domingo, 23 de novembro de 2025

RETRATOS DE BAURU (309)


AEROCLUBE DE BAURU CORRENDO RISCO, JULGAMENTO OCORRE EM 02/12
Nos noticiários destas plagas, o Automóvel Clube, imponente edificação histórica de Bauru, está sendo colocada à venda. Ela já foi utilizada pela administração pública municipal, mas o abandonaram e hoje, fechado e esquecido. Ser colocado à venda pode não ser assim tão ruim, desde que surja um interessado com boas intenções e não queira bater de frente com as transformações necessárias para sua reabertura. O Automóvel é um imóvel tombado e a perdição mesmo se deu quando a atual alcaide resolveu não mais ter o imóvel para utilização pela Cultura. Suéllen é insensível para tudo o que se relaciona com Cultura, daí preferiu ver o imóvel se deteriorar do que negociar uma condição boa e continuar o alugando. Creio eu, patrimônio histórico não lhe diz nada.

Escrevo isso e venho para outro imóvel tombado na cidade, o AEROCLUBE, localizado com seus hangares e uma importante área ainda sendo utilizafa como aeroporto para aeronaves particulares e eventos outros no local. Essa área, como se sabe, é uma espécie de coqueluche, rainha dos olhos da especulação imobiliária. Essa, nem pensa em algo girando no entorno de preservação de patrimônio histórico e cultural. Seu negócio é lucro, só isso e nada mais. Não enxergam nada mais diante dos olhos. E daí, aquela imensidão de área podendo ser utilizada num breve futuro pára loteamentos múltiplos e variados.

Existe, como se sabe, desde um bom tempo, uma contenda entre os antigos proprietários da área e a Prefeitura Municipal. Já faz tempo tudo foi encaminhado para ser resolvido pela Justiça, pois amigavelmente se tornou impossível. A atual direção do Aeroclube está dividida e existe um sério movimento inviabilizando a comercialização da área. A Prefeitura, através da alcaide Suéllen Rosin está à frente de fazer o possível e impossível para vender tudo. Segundo a Prefeitura, a área é de sua propriedade e assim sendo, quer a liberação para passar logo nos cobres. Pelo que se sabe e fui hoje informado por um advogado envolvido na questão, a Justiça decidirá acontenda no dia 02/12. Suéllen e a especulação imobiliária aposta tudo para vender tudo e fazer caixa.

O entrave é grande e pode melar tudo. A decisão pela liberação da área e sua venda, favorecendo a especulação pode ser contemplada, mas quem investir dinheiro ali pode se ver em futuros problemas. Sabe-se que, o caso foi levado à Justiça e o Aeroclube não produziu reunião dos seus pares, com decisão tomada. Não existe ata neste sentido, ou seja, existe irregularidades e essas podem inviabilizar investimentos. A pergunta que não quer calar é: E se um Cartório pedir lá na frente a Ata comprobatória da liberação para venda? Isso não existe. Ou seja, será que esse acordo levado para Justiça dará registro da área para quem nela investir? Tudo poderá ser um dinheiro jogado fora (toc toc toc). Enfim, por mais que o tema já tenha sido discutido, não existe consenso de sua propriedade. As brechas para melar são fortes e podem interromper a vontade da alcaide em fazer dinheiro e a especulação imobiliária em ganhar muita grana com os tais investimentos.

Se a área for vendida, mesmo embargada, a cidade poderá perder uma de suas áreas históricas de maior importância. Vivemos num mundo onde respaldados por este tal de PROGRESSO, fazem de tudo em seu nome, até se desfazer de áreas nobres. O AEROCLUBE vive este drama e se nada for feito, muito em breve, a cidade pode estar dizendo adeus para mais um de seus mais ricos patrimônios históricos.


outra coisa, mas do mesmo quilate
ENFIM, CAFEO QUER ESCONDER O QUE? QUAL O SEU LADO? SERÁ QUE JOGA PRA FAVORECER O LADO DO MERCADO ENVOLVIDO NA FALCATRUA? NÃO DÁ PARA ACREDITAR
OBS.: Ultimamento, compartilho tudo o que encontro do Fernando Redondo por aqui, tanto o texto, como as ótimas ilustrações. Na junção de ambos, sempre algo muito contundente e ótimas reflexões. Já se tornou leitura obrigatória.

Antes de começar, peço licença ao distinto economista Reinaldo Cafeo — esse profeta cotidiano do “fim iminente” na 96FM. Porque, convenhamos: quando o tema é inflação, gasolina, dólar, juros, café, o fracasso da COP, o preço do vestido da Janja, a inflação que “quer voltar”, o PIB que não sobe porque não quer, a marca da cachaça do Lula, o preço da cebola ou qualquer espirro que possa ser interpretado como “estatismo” da Esquerda, o homem vira um vulcão em erupção. É comentário para todo lado: indignação, alerta apocalíptico, previsão de colapso — falta só tocar a trombeta do Apocalipse. Mas basta o assunto envolver o maior escândalo financeiro-político da década — fraude bilionária, rombo em banco público, privatização turva, pastores milionários, presidentes do centrão como Antonio Rueda e Ciro Nogueira (este último, aliás, o queridinho da Faria Lima), todos operando para proteger o banqueiro do momento, além de governadores bolsonaristas e um projeto de lei que, adivinha?, tenta esvaziar a Polícia Federal — aí o comentarista silencia. Some. Evapora. Desaparece como um índice econômico que não convém mencionar.

Mas tudo bem, professor. Se precisar, eu desenho.
O enredo do Caso Banco Master é simples — simples como R$ 12 bilhões evaporando dos cofres públicos. O banco, comandado por Daniel Vorcaro e Augusto Lima, criou e vendeu carteiras de crédito inexistentes para o Banco Regional de Brasília (BRB) como quem vende terreno no céu. O Banco Central viu o circo pegando fogo e decretou liquidação extrajudicial. A PF prendeu executivos, bloqueou bens, abriu inquéritos. É o tipo de crime que não dá para culpar o “menor infrator”. Aqui não é “bandido de fuzil”. É bandido de planilha. E planilha, como sabemos, costuma ter CNPJ de colarinho branco.

Agora, vamos aos personagens desse romance realista cuja moral todo mundo já sabe, mas que alguns teimam em ignorar. No centro da teia, o maior doador pessoa física das campanhas de Bolsonaro e Tarcísio de Freitas em 2022: Fabiano Zettel, pastor da Igreja Bola de Neve, investidor, gestor de fundos — e, veja só, cunhado de Daniel Vorcaro, o dono do Banco Master. Coincidência? O Brasil está cansado de coincidências.

Essa árvore genealógica de conveniências não para aí. No governo Bolsonaro, figuras como o então ministro João Roma abriram as portas dos programas sociais para o CredCesta — um cartão consignado, superfaturado em taxas, administrado por empresas do ecossistema Vorcaro-Lima. Ônyx Lorenzoni, por sua vez, como ministro da Cidadania e depois da Previdência, também ajudou na expansão do produto. Não houve ilegalidade formal — só aquela velha receita brasileira: misturar política, crédito consignado e gente interessada em lucrar com a miséria dos outros.

A trama se espalha como mancha de óleo. Na CPI do INSS, o Banco Master aparece toda hora: depósitos suspeitos, intermediações esdrúxulas, operações cruzadas entre empresas e entidades religiosas. O deputado Silas Câmara, da Frente Parlamentar Evangélica, é citado como figura-chave nesse ecossistema onde familiares circulam entre igrejas, empresas e estruturas políticas. Não é perseguição religiosa. É só a PF querendo saber por que tanto pastor virou operador financeiro.

E os governadores bolsonaristas? Ah, esses são capítulos à parte. Ibaneis Rocha (DF) viu o BRB, banco controlado pelo seu governo, servir de palco para R$ 12,2 bi em operações suspeitas do Master. Cláudio Castro (RJ) permitiu que o Rioprevidência aplicasse R$ 1 bilhão em fundos ligados ao banco, mesmo com alertas do Tribunal de Contas.

Mas é em São Paulo, na gestão Tarcísio de Freitas, que a coisa toma contornos pedagógicos. O mesmo Fabiano Zettel, cunhado de Vorcaro, foi um dos maiores doadores da campanha do governador. A matemática política, mais uma vez, é interessante. E a aula de risco sistêmico veio com a primeira privatização do governador carioca, privatizar as pressas a EMAE (Empresa Metropolitana de Águas e Energia S.A.). Tarcísio vendeu a estatal. O fundo Phoenix FIP, da constelação de Tanure e Ambipar — que orbita o ecossistema do Banco Master —, levou a empresa. E então, a EMAE, agora privada, aplicou R$ 140 milhões em CDBs do Letsbank, banco do Grupo Master. Quando o BC decretou a liquidação, o dinheiro travou. Travou bonito. Tarcísio não criou a fraude, mas celebrou a privatização e entregou a empresa a um grupo que orbitava o Master. Isso não é culpa. É consequência.

E eis que, no momento exato em que a PF chega perto demais do núcleo desse ecossistema, surge um presente de grego: o PL Antifacção. O governo Lula enviou o projeto para endurecer o combate ao crime, mas quem o relatou na Câmara foi Guilherme Derrite, deputado bolsonarista e secretário de Segurança de Tarcísio. E o que Derrite fez? Tentou retirar recursos da PF, restringir investigações de fluxos financeiros — justamente o tipo de operação que desmonta esquemas como o do Master — e chegou a propor subordinar a PF aos governadores. O Ministério da Justiça chamou a proposta de “presente de Natal às facções”. Presente de Natal e Panetone. Derrite recuou no trecho mais grotesco sob pressão, mas o texto que sobrou ainda asfixia a PF. E Tarcísio? Chamou isso de “vitória do povo brasileiro”. Vitória para quem? Para o contribuinte? Não. Para a PF? Menos ainda. Para o sistema financeiro que orbitava o Master? Aí, meu amigo Cafeo, você desenha: é só ligar os pontos.
A postura de Lula é infinitamente diferente da de Jair Bolsonaro. Jair é um bosta...

O caso Banco Master não é sobre “um banqueiro ladrão”. É sobre um ecossistema político-financeiro que cresceu sob o guarda-chuva do bolsonarismo, irrigado por pastores, fundos exóticos, presidentes de partido como Rueda e Ciro Nogueira, governadores aliados e privatizações opacas. E justamente quando a PF chega perto, a solução encontrada é tentar amarrar suas mãos com uma lei. É o capitalismo de compadrio se blindando com roupagem de “segurança pública”.

Mas tudo bem. Se a 96FM ou seus patrocinadores não te permitir falar de um rombo bilionário que envolve a Faria Lima, empresas, pastores, privatizações, governadores, fundos de investimento e investidas legislativas para desidratar a PF… eu falo. Eu desenho. Porque o que a extrema direita e o bolsonarismo tentou esconder atrás do Banco Master não é “ideologia”. É dinheiro. É poder. É controle.

e para lacrar a tampa do caixão
INEVITÁVEIS COMPARAÇÕES
E a PF, quando chega perto demais, vira alvo de projetos que fingem combater o crime, mas que, na prática, servem para proteger os donos do jogo: banqueiros bilionários como Vorcaro, operadores do centrão como Rueda e Ciro Nogueira, governadores alinhados que orbitam esse ecossistema e todos aqueles que transformaram o Estado brasileiro num negócio particular. São leis travestidas de “segurança pública” que não protegem o cidadão — protegem o sistema. E o sistema sabe muito bem quem não pode ser investigado.
Fernando Redondo / Jornalismo Independente

Lula tinha 72 anos quando foi trancafiado em uma sala da polícia federal por 580 dias. Em um primeiro momento, ficou quase em uma solitária. Não vi a direita manifestar qualquer preocupação humanitária na época! Pelo contrário, só ouvi escárnio e maldade da boca dos seus líderes. Mas é na prática , não no blá-blá-blá, que cada um mostra quem é. Lula não alegou idade, não pediu prisão domiciliar, não fugiu, não buscou qualquer embaixada, não se rebaixou, não se humilhou, não chorou em público, não soluçou. Mais tarde, quando lhe ofereceram ficar em casa com tornozeleira, disse que só sairia quando o judiciário revogasse a prisão. Ou seja, não tentou danificar uma tornozeleira para fugir. Na verdade, nunca aceitou usar uma tornozeleira! E aí está. O tipo que se vangloriava de "histórico de atleta" e debochava dos mortos pela covid (nunca vou esquecer disso!), se rebaixa e tenta apelar para os seus 70 anos e sua "saúde frágil". Aquele que a direita inventa de chamar de "cachaceiro", está forte, vendendo saúde, fazendo um grande governo. É na prática que a gente vê a diferença entre a fibra de um líder-estadista e a enganação de um demagogo pusilânime. José Augusto Pádua.

sábado, 22 de novembro de 2025

DICAS (263)


HOJE SÓ POSSO FALAR DE UMA COISA: A JUSTA PRISÃO DO BOLSONARO

FINALMENTE
Bolsonaro, a essa altura, é um entulho já descartado pelo sistema, página mais do que infeliz de nossa história. Ele é carta fora do baralho, o golpismo, infelizmente não, porque continua muito ativo e em constante mutação. Vivo e aloprado. Todo cuidado é pouco. Os loucos continuam soltos, babando pelas esquinas, prontos para nos apunhalar, enjaular e se possível, eliminar. Não pensarão duas vezes se a oportunidade surgir. Hoje, portanto, quando o líder golpista, seguidos comprovados crimes, vai preso para sede da Polícia Federal, nada como comemorar. Hoje sim é grande dia, para estarmos bebendo uma, unidos lá no Bar do Genaro, vila Falcão. Aguardo a convocação. Garganta precisa ser aliviada. Me convoquem...HPA, mais feliz nesta manhã de sábado, Bauru SP, 22 de novembro de 2025.

PRENDER BOLSONARO FOI ATÉ FÁCIL, DIFÍCIL SERÁ ANIQUILAR O QUE ELE DEIXOU PLANTADO E EXTORQUINDO O PAÍS, ISSO ESPALHADO PELOS QUATRO CANTOS
Tento escrever algo após este intenso dia de sábado, quando o país amanhece com a notícia da prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro. Ele já se encontrava detido, prisão domiciliar, mas pelo nesta manhã, 6h, a Polícia Federal o leva para suas instalações. Este homem fez muito mal ao país e o conjunto de sua obra é o descalabro deste país. Existe como prova de seus continuados delitos, uma infinidade de provas. Mantê-lo preso se faz necessário, pois trata-se de elemento perigos. Dentre seus males, o de ser golpista, talvez seja o de menor envergadura. De sua boa só saem impropérios, algo destrutivo e negativo. Prega a destruição das instituições, tudo para fazer vingar a sua forma ditatorial, entreguista e perversa de governar. O país governado por ele nos quatro anos quando foi presidente, não teve nenhum avanço prático em nada de positivo. Só retrocessos. Crime em cima de crime.

Hoje ao sabe-lo preso, a primeira reação é positiva. Pelo conjunto da obra, a prisão se faz mais que necessária. Enquanto vemos Lula governando o país pensando em algo produtivo, sendo, fazendo e acontecendo mundialmente, este nada fez neste sentido. Estávamos nos transformando num país de párias, dependência total para com nação estrangeira. Bolsonaro não é somente um irresponsável submisso. Trata-se de um vendilhão da pátria e de tudo o que encontrar pela frente, desde rachadinhas, como joias. Após sua ascensão, junto dele, tomamos conhecimento da abertura para o que de pior temos em nação de brasileiros comprometidos com o descalabro. Hoje, Bolsonaro é carta fora do baralho, mas para os que ele possibilitou espaço, estes continuam pela aí, dispostos a entregar o país de bandeja.

Sim, estou feliz, aliás, muito feliz. Demos uma volta e conseguimos se manter vivos. Não foi fácil nos quatro anos com ele no poder, como seria impossível se conseguisse fazer vingar o golpe. Hoje nem estaríamos aqui. A truculência imperaria e se hoje, o país está rodeado de milicianos, como crime organizado querendo impor suas regras, talvez estivéssemos num caminho sem volta, sem lei e num vale-tudo, onde o que imperaria seria a vontade dos sem noção. Escapamos disso, infelizmente, talvez momentaneamente. A perversidade continua vigente, vide a ação dos parlamentares de Brasília e mesmo, das composições de nossas Casas Legislativas municipais. Com ele, despontou um bando de aloprados e inconsequentes. Estes continuam dando as cartas pela aí e fazendo impor barbaridades administrativas.

A prisão de Bolsonaro é só mais uma etapa de uma intensa luta contra o fascismo, as aberrações ainda em curso. O que Derrite foi executar em Brasília faz parte dessa aberração ainda não vergada. O que Suéllen fez ao trazer uma secretária para o Meio Ambiente, só com a intenção de promover a terceirização do lixo é outro exemplo. Tudo isso faz parte do amplo plano de ir passando a boiada, mais e mais, enquanto puderem e existir espaço. Contê-los pelo voto é o modo democrático, mas algo precisa ser feito para contê-los com a pressão popular e uma ação do Judiciário, rápida, precisa e a restabelecer a normalidade. O caso do afastamento do até então prefeito de Sorocaba é um ótimo exemplo. Muito agem igualzinho a ele e ainda nos governam. Estes precisam ser contido. Chegaram com o advento Bolsonaro, que lhe deu força. No conjunto da obra, existe muito ainda a ser feito. Nenhum minuto de fola, esmorecimento ou fraqueza. O momento é de confronto, algo como uma guerra, pois os malversadores estão pela aí, aprontando e se locupletando, agindo pelas brechas. Tem muito mais gente para ser indiciada, julgada, condenada e presa neste país. Basta olhar para os lados e veremos muitos destes em plena ação.

COMEÇANDO OS TRABALHOS - O BRASIL PARARIA SE BOSTONAURO FOSSE PRESO, PAROU...
Alguém precisava ir para as ruas estravazar algo da incontida alegria deste dia. Muitos o fizeram, variadas formas e jeitos. Eis aqui uma delas, quando grupo se reuniu para um coletivo churrasco lá no Bar do Genaro, reduto bauruense de concentração do pessoal da esquerda bauruense. Em algumas fotos demonstro como tudo se deu: https://www.facebook.com/henrique.perazzideaquino/posts/pfbid02GHaiXAwzqfSNbdLwDeaHky8h1t6jFPE71SrJJc7F5ZH9hAq2MoyPZS9TzTKrnYEJl?locale=pt_BR

O FÉRETRO PASSOU POR AQUI...
Um caixão e o falecido, ou seja, o detido sendo devidamente lembrado, homenageado e fazendo parte do funesto cortejo: 

sexta-feira, 21 de novembro de 2025

BEIRA DE ESTRADA (201)


SÓ MAIS UM POUCO
1.) UMA DE MINHAS MESTRAS PREFERIDAS
Tricô de ideias: professora fez do diálogo e reflexão seu legado - Por Priscila Medeiros | da Redação Jornal da Cidade Bauru SP
Prestes a completar 89 anos no próximo dia 25, Salete da Silva Alberti ainda conserva a paixão pelo conhecimento e a alegria em ensinar. Não mais em salas de aulas, mas nas conversas com qualquer pessoa que a procure, afinal "todo encontro é um grande tricô: o que sai é nosso".

Saletinha, como é conhecida, colecionou vínculos ao apostar no diálogo como método para incentivar reflexões. Arrebatou o carinho de alunos, que agora terão a chance de homenageá-la no dia 16 de dezembro, às 14h, na Unesp. Aberta ao público, a solenidade está prevista para acontecer na chamada Sala da Congregação da universidade.

Nascida em 1937, em Gália, Interior paulista, primogênita de três filhas, veio para Bauru ainda jovem com os pais, Francisco e Janet, para ficarem perto do restante da família, que já morava por aqui. A mudança, aparentemente simples, acabou definindo todo o rumo de sua vida: neste solo se descobriu professora e nunca mais deixou de ser.

A educação já fazia parte do ambiente familiar. A mãe lecionava corte e costura no Sesi; o pai, ligado à música, também contribuía com aulas quando surgiam oportunidades. Mesmo com o contato diário com esse universo, a docência não foi exatamente escolhida de imediato. "Era o que tinha para fazer", lembra. O que começou como circunstância virou paixão e daquelas que moldam uma vida inteira.

Seguindo os passos dos pais, começou sua trajetória profissional aos 18 anos dando aulas no Sesi, para crianças. Assim conseguia pagar a faculdade de história e geografia da Universidade do Sagrado Coração (USC). "Trabalhava no Sesi para poder pagar a faculdade e depois eu comecei a lecionar na USC. Dei aula no Estado, como substituta na Instituição Toledo de Ensino (ITE) e depois fui para a Universidade de Bauru, posteriormente incorporada pela Unesp", conta a doutora em sociologia pela universidade estadual.

Salete enfatiza que nunca quis um cargo de deliberação, porque a paixão é sala de aula. "Gostava e gosto de ensinar", reitera. E esse entusiasmo era e ainda é explícito. "Eu tinha uma alegria de entrar na sala de aula e isso deixava os alunos mais relaxados. Eu rejuvenescia quando passava pelo portão da Unesp. Era uma delícia. Quando eu terminava a aula, me dava uma tristeza", relata.

Também professora de antropologia, nunca perdia uma oportunidade de questionar e fazer pensar, levando também a filosofia e sociologia para a sala de aula. "A vida exige reflexão. Eu não perdia a oportunidade de fazer os alunos refletir, do primário à universidade, eu acho que isso é o fundamental. Eu não abro mão de pensar, nunca", frisa.

E isso Salete aplica em todos os campos de sua vida. Ela vive o que ensina. Curiosa e questionadora, a ponto de "encher o saco", como ela mesma cita. "Quando chegava a um ponto de reflexão e não encontrava resposta, ia atrás de alguém que me ajudaria, como o caso o Clodoaldo (Cardoso). E não saía sem a resposta, não importa o tempo que levasse", informa sorrindo.

E, assim, ela colecionou encontros, formou vínculos, despertou reflexões e ganhou o carinho dos alunos por apostar no diálogo como método. "Depois de tantos anos vivendo na eternidade da sala de aula, a cronologia reencontrou seu corpo, mas não a conteve. Porque há quem exista no tempo; há quem o atravesse; e há quem, como ela, permaneça nos outros, na vida daqueles que a encontravam pelas ruas e lugares por onde ela passava", destaca o amigo Adalberto Retto.

"Onde quer que ela vá, seja no supermercado, por exemplo, alguém vem falar com ela e dizer 'professora, a senhora mudou a minha vida'. Até brinco que se ela sair e se perder, não tem problema. Alguém vai achar e trazer. Ela tem esse reconhecimento", destaca. Questionada sobre como se sente ao ouvir isso, foi sucinta: celebração.

A paixão pelo ensino era tão intensa que a aposentadoria compulsória, exigida pela idade, foi um dos episódios mais dolorosos de sua carreira. "Eu chorava, chorava… não queria deixar", recorda. Para Adalberto, o reconhecimento e carinho dos ex-alunos a fez superar a aposentadoria.

A aposentadoria não a fez deixar os questionamentos da vida para trás e nem perder o prazer pela leitura, afinal, para ela, ler é refletir. "Se não refletir, perde tempo", afirma. Essa busca constante pelo conhecimento era a mesma que levava para a sala de aula, onde insistia para que os alunos pensassem e questionassem.

Nessa nova fase, embarcou na leitura de biografias de mulheres como Cleópatra, Frida Khalo, Clarice Lispector, entre outras. Atualmente, ela está lendo Metáfora, de Tony Berber Sardinha.

Informações sobre a homenagem podem ser obtidas pelo email: a.retto@unesp.br

2.) ESTA A VERDADEIRA FACE, SEM RETOQUE, DA ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL DE SUÉLLEN ROSIN - VOCÊ AINDA NÃO VIU QUASE NADA...
https://www.facebook.com/share/p/17h8Nj2FgT/
RETRATO FIEL DO QUE É ADMINISTRAÇÃO SUÉLLEN
Bauru virou um brechó municipal.
A cada crise anunciada, surge uma solução “mágica”: concessão, taxa, venda, empréstimo.
E quem paga a conta? Sempre o futuro da cidade.
A prefeita Suéllen Rosim transformou a gestão em liquidação permanente:
se mexe, vende; se não mexe, vende também; e o que não dá pra vender, penhora.
• Iluminação pública: PPP de 25 a 35 anos.
Contrato bilionário, uma só empresa habilitada e a CIP bancando tudo.
• Esgoto: concessão enviada e re-enviada ao TCE, cheia de atropelos.
A dúvida não é a obra — é a pressa em assinar o contrato.
• Lixo: a tarifa mais criativa já vista.
40% do valor da água, mesmo que você produza menos lixo.
Um contrato de R$ 4,8 bilhões. Sim, bilhões.
• Saúde: até o almoxarifado de medicamentos (R$ 33 milhões) entrou na vitrine.
Eficiência? Não. É precarização como política de Estado.
• Máquina pública: terceiriza o serviço, incha os cargos.
Três novas secretarias e 121 comissionados.
Modernização? Não. Toma-lá-dá-cá com maquiagem administrativa.
• Endividamento:
R$ 40 milhões para o DAE,
Tentativa de R$ 111 milhões para asfalto,
Venda de seis áreas públicas por R$ 14 milhões.
A administração virou um serralheiro endividado:
vende as ferramentas, penhora a oficina e antecipa o salário.
Bauru vive a desmontagem silenciosa da sua capacidade de se governar.
A propaganda fala em eficiência.
A prática mostra liquidação.
E quando o tacho estiver raspado, os buracos serão crateras —
e nem toda luz de LED vai iluminar o abismo.
O brechó municipal continua aberto.
Cabe ao povo — e a um Legislativo que se recuse a ser plateia — parar de aplaudir.
O futuro não pode ser terceirizado.
Fernando Redondo – Jornalismo Independente


3.) DIRCEU MOSQUETTE JUNIOR SERÁ O 132º LADO B - A IMPORTÂNCIA DOS DESIMPORTANTES, ACONTECENDO NA SEGUNDA, 24/11, ÀS 18H - VAMOS JUNTOS?https://www.facebook.com/henrique.perazzideaquino/videos/1572077863924568?locale=pt_BR

quinta-feira, 20 de novembro de 2025

CARTAS (250)


DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA, TEXTO DESTE HPA, ESPECIAL PARA O JC
HOMENAGENS - Família Baté celebra Dia da Consciência Negra em Tibiriçá
Por Henrique Perazzi de Aquino - Especial para o JCNET, 22.11.2025
https://sampi.net.br/.../familia-bate-celebra-dia-da...

O 20 de Novembro, Dia da Consciência Negra, é comemorado em grande consideração em Bauru. Vários eventos ocorrem relembrando e reverenciando quem foi Zumbi dos Palmares, sua luta, importância e desdobramentos até nossos dias. Alguns, infelizmente, ocorrem simultaneamente, dividindo os presentes, pois muitos gostariam de estar em todos. O dia transcorre rapidamente. Num deles, premiação já sacramentada e oficializada como das mais significativas, a entrega pela família Baté, de Tibiriçá, da Medalha Zumbi dos Palmares.

Tibiriçá é um reduto de muita luta e resistência. Este distrito rural é algo sui generis na história bauruense. São aproximadamente mil habitantes e, dentre eles, essa família, a Cosmo, também conhecida como Baté. Como uma espécie de quilombo do século XXI, o local é residência da maioria deles e quando não ali residindo, se encontram regularmente na residência, hoje morada da matriarca Irene Cosmo, 89 anos. Neste local acontecem manifestações de grande vulto o ano todo e em todas, além da família, a presença marcante da comunidade local, bauruense e regional.

Dentre essas atividades, a deste dia é marcante. Já é tradição, todo dia 20 de Novembro, agora feriado nacional, a entrega simbólica da medalha Zumbi dos Palmares para os guerreiros que, junto da família, se fazem presentes no seu dia a dia de luta e labuta do ano em curso.

O encontro, no dia 20, foi muito além de uma simples reunião familiar ou da premiação proposta. O que ali se viu é uma representação da resistência de um povo, diante de tudo à sua volta. São confeccionadas medalhas com a estampa de Zumbi e dizeres “Família Baté – Homenagem Zumbi dos Palmares - ‘Você faz parte guerreiro’ - Tibiriçá 20/11/2025”.

A importância deste prêmio faz parte de uma significativa e representativa concentração popular em Bauru. Antes de tudo, se reúnem e seguem da casa até a praça principal do distrito. Ali, cantam, dançam e falam, sempre em alto e bom som, pra todos tomarem conhecimento do que foi a saga da família, sempre junto de Zumbi e do povo trabalhador e negro. Acompanhados de ritmistas da capoeira, algo como uma procissão, um cortejo com forte conotação de resistência, essa ali explícita do que são e onde estão. Só depois, já de volta para a casa da família, o almoço. Desta feita, uma feijoada, totalmente gratuita e algo representando outro lema da família.

No passado, tiveram muitas dificuldades financeiras, passando fome e, com o passar dos anos, recebem a todos com comida. É o sinal da fartura, da divisão do pão, da demonstração de que, superando o que lhes foi imposto, retribuem oferecendo de forma sincera alimento aos presentes. Na sequência, o ato da divulgação e premiação com a medalha. Não existe premiação previamente combinada. Tudo é feito e sai dentre os presentes, os que ali se dispuseram a comparecer e prestigiar o evento. Neste dia, o microfone esteve nas mãos de Dulce Baté, uma das que tocam, em nome da família, o barco adiante.

Ela, da forma mais simples possível, vai chamando um por um, membros da família, da comunidade, outros tantos que, ao longo deste ano e do tempo, ali marcam presença e os valorizam. Não tem como não se emocionar com a fala de alguns destes, vindos de longe, contando histórias, revirando o baú de lembranças e ressaltando de como tem prosseguimento, sempre baseado num lema meio que explícito, o do “sangue, suor e lágrimas”, mas também de muita alegria. Falam de suas tristezas e ressaltam os momentos alegres, de congraçamento e união, como o em curso. E assim recebem cada um sua medalha.

No evento são lembrados personalidades variadas, como representantes dos índios de Avaí, irmãos parede meia, pois vizinhos, com histórias parecidas de resistência. Estiveram também recebendo medalhas, além dos familiares, gente dos Messias, Balbinos, Félix, parceiros como as irmãs capoeiristas, Josiane, Lidiane, Dafne e Leda, que junto do contramestre Alexandre deram o toque musical do dia. Teve gente da Unesp, Senac, da escola estadual Major Fraga, comerciantes e populares.

De políticos, mais precisamente vereadores, só compareceram a do PT (Estela Almagro) e assessora de outro parlamentar, mesmo o convite sendo feito de forma ampla. Na frente de todos, microfone nas mãos, não só os mais velhos, como muitos jovens. Cito dois, uma jovem de 21 anos, driblando a doença falciforme conta de sua vitória e um de origem nipônica, reverencia a família e a luta pelo que gosta, o hip hop. Três jovens tiram fotos de foto de todos os presentes, resultado da oficina de fotografia do produtor Roberto Pallu junto aos jovens do distrito. Juntaram-se todos e foram amedalhados, agraciados com o mimo dos Baté, algo no qual, diante de tantas outras premiações existentes, essa sinal de algo singular, um elo periférico de amor, união e perseverança.

Dulce Baté, emocionada o dia inteiro, comandando tudo não se sabe nem como, conta: “É muita correria para fazer isso aqui acontecer. Essa data nos é muito grata. Zumbi não lutou sozinho para nos livrar das correntes. O preconceito não está somente no negro. Está em tantos outros e sem essa união, nunca vamos estar fortes para vencer essa batalha. Agradeço a Deus, a Zumbi, meus antepassados, a vocês todos que estão aqui. Hoje não é um feriado de preto. Agradecemos a você Zumbi pela graça divina, nossa força para enfrentar e vencer as batalhas todas. Viva Zumbi”. Com falas deste tipo, o dia transcorreu recheado de lembranças, conversas, comida e boa música.

O evento se encerrou com uma grande roda de samba, realizada no quintal da casa, sobre uma grama, sombra de mangueiras, quando todos se juntaram, cantaram, dançaram e se mostraram felizes. Com este olhar e reverência ao passado, tocam a vida adiante, unidos, pois assim sabem, tudo será possível. “Estar aqui é mais, muito mais do que estar numa festa. Venho e volto aqui, pois sei, aqui terei momentos de alegria, algo muito difícil nos tempos atuais e junto de gente que, como eu, batalha e muito o tempo todo. Isso aqui é vida. A nossa vida”, conta emocionada Maria Catarina Araújo, 70 anos, 30 anos ali residindo e hoje em Bauru, três enfartes, fazendo questão desse ir e vir, encerrando a conversa, com algo bem representativo do que ali é visto e sentido: “Devo a essa família um muito obrigado pelo que somos hoje”.
HPA, reproduzindo meu texto escrito com exclusividade para o JC Bauru, edição virtual de 22/11/2025.

DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA PASSADO NO EVENTO DA FAMÍLIA BATÉ, TIBIRIÇÁ, ALGO INIGUALÁVEL E RECEBENDO MEDALHA, NA MELHOR E MAIS SENSÍVEL PREMIAÇÃO DESTA CIDADE
O textão vem na sequência, provavelmente amanhã e está sendo feito com exclusividade para primeira postagem no Jornal da Cidade. Aqui os registros fotográficos feitos por mim durante o dia todo dentro do evento: 

DULCE BATÉ, SOLTOU A VOZ NA PRAÇA DE TIBIRIÇÁ, JUNTO DOS CAPOEIRISTAS, NO DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA: https://www.facebook.com/reel/707003345350694

VERA DE JESUS, 69 ANOS, CANTOU A VIDA INTEIRA PARA OS SEUS E HOJE SOLTOU A VOZ NO QUINTAL DOS BATÉ, EM TIBIRIÇÁ: 
https://www.facebook.com/henrique.perazzideaquino/videos/870388435342686

QUINTAL DOS BATÉ, PROLONGAMENTO DO EVENTO, DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA, TIBIRIÇÁ - TUDO ACABA EM SAMBA: 

ALGO DA RECEPÇÃO EM TIBIRIÇÁ, MEDALHA ZUMBI PALMARES, PELAS LENTES DE Roberto Pallu E SEUS DEDICADOS ALUNOS: 

quarta-feira, 19 de novembro de 2025

O QUE FAZER EM BAURU E NAS REDONDEZAS (191)


DA AÇÃO POLÍTICA ATUAL DESCONECTADA DAS NECESSIDADES – CABO HELINHO LOUVANDO SEU PARTIDO, O PIOR E MAIS CONSERVADOR NO MOMENTO POLÍTICO BRASILEIRO
Antes de mais nada, se faz necessário lembrar algo sobre o que representa hoje o Partido Liberal (PL), consolidando-se com suas ações como o maior partido de direita, conservadora e pró-evangélica neopentecostal do Brasil. Desde 2021, com a filiação do ex-presidente Jair Bolsonaro, a legenda passou por uma mudança radical em sua orientação ideológica, antes mais ligada ao Centrão e a alianças pragmáticas. A atuação do PL se manifesta em pautas conservadoras e na busca por uma maior influência política no Congresso Nacional e também por atuar única e exclusivamente para dizer “amém” para tudo o que Jair Bolsonaro impõe. Um dos filhos do ex-presidente declara dias atrás, que o PL deve atuar exatamente assim e quem estiver incomodado que saia. Ou seja, não produz nada para o país e sua função, única e exclusivamente é seguir cegamente o quase detento.

Dito isso, aqui em Bauru, com a cidade tendo que resolver vários problemas ao mesmo tempo, como essa esdrúxula taxa do lixo e privatização da coleta, além dos vários empréstimos, seguidos e sem ação condizente, em proposituras da incomPrefeita Suéllen Rosin, um novato vereador, conhecido por seguir cegamente Jair Bolsonaro, tem a pachorra de propor algo totalmente sem sentido: “Uma Moção de Aplauso incomum, direcionada aos candidatos do Partido Liberal (PL) de Bauru em 2024, na pessoa de seu presidente, Airton Iósimo Martinez, foi a polêmica do dia na sessão de ontem da Câmara de Bauru. O propositor, vereador Cabo Helinho (PL), justificou a Moção “pelo comprometimento com a democracia e dedicação ao serviço público na eleição de 2024”. A propositura acabou se transformando em um debate político”, Entrelinhas, do Jornal da Cidade.

A moção é não só inconsistente, como totalmente sem sentido. O vetusto vereador, parece nem um pouco preocupado com as importantes decisões que, os vereadores bauruense terão pela frente e sua preocupação é enxugar gelo, passar o pano para os do seu time. Pior que tudo, como bolsonarista raiz, cego até a medula, não enxerga nada de errado nas ações golpistas de seu mentor e quer empurrar goela abaixo uma explícita bajulação para um condenado, alguém que encaminhava o país para uma ditadura e político sem noção de como comandar uma nação. O PL, cabo Helinho e todos nesta sigla são plenamente dispensáveis no mundo político, pois só atuam pelo retrocesso. Essa Moção é a absoluta demonstração da FALTA DO QUE FAZER. E quando faz, só iniquidades. Antigamente, existia no país uma DIREITA, com algum diálogo e também defesa dos interesses do país, hoje com a ultra-direita fascista, isso se tornou impossível. Jogam descaradamente contra os interesses do país. Tudo por Bolsonaro.

PORTAS ETERNAMENTE FECHADAS, LACRADAS E OBSTRUÍDAS
Essas são as duas portas fechadas que mais envergonham essa cidade. São as do Museu Ferroviário, lacrada desde que, Suéllen Rosin assumiu a Prefeitura de Bauru. 

Antes orgulho desta cidade, cujo progresso se deve à ferrovia e ferroviários, hoje mantém quadro funcionários atuando internamente, sem mover os devidos esforços para ver os museus abertos ao público. 

Assim como alcaide foi responsabilizada pelas obras nunca concluídas do estádio Olímpico Milagrão, precisa o ser por manter dois museus fechados, numa vergonha sem nenhum precedente na história bauruense.

VÁ VER O QUANTO ANTES LÁ NA GALERIA ANGELINA MESSEMBERG, POIS TUDO NESTE MUNDO SUELLISTA É FINITO - E ESSES QUADROS DO FINO SÃO O FINO..
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ENTRELAÇADOS

terça-feira, 18 de novembro de 2025

FRASES (263)


PODERIA CONTINUAR DIZENDO DAS ABERRAÇÕES DO DESGOVERNO SUELLISTA BAURUENSE, MAS HOJE QUERO E VOU DIVAGAR UM POUCO
Não tem como pegar leve com quem hoje desgoverna Bauru. As péssimas notícias são diárias. E cada uma pior e mais estarrecedora que a anterior. A taxa do lixo quando da privatização vai ser arrebatadora, ou seja, contundente no bolso dos contribuintes bauruenses. Nenhuma surpresa para alguém nos governando de costas para a população. Na sequência, a incomPrefeita anuncia seis áreas públicas, todas sendo colocadas à venda, só para fazer caixa, pois se endividou tanto que, agora não sabe mais nem como fechar o caixa no final do mês. Dizem que o Natal pode ser periclitante, daí quer se desfazer de bens, só para fazer caixa. Tudo já é um horror, mas ao ligar a TV hoje, o anúncio de que, a administração dela foi condenada pela incompetência em não concluir as obras iniciadas e nunca concluídas, hoje abandonadas, do estádio Olímpico da vila Nova Esperança. O crime começa com todo o investimento e equipamentos esportivos abandonados. Tem outra obra na mesma situação, a da Estação da Cia Paulista, ali na Julio Prestes com Rio Branco, onde um dia dizem seria reaberto e colocado pra funcionar o Museu Histórico. Depois teve outro pedido de empréstimo, a bagatela de R$ 111 milhões, para obras nunca definidas. Dá para continuar essa relação, pois elas só demonstram a incompetência administrativa fundamentalista em curso. Encerro aqui a ladainha, com a frase repetida por mim a todo instante e em todo lugar: essa administração, mais dia menos dia, terminará num plantão policial. Sem palavras.

Vamos ao que interessa. Por estes dias termino a leitura de dois livros e quero tecer alguns breves comentários de cada um deles. Ler me distrai de perder a calma com a barbaridade administrativa em curso na cidade de Bauru. Desde o falecimento do cronista Luis Fernando Verissimo queria reler um de seus livros. Inicio um, crônicas escritas de 1991. Trata-se do “ORGIAS”, editora L&PM RS, 144 páginas, algo que fui lendo em drops, uma por dia. Terminei anteontem. Um prazer ler alguém tão magistral na formatação e ajuntamento das palavras. Seleciono algumas frases para exemplificar o primor da observação:

- Sei que as pessoas falam, mas o que posso fazer? Em Porto Alegre falam de todo mundo.
- Cansada de assistir à História no Jornal Nacional em vez de fazê-la.
- A imprensa brasileira, em vez de cumprir seu legítimo papel numa sociedade democrática, que é o de dar a previsão do tempo e o resultado da Loteria, insiste em perscrutar as ações dos políticos, como se estes fossem criminosos comuns, não qualificados, e em difamá-los com mentiras.
- ...esperamos que o político, abjetamente, deixe de dar um emprego para alguém do seu sangue e dê para o parente de outro, às vezes um completo estranho, cuja única credencial é ser competente ou ter passado num concurso.
- A vida é uma bola, há os que a dominam no peito e põem, maciamente, na grama, e há os que a aparam com o nariz e chutam a grama.
- Já que o Brasil vai pra lá mesmo, o melhor é ir na frente e pegar mesa de pista.
- Você não pode viver solialisticamente num país capitalista, mas deve ter sempre em mente que existe a alternativa.
- Deus, o primeiro autocrata, fez o mundo como bem quis, sem ouvir as bases, sem plebiscito. O que, pensando bem, foi a nossa sorte, pois, se o Criador tivesse optado pelo método democrático, o universo não estaria pronto até hoje e estaríamos perdendo todos os bons seriados na TV.
- Mas e se a liberdade foi mal distribuída e meu vizinho tem um latifúndio de liberdade enquanto que a minha é a de um quintal de liberdade, liberdade mesmo que tadinha? Não é feio sugerir um reestudo da divisão.
- Mas eu desconfio que a única pessoa livre, completamente livre, é a que não tem medo do ridículo.

Hoje, terça, estava tão acabrunhado com a perda do querido Jards Macalé que, sentei à tarde no Mafuá, sozinho, eu e meus livros, pego um sobre ele, o trazido do Rio, lá da livraria Folha Seca, coleção Álbum de Retratos – Jards Macalé, escrito pelo João Pimentel, ano 2017, 128 páginas, com fotos e um belo texto revendo toda a vida deste irreverente cantante e poeta carioca. Só saio do sofá, depois de devorar o livro de cabo a rabo. Dissequei o Jards. A concepção dessa coleção, 24 volumes, que tenho inteira foi a de reunir, em livro, o acervo pessoal de fotografias de determinadas personalidades das artes e da cultura do Brasil, indo do cinema à música, do jornalismo à poesia, sempre com outras personalidades escrevendo os breves perfis dos fotografados. Neste do Jards, uma viagem desde sua infância.

Dos textos selecionados, começo com quando ele rebate e se defende de ser intitulado maldito. “Maldito está no Aurélio: Diz-se daquele ou daquilo a que se lançou a maldição, condenado; ou pernicioso, execrável. Funesto; e mais, muito mau, perverso, malvado, maligno”. Pesado, não? Pimentel no texto o define de outra forma: “Contestadores na forma, no conceito: artistas que não fizeram concessões, não subiram degrau por degrau a escadinha fácil do sucesso. E aí é fácil identificar Macalé, Jorge Mautner, Luiz Melodia, Walter Franco, Itamar Assumpção, Tom Zé, que em comum tem o fato de serem geniais, intuitivos, sensíveis, absurdamente criativos e, mais que tudo, autênticos”. 

De todas suas letras, escolho essa, a da letra Mal Secreto, parceria com Waly Salomão: “Não choro/ Meu segredo é que sou rapaz esforçado/ Fico parado, calado, quieto/ Não corro, não chorro, não converso/ Massacro meu medo, mascaro minha dor/ Já sei sofrer/ Não preciso de gente que me oriente”.

Tem outra poesia, muito marcante, a de Olho de Lince, também em parceria com Waly Salomão: “Quem fala que sou esquisito, hermético/ É porque não dou sopa, estou sempre elétrico/ Nada do que se aproxima nada me estranha/ Fulano sicrano beltrano/ Seja pedra seja planta seja bicho seja humano/ Quando quero saber o que ocorre a minha volta/ Ligo a tomada abro a janela escancaro a porta/ Experimento tudo nunca me iludo”.

Amanhã, dependendo da aberração produzida pela nossa nada dileta alcaide, volto à carga descarregando um caminhão de aporrinhações, despejo novamente meu caminhão de bostas frescas na porta de entrada do Palácio das Cerejeiras, com endereço, CEP e tudo, repetindo sempre os dizeres, renovados de alguma forma: “Não vejo a hora disso tudo terminar num plantão policial”.
Nada como fechar este texto com a refelexão proporcionada pela tira de Miguel Rep.

VOU DORMIR, TÔ MORRENDO DE SONO. E SÓ QUERO SER ACORDADO SE..

segunda-feira, 17 de novembro de 2025

CHARGE ESCOLHIDA À DEDO (225)


"O CRIME É TÃO ORGANIZADO QUE TEM ATÉ RELATOR"*
Charge da Laerte, sempre ótimo.

* A instigante frase foi lida por mim dias atrás, revelando uma verdade enfronhada, engruvinhada com o poder estabelecido hoje no estado mais rico da Federação, publicado nas redes sociais por Maysa Leal e aqui utilizada como título para as escrevinhações a seguir:


1.) COMPARO O FILME "O AGENTE SECRETO" COM O QUE GOSTO DE FAZER
Ele diz numa das falas deste trailler de seu filme: "Eu acho que nós temos as melhores caras do mundo. A quantidade e a variedade de caras, de rostos que tem no filme, isso é muito importante". Sempre gostei exatamente disso, de expor as muitas caras, os rostos das pessoas e assim, no meio delas, deixar registrado que somos assim e pronto.

Neste exato momento, colho depoimentos para um trabalho sendo feito no distrito rural de Tibiriçá e lá, o que mais gosto de fazer é enquadrar o rosto das pessoas e elas dizerem a que vieram, contando suas ricas histórias de vida. Com este enquadramento muito próximo, olho no olho, mostramos nossas caras e isso, para mim, é a essência do que faço. Não faço com a qualificação do cineasta Kleber Mendonça Filho, mas este seu dizer me anima a continuar, pois se lá no filme deu certo, comigo também pode dar. Enfim, sou do time dos que gosta mesmo é de trabalhar com estes rostos e vivências todos, demarcando quem de fato merece estar do outro lado do foco de nossas lentes. "O Agente Secreto", um filme sobre tempo e memória. Como a ideia nasceu? Kleber Mendonça Filho, diretor do longa-metragem, revela curiosidades criativas sobre o filme. Eis o link dele falando sobre isso: 
HPA, desejando bom dia e boa semana para tudo, todas e todos

2.) CONVERSANDO A GENTE TENTA SE ENTENDER
"Em um táxi no Rio de Janeiro, o motorista me disse que era castrista. Falei "eu também sou". Ele disse: "tem mesmo é que matar as cobras". Respondi que depois que fizeram a limpa, a situação nunca voltou ao que era. Ele: "nós precisamos de um presidente assim no Brasil". Eu: "Sim! Aliás, falta é a coragem dele para enfrentar o verdadeiro inimigo que ameaça o Brasil". Ele: "será que Castro vai conseguir ser eleito?". Falei: "Infelizmente não tem como porque Fidel Castro já morreu. Ele tinha a coragem para enfrentar quem se curvava ao imperialismo dos Estados Unidos. De vez em quando também fazia a limpa nas cobras que pediam invasão estrangeira no próprio país. Por isso que digo que sou castrista: Fidel Castro era o cara! E digo mais. Em tempos de ameaça de agressão à Venezuela, também sou chavista. E aqui no Rio, eu seria brizolista porque se não tivessem desmontado os escolões, agora teríamos mais Estado nos bairros, mais educação pras crianças e menos traficantes e milícias". Um silêncio reinou a partir de então. A última palavra que ele disse foi: "a corrida terminou"", THOMAS DE TOLEDO.

3.) O DETALHE DA CONVERSA COM O LEONARDO
Ser noroestino, na sua acepção, é algo para ser entendido andando pelas ruas e conferindo in loco algo disto, desde a vestimenta às conversas. Cruzo com o eterno jornalista Leonardo de Brito, que por anos atuou no Caderno de Esportes do JC, depois algumas rádios, sendo seu forte a escrita. Porreta no que faz e fez bem feito. Paramos para conversar diante do caixa de um supermercado e ele desabafa: "O Noroeste é outro, o futebol é outro e acompanho aqui de longe todas as transformações, essas SAFs tomando conta de tudo. Veja no caso bauruense, fizeram uma grande festa para apresentar o projeto novo, lindo, tudo novo, até com hotel na parte interna e convidaram muita gente, mas nem eu nem o Jota Martins (radialista e comentarista esportivo de velha cepa) fomos convidados. Nós temos história noroestina. Dói ser deixado de lado". No futebol de hoje, com este próximo campenato paulista diminuido, espremido e com menos datas, tudo dói, mas o reclamo do Leonardo cala mais fundo que tudo.

4.) NÃO ESCAPA UM - TEM MUITOS MAIS PREFEITOS ATUANDO DA MESMA FORMA E JEITO 
Rodrigo Manga, agora afastado prefeito de Sorocaba, desviava dinheiro do setor de Saúde, Transporte e Lixo.
A ficha só aumenta.
Afastado do cargo de Prefeito de Sorocaba, a investigação identificou que Rodrigo Manga cometeu possíveis irregularidades em contratos da área da:
Saúde
Transporte público
Coleta de lixo
Serviços de engenharia
Vigilância patrimonial
Os investigadores encontraram indícios de uma "contabilidade paralela" que evidenciaria o esquema de corrupção.

Marcos Antonio Ferraz, página Somos Mídia.

5.) A FORÇA DE UMA CAMISETA COM MARX NA ESTAMPA CIRCULANDO PELAS RUAS BAURUENSES
Usei essa camiseta com estampa do Marx por dois dias seguidos. Me espanto toda vez que a coloco. Tempos atrás, estava com ela e recebemos a visita da amiga professora e fotógrafa, Lais Akemi em casa. A danada sabia algo de russo e me traduziu o escrito. Fiquei maravilhado, pois tínhamos uma vizinha aqui ao lado e que sabia russo. Hoje ela se foi, está dando aulas em Poços de Caldas e no sábado cedo, visto a velha camiseta que, tempos atrás, ganhei de meu filho. Ele a usou por um tempo e me presentou. É das minhas preferidas. Fui com ela até a padaria, bem cedo, estávamos com visitas em casa. Chego e uma senhora muito simpática, mais de 70 anos, moradora aqui pertinho, com uma tatuagem linda na canela, sempre que chego vem comentar sobre minhas camisetas. Pergunta quem é. Este o mote para iniciarmos uma longa conversa, tudo presenciado pelo dono da padaria, até bem pouco tempo bolsonarista, hoje já não sei mais. Contei a ela que tempos atrás, uma vizinha nossa me vendo com a camiseta, sabendo russo a traduziu para mim. Falamos um pouco de Marx, ele alemão, daí o estranhamento dela do russo na legenda. Digo dele ser o mentor da Revolução Russa. Ela fala de Lenin, digo que ambos são mentores da teoria a perdurar e instigar leituras e ações até nossos dias. Valeu muito a pena, pois ver a fisionomia de espanto do dono da padaria não teve preço.

Hoje, ela ainda estava limpinha e fui com ela no velório do seu João Félix, 76 anos, petista bauruense/nordestino falecido ontem. Sou novamente abordado por causa da camiseta. Enquanto uns se contorcem na fisionomia contrariada, outros se aproximam para conversar. Eram duas senhoras e uma delas me vendo com Marx na estampa, me diz fazer parte hoje de algo cada vez mais raro. "Nem Che a gente vê mais", citamos na conversa. A delícia da conversa foi quando me disse que conheceu a Rússia. Pergunto se é de Bauru e se foi em alguma excursão. Disse morar aqui faz tempo, mas viajou através de uma excuusão saindo de Sampa. Contou detalhes de Moscou e de Stalingrado, não tendo viajado numa época fria e gostou muito. Na Praça Vermelha, lhe mostraram umas luzes acesas num certo ponto do palácio e disseram que quando acesa, era sinal de que Vladimir Putin estava lá trabalhando. Travamos um longa conversa.

Seu nome, Deusa Trindade Morales e ao saber meu nome, me pergunta se era o escritor. Confirmo rindo, pois ela me lia nas cartas publicadas pelo JC. Me faz relembrar de seu marido, Edmur Morales, já falecido e de quando viajavam por aí e no retorno enviavam cartas para o caderno de Turismo do jornal, em espaço próprio de relatos de viagens. Lembro dessa seção, aúreos tempos quando o JC existia. A acompanhando, outra simpática senhora e depois das apresentações, uma baita surpresa. Ela, Maria Aparecida Cardoso, mas todos a conhecendo por Cidinha. Conta que, por muito tempo foi secretária particular de Milton Dota, principalmente no seu período como político. Digo que, teria enorme prazer em ouví-la, relatos de suas histórias. Ela não se faz de rogada e me diz: "É só ligar, eis meu número". Elas foram ao velatório Terra Branca por outro falecido, mas ao ver a bandeira do PT sob um caixão, se aproximaram para assuntar quem era. Deram comigo, eu e Marx no peito.

Pronto, a tal da camiseta havia surtido efeito e em dois momentos estabeleceu conversações proveitosas. Marx tem dessas coisas, algo muito positivo, como o destes dois momentos e também, outros não tão alvissareiros, quando se depara com a desaprovação de quem, com certeza, nunca o leu, mas o detesta mesmo com superficial ou nenhum conhecimento da teoria proposta por ele. Achei por bem chegar em casa, após um dia atribulado pelas ruas e contar o ocorrido, pois a estampa marxista, desta feita, trouxe e rendeu papos mágicos. Ninguém, dentre os do rolê estão dispostos a discutir a teoria marxista no momento - o que é uma pena -, mas só de alavancar conversações e possibilidades disso ter prosseguimento, um encanto. Ao chegar em casa, por volta das 22h, chegou a hora de colocar a já suada para lavar e depois guardá-la por mais um tempinho, até vestí-la novamente e sair para uns bordejos pela aí. Desta feita, rendeu.
Cidinha e Deusa, a conversa por causa da camiseta do Marx.