sexta-feira, 4 de abril de 2025

CHARGE ESCOLHIDA À DEDO (217)


TRUMP CRAVOU O FIM DO NEOLIBERALISMO
Caetano Veloso tem uma música, a "Fora da Ordem", apregoando sobre "Alguma coisa está fora da ordem/ Fora da nova ordem mundial..." e o que o atual presidente dos EUA, o que quer se eternizar no poder, Donald Trump está a propor nestes dias é exatamente isso, algo totalmente fora da ordem mundial. Pelo que estou entendendo disso tudo, o neoliberalismo - que já é muito pior que o próprio capitalismo - chegou ao fim e agora, adentrando o campo de jogo algo novo, ainda sem uma definição que o expresse totalmente, na totalidade de sua brutalidade. Aquilo que foi preconizado lá atrás por Tatcher, da Inglaterra e Reagan, dos EUA, e motivo de tanta repulsa, se vê hoje sobreposto por algo muito pior.

Uso para exemplicar o que digo e do que Trump acaba de fazer com o mundo, nessa taxação fora da casinha, algo bem simples. Imaginem que o Vietnan tem hoje toda sua produção industrial calcada pedidos do exterior, inclusive muitos do próprio EUA. Estes produtos adentram os EUA sem cobrança de nenhuma taxação extra. A partir de agora, poderiam entrar, porém, com taxa de 30%. Trump quer que tudo seja novamente fabricado no seu proprio país, porém, pelo que vejo, nem os EUA estão preparados para tanto e nem o norte-americano. Ele está determinando o fim da exportação para os EUA sem cobrar alto valor para tanto. O cálculo dele é muito maluco e nem sabemos se, isso vai persistir por muito tempo, pois muito do que está sendo anunciado, é revertido logo a seguir. Num outro exemplo, a Apple, uma das maiores dos EUA, recebe seus maiores componentes todos fabricados fora do país e agora tudo chegará com altas taxas. Eles terão condições de voltar a fabricar tudo nos EUA? Dificilmente. O mundo vive um impasse, onde o Xeque Mate está dado e nos próximos passos, a verificação se isso atingirá de fato a China ou será mais um balão de ensaio para a bestialidade total, algo se aproximando rapidamente das relações comerciais do mundo proposto por Trump.

Os bolsonaristas pensam e se alegram pensando que isso tudo vai prejudicar o Brasil, porém, com sua visão estreita, caolha, não enxergam um palmo diante do próprio nariz. O mundo inteiro está em polvorosa. Trump ameaça toda a Europa e essa tenta reagir, ainda com algo insipiente, mas nos próximos capítulos, talvez uma reação em cadeia. Provável até uma amaior aproximação da China com a Europa, tudo junto, emolado e contra o poder imperial norte-americano, este já calaramente em declínio. Trump sabe que o império american oestá em franco declínio e tenta, desta forma, aliado aos malfeitores do mundo, os magnatas virtuais, uma reação de última hora. Por mim, só conseguirão algo pela força bruta, pois pelo jogo jogado nas quatro linhas este jogo já está perdido e de goleada, muito mais que os 4 x 1 que levamos nos costados no futebol e se bobear, até os nunca esquecidos 7 x 1. Os EUA é um país que não perde sem espernear e neste esperneio o mundo inteiro padece. O que virá depois disso tudo, ainda incerto e não sabido. Um domínio por cima, sem armas, tudo cibernético e nós, cordeinhos, quase sem reação, dominados e omissos. Sei não...
Obs.: Charges do mestre Aroeira.

COMPARANDO AS DUAS MANCHETES DE HOJE DO JC
Continuo lendo e me divertindo com as manchetes do único jornal diário impresso bauruense, o JC - Jornal da Cidade. Nada por culpa deles, do jornal, mas pelas situações ocorrendo paralelamente e causando algum estranhamento. Na edição de hoje, duas cabulosas manchetes, uma juntinho da outra.
Na primeira "TJ mantém decisão que negou liminar à oposição em Bauru". Analisado a decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo dando pouca bola para a liminar sugerida pela oposição (sic, ela existe?) da Câmara de Vereadores de Bauru contra a decisão da Mesa da Câmara, aprovando a toque de caixa e passando por cima do prescrito pelo seu Regimento Interno. Essa oposição precisa urgentemente parar de jogar pra torcida, pois uma hora ela vai perceber que é mero joguete em suas mãos. Até as pedras do reino mineral sabem que, o Judiciário não quer mais interferir em decisões tomadas por Legislativos, mesmo quando, no caso bauruense, através do presidente da Casa Legislativa baruense, essa tenha sido uma indecente tratorada. Vergar o Judiciário hoje não é tarefa para muitos.

Na outra manchete, "MP faz busca contra OS da UPA de Agudos - Mandados foram cumpridos na tarde desta quinta e envolveram também a GAECO Campinas". Aqui o outro lado da moeda. Em Bauru, o oposição (sic, ela existe?) não consegue junto da Justiça, nem liminares,nem mandatos de busca e apreensão e em Agudos, governo recém começando sua administração, a de Rafael Lima, em tempo recorde é conseguido e o MP - Ministério Público cumpre mandatos de apreensão de documentos nas UPAs da cidade, essas comandadas por OS - Organização Social. Independente de razão estabelecida ou não, o fato é que, em Agudos, o MP atua rapidamente para tentar desbaratar algo em curso. Lá, pelo visto, a tal OS atuando também em outra cidade, merece rápida investigação e aqui em Bauru, mesmo com denúncias de OS atuando aqui e acolá, nada avança.

Em Bauru, por mais que se tente, tudo negado e em Agudos, tudo caminha. Por que lá é possível e em Bauru não? Pergunto isso para estimado amigo, mais preparado para analisar questões com essa intrincada envergadura e este, da forma muito simples, responde quase de bate pronto: "Caro Henrique, não seja tão inocente. No caso de Agudos, tudo foi contratado por administração anterior, oposição a atual e em Bauru, todos os contratos foram sacramentados pela mesma administração, essa reeleita. Percebe a diferença?". Botei a cachola pra funcionar, sei um ser decisão do TJ e outro do MP, mas percebi, entendi e me calo. Ou melhor, dói meu calo.

Obs final: As charges do Aroeira são tão boas que, com elas, invadi texto sobre Bauru e desta forma, a ilustração para o que leio no jornal de Bauru, segue abaixo:

quinta-feira, 3 de abril de 2025

MEMÓRIA ORAL (317)

QUE HISTÓRIA É ESSA, AREALVA?*
* Algo de minhas andanças, perambulações pela aí e do que mais gosto de fazer, gastar sola de sapato e circular, botar o bloco na rua. Desculpe por mais um "textão", mas impossível contar tudo em poucas palavras.

Na noite desta quinta, 03/04, voltei pra Arealva, 16 km de Bauru, só para prestigiar um evento único, dentro da programação dos 76 anos de seu aniversário, comemorado dia 01/04. A programação é extensa e escolhi a dedo o dia para lá estar. O novo diretor de Cultura da cidade, Gilson Carraro é pessoa ciente do que faz. Professor de longa data, trouxe para o exercício de sua função o algo mais, pouco de todo conhecimento adquirido ao longo do tempo e logo de cara surpreende. Neste “Que história é essa, Arealva?”, ele fez uma clara paródia com o programa da GNT, “Que história é essa, Porchat?” (https://gshow.globo.com/gnt/que-historia-e-essa-porchat/) e acertou na mosca. Não foi só uma questão de se espelhar no que via na TV, mas de saber transportar para algo concreto, envolvendo sua cidade e sua gente. Conto a seguir algo do presenciado por mim, acompanhado do produtor cultural, profissional do vídeo, Roberto Pallu, que me acompanhou no passeio deste dia.

Pra começo de conversa tem que ter alguém com escopo para comandar o espetáculo. Gilson direcionou tudo e comandou o evento, também como apresentador. Dentro de sua cabeça, pelo que percebi, tudo estava esquematizado. Trouxe para o palco do recém inaugurado Auditório Municipal “Antonio Caracho Filho”, com capacidade para aproximadamente 150 pessoas, todos previamente convidados, uma dupla sertaneja local, pai e filho, ambos agraciados com edital da Lei Aldir Blanc, Anisio & Paulo Vitor, só com canções previamente pensadas para cada momento, iam intercalando as falas com uma música por intervalo. Foi preciso e sem utilização de extenso tempo para uma apresentação só, pois estiveram no palco o tempo todo, presentes e auxiliando na realização do todo. Caso pensado.

Antes de trazer ao palco os artífices da noite, Gilson comandou um espetáculo, que só quem tem ousadia e conhece algo do ramo consegue levar a contento. Munido de um curto roteiro às mãos, conversou longamente com a plateia, estimulando-a para o que viria. Na sequência, convidou ao palco cinco atores, quatro escrevendo sobre a história da cidade e um outro, representando o homenageado do dia. Os quatro escrevinhadores, historiadores e memorialistas, por ordem de entrada, Verico Leuteviler, com seus 80 anos, lúcido e com livro pronto sobre a história da cidade. Conta dos primórdios da cidade e na sequência, a historiadora Silvaninha Giatti, com vários livros e cabeça pensante dentro do que existe de produção no campo da memória. Depois, outra professora, também diretora de escola infantil municipal, Analuci Reys Miguel, explanando sobre quem dá nome a praça da cidade e por fim, Colauzinho Nicolielo, com um livro já publicado sobre sua “Soturna” e outro no prelo, ainda dentro de sua cabeça, pronto pra explodir.

Foram falas homenageando alguém que estava no cartaz de apresentação do evento, Afid Miguel Aude, de origem libanesa, morador lá e depois, por muito tempo em Bauru. Mais que um apaixonado pela cidade, tanto que todas as falas dos quatro já citados, versam sobre como se deu também sua passagem pela vida arealvense. Para falar dele, seu filho, o advogado Gesner Aude, relembrando histórias emocionantes, que cativaram não só a atenção de todos, como dignaram a homenagem e o acontecimento daquela noite. "Não fosse meus antecedentes terem vindo para o Brasil, hoje certamente deveria estar em Gaza", disse num certo momento. Enfim, os cinco juntos no palco, cada um com espaço próprio para desenvolver, dentro de um limitado tempo, sua fala e entendimento de parte da história, tudo intercalado por boa música.

Ao final, o atual prefeito, Paulinho da Nina é levado ao palco e junto de todos é feita a homenagem ao Afid. Muita troca de carinhos, porém todos ouviram muito de História e numa cidade pequena, como Arealva, impossível não ocorrer o entrelaçamento de personagens, com o prefeito de hoje ter sido o avô de quem no passado já esteve à frente dos destinos da cidade. Toda a família Aude esteve presente, os queridos amigos Gislaine e Gilson, ambos professores, moradores de Bauru, sua matriarca e outros, num congraçamento belo de ser visto. Algo juntando de como se deu a emancipação do município, com personagens que o fizeram de fato. Gilson promete que, ano após ano, fará homenagens deste tipo, fazendo com que, a cidade se movimente e volte a discutir e ter em pauta a sua História.

E depois de tudo, com evento cronometricamente se encerrando às 22h, o mais saboroso de eventos como este, o congraçamento entre os presentes. Essas conversações são imperdíveis e possibilitam não só os reencontros, como manter a conversa sempre em dia. Eu, na qualidade de forasteiro, que junto de Roberto Pallu, tivemos o prazer de concluir um documentário, também pela Lei Aldir Blanc, o “Arealva – Cidade das Águas”, que será apresentado dia 30/04, fechando a programação de aniversário, aproveitamos para conhecer mais da história da cidade e também seus artífices. Foi uma noite e tanto. Presenciamos um belo evento, feito ao modo e jeito do aguerrido e destemido, também intrépido Gilson Carraro. Sem me esquecer, ao final, antes da dispersão para as conversas, Gilson pede para que todos se juntem e cantem juntos “Romaria”, clássico de Renato Teixeira.

Minha conclusão final é só para os elogios. Com tudo o que presenciei, a certeza de que, não é fácil produzir e realizar algo como o presenciado. Primeiro, se faz necessário ter força de vontade, conhecer um pouco do negócio, ter predisposição, estar cercado de boa equipe de trabalho e, mais que tudo, ter coragem. Vi algo realmente dignificando Arealva na noite dessa quinta e saio de lá, ciente de que, em matéria de Cultura, algo realmente inovador está em curso na cidade vizinha. Neste e nos demais eventos, não só dentro do calendário de festas pelo aniversário, vejo uma abrangência de possibilidades, ou seja, o leque está aberto, procurando atender todos os interesses. Em Arealva, pelo que vi, tem para tudo e todos os gostos. Um belo sinal de que, mesmo com pouco investimento, se consegue realizar algo grandioso.

quarta-feira, 2 de abril de 2025

AMIGOS DO PEITO (237)


DE COMO FAUSTO BERGOCCE ME FEZ IR HOJE PARAR LÁ EM REGINÓPOLIS
Meu dileto amigo Fausto Bergocce - parceiro em dois livros, ele desenhando e eu escrevendo - passou hoje por Bauru. Saiu de Sampa 7h da manhã e nesses horários dilatados destes tempos, até o Expresso de Prata demora mais tempo pra chegar em por aqui. O percurso é o mesmo, mas o tempo foi dilatado. Meio dia ele aporta na rodoviária e vou lá pra papear um pouco antes dele embarcar com destino a Reginópolis. Desta feita, vem para apresentar a cidade a um amigo guarulhense, Darlan Zurc, escritor, historiador, ilustrador, professor e quadrinista. De tanto falar de sua aldeia, Darlan invocou e disse: “Quero conhecer sua cidade”. Chegou o dia. Vieram juntos. Fausto traz na mala uns 15 exemplares de nosso livro, o “Está no Gibi – Reginópolis sua Gente e sua história”. Serão quase cinco dias perambulando pela sua cidade natal e a apresentando ao curioso amigo.

Ficamos de almoçar juntos. Saímos da rodoviária e eles me contam a novidade. Existiam dois horários à tarde para lá, mas agora só um e no final da tarde, 17h. Teriam a tarde toda livre. Pergunto quanto pagariam na passagem. Somo os valores dos dois, faço uma conta na cabeça e junto, vejo minhas obrigações para o começo da tarde. Ofereço de leva-los, mas além do valor combinado, teriam que me pagar um almoço por lá. Os dois, evidentemente, toparam, pois teriam que esperar cinco horas até pegar um que, demoraria muito para chegar, pois passaria antes em Arealva e Iacanga. Ou seja, para quem saiu de casa 7h, chegariam por volta das 19h, ou mais.

E assim pegamos estrada, numa conversação danada, dessas que, a gente vê o carro saindo e quando percebe, já está chegando. Conversando a gente se entende e Darlan, pelo que percebi, logo de cara, bom de prosa. Conheci bocadinho desse baiano, interior do estado, cidade longe do mar e hoje, comandando um setor lá na Câmara de Vereadores de Guarulhos. Contou algo mais de sua trajetória e inclusive a de como lhe foi dado este nome inusitado: “Veio de um almirante francês, François Darlan. Meu pai conheceu a história dele e se empolgou”. E fomos lhe contando algo mais da cidade, como o fato de ter quase a metade da população residindo ali numa edificação na estrada, o presídio.

Chegamos, vamos ao posto de combustível, abastecemos e depois almoçar no Restaurante do Machado. Ali é ponto de convergência na cidade, único restaurante na cidade e por onde circulam gente de toda região. Antes de partir, peço mais, um sorvete, numa sorveteria onde a filha está herdando o negócio, 40 anos produzindo guloseimas de forma natural e com leite de vaca tirado no mesmo dia. A prosa prosseguia e quase já querendo me despedir, eis que chega assim do nada o advogado José Carlos Santos, que achava ser de Bauru, mas fico sabendo é de Reginópolis. E, a partir deste momento, um causídico se junta ao grupo. Haja causos.

“Passava pela rua, quando vi você com esse chapeuzinho branco e não acreditei”, me disse. Foi o suficiente para atrasar meu retorno. A prosopopeia agora era entre ele e Fausto, cada um lembrando fatos, pessoas e lugares de antanho. O negócio se estendeu por pelo menos mais uma meia hora. Tive que ser impertinente para conseguir me desvencilhar do furdunço armado, levar os dois pro hotel e voltar por onde vim, mais uns 40 minutos até Bauru. Volto com aquilo tudo na cabeça, as conversas todas e isso de, sem nada combinado, ter dado com os costados hoje lá por Reginópolis e só voltando, por ter conseguido fugir da artimanha montada, me sugestionando ir com eles iniciar as caminhadas pelos cantos todos da pequena cidade. E mais, pelo que me lembraram, Reginópolis faz aniversário amanhã, 3/4. Esses dois vão gastar muita sola de sapato nos próximos dias em algo que, Darlan deve colecionar muitas histórias, podendo até se transformar num novo livro do Fausto, com ele desenhando e o visitante escrevinhando. Isso tudo é viver e ir sabendo tocar a vida. Ruar é comigo mesmo.


continuando a escrever do iniciado ontem
O TEXTO E A ILUSTRAÇÃO DO FERNANDO REDONDO ME OBRIGAM A COMPARTILHAR, POIS INCRÉDULO AINDA ME ENCONTRO PELO POSICIONAMENTO DA VEREADORA QUE SE DIZ PETISTA

"Falta de materialidade.” Eis o argumento da vereadora Estela Almagro (PT) para arquivar a denúncia por quebra de decoro contra o vereador Eduardo Borgo. Sim, ele mesmo: o homem das homenagens ao ex-presidente — ora réu por crimes contra o Estado Democrático de Direito. Sim, ela mesma: a única vereadora do PT na Câmara de Bauru — e que vota como se fosse da bancada do PP, quando não do PL. Que coisa!

Segundo a vereadora, o problema está no pen drive. O conteúdo sumiu. Arquivo inacessível. O corpo técnico da Câmara confirmou o óbvio: não se lê o que não se vê. E aí, num passe de mágica regimental, Estela livrou Borgo com um argumento digno de nota: sem prova, sem processo. Pronto! Está feita a mágica do arquivamento político. Nem Freud explica. Talvez Freud, Kafka e Hans Kelsen juntos.

Mas vamos à questão jurídica — já que a vereadora resolveu bancar a processualista de ocasião.
“Falta de materialidade”? Ora, ainda que o arquivo estivesse ausente, a denúncia em si não é um processo penal, mas político-administrativo, e segue princípios diferentes. Jurisprudência pacífica — do STF, inclusive — admite que indícios e elementos externos à prova técnica podem, sim, embasar a admissibilidade de denúncias por quebra de decoro. Aliás, o recebimento da denúncia não exige prova cabal, mas apenas plausibilidade, razoabilidade, elementos mínimos para instauração do processo investigativo.

Quer exemplo? O caso do ex-deputado Eduardo Cunha. Quando a Câmara recebeu a denúncia que culminaria na sua cassação, ela foi embasada não por confissão ou pen drive milagroso, mas por indícios — robustos, sim, mas ainda indícios. E o STF não viu nenhuma irregularidade.

Mas em Bauru, cria-se uma nova doutrina: sem pen drive, sem processante. O sumiço virou escudo. E a mágica funcionou. Palmas para o truque. Agora sejamos francos: ruim com Borgo, pior sem ele. Porque sua ausência da oposição deixará Estela sem escudo. Com ele no front, ela ainda podia posar de ponderada, moderada, equilibrada. Sem ele, terá de encarar o espelho e a própria solidão ideológica — aquela que construiu sozinha, ao sabotar candidaturas próprias do PT, silenciar diante dos ataques da direita ao governo federal e salvar adversários históricos com votos cirúrgicos.

Não é só o pen drive que está ausente. É a coerência. E o julgamento agora vai ao plenário. Lá, talvez caia a máscara institucional — e o teatro da moralidade seletiva continue, desta vez sem sequer precisar de roteiro. Afinal, quem precisa de provas quando se pode buscar acordos para se manter no mandato? A verdade é que esse enredo político lembra aquele velho dilema do casamento problemático: ruim com ele, pior sem ele. E se é para assistir a essa tragicomédia bauruense, que seja até o fim. Eu, confesso, sigo torcendo pela briga.

COMENTÁRIOS DIANTE DE MEUS ESCRITOS SOBRE A "FALTA DE MATERIALIDADE"
"Acho a Estela (dentro do contexto bauruense) uma boa vereadora... Mas sabendo que Estela não é petista... Estela é "estelista"... Suas palavras e atos apesar de colocadas num contexto ideológico muitas vezes, tem por finalidade ela e somente ela... No jogo de xadrez da política, Estela não está do lado das peças brancas ou pretas... Ela se coloca na posição da rainha (local) e proteger sua permanência no tabuleiro é o único objetivo... Como diria Chapolin, seus movimentos são friamente calculados... Talvez Borgo tenha uma carta na manga que Estela não quer ver exposta...", BENEDITO FALCÃO.

"Dificil até de comentar....politica são feita por pessoas,,,seja aqui, em sp, brasil ou brasilia as pessoas são corrompidas e jogam sempre no seu interesse e por "dinheiro", poder o que mais possa ver benefício no curto, médio ou longo prazo....depois vai encher de analista questionando a eleição, mobilização ou querendo dar soluções ou entender porque as coisas acontecem dessa forma....e apenas pra enganar porque sabemos como a roda gira no sistema. Enfim no fisiculturismo dois irmaos se confrontam judicialmente por dinheiro, no rap dois irmãos se separam também por dinheiro e dezena de exemplos diariamente onde apenas o que prevalece é o capitalismo, capital, ego, poder e derivados. Bendito aqueles que não se corrompem e vivem a margem (literalmente) e o maldito já conhecemos seus efeitos...", BKL BRUNO.

"A síntese: Com uma esquerda dessas, não precisa de direita e tampouco ultradireita. Favas contadas. Porque na tribuna pode ecoar um mandato que se supõe de luta pelas causas da população, no discurso inflamado e na camiseta produzida com palavras de ordem enfáticas. Porém, na hora do pega pra capar, prevalece sempre "farinha pouca, meu pirão primeiro" e o Partido dos Trabalhadores é o último a saber Perguntar: ouço falar que as empresas querem a passagem de busão R$ 8,00. Vamos observar quem é quem em mais essa disputa", RICARDO SANTANA.

"A vereadora petista, se é que posso chamar , nunca foi e sim uma elitista arquiteta.
E age segundo seus interesses próprios, não representa o que o partido foi e é. Não tem representativa ao governo federal, deputados e senadores. Há muito tempo percebo o circo de horrores que é aquela câmara. E para completar o escárnio junta- se ao vereador Eduardo Borgo. Quando Bauru, cidade sem lei e sem limites de coerência e responsabilidade. Devemos tomar vergonha e eleger pessoas interessadas em trabalhar na famigerada cidade. O que vejo são delírios e falácia. As atitudes não existe pois afinal com o dinheiro do povo, seus pagamentos seguem regularmente. Até quando estará a desmando da dona do PT, será medo de assumir responsabilidades? Não sei?, o que vejo é a decadência visto a olho vivo. E a omissão diante dos desmando da mulher do poder na prefeitura. E o povo padecendo, poderia ilustrar tantas coisas. E sonho de coração com uma pessoa que possa levar o PT muito mais longe. E falta garganta, mas artimanhas, ah isto muitos aprenderam ao longo de sua estadia na câmara dos devaneios", RENATA SANTIN.

"E se da Estela não se pode esperar nada além de uma bravata aqui e outra ali, da chamada "esquerda bauruense" também não... As lutas mudaram, as relações de trabalho mudaram, o mundo mudou e ainda estamos discutindo como se estivéssemos no meio da revolução russa .. Ideais não morreram, mas as idéias tem que se renovar para não ficarmos no mesmo ramerão arcaico e distante da população... Não ouvimos o povo nem temos nada a aprender... Temos a verdade - a nossa verdade - e queremos empurra-la a todos.... Enquanto não voltarmos à origem de beber na fonte popular seus anseios, estaremos no outro extremo daqueles que desprezam o povo e querem apenas alternar-se no poder", BENEDITO FALCÃO.

"Tenho pen drives com músicas que "garfei" da Internet há anos. Nunca deram problema. É muito estranho que um pen drive gravado recentemente tenha dado perda total. Tem gato nessa tuba", RICARDO DE CALLIS PESCE.

terça-feira, 1 de abril de 2025

O PRIMEIRO A RIR DAS ÚLTIMAS (158)


UMA HISTORINHA PARA AMENIZAR O DIA COM DECEPÇÕES*

* Em tempo: A grande decepção do dia conto num outro texto, agora amenidades.

Minha amiga Amanda Helena é bacharel em Direito. Creio que uma das últimas turmas da Anhanguera na cidade. Logo depois, a pandemia e a derrocada deles. Amanda seguiu sua vida. Viu que, o Direito não seria sua área de ataução. Escrevinha desde então, maravilhosamente, por sinal. Poucos se igualam a ela na cidade, se é que existe alguém próximo. Admiro demais, pela forma como batalha para conseguir suas pequenas coisas, grandiosas para ela. Cada conquista, muito mais que um rojão.

Ela batalha demais, sua realmente a camisa com suas faxinas. Vive no aperto, mas faz questão de deixar claro: não faço serviço pra fascista. E assim segue, apertadamente. E escrevinhando cada dia melhor. Quanto mais apertam seu cinto, mais escreve bem, algo no estilo perfuro cortante. Dias atrás, conseguiu juntar uma graninha e partiu pro litoral paulista. Não sei como foi e com quem, mas isso é o que menos interessa. O fato é que foi e voltou, três dias molhando-se toda nas águas do mar.

Foi e voltou de BUSER, irmã gêmea do uber ou um airbnb, só que com viagens de ônibus. O preço, dizem, é 50% mais barato, porém, quase certo problemas de percurso. Já os tive, abdiquei de voltar a viajar neste modal. Atrasos e os ônibus entrando em tudo quanto é cidade, com horário só de saída do lugar, depois tudo ao deus dará. Ela foi bem, chegou e voltou também, só que,tudo dando certo, desceria em Bauru no começo desta manhã de quarta.

Ela deve ter esperado tanto e já ter parado em tudo quanto é lugar que, cansada, dormia e acordava, chegou Bauru e ela nem se deu conta. Continuou dormindo e ninguém a acordou. Ou seja, passou do ponto. Só se deu conta quando, deu aquela acordada e via pela janela que, Bauru não chegava nunca. Perguntou e percebeu já ter passado do ponto. Estava longe, mais de 200 km depois. Desceu em TUPÃ. Nem sei se o Buser continuaria, mas o fato é que desceu e já se mobilizou, para ver como voltaria. Evidente que voltou, mas perdeu quase o dia inteiro em novas viagens, com paradas mil. Amanda conta isso rindo, pois sabe, no Buser, tudo acontece e é sempre desse jeito, embolado, embaralhalhado e embaçado.

Eu também, nos meus tempos de viajar vendendo chancelas, fui pra Santos vender e pego um Expresso de Prata, acho que saindo daqui por volta da meia noite e chegando lá bem cedo. Dormi também na chegada e ninguém me acordou na rodoviária. Acordei já com o sol alto e na garagem do Prata. Quando me viram, envergonhados ficaram e me trouxeram com veículo deles até o terminal. Não criei caso, enfim, dormi demais. Lá se vão uns 30 anos dessa história e hoje a relembro, pois quase idêntica a contada por mim pela dileta amiga. Eu e Amanda somos do time dos que dormem no ponto, perdem horário e descem em lugares incertos e não sabidos.

UMA HISTORINHA ONDE ALGO NÃO FECHA, PAIRANDO BAITA DÚVIDA NO AR*
* Essa é daquelas onde, por mais que se esforce, algo não fecha Parece até algo referente ao dia de hoje, 1° de,Abril, Dia da Mentira, mas não é. Entendam.

"Que coisa! Trabalhei no Judiciário por mais de dez anos. Vi colegas, juízes e advogados fazerem uso frequente de pen drive justamente para salvar arquivos. Mas as alegadas provas que embasariam denúncias de quebra de decoro parlamentar por parte do vereador que sugeriu e fez aprovar honraria municipal ao ex presidente - agora réu por crime contra o Estado de Direito - Jair Bolsonaro, se perderam. A inacessibilidade do artefato foi comprovada pelo corpo técnico da Casa e levou Estela Almagro, uma dos três vereadores que compuseram a Comissão Processante, a apontar "a falta de materialidade na denúncia, ante o vazio probatório", de acordo com matéria do JCNet. Ainda segundo a notícia do períodico bauruense, "pouco antes do voto da vereadora Estela, o relator Júlio César (PP) lera seu voto pelo recebimento da denúncia contra Borgo e foi acompanhado pelo membro Marcelo Afonso (PSD)."Advertidos por Almagro, apenas Marcelo Afonso refez seu voto, acompanhando a vereadora do PT. O julgamento vai agora para o Plenário. Seria importante chamar o testemunho de gente especializada para saber como se deu o corrompimento do arquivo. Fato que chama a atenção porque se trata de política, um jogo interminável de interesses: mais uma vez a única vereadora do PT se vê na contingência de votar a favor de seus opostos ideológicos. Que coisa!", jornalista Ricardo De Callis Pesce.

Para mim e para os integrantes do Núcleo de Base DNA Petista Bauru, nenhuma dúvida. Saímos da direção local do PT exatamente por motivos como estes e citados pelo texto do Ricardo Pesce quando a única vereadora perista dentro da Câmara de Vereadores de Bauru age e vota deliberadamente "a favor de seus opostos ideológicos". Ela, que fez de tudo para que o PT não tivesse candidatura própria no último pleito municipal, tendo maioria dentro do DM - Diretório Municipal e só agindo na defesa dos seus interesses pessoais, com apoio da direção estadual e da direção da Macro-Região. Como faço parte de grupo contestando isso e não querendo referendar estes procedimentos, optamos por sair e deixar que façam tudo ao seu jeito e arquem com as consequências. Hoje, com essa votação e sua participação, mais um capítulo e a certeza, o grupo onde milito acertou em cair fora. Continuamos dentro do PT, mas denunciando quem sempre fez e faz acordos com a parte contrária. Inadmissível alguém que se diz petista, jogar todo seu peso político na defesa de alguém que, diariamente produz mentiras contra o PT, Lula e o Governo Federal. Não se trata de "falta de materialidade", mas de empenho pessoal, este evidente. E desta forma, o vereador Eduardo Borgo, com apoio da vereadora petista continuará agindo como sempre agiu até o presente momento. Eu e o DNA petista optamos por denunciar e expor publicamente essa e outras situações. Isso não representa o PT, pelo qual lutamos e continuamos na lida e luta.
OBS.: As fotos são do site da Câmara Municipal de Bauru.

segunda-feira, 31 de março de 2025

BEIRA DE ESTRADA (192)


COMO FOI O ATO "ANISTIA NÃO", REALIZADO NO DIA DO GOLPE DE 64 EM BAURU
Éramos poucos, mas não deixamos de estar lá, num local previamente marcado e conhecidos por todos, defronte a Câmara Municipal de Vereadores de Bauru, na tarde de segunda, quando lá dentro ocorria mais uma sessão legislativa e exatamente no dia da passagem deste que foi o efetivo golpe cívico militar brasileiro, cujo início se deu em 31/03/1964 e sua consumação, no dia seguinte, 1º de Abril, o Dia da Mentira. Uma dolorosa e de triste memória para o Brasil.

O ato foi marcado pela CUT Bauru e teve a presença de várias entidades, partidos políticos e contou com a presença de parte significativa dos militantes sociais desta insólita Bauru. Lá no ato sou questionado por uma pessoa, me perguntando se não facilitava as coisas para os agentes da repressão (sic), com a publicação das fotos dos presentes no ato. Como não conheço muito a pessoa, respondi de forma séria, contundente: "Não tenho nenhum receio de causar nenhum tipo de constrangimento para nenhum dos fotografados. Primeiro, se existe ainda algum tipo de fichamento por quem ainda se presta a fazê-lo nos dias de hoje, todos os presentes já são mais do que fichados, pois muito conhecidos, marcando presença desde sempre em atos dessa natureza. Aqui estão alguns dos tais corajosos, que não abandonam o barco. Com minhas fotos, juntada a de outros, todas publicadas, só a confirmação de quem não abandona o barco e segue altaneiro na lida e luta, contra as ditaduras, contra os golpes e neste momento, também contra essa insana Anistia para quem tentou dar um golpe e pretendia matar e aniquilar exatamente os resistentes, como os presentes. Somos todos conhecidos e sem medo nenhum de se expor. Se alguém nos registra, chove no molhado, pois creio eu, já somos fichados e só confirmaria hoje, o quanto batalhamos por um país melhor, bem distante de regimes pérfidos e perversos".

Na fala de todos os que ocuparam o microfone, algo sobre os malefícios da ditadura, mais de 20 anos no poder e de como ela continua ativa nos dias de hoje. A frustrada tentativa de golpe do 8 de janeiro é mais uma dessas. Essa última, propunha explicitamente a morte de quem os tirou do poder e na sequência, com toda a certeza, o fechamento do país, atingindo todos os ali presentes. Escapamos dessa e ali estávamos para deixar registrado, como sempre o fizemos, que essa luta é contínua, ininterrupta e dela participam estes, os tendo como já consolidada a necessidade de que, só com uma mudança radical de rumos o país terá vida plena, soberana e altaneira. Muitos falaram disso tudo e da bestialidade dessa maioria hoje na Câmara dos Deputados, tentando a todo custo minimizar os efeitos do golpe, com essa propositura de anistiar seus idealizadores e quem esteve à frente, destruindo parte significativa do poder naquele fatídico dia.

Eu também fiz uso da palavra e o fiz em nome do Núcleo de Base do PT, DNA Petista Bauru, um dos que não abandona o barco da luta e neste exato momento preferiu deixar de participar como dirigentes locais do partido, abrindo mão de seus cargos, pois enxergaram nas últimas eleições um golpe dentro do partido, quando um grupo, aliado da direção estadual, alijou o Diretório Municipal, entregando a candidatura para interesses outros. Militar é isso, é também não concordar com os rumos e em Bauru, chega de estar aliado com quem faz acordos com a parte contrária.

Daí, destino minha fala para explicitar que, aqui em Bauru, o golpe esteve presente de forma significativa. Um grupo muito representativo de empresários, fazendeiros e gente graúda, da dita elite, financiaram a quartelada diante do destacamento do Exército na rua Bandeirantes. Estes estiveram presentes todos os dias por lá e abasteceram com tudo, desde grana até alimentos. Fomentaram, incentivaram e contribuiram decisivamente para a continuidade da tentativa golpista. E ninguém até agora foi sequer citado. Ou seja, estão escapando todos. São golpistas de primeira linha e continuam insuflando o golpe, agora com essa anistia para quem tentou e por pura incompetência não conseguiram realizar o que tinham embutido dentro de si.

Ou seja, nada mais justo e necessário, estar nas ruas e demonstrar algo contra os golpistas de ontem, os de hoje e os que insistem em apoiar o ideal bolsonarista, este declaradamente golpista e contra a legalidade. Representam o que de pior temos no país e assim sendo, estar nas ruas, buscando que estes sejam punidos, expostos e paguem pelos seus erros. A intenção de estar nas ruas não é fazer nenhum caça as bruxas, mas simplesmente punir quem agiu de forma brutal, inconsequente e criminosa. Não podem passar impunes e lutar por essa punição é, no mínimo, lutar por um país mais digno. Eis o ideal de todos os que lá estiveram, colocaram sua cara à tapa, como já o fazem há décadas, nas constantes lutas empreendidas pelas ruas desta cidade.

homenagem
FALECEU O CAMARADA JOSÉ DE OLIVEIRA, COM MUITA HISTÓRIA DE LUTA E RESISTÊNCIA EM BAURU
A notícia eu recebo na manhã de hoje. Faleceu em Nova Odessa, onde morava, o querido lutador das causas sociais José de Oliveira. Seu velório e enterro será lá mesmo. Por aqui, lembrando dele e de sua luta, encontro texto publicado aqui tempos atrás. Ele é alguém, dentre tantos que não podem ser esquecidos.

Em 19 de abril de 2016 publiquei este texto sobre ele: "1.) O COMUNISTA JOSÉ DE OLIVEIRA FEZ HISTÓRIA NA CIDADE COM MUITO TRABALHO SOCIAL
"JOSÉ DE OLIVEIRA está hoje com 81 anos, ativista sindical e político de renomada tarimba e depois de morar décadas em Bauru, bateu asas e, primeiro foi para Praia Grande, onde por oito anos atuou na colônia de férias do Sindicato de Derivados de Petróleo, a dos frentistas de postos, depois foi para Nova Odessa, onde mora atualmente e atua em várias frentes, dentre elas como voluntário com crianças menores de dez anos. Incansável, rever a história desse comunista nascido em Viçosa, interior de Alagoas e cedo aportando pelo Sudeste do país. Em Bauru, inesquecível suas muitas atuações e dentre elas, os quatro anos no Instituto Municipal de Saúde do Trabalhador, da Prefeitura Municipal e mais de nove como assessor da então vereadora do PC do B Majô Jandreice. Morou por aqui em vários bairros, como o Vista Alegre e por fim, antes de sair da cidade, no jardim Estoril, beirada dos seus trilhos urbanos. É dessas pessoas que não para por nada desse mundo, sempre em atividade, como agora, numa rápida visita à Bauru, revendo amigos, colocando as conversas em dia, mas aproveitando para falar e muito do seu passado. Um histórico militante comunista, desses sem vergonha de ter participado de tantas lutas defendendo a bandeira e um ideal do qual nunca abandonou. Passou como um raio pela cidade e mostrou para os que lhe viram que, bandeiras de luta são para uma vida inteira".

mais um livro na bagagem
MEU SEXTO LIVRO LIDO EM MARÇO É DE HEMINGWAY, “PARIS É UMA FESTA”
Tenho este livro há alguns anos e o li agora – terminei dia 28/3 -, após meu retorno de minha quarta visita à Paris. Sim, Paris é uma festa. Primeiro, festa para os olhos, depois sensitiva, para quem nela está inserida e desfruta de alguns lugares, únicos neste planeta cada vez mais individualizando ações. Gosto muito dos textos do norte-americano Ernest Hemingway. Neste, algo do período quando residiu em Paris, já casado, dando início ao seu período de produção literária. Escrevia para sobreviver. Enviava textos pelo Correio, para inúmeras publicações e recebia de volta, em envelopes pessoas, quantias em dinheiro, que gastava no custeio de sua permanência na Cidade Luz. Seus relatos fazem o viajante deslizar no tempo e querer circular pelos mesmos lugares. Ele lá viveu nos anos 20 do século passado, logo depois da 1ª Guerra Mundial e antes da 2ª. Não viveu de forma abastada. Muito controlada, mas dado a alguns luxos, como o gostar muito de corridas de cavalos. Na época, existiam até jornais específicos para loucos pelo turfe. O saboroso de seus escritos, são os relatos de suas andanças por Paris, muito a pé e depois o relacionamento que passou a ter com quem possibilitou a cidade receber essa denominação festiva. Ele cita em suas lembranças, algo de como seu deu o relacionamento com gente como Pablo Picasso, Gertrude Stein, Scott Fitzgerald, Ezra Pound, James Joyce outros, fazendo dos bares boêmios seu quartel-general. O texto pode parecer banal, porém não é. Trata-se de relatos, vivência ocorrida num período dos mais férteis da cultura parisiense. Li tentando decifrar e desbravar aquele momento único dentro do mundo literário mundial. Reuni poucas frases, compiladas para demonstrar o que senti lendo seu relato:

- Se você teve a sorte de viver em Paris, quando jovem, sua presença continuará a acompanha-lo para o resta da vida, onde quer que você esteja, porque Paris é uma festa móvel.

- Você me pertence, toda Paris me pertence e eu pertenço a este caderno e a este lápis. (...) ...concluí que todas as gerações eram perdidas por alguma coisa, sempre tinham sido e sempre haveriam de ser.

- A única coisa capaz de nos estragar um dia eram as pessoas, mas se se pudesse evitar encontros, os dias não tinham limites. As pessoas eram sempre limitadoras da felicidade, exceto aquelas poucas que eram tão boas quanto à própria primavera.

- Se você não se alimentar bem em Paris, terá sempre uma fome danada, pois todas as padarias exibem coisas maravilhosas em suas vitrines e muitas pessoas comem no ar livre, em mesas nas calçadas, de modo que por toda parte se vê comida ou se sente o seu cheiro. (...) As pessoas de quem eu gostava, mas que não conhecia, iam aos grandes cafés porque podiam-se perder neles; ninguém as notava e, assim, podiam estar sós e ao mesmo tempo acompanhadas. (...) Em Paris, por essa época, ainda era possível viver bem gastando muito pouco; suprimindo-se uma refeição aqui e ali, e jamais comprando roupas novas, até era possível guardar algum dinheirinho para coisas de puro luxo.

- Algumas pessoas tem a maldade na cara, assim como um cavalo de corrida mostra logo sua classe. Têm a dignidade de um cancro venéreo. (...) Quando uma antiga amizade não se refaz por completo, é na cabeça que a gente sente mais. (...) Necessitamos de um pouco mais de mistério em nossas vidas. Mas o problema da subsistência é de uma realidade desgraçada.

- Naquela minha temporada europeia, todo mundo considerava o álcool tão normal e sadio como qualquer bom alimento, além de grande fonte de alegria e bem-estar. (...) Que nunca se deve viajar com uma pessoa a quem não se ame.

- Paris não tem fim, e as recordações das pessoas que lá tenham vivido são próprias. Distintas umas das outras. (...) Paris vale sempre a pena e retribui tudo aquilo que você lhe dê. Mas, neste livro eu quis retratar a Paris dos meus primeiros tempos, quando éramos muito pobres e felizes.

domingo, 30 de março de 2025

OS QUE FAZEM FALTA e OS QUE SOBRARAM (198)


COMO FOI O PASSEIO PELO CENTRO HISTÓRICO DE BAURU
Este tipo de relato gosto não só de fazer, como de participar. E assim se deu. Na tarde deste sábado, 29/03, instigado pelo anúncio de mais um "Passeio pelo Centro Histórico de Bauru", algo realizado pelos professores de História, Edson Fernandes e Fábio Paride Pallotta, com apoio intitucional da Apeoesp e presença do professor Matheus Versatti, um grupo se reuniu na praça Rui Barbosa e pouco depois das 16h, a circulação do que ainda pode ser vislumbrado numa caminhada, começando ali e terminando na praça Machado de Mello, junto da Estação da NOB.

Tudo tem início com a apresentação dos presentes. Muitos estudantes, principalmente de História, servidores municipais, professores, gente curiosa por conhecer um pouco mais da história da cidade onde vive e dois representantes da vizinha Arealva, em busca de subsídios para lá realizarem algo parecido. E depois, a inflamada fala dos dois professores, quando se percebe, que além de tudo, o interesse preservacionista e de resgate do passado, até para conseguir entender a contento o que se passa hoje.

Reunidos no centro da praça, Edson conta algo da rua Araújo Leite, "a primeira a receber denominação nominal de rua na cidade", uma ligando onde tudo começou, a Baixada do Silvino, vindo até a praça. Tudo começa com fazendeiros doando terreno para a construção sda igreja, 80 alqueires e depois, algo auspicioso com a chegada das ferrovias, 1903 a Sorocabana, 1905 a Noroeste e em 1910 a Paulista. A história de como a igreja passa a fazer uso das terras a ela doadas é algo que se repete pelo país inteiro. Um aluguel foreiro foi cobrado de todos os munícipes, obrigando os que não queriam ou tinham condições de pagar a se estabelecer fora desses domínios. Daí surgem as primeiras vilas de trabalhadores, a Falcão, depois a Antarctica.

Da explanação vai-se para a andança, a circulação e tudo tem início , uma vez na praça com todos sendo levados para o exato local onde foi levantada a primeira capela, que depois gerou a fama de Bauru ter sido excomungada, quando derrubada. Os detalhes de como se deu aquilo tudo, perpaça a história e cai no anedotário popular. Enfim, o que de fato foi história ou lenda?

Saindo da praça, impossível não descrever algo do coreto e dos jequitibás ali ainda resistindo ao tempo. O coreto, infelizmente não teve essa sorte e hoje, em seu lugar, um gramado e a promessa de algo de concreto, como o ocorrido quando a lajotaram quase que por inteiro. Na esquina das ruas Antonio Alves e Primeiro de Agosto, a Casa Savastano, que nos primórdos foi loja de venda de roupas finas. O casario resiste ao tempo, com suas guirlandas e varandas, hoje desocupadas. Ainda na praça, o Automóvel Clube, obra de 1939 e ali, Pallotta não resiste: "Pelo nome já se constata, o modal automóvel estava vencendo o modal ferroviário". Na passagem diante da Casa Luzitana, com sua fachada, parte das janelas já alteradas, a revelaçao de não sendo imóvel tombado, já teria sido substituído por um shopping de rua. Um porta de ferro, detalhes esculturais resiste dentro do contexto.

O grupo desce a primeira quadra da rua Primeiro de Agosto, onde em poucas quadras a concentração da denominda Cinelândia, todos os cinemas da cidade ali vicejaram e num deles, capacidade na época para 1200 pessoas, algo inimaginável nos ainda risistindo cinemas de rua. "Hoje tudo substituido para cinemas de shopping, com 100 a 200 lugares no máximo", conta Pallotta. Uma boa prosa diante do Edifício Abelha, algo que, segundo os historiadores, "talvez em mais alguns anos, nada disso resista mais, mesmo sendo tombados pelo CODEPAC".

Algo interessante se passa quando o grupo cruza a esquina da Batista de Carvalho com Rio Branco e Pallotta é interpelado por um jovem ali no local: "Professor, quem foi Rui Barbosa? Quem foi Batista de Carvalho?". Todos param para ouvir as respostas e por fim, algo pouco conhecido, o de quem dá nome para o hoje Calçadão não ter sido de alguém assim tão imponente, como um coronel da época e sim, quem dali vivenciava suas histórias. Os professores tentam mostrar, observando as fachadas dos prédios, os vários estilos, vicejando dentre todos, o art decó. Na parada das esquinas da Primeiro de Agosto com Agenor Meira, dois hotéis, um de cada lado da rua, o Alvorada e o Cidade de Bauru, com estilos bem definidos no alto de suas paredes.

Tudo é motivo para paradas e explicações. A conversa rende e o tempo urge. O comércio começa a fechar suas portas por volta das 17h30 e poucas lojas permanecem com as suas abertas até mais tarde. Em cada fachada, como a do Palácio Pagani, onde hoje funciona uma farmácia, uma das poucas restauradas. Em cada, tudo encoberto também por uma fiação embaralhada, escondendo em alguns, a beleza do que um dia vicejou no centro da cidade. Evidente, muita coisa se perdeu arquitetonicamente na cidade. Superficialmente, tudo sendo observado numa breve caminhada, gera tristeza, assim como a degradação do centro e também a forma como a tual administração promove a recuperação do piso do Calçadão. Nada levadao muito a sério.

Na praça Machado de Mello, palco de muita história. Seu busto de costas para a estação, sendo ressaltado, que este, o maior matador de índios, por iniciativa do então vereador Roque Ferreira, não poderia ser ali fixado olhando para a estação. Muitos participam com seus relatos, feitos ferroviários, recordações do passado, acontecimentos ali produzidos, como o feito por Versatti, quando integralistas comandados pelo então comandante dos "galinhas verdes" são escorraçados de nossas ruas, numa forma espontânea de como devem ser tratados os fascistas. Ele aponta o local e é citado um fascista falecido na ocasião, cujo túmulo do Cemitério da Saudade foi venerado por estes até bem pouco tempo. Enfim, em Bauru ocorreram confrontos memoráveis e alguns destes recordados. Conto, quando instigado a falar, sobre a história vivenciada por tantos trens diários, indo e vindo, os latinos que por aqui circulavam e o projeto da composição Maria Fumaça, infelizmente não incentivado a ter continuidade.

Na dispersão, quando o dia já começava a escurecer, algo sentido por todos no retorno para o ponto de partida. A cidade esvazia rapidamente e seu centro com encerramento das atividades comerciais, apenas com duas farmácias abertas e a Lojas Americanas, a última a fechar aos sábados. Nem janelas acesas existem mais, pois poucos ainda moram em locais no Calçadão.

Os professores Edson e Fábio produzem algo grandioso, com apoio decisivo da Apeoesp e atraem muitos, pois o que fazem em conjunto é elucidativo, questionador e provocativo. É desta forma, andando, vendo in loco a situação atual, voltando nossos olhos para o passado, assim entendemos melhor o que já fomos, onde estamos e o que queremos para nosso futuro. Caminhar com eles é mais que gratificante. Aprendi muito. Quero mais. Ao final sou inscrito num grupo de discussão do passeio, onde tudo deve ter prosseguimento e gerar boas conversas. Assim caminhamos.

De Carona no Patrimônio Histórico - CENTRO DE BAURU E SUA MAIS REALISTA TRADUÇÃO, pelo jornalista RICARDO SANTANA
Um olhar desatento pelo centro de Bauru faz prevalecer a ideia de que o abandono mata, dia a dia, o patrimônio histórico e cultural da cidade. Um olhar mais atento e se descobre maravilhas da arquitetura, como o Edifício Pagani, na esquina das ruas Batista de Carvalho (Calçadão) com Virgílio Malta.

O Automóvel Clube de Bauru de tantas histórias e pode servir à cultura de Bauru, a depender da vontade política de se tirar um projeto engavetado prevendo a doação para a Prefeitura de Bauru. O que falta?

Da mesma forma a Praça Machado de Mello, endereço do colossal prédio da ferrovia Estrada de Ferro Noroeste do Brasil (NOB), necessita de muito investimento em infraestrutura, obras de drenagem, que evite alagamentos na praça, e uma profunda intervenção de recuperação do prédio da Estação Ferroviária.

Vizinho, o Museu Regional Histórico permanece fechado. O complexo abriga um acervo cultural e de pesquisa inestimável, e a Praça Kaingang, lugar que abrigou shows pequenos, num ambiente acolhedor.

Alguns prédios fechados do centro dão impressão de que estão condenados e a demolição é certa, como na quadra 6 da rua Primeiro de Agosto, de frente à sede da Sociedade Italiana Dante Alighieri. Sociedade que é uma das referências históricas e arquitetônicas do centro.

Realidade que se constata no rolê monitorado pelos professores Edson Fernandes e Fábio Paride Pallotta, coordenadores do projeto Passeio Pelo Centro Histórico de Bauru, com apoio da Apeoesp - subsede Bauru.

O QUE É PATRIMÔNIO CULTURAL, POR MARIA CRISTINA SANT'ANNA ZANIN*
* Publico minhas impressões sobre o Passeio pelo Centro Histórico de Bauru e a advogada Zanin comenta em detalhes algo para aprofundar o conhecimento e ampliar discussão sobre o tema.

Patrimônio público refere-se a todos os bens, recursos e valores que pertencem ao Estado e são destinados ao uso e benefício da sociedade. Inclui terrenos, prédios, como escolas e hospitais, equipamentos, veículos, dinheiro sob a gestão do governo, direitos autorais, patentes, e outras formas de propriedade intelectual que geram benefícios para o Estado, recursos naturais como água, minerais e florestas que são administrados pelo governo para garantir seu uso sustentável e beneficiar a população.

Patrimônio histórico cultural. Patrimônio cultural
É interesse de todos os brasileiros e um dos campos de atuação do Ministério Público Federal.

Denomina-se patrimônio cultural o conjunto de bens, materiais ou imateriais, que traduzem a história, a formação e a cultura de um povo, uma comunidade ou um país. Isso abrange os seguintes temas:
• bens móveis e imóveis, tomados isoladamente;
• conjuntos arquitetônicos, urbanísticos, históricos e paisagísticos;
• paisagens culturais que revelem uma combinação da ação do homem com a natureza;
• paisagens concebidas intencionalmente, como jardins e parques;
• paisagem que apresente provas de sua evolução ao longo do tempo;
• paisagem associada a fenômenos religiosos/simbólicos;
• patrimônio documental ou arquivístico;
• patrimônio cultural imaterial (formas de expressão, modos de criar, fazer e viver);
• patrimônios paleontológico (fósseis) e espeleológico (grutas e cavernas);
• sítios arqueológicos;
• áreas vizinhas a bens culturais; Exemplos da atuação:

Meio ambiente é tudo o que nos cerca, e o patrimônio cultural é um dos seus aspectos.
Por isso, o direito fundamental ao meio ambiente sadio e ecologicamente equilibrado, essencial à qualidade de vida, engloba também a dimensão cultural.
Todo bem cultural deve ter um uso que preserve suas características essenciais. Quando isso não é respeitado, o MPF entra em ação, na esfera judicial ou fora dela. Atua, por exemplo, para:
• coibir projetos de obras e construções que descaracterizem o bem protegido;
• promover a recuperação dos bens em estado de deterioração;
• declarar o valor cultural de um determinado bem.

Muitas vezes, áreas protegidas ou bens culturais se localizam em pólos turísticos, e é preciso compatibilizar o turismo e a proteção do bem cultural. Exercido de forma organizada e sustentável, o turismo pode ser um instrumento importante para a preservação do patrimônio cultural.

Todos podem defender
Os cidadãos têm direitos culturais assegurados pelo ordenamento jurídico brasileiro.

Alguns deles são os de participar da vida cultural, ter acesso aos bens culturais e às fontes de cultura, ter respeitadas a identidade, a diversidade e a liberdade cultural.

Também têm o direito de conhecer a própria história e a de seu povo, de saber e de participar das decisões que afetem os bens culturais.

A Constituição de 1988 atribui ao Poder Público, com a colaboração da comunidade, a proteção do patrimônio cultural brasileiro, repartindo a responsabilidade pela gestão dos bens culturais entre o Estado e a sociedade.

Tanto empresas e particulares como entidades públicas podem ser responsabilizadas por violações contra o patrimônio cultural. Se souber de alguma irregularidade, comunique ao
E a responsabilidade de cuidar do patrimônio público?

Os bens patrimoniais são de responsabilidade dos servidores públicos que detêm a sua guarda, a quem cabe o adequado controle e preservação do acervo, conforme parágrafo único do art. 70 da Constituição Federal.

sábado, 29 de março de 2025

CARTAS (240)


ACELERANDO DESTRUIÇÃO DE BAURU E DO PLANETA*
* Carta da lavra deste HPA, publicada edição de hoje, Tribuna do Leitor, Jornal da Cidade, Bauru SP

Estarrecedor como a classe política hoje no poder em Bauru encontra as soluções para resolver os problemas de Bauru. No que possuem relação com a natureza, são todos abomináveis.

Uma semana atrás, Jurandir Posca, secretário do Desenvolvimento Econômico, entrevistado pela 94FM, quando perguntado se tinha problemas pela falta de tratamento de esgoto junto a empresários querendo se instalar em Bauru, foi taxativo. “Quase nenhum neste sentido. Tenho com os impedimentos de instalação nas áreas preservadas do cerrado”, disse.

Disse mais, que empreende luta para vergar essas limitações. Ou seja, não está nem aí para os problemas climáticos causados pela devastação do que ainda resta de natureza preservada. A solução, para ele, é devastar, devastar e sem cerrado, ampliar as chaminés. Nem pensa em outra hipótese. Essa a postura do predador.

Num outro lamentável episódio, a Câmara de Vereadores aprova o empréstimo de 40 milhões ao DAE, atendendo imposição da alcaide Suéllen Rosin, sem nenhum projeto viável e sólido para resolver a questão da fata d’água na cidade. A solução destes é a já ocorrendo, perfurar desmedidamente o solo e buscar água nos aquíferos debaixo do solo bauruense.

Essa descontrolada perfuração já demonstrou estar ocorrendo sem critérios, com muitos destes poços já sem conseguir sugar água. Sem estudo sério, estão atrás de dinheiro fácil, soluções fajutas, enquanto toda água proveniente das chuvas – que são muitas -, continuam sendo desperdiçadas e não armazenadas. Gente despreparada e atuando no desrespeito à legislação vigente.

Isso se deve a degradação da mentalidade preservacionista, uma que ainda sustenta o planeta, mesmo com o nível atual de sua dilapidação. Enquanto persistir ações deste tipo, sem nenhum embasamento técnico, tudo somente para atender interesses econômicos, o mundo seguirá seu caminho de destruição. Em Bauru só mais um capítulo do que se vê em prática mundo afora. Existir uma proposta diferenciada, buscando outra alternativa, nem pensar.

O imediatismo dos que se apresentam como representantes do neoliberalismo e fundamentalismo, são todos perversos e acelerando a destruição da natureza. Daí, quando pipocam catástrofes, pior que tudo, estes mesmos fingem desconhecê-las e não possuir culpa nenhuma. Estamos no “mato e sem cachorro”.
Henrique Perazzi de Aquino, historiador e jornalista, www.mafuadohpa.blogspot.com

IMPERDÍVEL VISITA GUIADA PELO CENTRO HISTÓRICO DE BAURU
Sou mais que um admirador de torurs como essa que, vejo acomntecer em Bauru na tarde de hoje, sábado, 29/03, 16h, com concentração ocorrendo na praça Rui Barbosa, centro de Bauru.
Acabo de voltar de uma longa viagem por um lugar magnífico, o Leste Europeu e só pude conhecer algo mais de algumas dessas cidade por onde pisei e talvez não volte nunca mais na vida, como Praga, Bratislava, Viena, Budapeste, pois eu e Ana Bia, nos utilizamos dos serviços de vários tours nessas cidades. Sem eles, com certeza, teríamos feito mais uma viagem turística, sem grandes aprofundamentos. Em cada uma, um guia bem preparado, embasado em muitos conhecimentos adquiridos e durante aproximadamente duas horas, circulamos a pé, tivemos ampla aulas e saímos de todos, com conhecimentos ampliados.

E agora, vejo o mesmo se repetindo em Bauru. Os professores Edson Fernandes e Fábio Paride Pallotta já fazenm isso há um bom tempo aqui em Bauru. São estudiosos das questões históricas em nossa cidade. Se juntam neste momento ao apoio da Apeoesp e oferecem uma amplicação de conhecimento aos interessados. Algo, confesso, arrebatador. Não tive a oportunidade de estar presente nas caminhadas anteriores, mas nesta, desmarco tudo e quero estar presente, ampliar conhecimentos, caminhar pelo centro bauruesne e ao lado de pessoas queridas, ruar bocadinho mais.
Vamos?

CUTUCARAM A ONÇA COM A VARA CURTA E ELA REAGIU...
Dias atrás um ato de intolerância religiosa ocorre em Bauru. Acontecia um ato de candomblé num residência no Parque Vista Alegre, local conhecido e cadastrado para tanto. Uma vizinha incomodada, fez barulho, agitou contra, peturbou a paz até com gás de pimenta. Ou seja, atentou contra quem promove algo dentro da maior normalidade. Se imaginava que tudo ficaria por isso mesmo, acontece exatamente o contrário e a reação foi a união dos envolvidos, os que presenciaram a triste cena, com muitos outros do segmento religioso perseguido. Daí, marcado para hoje, após às 18h30, defronte o local onde aconteceu o ato de intolerência, algo grandioso. Divulgo e quero participar, pois creio que, intolerancia é combatida dessa forma e jeito, com ampla divulgação do que é feito, mas também com algum enfrentamento, sem medo e receio, enfim, o Brasil é prescrito como um país leigo, onde todas as atividades religiosas são permitidas e toleradas.

"Axé a todos! Esperamos vocês para o nosso toque de Exu e Pombagira, você pai de santo, mãe de santo de candomblé, umbanda, quimbanda, leve o seu terreiro, leve os atabaque e as coisas das entidades de vocês!
Sábado dia 29 às 19:30 início do toque e 18:30 início da nossa concentração na rua alameda das Hortênsias 1-57 Parque Vista Alegre. Vá bem alimentado, leve sua garrafinha de água e vamos vencer essa batalha! Teremos autoridades da nossa fé e que valorizam a nossa fé conosco, juntamente com os meios de comunicação da cidade!
Seremos uma só voz, um só coração! Dispensamos curiosos fracos pq nossa religião é feita de pessoas fortes! Toco é toco a raiz é funda! Laroyè! "
, texto de divulgação feito pelos organizadores da reação ocorrendo hoje, logo mais depois das 18h30.

A RECLAMAÇÃO PÚBLICA DE UM BAURUENSE*
* Resposta para outro bauruense ofendido, este após reclamar do aumento desmedido de seu IPTU, cobrado em 2025.

"Não reclamem, em 2022 eu fiquei sozinho sem o apoio da população. Protocolei na câmara de vereadores a cassação da prefeita de Bauru. Ela foi reeleita, faz o que bem quiser, não tem oposição, é aplaudida em todos os lugares eu fiquei com cara de palhaço. Eu tenho a solução para você que não concorda com esse imposto nojento, absurdo... sou formado em direito e jornalista, meu celular é 14 981379836 agora é hora de nos unirmos para mostrar a nossa revolta contra a família da prefeita atacando a nossa cidade, nos humilhando.Os salaris dos familiares da prefeita nos órgãos públicos é a partir de 16; 17; 25 mil reais por mês, a prefeita está aqui em Bauru pra ganhar dinheiro junto com a sua família, agora que está namorando um velho conhecido da cidade. Que já está com 40 milhões de reais pra perfurar poços artesianos, sem fiscalização, imagina o rumo que a nossa cidade vai chegar, Continuo falando no meu canal das desgraças que a prefeita faz aqui na nossa cidade", Elias Roberto Brandão.