se dizia seu inimigo público nº1, nos momentos de decisão, quando se fazia necessário votar, deixar registrado o voto, daí ele votava junto aos interesses do ocupante do poder. E o mandatário, que de bobo não tinha nada, mesmo violento, permitia que o vassalo parlamentar bradasse quanto quisesse, não lhe impingindo nenhuma correção (sic), desde que, na hora de votar, estivesse ao seu lado. Era tudo feito de comum acordo, evidentemente, sem que a turba tivesse conhecimento. Os holofotes eram sacados do palco em momentos cruciais das votações, assim não tinham o mesmo estardalhaço dos pronunciamentos. Daí, poucos ficavam sabendo do que de fato estava em curso. Uma enganação geral.

Antes disso, outro mandatário, este já em outro campo de atuação no momento, foi eleito para governar a cidade por quase dez anos e por uma necessidade, acabou deixando este mesmo parlamentar em seu lugar, num mero final de semana. Foi chamado de volta às pressas, pois como medida primeira o tal havia já se beneficiado de medidas desviatórias de recursos. Desde então, nos restante período de governo, não tirou sequer mais um dia de férias, pois alertado por todos ao seu lado, se o fizesse o tal parlamentar poderia aprontar algo pior do que o que fez num só dia com o poder da caneta em suas mãos.

Teve mais com o mesmo parlamentar. Ele, pelo visto é fonte de muitas e muitas histórias. Várias delas são contadas nos corredores do poder. Dizem que, este mesmo mandatário, não tendo como se esquivar, o convoca, a contragosto, para ser o responsável pelo projeto de casas populares da localidade, tudo com verba advinda de entidades superiores. O dinheiro chegava e sob a administração do parlamentar, parte era desviada, subtraída e ia diretamente para os bolsos e contas deste. Um verdadeiro esquema de arrecadação foi montado, tudo na mais plena surdina, algo que o próprio mandatário só ouvia falar, nunca provar sua ilicitude. Infinidade de detalhes caíram na boca do povo, como quando um material tecnológico foi entregue, supostamente recebido, papelada assinada, porém nunca chegou ao seu destino. Funcionário foi até afastado e depois, como sabia demais, ficou sob as asas do parlamentar ad eternum. Um sabia muita coisa do outro, e o outro de um, laços indissolúveis.

Em Bruzundangas algo assim é natural, porém, nada é comprovado, mesmo todos sabendo e botando a mão no fogo como verdade absoluta. Tudo segue e com poucas possibilidades de tudo vir à tona. Uns dizem saber de algo mais, tanto que, num dia lá dentro do parlamento, um outro parlamentar sendo acuado pelo nosso personagem, levantou a voz e ameaçou contar algo. Não contou, pois conversaram a tempo do estrago não se concretizar. Ou seja, neste território fictício, tudo pode acontecer, menos um delatar o outro ou o fio da meada ser puxado, pois segundo contam, naquele reino, se algo acontecer a um, muitos outros cairão juntos. São anos de entrelaçamento. Em Bruzundanga tudo é possível. Por lá, existe a crença de que, nada será desvendado e tudo continuará a ocorrer sem que, nenhum padeça de punição. Um ou outro é usado como boi de piranha, até para saciar a sede de justiça existente naquele reino. Com os mais graúdos, a esbórnia nunca tem fim. E renovada a cada nova eleição, chegando outros com a mesma ou até mais voracidade. Haja cofres!

“Convém notar que, quando digo que a ânsia geral é viver fora do país, excetuo os ativos, aqueles que sugam dos ministérios subvenções, propinas, percentagens e obtêm concessões, privilégios, etc. Estes demoram-se pouco fora dele e, seja governo o partido radical, seja governo o partido conservador, esteja o erário cheio, esteja ele vazio, sabem sempre obter fartos e abundantes recursos monetários de um modo que só eles têm o segredo. Estes senhores gostam muito da Bruzundanga e são ferozes patriotas.” (outro trecho de Os bruzundangas).

COMEÇANDO NOVA SEMANA COM UM CONSELHO. NÃO É MEU E SIM DO ESPANHOL JOAQUIM SABINA
«A mim o que me salvou foram os livros que li. Mas principalmente da solidão. Por exemplo, acontece muita coisa nas digressões, quando acontece algo a um avião e ficamos todos deitados em um aeroporto, que os músicos ficam desesperados, não sabem o que fazer. Mas eu, se eu tiver um bom livro, estou feliz! Os livros me acompanham, me ajudam a pensar, a viver um monte de vidas diferentes da minha. Em vez de ficar como um animal enjaulado olhando para um avião que vai partir em seis horas, eu posso estar na Roma antiga vivendo a vida de outros. Penso que esse é o único conselho que me atrevi a dar na vida: se você tem um livro, você nunca estará sozinho».
SABINA CANTA, LÊ E ESCREVE DE UM JEITO COMO ESTE HPA GOSTARIA DE FAZÊ-LO.

domingo, 13 de outubro de 2024

DICAS (250)


PRIVATIZA QUE MELHORA - PURA CONVERSA PRA BOI DORMIR

Bauru resolveu apostar na proposta privacionista da atual alcaide, a incomPrefeita Suéllen Rosin e deve pagar caro por isso. Primeiro, pela cidade estar passando por uma séria crise hídrica, com o rio Batalha, nossa maior fonte de água, descuidado e entregue às moscas. Nenhum trabalho sério de armanezamento de água foi feito na gestão suellista e mesmo assim, com muitas residências permanecendo sem água em suas torneiras por até sete dias, mesmo assim ela teve votação expressiva e levou a eleição de sua reeleição no 1º Turno. Vive de promessas e assim engambelou novamente o bauruense. A questão da água por aqui é caso mais do que sério, pois nosso sistema de água acaba de ser privatizado, numa concessão sem sentido, praticamente dando cabo do DAE e em seu lugar, sendo instituído empresas como essa ENEl paulistana.

A ENEL é essa que, neste exato momento, após uma chuva forte, de um dia só, na capital paulista, boa parte do paulistano ficou sem luz elétrica e o gobvernador, responsável pela privatização, concorrendo para sua reeleição, não teve como esconder o fiasco que foi a privatização da energia elétrica. Evidente que, privatizou, o preço subiu e agora, nem mão de obra especializada para resolver o problema existe mais. Tudo terceirizado, sucateado e só pensando um lucro, ou seja, dinheiro no caixa. Essa a cara mais latente da privatização brasileira, verdadeiro caso de polícia.

Reclamar para quem? Para o bispo, como no ditado popular. Só se for para ele mesmo, sem nem desta forma conseguindo voltar à normalidade, ou seja, um atendimento digno, rápido, seguro, eficiente e com custo baixo. Vivemos um momento pouco entendido pela população. Saímos de um capitalismo feito à moda antiga, adentrando o neoliberalismo, este mais cruel e insano, com menos responsabilidade e propondo para tudo este tal de Estado Mínimo. Eliminam as empresas estatis, vendem tudo, gastam o dinheiro não se sabe em que e depois, quando o problema surge, um verdadeiro "deus nos acuda". E os governantes dentro deste sistema neoliberal, possuem na ponta da língua a desculpa quando o problema surge: a crise climática.

Desde a liberalização do Governo FHC, o país convive com riscos de racionamentos e apagões. Na verdade, não adianta tapar o sol com a peneira, o modelo de organização elétrica e energética brasileiro em geral está axaurido e como se sabe e estamos vendo, não serão essas empresas privadas, as que ganharam a concessão, que farão os investimentos necessários para solucionar o problema. O negócio destes é lucro, nada mais. Houve, na verdade, com a liberalização, uma predominância cada vez maior dos interesses de vários grupos e lobbies.

Repare como se derão todos os leilões de energia realizados nos últimos anos. Foi a verdadeira farra do boi. Todos tiveram critérios de escolha destituídos de fundamentos econômicos sólidos. Nenhum deles em atuação busca a otimização do sistema, mas sim, o atendimento de dogmas deste tal de "mercado". Quando muito, vendo a situação num beco sem saída, sabe o que fazem e continuarão fazendo? Devolvem a concessão, pois não vão investir. Isso vai acontecer muito em breve com essa ENEL na capital paulista e com o que virá depois de afundarem definitivamente o nosso valoroso DAE em Bauru. O problema climático atravessado pelo Brasil é mais do que sério e estes dois setores, tanto o energético, como o do abastecimento de água são os que mais sogfrem. Enquanto perdurar essas privatizações, com essa dinheirama correndo solta em caixas-dois, nenhum responsabilização para quem está no comando do que foi feito delas, tudo tendo a piorar. E daí, assim mesmo, um povo cegueta reelege Suéllen e pode fazê-lo também em Sampa com outro da mesma estirpe, Nunes, ambos bolsonaristas de carteirinha. Não preciso ser "bidu" para enxergar que com estes o futuro será um desastre.

ISRAEL MATA MAIS QUE QUALQUER FURACÃO

sábado, 12 de outubro de 2024

CHARGE ESCOLHIDA A DEDO (211)


hoje é o dia delas

SÉRIO???
A campanha política em Bauru terminou no domingo passado. Temos ainda uma disputa, na qual já me posicionei, a da capital paulista, onde precisamos estar não só atentos, como participantes, pois ali está em jogo muito do nosso futuro, o dessa disputa entre o lado palatável do mundo e o da aproximação dessa extrema diteita, ocupando espaços e se bober, nos colocando cada vez mais contra a parede. A política nunca termina, ela é feita no dia a dia e neste momento, fingir que tudo se findou e estamos começando um ciclo novo é deixar o bonde passar por cima dos nossos costados. Continuo querendo ir pra Sampa ajudar e dar meu quinhão de participação na campanha do Boulos.

Aqui em Bauru, acompanho sem grande participação de vários debates sendo travados, todos versando sobre o futuro petista. Não me envolvi em nenhum deles, mesmo lendo as discussões. Tive uma semana de reaproximação com meu trabalho, neste momento, todo centrado em alguns projetos regionais, um sendo maravilhosamente concluído em Arealva e outros dois em curso, tomando muito do meu tempo. Isso, logo na segunda, mal terminada a apuração das urnas já me levou para a estrada. E como é bom estar envolvido em algo dessa natureza, onde dou minha contribuição no relato de histórias de vida, contadas uma a uma em gravações que tenho feito e movem minha vida. Quem me acompanha aqui ou pelo meu blog, o Mafuá do HPA, onde reproduzo o que publico pelo Facebook, sabe que, ao longo destes anos todos, desde 2007, escrevo muito de pessoas. Conto histórias e isso é para mim, o grande recarregador de minha vida. Pouco ganho com isto, porém, me fortalece enquanto ser humano, o de possuir um lado e dele extrair o que de melhor consigo.

Estive envolvido numa campanha política de um baita amigo, por quem nutro uma consideração enorme. E se o fiz, o foi em primeiro lugar por acreditar em sua proposta, que na verdade foi a proposta de um grupo, a do Núcleo de Base DNA Petista, que em Bauru está devidamente constituído e atuando. Foi linda a campanha, cheia de militantes, todos atuando de forma espontânea, verdadeira dedicação por uma causa, um propósito. Não chegamos lá, assim como de outras vezes. As vezes somos vitoriosos em algo, noutros perdemos - a maioria - e nem por isso desistimos. Somos como aroeira, vergamos, mas não quebramos. Neste momento, estamos conversando entre nós, nos reunindo e reposicionando onde estaremos daqui por diante. Na sequência iremos nos juntar a outras conversações feitas, outros grupos e continuar lutando, esgrimando dentro e fora do partido escolhido para ser o canal, o possibilitador de estarmos unidos em busca de algo maior lá na frente. 

Nada se encerra com uma eleição. Outras se foram, embates também duros e aqui continuamos. Ou seja, continuaremos. Estou numa fase de revisão de táticas, buscando entender melhor o momento vivenciado pelo país o mundo, para juntar tudo o que fiz até então, teoria e prática, buscando um denominador, algo que, sem ferir princípios me faça seguir acreditando que outro mundo é possível e que a luta vale a pena. Mesmo, como hoje, vejo forças contrárias obtendo vitórias mais alvissareiras das alcançadas pelo grupo onde milito, o mínimo que posso fazer - e faço - é revendo tudo, dar a volta por cima. Não consigo fazer e militar politicamente ao lado de quem não acredito. Eu acredito estar do lado certo, sei não ser dono da verdade e estou sempre apto a conversações, sem que essas firam algo primordial. Eu sei, milito no mesmo partido, junto de muitos que aceitam e fazem acordos com a parte contrária, usando de um discurso para fazer negócios e se dar bem na vida. Abomino isso e com estes, sei impossível ter acordos. Quem trai princípios mínimos de convivência política, ainda mais num partido denominado do Trabalhador, impossível manter acordos. O DNA não é puro e límpido como água cristalina, mas nada o é. Porém, ninguém vai poder apregoar nada que nos desabone. É mais do que sabido da retidão de todos os aqui unidos e coesos. Assim continuaremos, acreditando sempre.

 
Por fim, encerro este diálogo de sábado à noite com algo ouvido de outro baita amigo, Orlando Alves, alguém com quem convivi na única experiência que tive na vida pública municipal, quando da última administração de Tuga Angerami, 2005/2008. Ele funcionário público municipal de carreira e eu comissionado. Ele foi quem conduziu boa aprte dos Museus bauruenses, nos áureos tempos quando funcionavam abertos ao público e sem pedantismo de deter o único conhecimento na área. Foi um tempo em que fazia e aconteciam, a Maria Fumaça funcionava, museus estavam todos abertos e a Cultura municipal ocorria, de fato e de direito. Hoje, Orlando se aposentou e continua aprontando das suas numa oficina própria, na chácara onde mora. É o que encontrou para driblar o ócio total e ir contornando problemas de saúde. Todos nós precisamos disso. 

Pois bem, Orlando me convida para um café na manhã deste sábado. Sentamos e proseamos até perder hora. Num certo momento, ele saca algo e me deixa consternado. Diz me ler, meus escritos, não só os atuais, como me acompanha. Tempos atrás me presentou cum uma linda biografia do Lima Barreto, escrita pela historiadora Lilia Moritz Schwarcz, o "Triste Visiconário" e neste reencontro, digo que o catatau está na cabeceira de mina cama e o leio quase diariamente, pois adoro o escrito. Ele diz também ter muito apreço pela forma como BArreto encarou sua vida e diante de todas suas adversidades, escreveu e retratou tão bem seu tempo. Foi mais longe e daí, em enrubesce. Compara o que escrevo com outro tanto admirado, João do Rio, outro cronista do início do século passado, entrando nas entranhas do Rio de Janeiro, então capital da República. Foi demais da conta. João e Barreto são o supra sumo do que me move. Ser comparado a um destes é muito mais do que ser reconhecido. Eu só quero continuar escrevinhando, ou melhor, tentando ao meu modo e jeito. O faço sem muito aprumo, sem correções. Escrevo do jeito que tudo me aparece na mente. Coloco no papel e só depois, vou corrigindo. Ele diz que, tenho que juntar algo e publicar um livro. Quer até me ajudar na empreitada. Só posso ficar enaltecido com tamanho reconhecimento, ainda mais neste justo momento, quando alguém muito próximo de mim, solta algo no calor da contenda política, o tal do fogo amigo, afirmando ser este HPA "leviano". Ainda não voltei a conversar com essa pessoa, pois muito me magoou, ainda mais por saber não o sê-lo. Vindo do Orlando, algo no sentido oposto, a certeza de não estar trilhando caminhos tão desconexos. Sou um ser político, sujeito a chuvas e trovoadas, fiz minhas escolhas e delas não arredo pé. Erro e acerto, sem medo de me posicionar. Assim quero continuar, escrevinhando e tentando fazer política. Vivencio Bauru na sua essência e ainda acredito, a cidade se reencontará com algo perdido lá atrás. Quero ser um dos tantos elos possibilitadores deste reencontro.  

sexta-feira, 11 de outubro de 2024

CARTAS (234)


LOKADORA NÃO É MAIS SURPRESA E SIM, CONSOLIDADO COMO ALGUÉM CIENTE DO SEU PAPEL DE FISCALIZADOR DO EXECUTIVO
Quero escrever algo sobre a grande revelação no campo da política bauruense nos últimos quatro anos. Nas eleições de 2020, pelo Partido Progressistas (PP), foi eleito vereador para a 33ª legislatura da Câmara Municipal de Bauru, de 2021 a 2024, com 1557 votos um tal de Edmilson Marinho da Silva Junior. Com seu nome de batismo poucos o conhecem, mas quando chamam por Lokadora, ou simplesmente num abreviativo disso, Loka, pronto, este até então Técnico em Enfermagem desponta e desde então sob os holofotes da política bauruense, uma grande e positiva surpresa.

Enfim, quem mais do PP esteve tão em evidência e pelo lado positivo na política bauruense? Nenhum outro. A explicação é das mais simples. Loka é de origem humilde, foi eleito em 2020, de forma surpreendente, muito pela forma como até então havia tocado sua vida. Seu nome advém de uma locadora de vídeos, propriedade de seus pais e também tocada por ele. Continuou atuando politicamente dentro de um partido dito e visto como de direita, porém, sua atuação destoava, pois seguiu uma pauta bem diferenciada do que seu partido põe em prática. Na verdade, Loka poderia ter aderido às benesses de um mandato mais tranquilo se houvesse se aliado, como tantos outros fizeram, aos interesses da alcaide municipal. Teve problemas no antigo partido, por causa de seu posicionamento, optando por se filiar ao Podemos, onde pelo visto, não enfrenta muitos problemas. Autenticidade não lhe faltou.

Loka, como já disse, de origem popular, um nato trabalhador da Saúde, tendo atuado também em hospitais locais e, diante disso, enfim, como poderia se posicionar ao lado da maioria dos parlamentares, contra os interesses de sua categoria profissional? Não tinha como. A surpresa, que na verdade não representa nenhuma surpresa, pois só demonstra sua grandeza enquanto pessoa humana é ter, depois de um início com pouco destaque no primeiro mandato, ter se juntado aos opositores da alcaide e a partir daí, se firmou como a grande novidade dentro dos 17 vereadores da nossa Casa de Leis.

Daí veio sua reeleição, onde atuou com reduzido staff na campanha, ou seja, quem estava à frente de sua campanha, das mais simples, foi ele mesmo, encontrado facilmente em esquinas e, principalmente, nos pontos críticos, gravando suas lives onde realmente aconteciam os grandes problemas da cidade. Se nessa atual Legislatura, com 17 vereadores, ocorreu, num certo momento, uma quase divisão de posicionamentos, com 9 situacionistas e 8 da oposição - onde esteve -, e na nova, começando em 1º de janeiro de 2025, agora com 21 vereadores, pelas contas feitas, a alcaide terá vida muito mais fácil, com somente 5 oposicionistas. Loka deverá ser um destes, cada vez com maior representatividade popular.

Se isso se confirmar, será mais um belo momento para Lokadora se firmar como o mais consistente, original e decidido vereador dos novos tempos. Loka gosta de dizer a todo instante sofrer forte inspiração de vereadores mais experientes, porém todos estes, firmes no propósito, que é o princípio básico de um vereador, o de fiscalizar as ações do Executivo. Agora, com os 3937 votos é um novo momento em sua vida. Outros vereadores eleitos tiveram mais votos que ele, mas nenhum possui a consistência obtida de seus firmes posicionamentos, tendo saído de onde saiu e por um partido onde o posicionamento mais natural é pender para a direita, no caso bauruense, apoiando Suéllen Rosim. Sai do pleito de peito esfutado, cabeça erguida e se for firme, resoluto e continuar na mesma pegada, estará se firmando, não mais como uma revelação, mas como um forte nome dentro do cenário político local. Ótimas perspectivas continuando em algo pelo qual, pode ser considerado, um dos mais vitoriosos deste último pleito.

ATACAM A ESQUERDA, UM MEMBRO DO MBL - EU REPONDO PELA TRIBUNA DO LEITOR, DO JORNAL DA CIDADE
Na edição de ontem, quinta, 10/10 do JC, Tribuna do Leitor, uma missiva, a única publicada, me incomodou. Seu título: "Centrão e Esquerda: Os verdadeiros problemas do País", autoria de Fabrício Rodrigues - Coordenador do MBL. Eis o link para ler o texto na íntegra: https://sampi.net.br/.../centrao-e-esquerda-os...
Envio carta de minha lavra e responsabilidade, com a devida resposta, publicada hoje na mesma Tribuna do Leitor:

INCONCEBÍVEL DIREITA
Leio estarrecido a propositura e entendimento do missivista Fabrício Rodrigues, coordenador do MBL, a apregoar em carta publicada no JC em 10/10, os problemas do país serem oriundos de ações da esquerda. Para começo de conversa, ser membro do MBL já desqualifica qualquer pessoa, pois estes estiveram - e estão - envolvidos em todas as perversidades contra as instituições e mesmo, contra o que se convém ainda denominar de democracia.

Estes fazem parte de uma ultra-direita radical, perversa e cruel, agindo e pensando o país pelo pior viés possível, talvez algo destrutivo como Javier Milei o faz no momento com a Argentina, a levando ao caos absoluto.

Creditar à esquerda prejuízos é não saber nada de História. Veja o Governo Lula, que nem de esquerda é e todos os avanços já retomados, com o destroçamento causado pela avalanche negacionista bolsonarista. Não fosse Lula, neste momento, estaríamos "num mato e sem cachorro", algo muito perto do proposto por mentes em decomposição, como a deste grupelho, o MBL, que nada propõe de projeto e sim, aposta no caos e quer destruir tudo. Ou melhor, possui sim proposta, mas para uma minoria, a rentista, a que não mais investe no País e sim, privatiza tudo, joga o dinheiro no lixo e com um Estado Mínimo, leva todos ao caos.

Dar ouvidos para inconsequentes é colocar o País em risco. Chega de aventureiros, meninos mimados e com discursinho "cerca lourenço". O Brasil que queremos precisa manter distância absoluta de algo sem sentido. Que o Centrão é o caos, todos sabemos, mas colocar no mesmo balaio o que fazem estes e a esquerda, é algo surreal, brincando com o entendimento do que de fato ocorre.

O MBL nem pode ser considerado lobo em pele de cordeiro, mas sim, algo como, numa simplista comparação, o estrago feito pelo furacão Milton.

Não existe um só membro do MBL recomendável para atuar seriamente no campo da política.
Henrique Perazzi de Aquino, historiador e jornalista - www.mafuadohpa.blogspot.com