domingo, 11 de maio de 2025


O TORTO, LEMBRANÇAS DE CURITIBA E UM QUASE RETORNO

Domingo é dia de divagar. Conto aqui estar numa séria conversação com o amigo bauruense e residindo em Curitiba há algumas décadas, o libanês KIZAHY BARACAT NETO. Ele, que um dia se foi daqui, se instalando lá em Curitiba, tempos bem antes dessa nhaca de Lava Jato e desses Ratinhos tomarem conta da cidade e do estado por inteiro. Eu também já perambulei muito por lá. O motivo era para vender minhas chancelas, semana sim, semana não. Ótimas recordações, tempos mais palatáveis. Depois fui voltando com menor frequência. Só para visitar o acampamento lá defronte a Polícia Federal, onde encarceraram de forma vil o ex-presieente Lula devo ter ido cinco vezes. Em todas, revi o Kizahy e sempre mais que acolhedor. Noutra fui com Ana Bia e a sogra, dona Darcy, quando nos arrumou uma cadeira de rodas e a empurrei por toda cidade. Agora, digo da vontade de rever a cidade, lugares e cido o Bar do Torto. Ele, danado como sempre, para ma provocar ainda mais, envia foto do lugar. Deve ter passado lá em frente e sacou do celular, registrando a esquina.
Em quase todas idas e vindas, ele me apresentou lugares inesquecíveis. Sabe lá o que é ir assistir a um jogo do Paraná Clube, ali naquele estádio atrás do terminal rodoviário, o vila Capanema, numa tarde fria de Curitiba? Sim, fui e depois, nos aquecemos num lugar mostrado a mim por ele, o próprio, o Bar do Torto. Este botequim tem pouco espaço físico e a maioria do público permanece na calçada. O nome se deve a uma homenagem pra Mané Garrincha. Isso mesmo, em Curitiba, tem um botequim versando sobre o maravilhamento do homem das pernas tortas. Bebi algumas por ali e agora, eu e ele nas conversações, digo ter vontade de rever a cidade. Ele oferece seus aposentos para mim poder descansar os ossos depois da boa andada que quero fazer. Quero ir ainda em maio, ir num dia, chegar bem cedo pela Princesa do Norte, passar o dia inteiro gastando sola de sapato e à noitinha, ir com ele no Torto, depois em sua casa, numa encosta divinal, com macaquinhos na varanda. No outro dia retomo as andanças, almoçamos juntos num bar pé sujo que não me sai da cabeça e volto à noite, 22h, chegando em Bauru no outro dia cedo.
Isso para mim é recarregar energias. O Torto é só um dos tantos lugares onde quero ir. Tenho tantas lembranças de lá. Muitos sebos, livrarias, centros culturais, lugares onde a resistência se faz presente, cantos ainda resistindo a essa atroz invasão direitista insana de doentes da cabeça. Vez ou outra preciso disso, de sair um pouco da rotina diária, espairecer, pirocar vendo ou revendo algo pelo qual, tenho saudade. Hoje, as pernas já não estão lá essas coisas, mas ainda aguentam dois dias de longas caminhadas pela aí. Tomara dê tudo certo. Do amigo, com seus dois filhos agora residindo em Sampa, casão vazio, me disse quando demonstrei a vontade de por lá aportar: "Venha". Creio, não vou resistir. Evidentemente, passarei pelo Bar do Torto.

VIM A CONHECER A VOIGHT NA FEIRA DO ROLO
Impossível você não trombar com muitas pessoas, dessas que não vê há muito tempo ou mesmo conhece só por ouvir dizer ou pelas postagens pelas redes sociais, por tudo o que é possibilitado aos frequentadores da nossa Feira do Rolo, o Mercado de Pulgas bauruense, dito e visto por mim, como o lugar mais democrático da cidade. Em cada domingo, uma imensidão de possibilidades, daí, ao acordar, não existe outra alternativa, é ir ou ir. Sempre acabo indo e nunca me arrependo.
Desta feita foram vários os encontros. Conto um deles aqui. Ludmilla Voigt é pedagoga, professora de História e Geografia. Não a conhecia pessoalmente, mas acompanho suas postagens e, principalmente, o que ouço de uma turma de ex-alunos lá de Arealva, onde ministra aulas junto à escolas estaduais. É também frequentadora de um dos locais considerados não só como point da cidade, mas reduto daqueles em busca de aprazíveis locais junto da natureza. A Cachoeira Babalim, ali em Ribeirão Bonito tem um apelo neste sentido, além de manter do lado de fora da água, um museu com quinquilharias, inusitada reunião de tudo o que suas proprietárias, mãe e filha, foram juntando ao longo da vida. Estive por lá algumas vezes, entrevistei as duas quando realizei o documentário Arealva - Cidade das Águas e depois, vi que Ludmilla também gosta muito do lugar.
Nos tornamos amigos pelo Facebook e desta forma, passei a seguí-la e ela a me ler vez ou outra. Como ambos somos historiadores, muita coisa em comum. Na confluência de interesses, isso de dcomo ir ainda conseguindo fazer com que essa nova geração se interesse por estudar História. Para isso, vale até nossas postagens por aqui, instigando o lado de lá a perceber que o professor de História/Geografia é acima detudo, uma pessoa tão normal como todos eles. Fazemos o que que podemos e vez ou outra, depois de se conhecer pelas redes sociais, acaba-se trombando presencialmente. Desta forma, conheci hoje a professora Ludmilla e seu marido, ambos, como eu, fuçando livros na Banca do Carioca.
Essa banca é mesmo iluminada e por ali, impossível não acabar cruzando pessoas como nós, amantes de livros, leitura e de conhecer gente com essa mesma concepção humanitária de tocar a vida. Ela olhou para mim, do outro lado da banca, eu pra ela e sabíamos nos conhecer. Partimos para o cumprimento e tiramos fotos. Eu faço uma dela com o marido e depois ele tira uma minha com ela. Dizem ter me visto dias atrás bebericando algo no Bar do Shel, bem atrás do SESI da Duque, pois moram ali pertinho, quase ao lado do Bar da Nelma. Isso deve ser complicado, pois morar ao lado de dois bares, primeiro não sabendo em qual sentar e jogar conversa fora, depois como permanecer dentro de casa, ouvindo o burburinho do lado de fora.
Não deu pra conversar quase nada, mas o que vale nestes momentos é reconhecer e validar o fato de estarmos todos na lida e luta, dispostos a construir algo, desbravando esse mundão e quando possível, trombando pela aí. Ludmilla era uma dessas tantas amigas propiciadas pelo Facebook, mas não a conhecia pessoalmente e agora, já conheço. Qualquer dia sentamos todos no mesmo bar e damos prosseguimento a essa interminável conversa que é a vida.

sábado, 10 de maio de 2025

COMENDO PELAS BEIRADAS (161)


OLHANDO PELA JANELA ENQUANTO O MUNDO PASSA - NOMEIAM DIRETORES SEM EXISTÊNCIA DO HOSPITAL
Sento para escrevinhar um só texto, do tipo textão para lacrar este sábado. Não vou ter tempo de fazê-lo em drops, vários deles, como quase sempre faço neste espaço. O fato mais estarrecedor do dia de hoje foi a notícia já alardeada de algo contido na edição de hoje do Diário Oficial de Bauru, órgão onde a Prefeitura fala com seus cidadãos. Tudo o que ocorre nas hostes públicas municipais é obrigatoriamente ali exposto. Essa é uma exigência administrativa. Tem político que odeia isso, pois tudo o que é mal feito, mal ajambrado tem que ali estar contido. Para muitos passa batido, mas tem em todos os lugares os que fazem essa leitura de cabo a rabo. Isso sim é poder fiscalizador. Algo ocorreu neste último DO e não foi denunciado por nenhum vereador, os pagos por nós para o exercício dessa função, a de fiscalizar, acompanhar de perto o que acontece dentro do organismo administrativo público.

São meras três linhas e nela a publicação mais norteadora de como age a administração municipal de Suéllen Rosin. Que ela desrespeita toda a legislação existente e pratica algo guiado pelo que manda seu grupo familiar, disto já não existe a menor dúvida. O desrepeito se mostra cada dia mais evidente. Tudo é uma somatória de atos. Tempos atrás, um amigo bem próximo de mim me disse: "Henrique, de nada adianta vocês ficarem criticando a atuação da prefeita, sem nenhuma fundamentação. Se faz necessário em cada crítica, até para calar fundo nos seus eleitores e quem a segue, tudo vir acompanhado de fatos concretos, comprovando alguma irregularidade. Na sequência disto, muita possibilidade de algo concreto ser feito e ocorrer alguma alteração.

Pois bem, no DO deste sábado uma publicação de algo que, se não consternar, deverá ao menos existir uma cobrança jurídica, tudo sendo levado ao MP - Ministério Público. Já aguardo a sessão desta próxima segunda, 12/05, da Câmara de Vereadores, quando os 17 x 4 novamente vai entrar em campo e justificar o injustificável. Já fizeram isso em outras ocasiões e o farão novamente. Suéllen nunca aparece para justificar ou explicar, pois tem quem faça tudo por ela. São os atrelados, os trabalhando sobre cabresto curto. Estes fazem tudo por ela e como se sabe, ninguém trabalha de graça neste país. Preparem o saco de risadas para quando for assistir a próxima sessão da Câmara, pois as explicações serão para o além do descabido.

Nessas três meras linhas, o DO publica ato administrativo do Executivo nomeando uma pessoa para dirigir o Hospital Municipal de Bauru, algo que foi promessa de campanha e nisso ficou. Nenhum outro movimento. Não existe o espaço físico para sua localização, muito menos um sério projeto para sua realização. Nada disso, mas já existe a partir dessa publicação uma pessoa nomeada para dirigir o tal hospital. Isso é desrepeito e ousadia elevados à sua máxima potência. Por essas e outras, repito aqui em quase todos os meus textos onde comento algo advindo das hostes dessa descabida administração, construída da pior forma possível e obtendo maioria política junto aos vereadores, da mesma forma e jeito. Ou seja, um dia - que seja breve - tudo isso deve terminar dentro de um Plantão Policial. Vários BOs - Boletins de Ocorrência já foram feitos e quando todos desembocarem ou forem entendidos com o mesmo viéis, o de cumprir o papel que seria dos vereadores, mas na ausência destes, é exercido por munícipes que, desacreditando dos seus representantes eleitos, passam por cima destes e vão em busca de algo sério, da solução de seus problemas e para denunciar irregularidades, junto ao Judiciário. 

O ocorrido desta feita é um algo mais dentro da cereja deste bolo, mais do que apodrecido e pronto para, não só ser jogado na lata do lixo da história bauruense, como ser dissecado de fato, com algo sério, caso por caso, de tudo o que vem sendo feito na contramão dos preceitos ditos normais para o bom exercício de uma administração pública municipal. Não existe precedente histórico de algo neste sentido na cidade. O tal hospital nunca saiu do papel, mas já possui alguém trabalhando nele. Ela, a alcaide poderia se justificar dizendo que, essa pessoa irá a partir de agora, atuar de fato na edificação do projeto e dos entraves para que o tal hospital aconteça. Não terá outra justificativa. Essa, se ocorrer, será descabida. E como tem ocorrido até a presente data, ocorrerá uma comoção imediata, depois a bola irá murchando e em coisa de uma semana, com novos fatos no ar, tudo cairá no esquecimento. A alcaide joga muito com isso. E os vereadores a ajudam neste sentido, sempre desviando a atenção dos fatso sérios. Isso aqui é mais que sério.

Essa administração vive de promessas não realizadas, feitas com o intuito de engambelar a população bauruense. Na campanha ela lançou outra, a de que se mudaria de mala e cuia, com provável reforma do Palácio das Cerejeiras, para a estação da NOB. Já estamos no quinto mês do seu segundo mandato e a única providência neste sentido foi o de jogar tudo para o final do seu mandato. Nada ocorreu além disso, nada ocorre e nada, pelo visto, ocorrerá. Este é o modus operandi dessa administração. Prometer e jogar para a frente. Nossas UPAs estão em petição de miséria, sem médicos suficientes para atender as necessidades da população, os convênios todos superados ou debilitados, sem providências condizentes com uma atuação séria. Todos os atos dessa administração são de maquiagem da cidade. A reforma do Calçadão já passou da fase de piada e se transforma numa catástrofe, sendo feito num ritmo onde o menosprezo para a população e os comerciantes é a mola mestra. Ela, a alcaide, assim age, pois conta com anuência de muitos. 

Agora mesmo, produz uma reforma no Teatro Municipal, obra inicialmente, com placa e tudo nos informando que os gatos seriam da casa de 1 milhão de reais. Pois o sectário, ops, secretário de Cultura, numa entrevista para o JC - Jornal da Cidade, informa que tudo chegou na casa dos 5 milhões de reais. No percurso, algo sem nenhuma explicação, mas quintuplicando os gatos. E tudo fica por isso mesmo. No Calçadão a mesma novela. Quando o assunto é a real solução dos problemas bauruenses, tudo é feito nas coxas, sem afinco e mais dia menos dia, além de tudo preciusar ser refeito, novos gastos. Com o Sambódromo a mesma coisa. Um vereador do seu staff é levado para a tribuna da Câmara e lá anuncia, como a avisar a cidade, que o mesmo será implodido, tudo para favorecer a especulação imobiliária e um novo Sambódromo surgirá. Não se propõe a recuperar o já existente, histórico e num local privilegiado, mas pensam em novos gastos, imensos gastos para levantar um novo. Isso, no mínimo deve gerar desconfianças generalizadas.

Gostaríamos de saber neste momento quem venha a ser a iluminada e desde já, por decreto, designada para o exercício da DIREÇÃO do tal inexistente Hospital Municipal de Bauru, que se um dia vier a se concretizar, será um desastre financeiro para os cofres municipais. Mesmo recebendo verba estadual para sua manutenção, o principal, o grosso dos gastos terá que vir dos cofres da Prefeitura e com uma Secretaria de Saúde mal conseguindo administrar o que já existe sob sua responsabilidade, pelo menos com estes hoje no comando da cidade, o caos estará estabelecido. Um dia - e que seja breve -, este pessoal vai acabar se evadindo da cidade, como ocorreu com aquela turma aqui trazida pelo ex-prefeito Izzo Filho, a turma da Barra Bonita e o abacaxi será indescalcável. Por enquanto, não vejo a hora de alguém de nossa descabida, desabrida e sempre a postos jornalistas, dentre os tantos órgãos ainda em funcionamento e nã oconsiderados de chapa branca, venham a público com um perfil da diretora e se possível uma longa entrevista, contando para todos como foi escolhida, qual o seu perfil, requisitos para ocupar cargo e tudo o mais e também nos diga se acha que um dia esse hospital possa de fato vir a existir. É o que se busca desvendando quem de fato é a servidora pública municipal ANA PAULA DELGALLO MERLI e dos reais motivos dessa inconcebíbel nomeação. Creio eu, nossa intrépida imprensa desvendará o mistério nos próximos dias e toda cidade tomará conhecimento dos destalhes de mais essa história sem pé nem cabeça.

UM MERO DETALHE PARA QUE ENTENDAMOS COMO AGE A TV GLOBO E A MAIORIA DA MÍDIA MASSIVA BRASILEIRA EM RELAÇÃO À LULA E SEU GOVERNO

sexta-feira, 9 de maio de 2025

PRECONCEITO AO SAPO BARBUDO (214)


NÃO TEM COMO ESCONDER, FORAM OS RUSSOS QUE NOS SALVARAM DO NAZISMO - 80 ANOS DA DERROCADA DE HITLER
Lula na Rússia, STF ratifica Ramagem e Bozo como réus, o gado pira...

"ONDE O CALO APERTA - Ocidente não quer ver o desfile cívico militar em que os russos mostrarão a magnitude de seu armamento nuclear. O resto é balela. O pano de fundo das críticas às comemorações do Dia da Vitória em Moscou é o pavor de que os oprimidos venham a conhecer a gigantesca capacidade de destruição dos russos. E a conscientização do que este formidável aparato militar, aliado ao desenvolvimento tecnológico da China e outros integrantes do BRICS, pode realizar. É isto que os poderosos do Ocidente não querem que o resto do planeta veja. Assim como não querem que saibam que, para destruir o regime nazista, que matou seis milhões de judeus, foram trucidados 22 milhões de russos. O mesmo mundo que reverencia o Holocausto - "para que nunca seja esquecido" - quer apagar da História outros tantos milhões que morreram pela causa apenas porque "não pertenciam ao mundo livre". Mas foram eles que livraram este mesmo mundo do governo ditatorial mais sanguinário já registrado pela mesma História. A História oficial é contada pelos vencedores. Mas só enquanto são vencedores. O mundo está prestes a conhecer uma outra História, que também será escrita por vencedores, mas que terá o mérito de mostrar tudo o que foi escondido por décadas pelos vencedores de ontem", jornalista Ricardo de Callis Pesce.

REVELAÇÕES PELA FRENTE
Ocorreu nesta semana agora se encerrando a reabertura - e não reinauguração - do Teatro Municipal de Bauru. Foi uma pantomina o ato do cenário novamente se abrindo diante da platéia bauruense. Os que lá estavam representando a triste cena de uma entrega lacônica, é a cara mais exata do que hoje temos como administração pública municipal. Eu, evidentemente, não fui convidado, mas outros que teriam que ser, não o foram. Creio que, as lamentações são não tanto pelo não comparecimento, mas pelo que representa a ópera bufa ali no palco e na platéia presente. Ouvi histórias mirabolantes da noite circense e hoje, uma dessas pessoas ali presente, descontente com o que viu, me liga e diz querer me ver, pois quer me contar o algo mais. Confesso, fiquei curioso. Longe de ser fofoqueiro, mas já o sendo. Na conversa, diz ter coisas escabrosas para me relatar e que diz respeito, não somente ao ocorrido naquela fatídica noite, mas no percurso todo do que foi o primeiro mandato e no que está se repetindo, para pior, neste segundo. Marcamos para os próximos dias um café e essa conversa se concretizará. Aguardem, pois pelo que me disse, as revelações serão mais que estapafúrdias, muito piores das dessa pessoa, que nesta altura do campeonato, resolve ir num plantão policial e denunciar nossa alcaide e sua família, iniciando um processo. Sua publicação, após o que virá terá a mesma finalidade, a de colocar mais uma pedra na desconstrução desse ardiloso plano familiar em curso. Semana que vem promete...

QUEM SOU EU PRA FALAR MAL DO PAPA
Mal do papa e da igreja católica. Eu, na verdade, falo e escrevo muito mal de muita coisa. Vez ou outra me arrisco a tecer alguns comentários de minha lavra sobre o que representa a igreja. A igreja num todo, todas elas. Estava ontem prostrado no sofá da sala aqui de casa, vendo TV quando a tal fumaça branca subiu lá na chaminé. Demorou mais um tempo para eles surgirem na janela e o mundo tomar conhecimento de quem será o novo comandante in chefe da igreja católica. Eu, diante de todos os conchavos que vi acontecendo durante a semana, achei, quase com certeza, que poderia ter sido muito pior. Pelo visto não foi. O senhor Prevost pode até decepcionar, mas ele tem cabedal para surpreender, assim como Francisco o fez. Quando Bergoglio assumiu achava, pelo que li na época, teríamos lá no trono papal alguém muito conservador. Ele se mostrou o oposto. Prevost vivenciou bocadinho dessa América Latina dentro de suas entranhas e isso, por si só, representa muito. A gente sabe que, lá dentro das entranhas do Vaticano o bicho pega e mesmo um papa querendo agir de uma certa forma, as forças contrárias são enormes. Mesmo assim, Francisco se mostrou ao mundo de forma bem liberal, um franciscano. Pois que venha, Prevost e o papado de Leão 14. Lula também poderia fazer muito mais não fosse esse arcaico e fundamentalista Congresso. Não sei nem mais se vivemos tempos de esperança. O mundo vai, certamente, se transformar num espaço de intensas lutas fratrícidas daqui por diante. O declínio de Roma ainda não está posto e não quero dizer com isso nada do Vaticano, mas do poder global dos EUA. A China já abiscoitou o poder de fato do planeta, mas ainda teremos pela frente que subjugar o poderio bélico de quem até então comandava o globo. E o papa está inserido dentro deste contexto. Muita água passando por debaixo dessa ponte. Antes de falar mal ou bem, aguardo bocadinho mais e vou escrevinhando algo mais de algo mais palpável, o que acontece, por exemplo, aqui na aldeia onde moro, lugar de complicações mil e descaminhos intermináveis.

quinta-feira, 8 de maio de 2025

O PRIMEIRO A RIR DAS ÚLTIMAS (159)


HABEMUS PAPA - A FUMAÇA BRANCA SÓ PODE DAR NISSO

TOC TOC TOC, NA TORCIDA
"Barbaridade tche a MANICURE da prefeita suellen rosim fez um b.o contra ela?! Leia NOTÍCIAS!... Suplente da Câmara Municipal faz BO contra a Coligação da Prefeita.... Nosso JORNALISMO INVESTIGATIVO confirmou que a candidata a Vereadora Damaris fez na confecção do Boletim de Ocorrência denúncias de supostas fraudes eleitorais e possíveis compras de votos pela Coligação da Prefeita que será apurado em Inquérito a ser instaurado Também disseram que providências jurídicas serão tomadas....

Nós bastidores político e nos corredores da Câmara Municipal o assunto está correndo e nosso JORNALISMO INVESTIGATIVO vai acompanhar!", Leonildo Vargas, do Bauru Cidade Sem Limites.

Eu, HPA, na qualidade de expectador, gostaria de ver isso investigado e pelo que vejo, com o Boletim de Polícia feito, a denunciante, como eu, não acredita na investigação/fiscalização dos vereadores, tanto que foi em busca de ajuda no Judiciário. Aqui prevalece os 17 x 4.

O ASSASSINATO DE MAIS UMA TRAVESTI E ALGO ALÉM DO TRANSFEMICÍDIO
"O transfemicídio que comove a Colômbia: O assassinato de Sara Millerey e a crueldade contra pessoas trans na América Latina. Na região, a expectativa de vida das mulheres trans é de 35 anos. O assassinato de Millerey foi manchete mundial pela crueldade com que foi cometido e porque algumas pessoas se dedicaram a registrar os minutos finais de vida da vítima em vez de ajudá-la", diário argentino Página 12, edição de hoje, 08/05/2025.
https://www.pagina12.com.ar/821878-el-crimen-de-sara...

Leio o texto do jornal argentino e do horror de mais uma morte ocorrido com resquícios de muita crueldade. Não só a trucidaram, como filmaram e as imagens circulam por aí. Saio para as ruas e encontro no centro da cidade uma amiga trans e com ela comento do ocorrido. Ela me pede detalhes e depois comenta algo pelo qual não havia pensado: "Veja bem, tudo bem, nós somos mesmo perseguidas e isso da idade média de 35 anos é mesmo um horror. Existe sim perserguição. Porém, quando você me revela os detalhes finais, vejo que talvez isso seja coisa de gangues, marginais mesmo. O ocorrido me remete a procedimentos bem conhecidos. Estes acuam as pessoas e os submetem à provas. Alguém que deve para eles é enconstado na parede, ou ele mata quem lhes é indicado ou quem morre será ele. Não tem escolha. Matam e filmam, para comprovar o que foi feito. Essa é a lei da selva e isso independe da pessoa ser ou não trans. Mas a morte como ocorreu é um horror, mais um dos vivenciados por nós, as trans". Achei importante essa consideração.

ALGUMA DÚVIDA?
Em Bauru, no parlamento local, prevalece o 17 x 4 dentre os 21 eleitos. A maioria já foi cooptada e nada mais investiga ou fiscaliza, apenas sacramenta o que vem lá do Palácio das Cerejeiras. No Planalto Central, mais precisamente na Câmara dos Deputados, essa com maioria bolsonarista - como em Bauru -, não existe mais trabalho buscando algo em prol do país, mas sim e tão somente, pensando em como livrar a cara de Bolsonaro & Cia. 

Sem tirar nem por, este o panorama da maioria das Casas de Leis país afora. Chegamos a este patamar e para sair deste, se fará necessário mais do que uma mera injeção de consiência política no eleitor brasileiro. Tanto em Bauru, como na Câmara dos Deputados, quiçá também no Senado, aquilo que um vereador apregoava da tribuna, antes de também ser cassado, "tá tudo dominado". Sim, está tudo dominado, porém se entregarmos o jogo sem luta, sem "sangue, suor e lágrimas", tudo piorará ainda mais. Resistir é preciso. 

Cá do meu canto, com minhas armas, esgrimo, escrevo, falo, compro brigas e tento esclarecer, denunciar, ironizar, contestar e unido aos bravos que continuam na lida e luta, sigo o que manda minha consciência. Venceremos...

ELE NÃOPROFETIZOU NADA, SIMPLESMENTE ENXERGOU O QUE ESTAVA POR VIR
Assistam este vídeo, onde afirma algo sobre o Brasil: https://www.facebook.com/reel/4220894578168250

Eric Hobsbawm foi um historiador , Marxista 🚩e escritor britânico 🇬🇧 nascido em Alexandria, Egito 🇪🇬, em 1917. Ele é considerado um dos principais historiadores do século XX e foi um dos mais influentes intelectuais da esquerda britânica.
👉Hobsbawm estudou na Universidade de Cambridge e mais tarde lecionou na Universidade de Londres. Ele foi membro do Partido Comunista da Grã-Bretanha 🚩✊🇬🇧de 1936 a 1991.
Suas principais obras incluem:
1. *A Era das Revoluções* (1962) - uma história das revoluções que ocorreram na Europa e na América entre 1789 e 1848. 2. *A Era do Capital* (1975) - uma história do capitalismo no século XIX. 3. *A Era dos Extremos* (1994) - uma história do século XX.
👉Hobsbawm foi um defensor da ideia de que a história deve ser estudada em um contexto amplo ( Materialismo Histórico Dialético 🚩📚 ), levando em conta as estruturas econômicas e sociais que moldam as sociedades. Ele também foi um crítico do nacionalismo e do fundamentalismo religioso.
👉Eric Hobsbawm faleceu em 2012, aos 95 anos, deixando um legado como um dos principais historiadores do século XX.

NO BRASIL A FUMAÇA É POR MOTIVO DIFERENTE, SÃO OS GOLPISTAS AINDA EM AÇÃO

quarta-feira, 7 de maio de 2025

PERGUNTAR NÃO OFENDE (222)


COMO O PAULISTA SE DEIXOU CAIR NESSA ARAPUCA?
Viajo daqui para ali pela região e num curto percurso, os pedágios todos prometidos pelo fundamentalistas Tarcísio de Freitas já estão todos instalados e encapados com um plástico preto, esperando só a ordem para começarem a cobrança. De nada adianta a grita geral contra a insensibilidade deste que, pelo tempo de percurso de seu mandato já deu para perceber: é infinitamente pior que Jair Bolsonaro. O Bozo é péssimo, mas é meio tchalau, ou seja, lerdo e quer mais é beneficiar a si e aos seus, deixar a coisa rolar e se empanturrar de grana. Fez isso em toda sua vida como parlamentar. Tarcísio é mais esperto, um come quieto. O feito de ter sido eleito para governar os paulistas, só demonstra o quanto deixamos de pensar no nosso bem estar, para ficar pregando um anti petismo e esquerdismo que só nos levao ao buraco. Com Tarcísio, como já apregoou, pode-se reclamar para quem quer que seja, até para a Liga da Justiça, que ele se manterá irredutível. Essa irredutibilidade é o que desgraçará de vez o estadio maior da federação brasileira. Agora mesmo, repassou para as empresas do Paulo Skaf, o homem forte do SESI, algo onde só mesmo quem veio para fazer maldades poderia intervir. Algo deste tipo será rotina em todos os seus desGovernos. Privatizará até nossa alma e a turba, iludida e sem noção o aplaudirá até quando perder o último fio de resquício de direitos. Bolsonaro se mostrou contido quando queriam privatizar o Banco do Brasil, mas Tarcísio não estará. Não perderá a oportunidade, inclusive para a nossa muito rentável Petrobrás. Se for para beneficar o grupo onde vender o Brasil é o lema, fará o possível para depenar o país. Um vendilhão, capataz do que de pior temos como político. Hoje, ainda se mostra contido, calado, mas pelas suas ações e pelo que já fez, danos maiores dos proporcionados pela famiglia do capiroto. Se não for contido e culpabilizado já pelo que já fez, como o eleitor anda comendo gato por lebre faz tempo, temo pelo pior. Travo luta contínua contra tudo o que representa esse cidadão.

DECEPÇÃO E CONSTATAÇÃO
Ele é pessoa bem próxima de mim, laços sanguíneos e bem antes do papa falecer, já demonstrava contrariedade pelos rumos que "sua" (sic) igreja, a católica, estava tomando tendo em Francisco, o papa argentino no comando. Ele, que é adepto da Opus Dei e dessa outra do mesmo engajamento, a Canção Nova, me dizia sempre, que a "verdadeira" (sic) igreja pensa e age de forma bem diferente. Numa das conversas, quando lhe falava do papel da igreja de estar ao lado do pobre, dos menos favorecidos, sua resposta foi estarrecedora: "Você deve saber, o mundo sempre teve os ricos e os pobres. Uns sendo conduzidos e outros condutores. O papel nosso enquanto igreja é o de conduzir essa massa. Eles lá e nós aqui". A partir daí não deu mais para argumentar, nem para prosseguir em alguma forma de plausível diálogo, franco e aberto. Isso nunca mais me saiu da cabeça. Toda vez que o reencontrei, parece que na sua testa estava a tal declaração feita a mim de como age a igreja onde ele milita, reza e diz ser seguidor. Isso tudo me voltou hoje, justamente quando lá na Capela Sistina, em Roma, os cardeais estão reunidos em busca do consenso e do nome a dirigir a igreja depois de Francisco.

Não o tenho visto, mas imagino do seu contentamento pelo passamento do "papa petista e comunista", como chegou a me sugerir e de sua expectativa para que, tudo volte ao normal lá nas hostes do que o seu segmento religioso acredita. De uma coisa tenho a mais absoluta certeza, mesmo tendo abdicado disso de seguir religiosos faz tempo, sei que dificilmente sairá do conclave alguém com as características do falecido. Se for buscado alguém com as do mundo atual, temo pelo pior e mais um retrocesso em curso. Teria ocorrido com Francisco um acidente de percurso?
 
BONITO, REABERTO SEM NENHUMA PROGRAMAÇÃO
Quase quatro anos fechado, será reinaugurado (sic, melhor, reaberto) hoje à noite o Teatro Municipal Celina Alves Neves, com apresentação local, a Orquestra Municipal. Tudo bem, pelo que se fala, o ar condicionado está recuperado, novo e em funcionamento, assim como os assentos para os espectadores. Que mais? Nada além disso, pois da programação nenhum sinal à vista de algo ocorrendo com seriedade. Pelo que se sabe dessa nova programação de cargos e funções, tudo proveniente da cabeça da alcaide, teremos um órgão só para agendar eventos na cidade e este, pelo que se sabe, só agirá de acordo com o que "ela" determinar. Nossa Orquestra é ótima e hoje se apresentará atendendo clamores para que toque tudo. Não se espantem se até algo gospel estiver embutido no programa. Vejo na escolha deles para reabertura como falta de programação. Isso não existe e não existirá. Se o tal do Conselho Municipal de Cultura não tomar partido, partir para cima, o tudo dominado será a mola mestra daqui por diante. Quando foi fechado para a reforma atual, lá ocorria festival de stand ups e pelo visto, isso terá continuidade. Está mais do que na hora da criação de um grupo de apoio, sem vínculos com a Prefeitura, tipo "Amigos do Teatro", com estatuto previamente elaborado e pessoas querendo realmente construir algo grandioso tendo o nosso maior palco como pano de fundo. Confesso, dessa administração não espero nada. Para quem está se propondo a dinamitar o Sambódromo e levantar outro pela aí, o destino deste será uma incógnita. Torço para que assim não ocorra, mas tudo o que já fizeram e continuam fazendo na cidade, demonstração mais evidente de que devemos todos estar com os pés e mãos para trás, dedinhos cruzados e sem muita esperança. Um dia eles irão embora ou mesmo, o Judiciário lhes dará cabo.
E  o sectário, ops, Secretário Cultura cantando foi o Uó do Borogodó. Sem palavras...

terça-feira, 6 de maio de 2025

PALANQUE - USE SEU MEGAFONE (203)


LACRANDO COM LADY GAGA
Critiquem como quiserem, sem fazer uso de mentiras e falácias. Gostar é uma coisa, porém reconhecer da magia contida e embutida dentro de um imenso espetáculo como este, algo inegável. O investimento total, na casa de 100 milhões de reais, sem dinheiro público, este só entrando com serviços essenciais foi o mais rentável. Já apregoam ser da casa dos 600 milhões o retorno. 

Deu tudo muito certo. Ela propiciou um espetáculo único, soube reverenciar o Brasil e os brasileiros. Estes deram um retorno mais que diferenciado. Não dá pra ficar fazendo e aceitando críticas vazias e sem fundamento e argumentação. Do palco nas areias, quase quatro horas contagiantes e a cidade fervilhando com mil possibilidades advindas dele. Aceitemos, melhor assim, dói menos. Lady Gaga foi e é um sucesso, e em todas perspectivas.

CHEGOU A "GOELA", MAS QUAL O DESTINO DAQUELE SIMPÁTICO PADEIRO/PROPRIETÁRIO DA "COPACABANA"?
A padaria Goela bomba aqui na avenida Brisolla, onde por décadas funcionou a Copacabana. Acompanhei todo o processo de fechamento de uma e abertura da outra, pois moro aqui perto. Passo todos os dias diante de suas portas. Inevitável olhar e ir até conferir. Ontem entrei e comi um salgado, provei do pão. Estão iniciando e as considerações farei depois, quando a poeira baixar. O ocorrido por aqui é normal dentro deste nosso mundo. Um se vai, definha e fecha e outro ocupa seu espaço. 
O que percebo aqui e agora é um fervo, como se dá em tudo que seja novidade, aqui e alhures. A casa está cheia por estes dias. Inauguraram no domingo, funcionando até 8h da noite e pelo visto, voltaremos a ter padaria até à noite aos domingos aqui na região. Tudo ainda sendo azeitado e os cheirando novidades já frequentando.

Eu, na qualidade de observador de tudo, do processo por inteiro, do definhar da antiga Copacabana, tenho a dizer que, neste momento, olho para a efervecência do que vejo e sinto saudade daquele senhor - mais moço que eu -, que ali ficou até seus últimos dias e resistindo como pode. Gostava demais do pão feito por ele e de um em especial, o árabe, vendido em saquinhos. Ele ficou sózinho nos últimos tempos. Até tentou colocar gente pra lhe ajudar, mas desistiu e foi só. Um dia o vi, quando ali comprando pão, chegar uma família e pedem pão com alguma coisa, tipo um lanche e suco, creio que de laranja. Ele sózinho, pedia calma e ia tentando atender quem ali ainda entrava. Ele, na verdade, tinha que bater escanteio e fazer gol, uma loucura. A família viu a situação e não aguentou, se levantou e foi embora. Cenas como aquelas devem ter se repetido muito naqueles dias. Não existia mais remédio, tudo já estava consumado.

Eu, cá com meus botões e torcendo para que o Goela tenha sucesso, penso naquele senhor, bom padeiro e do seu destino. Enfim, por onde andará? Uma vez contou algo de sua história, que acho conveniente não expor aqui, pois não ouvi o outro lado e, na verdade, nem quero fazê-lo, não é da minha conta, porém, vendo como com grana tudo foi reabilitado no lugar, a praça revivida, plantas novas ganharam espaço e até um jardim com elas cercando uma área vip. Tudo isso é bonito, não tenho dúvida, mas o que gostaria mesmo de saber é para onde foi atuar o antigo padeiro e proprietário, o permanecendo ali até as últimas consequências, ou seja, até o arroz secar. Tem momentos da vida da gente que, males vem para o bem e depois da bancarrota, surgem novas possibilidades, novos horizontes se abrem e a vida segue seu rumo. Espero mesmo que para ele isso tenha ocorrido, pois nessas passadas diárias ali defronte, impossível, no meu caso, não se recordar dele e de como, com sua fleuma tentou fazer a coisa andar, a roda girar e só desistiu quando não havia mais nenhuma possibilidade. São as tais histórias que vou observando nas minhas andanças pela aí.

TÁ TUDO DOMINADO - A QUE SE DIZ PETISTA E O QUE SE DIZ BOLSONARISTA 
A vereadora petista que salvou um bolsonarista: Quando os contornos da política em Bauru se Dissolvem em Ironia.

Era para ser apenas mais um capítulo na já turbulenta relação entre as bancadas na Câmara de Bauru. Eduardo Borgo, vereador bolsonarista e defensor ardoroso de Jair Bolsonaro – aquele que, mesmo após as cenas do 8 de janeiro, insiste em tratar o episódio como um mal-entendido turístico –, via-se diante de um processo por quebra de decoro. A denúncia, movida por uma advogada que se disse ofendida após a sessão em que Borgo concedeu um título de cidadania ao ex-presidente, tinha vídeos, testemunhas e certo fervor público. Mas, como em tantos outros dramas políticos, o que parecia sólido dissolveu-se no ar. Links quebrados, arquivos corrompidos, testemunhos truncados – e, no fim, um processo que, sem materialidade concreta, foi arquivado.

O inesperado, porém, não foi o desfecho, mas quem o garantiu: Estela Almagro, vereadora do PT e presidente da Comissão Processante. Sim, a mesma Estela que quase nunca menciona Lula em discursos, que evita elogios a ministros do governo federal e cujo silêncio estratégico já incomoda setores do seu próprio partido. Foi ela quem, com precisão quase cirúrgica, argumentou pela falta de provas, pela ausência de autoria clara e pela fragilidade jurídica da acusação. E, assim, Borgo – que há poucos meses era ovacionado por seus pares ao homenagear Bolsonaro – teve seu mandato preservado por uma mão vermelha.
A ironia não poderia ser mais espessa. No mesmo plenário onde Borgo defendeu com unhas e dentes um ex-presidente que chamou o PT de "bandido", foi uma petista quem evitou que ele fosse manchado por uma acusação de decoro. E não foi por falta de vontade alheia: Markinhos de Souza, presidente da Câmara, chegou a ser chamado de "quarto membro da comissão" por sua tentativa de influenciar o processo. Estela, no entanto, manteve-se firme no rito, nos autos, na legalidade.

O que explica esse movimento? Coerência institucional? Talvez. Mas também é difícil ignorar o jogo político que se esconde por trás do formalismo. Afinal, em uma cidade como Bauru, onde as alianças municipais muitas vezes se sobrepõem às nacionais, salvar um adversário de um processo frágil pode ser menos sobre ética e mais sobre manter portas abertas. Borgo, afinal, não é um qualquer: é um vereador barulhento, com base eleitoral, capaz de inflamar ou acalmar ânimos dependendo do momento. E, para uma oposição que precisa escolher suas batalhas, garantir que ele não vire mártir pode ser mais útil do que vê-lo condenado por um processo que, no fim, não mudaria nada.

Enquanto isso, o cidadão comum assiste, perplexo. De um lado, um bolsonarista que, mesmo salvo, dificilmente abrandará seu discurso. De outro, uma petista que, mesmo crítica ao governo Suéllen Rosim, mostra que na política local as linhas são mais fluidas do que os slogans sugerem. E no meio, a pergunta que fica: quando a oposição salva um adversário de si mesmo, é sinal de institucionalidade saudável – ou de um cinismo tão arraigado que já nem parece cinismo, apenas realidade?

O plenário de Bauru, mais uma vez, virou palco. Os atores seguem seus scripts, misturando convicção e conveniência. E o público, lá fora, tenta decifrar se o que vê é um jogo de princípios ou apenas mais um ato de sobrevivência política.
Fernando Redondo / Jornalismo Independente

DOIS LIVROS DE HUMOR LIDOS NA SEQUÊNCIA, WOODY ALLEN E CHICO ANÍSIO
Já li quase de tudo na vida, mas nada até então, nem do norte-americano, nem do mais famoso e competente humorista da tv brasileira. O faço neste momento, um na sequência do outro. Estilos completamente diferentes, um mais clássico, cheio de citações e versando sobre ocorrências mundiais e o nosso, numa escrita também cuidadosa, com citações bem com a cara deste Brasil das entranhas, mas no fundo, vejo boas coincidências. O faço não por mera coincidência, mas para desopilar o fígado. Estava necessitado.

São eles: "Cuca Fundida", de Woody Allen, 1980, 5ª edição, L&PM Editora RS, 152 páginas e "Tem aquela do...", Chico Anísio, 1979, 3ª edição, Editora Rocco RJ, 136 páginas.

No quesito humor, riso mesmo quem me provoca são as estórias do Chico. Boas leituras. Neste momento de tensão, precisava de algo assim, desviando um pouco a atenção diante de tantos temas escabrosos à nossa volta. Na sequência, algumas poucas frases, de um e outro:
- "Não há nada de mal com a vida eterna, desde que você esteja devidamente vestido para ela" (Woody).
- "Fui expulso da faculdade muitos anos atrás, vítima de certas acusações infundadas, não muito diferentes das que mandaram um conhecido personagem para a cadeira elétrica" (Woody).
- "...capaz de afirmar que trocaria que trocaria todas as realizações de sua vida por uma pomada que o livrasse das hermorróidas" (Woody).
- "O carnaval era a razão, o sarro, o motivo. O que cada um queria era exatamente o que estava fazendo: sair pelas ruas, muitos com uma meia de meulher escondendo o rosto, cantando e curtindo, tirando uma forra dos 362 dias de trabalho e preocupação. (...) Pouco a pouco o bloco crescia.Carnaval não tem dono; como um bloco pode ter?" (Chico).
- "Primeiro foi a rua quem ficou sabendo; depois o bairro e, afinal, toda a cidade já era sabedora de que a palavra masculino na referência do sexo, em sua carteira de identidade, era tão verdadeira quanto Catolé do Rocha ser a capital do Irã" (Chico).
- "A construção da barragem corria o perigo de não ficar pronta no dia aprazado. Não houvesse o contrato assinado e talvez fosse possível dar-se um jeitinho, acertar dali; afinal somos todos brasileiros exatamente para usarmos do direito de quebrar esses pequeninos galhos. Quem botava tudo a perder era o contrato" (Chico).

segunda-feira, 5 de maio de 2025

OS QUE FAZEM FALTA e OS QUE SOBRARAM (200)


HISTÓRIAS DE PERDEDORES
"Se você não consegue ter sucesso, a melhor coisa que pode lhe acontecer na vida é ser um fracasso completo". Leio essa frase no release de um lançamento de um livro de um escritor argentino e assim como, alguns anos fui tocado quando li uma definição sobre os ecritos do Luiz Antonio Simas, "historiador das insignficâncias", junto as duas coisas e tento me posicionar para algo pelo qual tenho tentando construir alguns dos meus textos.

Todos nesta vida possuem um lado. Ninguém é indiferente, ainda mais neste tempos quando a perversidade tenta botar as asinhas de fora, nada como, corajosamente, se posicionar e mostrar o lados dos que lutam, lutam, porém perdem o jogo. Perder não quer dizer se resignar, nem desistir. Eu vivo no meio de perdedores, enfim, a maioria do povo brasileiro. Nas histórias expostas pela nossa mídia massiva, explos de sucesso dentro do mundo capitalista, onde o que vale é ter importância, ou seja, ter grana e poder. Os que não possuem, ralam muito e desta forma, na labuta, constroem vigorosas experiências de resistência, sempre remaqndo contra a maré.

É destes que gosto de escrever. Observo como se desenvolvem e é sobre suas pequenas vitórias, que para mim são imensas, incomensuráveis, essas sim valorosas e merecedoras de destaque. Não me peçam para ficar mostrando e escrevinhando sobre os que, aliados do poder estabelecido, adoram se mostrar como vitoriosos. Passo batido por todos estes. O que vale mesmo a pena retratar, pelo menos para mim, são as histórias vivenciadas nas "quebradas do mundaréu", como fazia e escrevia Plinio Marcos. Era isso, nada mais, só refoirçar os caminhos pelos quais continuo navegando, circulando e produzindo meus textos. Qualquer dia publico algumas dessas histórias, como uma escrita tempos atrás e nunca publicada, do amigo Neto Keller, que ontem se foi e em cada vez que o revia, ao ouví-lo, sempre uma renovação de histórias, que vou anotando, escrevinhando secretamente e um dia, ainda criarei coragem de publicar.

ALGO DE NETO KELLER*
* Algo que mais gosto é escrevinhar e poder contar as histórias de gente como NETO, que ontem se foi. O via nos últimos tempos nas imediações da praça Machado de Mello, sentadinho ali na padaria, tomando uma gelada ou simplesmente deixando o tempo ir passando. Neto deixou uma história e algo dela consegui retratar. Dele guardo sempre boas recordações, desde quando o conheci, nas viagens de ônibus pela Reunidas, ambos trabalhando em JAú, eu como bancário, ele como vitrinista, junto de Paulo Keller. Muito tempo depois o reencontro no La Pingueta, creio que antes de ter este nome, como cozinheiro, uma de suas especialidades e sempre disposto a boa conversa. Depois, nas imediações da praça, onde devia morar. Resistiu o quanto pode. HPA

NETO, UM DECORADOR NO CAMINHO DO SUCESSO
Antonio Dangio Neto, esse seu nome dado na pia batismal, lá em Jaú, sua cidade natal. Hoje, 50 anos depois, foi simplificado e no mundo da decoração, onde vive num entrosamento mais do que perfeito, é simplesmente Neto. Aos 13 anos algo significativo que iria mudar sua vida. Conhece numa festa Paulo Keller, já um decorador em ascensão e algo se acende dentro dele. Estava dado o rumo de sua vida. Segue nesse caminho, numa profissão, que hoje, com trinta anos de tarimba, alcança um patamar de inigualável sucesso. Permaneceu ao lado de Paulo até sua morte, uma espécie de fiel escudeiro e está dando continuidade ao seu trabalho de forma brilhante, com novas portas se abrindo e um horizonte cada vez mais amplo despontando a cada passo dado. Neto tem se sobressaído não só por ter trabalhado ao lado de um conceituado decorador, mas pelos próprios méritos, todos expostos e reconhecidos nas festas e eventos diversos onde atua. Segue fielmente um lema, que continua sendo o seu, o de pegar o sonho das pessoas e transformar em realidade. Faz isso com categoria, esmero e dedicação, comprovando que para conseguir dar a volta por cima e se firmar num mercado cada vez mais competitivo, não basta trabalho, sendo necessário uma boa dose de talento e, principalmente, de profissionalismo. Neto sabe fazer e faz bem feito. Daí estar com a agenda cheia de novos compromissos. Vive e deixa viver, uma boníssima pessoa, que por si só merece os píncaros da glória. Vê-lo em plena agitação na preparação de um evento e depois, todo engravatado no transcurso do mesmo é entender um pouco dos dois lados de uma mesma moeda. Trabalho e reconhecimento andam sempre de mãos dadas e Neto é a própria personificação dessa união.

OBS.: Não vivo de elogios, nem bajulo ninguém que não queira. É que o Neto é tudo isso aí mesmo, um batalhador, caladão, simplão, mas fazendo e acontecendo. Merece esse mimo de final de ano, pelas agruras passadas numa reviravolta em sua vida, transtornos que de instransponíveis, já estão se mostrando contornáveis. Para tudo existem saídas e ele está encontrando a sua e dando a volta por cima.
Publiquei este texto acima em 24/12/2009.
Tive o prazer de ouví-lo para um bate papo no meu LADO B - A IMPORTÂNCIA DOS DESIMPORTANTES, onde, ao seu modo e jeito, conta algo de sua vida e, principalmente do relacionamento intenso que teve com Paulo Keller. Abaixo reproduzo o texto da época, 13/07/2023:

NO 118º LADO B, NETO KELLER, ANTONIO DANGIÓ NETO E ALGO MAIS DOS 15 ANOS AO LADO DE PAULO KELLER, UM DOS MAIORES FESTEIROS DESTAS PLAGAS
Prazer inenarrável ter sentado hoje pela manhã com NETO KELLER e poder conversando ir revivendo algo da trajetória dele e de seu eterno companheiro de todas as horas, o coriga, homem de muitas possibilidades profisionais e artísticas, Paulo Keller. Reencontrei o Neto por acaso dias atrás, justamente logo após acabar de realizar o 117º Lado B - A Importância dos Desimportantes, quando com o professor José Xaides ali na praça Machado de Mello. Ao término daquele bate papo, eu e Xaides precisávamos de água e um café. Lembramos da padaria, uma que até bem pouco tempo funcionou 24h do dia e para lá nos dirigimos. Lá ao fundo, tomando sua cerveja, por volta da meia dia, o Neto. Fui até ele para o habitual cumprimento e Xaides o conheceu. Nasceu dali, numa troca rápida de conversa, a vontade de tê-lo aqui para ele ser o centro das atenções. Fiz o convite e ele topou na hora, mas disse teríamos que conversar, enfim, queria saber o que queria dele. Trocamos telefones e fomos conversando, até que dei o xeque-mate nessa semana: "Neto, viajo na sexta e queria muito antes de bater asas, ter aquela conversa pessoal contigo, ao vivo e a cores". O convenci e, para minha surpresa, marcou na mesma padaria da praça onde o revi - depois descobri, ele mora ali perto, na quadra do Teatro Edson Celulari e bate cartão todo dia pela manhã, primeiro o café e depois a cerveja.

Eu conheci o Neto desde meus tempos de Jaú, anos 80 - lá se vão mais de quarenta anos -, quando trabalhava numa corretora de seguros do Bradesco, viajando diariamente no trecho entre as duas cidades, pela Reunidas e várias vezes cruei com o Neto. Ele era o decorador e o vitrinista da loja Riachuelo. Quem por lá sempre aparecia era também o Paulo Keller, que na época trabalhava como figurinista de uma loja de tecidos finos de Jaú. Três vezes por semana em Jaú e outros três em Bauru, na Gebara Tecidos. No meio disso tudo ele conhece o Neto e a partir daí, foram 25 anos juntos. Tudo foi só interrompido com o falecimento do Paulo, de forma súbita, sem doença aparente e sem ficar acamado. Foi numa espécie de sopro. Neto e eu, sentados lá na padaria revivemos algo de sua infância, os lugares onde trabalhou e a descoberta por montar vitrines, o Paulo no caminho e daí pra frente uma vida em conjunto, unidos e coesos. O encantamento da histórias destes dois reside no trabalho que faziam, sempre juntos, as festas todas, os embalos entre plumas e paetês, decorações para festas variadas e os figurinos para tudo quanto é tipo de evento. Junto ou aliado a isso tudo veio o Carnaval. Não dá para falar de Carnaval em Bauru sem citar a participação de Paulo Keller, cantor de primeira - quem não se lembra dele cantando New York New York - e as montagens dos carros alegóricos, adereços, fantasias e um mundo de cores, lantejoulas e balangandãs.
Meus bate papos sempre possuem algum tipo de som ao fundo, pois na maioria são gravados na rua, ou melhor, no olho da rua. Desta feita, gravando no fundo da paradia, com muitos ônibus coletivos estacionando defronte o local, algum barulho, depois o som da padaria ligado e quando fui educadamente pedir para a moça do balcão se poderia abaixar, ela me olha com cara de susto e diz: "Ninguém abaixa minha música, aqui o som permanece ligado o dia todo, ele me embala". Diante deste forte argumento, a entrevista foi feita envolta em muitos sons, porém, dá para ouvir perfeitamente como se deu a conversação. Neto é alguém que, percebi ali, queria e quer contar suas histórias. Contou algumas, mas tem muito mais. Me disse que havia dado até hoje, do alto dos seus 64 anos, uma só entrevista em sua vida, para Luly Zonta, anos atrás.

Eis o link da gravação do bate papo, duração de 45 minutos: https://web.facebook.com/henrique.perazzideaquino/videos/576881921326701

Com o fechamento deste Lado B, tenho a certeza de que, é algo assim, com gente realmente Lado B que quero dar continuidade a este projeto. Se já fiz 118, espero chegar logo ao 200 e abordando gente realmente sem espaço nas mídias, mas com boas histórias, relatos contundentes de vida. Isso é o que gosto de fazer e, desta forma, continuarei fazendo, mais e mais, pois para mim, isso é VIDA. Assim prossigo...

NO FACEBOOK HOJE:
"Não sei porque você se foi, tanta saudade vou sentir e de tristeza vou vivendo... Ah meu amado, Antonio Dangio Neto Keller , aprendi tanto com você nessa vida, sou eternamente grato por ter me ajudado inúmeras vezes, por ter me ajudado aqui em BAURU quando comecei minha nova vida pessoal e profissional. Nada disso seria possível se não fosse você. *ETA LELÊ HEIN* , e agora? Não posso deixar esse mantra morrer, como me esquecer do banho que dei em você no hospital e você exigente como sempre, me ensinando o jeito certo de fazer a sua barba. Você lutou contra a solidão com o sorriso no rosto. Nunca quis incomodar ninguém,foi vivendo, sobrevivendo e infelizmente até o dia que precisou de maior cuidado. Ah tio Neto, você jamais iria conseguir viver naquela casa de repouso, mas meus tios não tinham escolhas, todos de uma certa idade,como iriam cuidar de você? É lógico que você iria dar sua escapadinha para ir tomar sua cervejinha, sempre com o sorriso no rosto, sempre de bem com a vida. Nos ensinando que a vida é bela. Sorria meu bem , Sorria... Que sua passagem seja feliz e dê um abraço em todos aí no céu, Vó Edith, Vô Pedro, Tio Luís e Tia Elvira estão a sua espera,e tenho certeza que seu eterno amor está lá feliz da vida por ter você com ele. Cuide de nós, daí que daqui vamos cuidar de todos, minha mãe Iolanda Maria Dangio estará bem perto de nós, vamos cuidar dela. Acredito que não foi do jeito que queria, mas pode estar perto da sua família por quase dois meses. Descansa aí e obrigado por tudo, nada do Will da Unimed seria possível sem você. Te amo Tio", WILLIAN DANGIÓ.