quinta-feira, 30 de novembro de 2023

INTERVENÇÕES DO SUPER-HERÓI BAURUENSE (168)


SE TUDO COMPLICAR LEIA WALTHER MORTARI
Nosso muito artista está com exposição na Galeria de Artes junto do fechado - até não se sabe quando - Teatro Municipal. Lá sua poesia reverbera...

ACABOU A PREVARICAÇÃO: ESCREVEU MENTIRA TEM QUE RESPONDER POR ISSO
A notícia está divulgada desde ontem e está sendo reproduzida em toda mídia nacional. Simples assim, algo que já deveria estar sendo autuada na prática, mas agora, com algo mais vigente, os perversos, os que se mantiveram desde o advento do golpe contra Dilma até nossos dias, useiros e vezeiros de mentiras, as tais fake news, estão com os dias contados. Pois é, agora a vigilância será maior e a punição deverá ser exemplar, até para exterminar de vez isso de reprodução de mentiras diárias pelos vários modais da imprensa. O cara diante do microfone se acha no direito de dizer tudo o que vai na sua cabeça, sem se ater se isso é mentira, lorata e repassado com interesses vis. E quando convida alguém para entrevista em seu órgão, onde atua, estará respondendo também pelo que o outro disse. A responsabilidade é compartilhada e a punição pelos excessos algo trivial.

Eis matéria do nosso jornal local, o da aldeia bauruense divulgando o tema:

Imaginamos muita gente com a pulga atrás da orelha neste momento e já pensando em como vai fazer para pagar as caras multas e indenizações. Teríamos alguém em Bauru dentro dessas características?

guardião voltou
O CERCO SE FECHA AOS MENTIROSOS DE PLANTÃO - LIMITES DA LIBERDADE DE EXPRESSÃO
Até bem pouco tempo, parte da imprensa nativa, principalmente os com ligação umbilical ao bolsonarismo, passaram de todos os limites e fazem uso do microfone para defender os seus interesses. Para conseguir chegar ao objetico almejado, mentem descaradamente, fazendo uso de desmedidos fake news. Fizeram e desfizeram do uso indiscriminado do que chamam de "liberdade de expressão", que na verdade é não ter limites e achar que tudo é possível. Ultrapassaram todas as barreiras do tolerável. 

Guardião, o intrépido super-herói bauruense vez ou outra comparece aqui e desfere petardos contra, principalmente o que fez durante a pandemia e durante a tentativa de golpe, no 8 de janeiro pelos microfones da Jovem Pan Bauru e hoje, na continuidade, pela Jovem Auri-Verde Bauru. Não é de hoje que venho alertando para os excessos, primeiro da Jovem Pan e agora, da Auri-Verde. Tudo excedeu muito o tolerável, tanto que, a direção da Jovem Pan nacional, depois de muitos alertas, decidiu encerrar a parceria com o pessoal de Bauru. Aí a prova de como, mesmo quem bancava os excesso, cansou e diante de tantos abusos, vendo que, quando a Justiça resolvesse tomar atitudes, uma condenação seria inevitável", começa seu relato.

Nesta semana este algo mais acontece e o STF - Supremo Tribunal Federal decide dar um necessário brequer nos abusos. A imprensa nacional noticiou e a local, nosso único jornal, o JC repercutiu: "O STF (Supremo Tribunal Federal) aprovou nesta quarta-feira (29) uma tese prevendo a possibilidade de responsabilização civil de empresas jornalísticas que publicarem entrevistas que imputem crime a terceiros, quando houver indícios concretos de falsidade". Na sequência do texto algo mais: "A liberdade de imprensa é consagrada pelo binômio liberdade com responsabilidade, vedada qualquer espécie de censura prévia, mas admite a possibilidade posterior de análise e responsabilização, inclusive com remoção de conteúdo. Tal medida seria aplicada contra informações comprovadamente injuriosas, difamantes, caluniosas, mentirosas, e em relação a eventuais danos materiais e morais em defesa dos direitos à honra, intimidade, vida privada e imagem".

Quem gritou contra foi principalmente quem continua praticando atos ilícitos. Guardião não se conteve: "Quem convida alguém para fazer uso do microfone de uma rádio e nela desfere mentiras contra adversários e incita o ódio precisa ser punido. Simples, algo trivial, porém, os acostumados com falácias e difusão de ódio, não querem mudar. E se continuam, a Justiça tem que ser acionada e resolver o imbróglio, penalizando quem passou dos limites. E a Jovem Pan Bauru passou muito dos limites, mas até agora, pouco lhe aconteceu. Pelo visto, agora deve acontecer e vai sobrar também para os donos da Auri-Verde por abrigar discurso tão virulento e com conteúdo diário eivado de inverdades".

Encerrando sua participação e fala, Guardião desfecha algo mais: "Tudo o que de mal tivemos desde o golpe sacando injustamente Dilma Rousseff do poder, depois os desgovernos de Michel Temer e do genocída Jair Bolsonaro, precisava mesmo ser contido. Culpabilizar os excessos passa longe de ser censura. Quem fala e escreve não pode ultrapassar limites. O jornalismo sério e sadio é outra coisa. Não dá para continuar uma rádio querer ser a ponta de lança da ultra-direita nacional e para tanto, querer também passar por cima da legislação existente. Quando começar a ter que pagar altas indenizações pelos excessos, sentir no bolso, irão mudar, por bem ou pela força da obrigação em cumprir a lei vigente".

OBS.: Guardião é obra do traço de Leando Gonçalez, com pitacos escrevinhativos do mafuento HPA.

SE TUDO COMPLICAR LEIA GERALDO BERGAMO
o tempo é feito de tempo
de tempo, tempinho e tempão
de instantes de tempo juntos
de instantes de tempo misturados
tudo ao mesmo tempo
o tempo é feito de veneno
escorre pela boca do tempo
morde com dente de tempo
incha na carne do tempo
tudo ao mesmo tempo
o tempo é feito de loucura
grita que é dono do tempo
que é dono do que no tempo
não tem dono de tempo
tudo ao mesmo tempo
o tempo é feito de sono
é um cochilo de tempo breve
é um pesadelo de tempo pesado
é o tempo do abandono
tudo ao mesmo tempo

quarta-feira, 29 de novembro de 2023

FRASES (239)

PH
SEM PALAVRAS
https://mafuadohpa.blogspot.com/search?q=PH
Tudo o que já escrevi dele no blog do Mafuá do HPA

Começo relembrando ele com uma letra do Aldir Blan e Maurício Tapajós, a PERDER UM AMIGO: "Perder um amigo,/ morrer pelos bares,/ pifar em New York,/ penar em Pilares…/ Perder um amigo:/ errar a tacada,/ sentir comichão/ na perna amputada./ Perder um amigo,/ mudar pra bem longe,/ levar vida afora/ o tombo do bonde./ Perder um amigo/ é a última gota/ se o cara duvida/ que a vida é marota./ Perder um amigo,/ perder o sentido,/ perder a visão,/ as mãos, os ouvidos…/ Perder um amigo:/ perder o encontro/ marcado e marcar-se/ com a perda do espelho/ nos olhos do amigo/ aonde melhor/ conheci minha face".

RONIQUITO, O ENCRENQUEIRO DE IPANEMA E PH, UM DOS POUCOS QUE O CONHECE, A ELE E SUA HISTÓRIA
Não sei o que escrever dele. Ela dessas pessoasd puras, sem maldade, por dentro e por fora, um ser sensível e amante inveterado e desbradao da boa música. Possuia uma das melhores coleções de LPs desta cidade, quiçá interior paulista. Não só tinha o que de melhor temos, desde MPB, jazz, rock, soul e tudo o mais, sabendo de cor o nome dos músicos, contando, inclusive, histórias sobre cada um deles. Poucos o são igual a ele. Outra de sua admiração incontrolável é pelo cinema, sendo aqui na cidade um dos precursores do Cine Clube. Ou seja, com seu jeito e estilo bem seu, desligado dessa vida dita e vista como normal, ele assim levou sua vida, envolvido com o que gostava e sem abrir mão disto. Foi até quando deu.

Fiz um Lado B com ele, talvez num de seus únicos momentos, com entrevista gravada e disponível pela aí. Foi um belo registro. Diante de tudo o que poderia dizer dele e sem cabeça para fazê-lo, relembro algo, uma bobagem, uma passagem bem represerntativa de como era este PH. Ele conversava sobre tudo o que lhe interessava, pois ia atrás, pesquisava, lia e tinha sempre muito argumento para levar uma conversa adiante. Marcão Resende, amigo em comum, conta que certa vez, o encontrou num final de tarde na entrada de umdos mercados Pão de Açucar na cidade, finalzinho de tarde e ali em pé, ficaram proseando sobre música e cinema, até quando baixaram as portas do lugar. Era uma interminável conversa. Ele era assim, uma empolgante pessoa. Quem o conhece sabe do que estou falando e as últimas boas recordações dele, tenho de sua monitoria no Museus Ferroviário, quando aprendeu detalhes do ofício e o fazia com um brilhantismo não mais existente nas pessoas. Um dedicado e diferenciado cidadão.

Pois certa feita o encontrei, ele falando muito de suas passagens pelo Rio de Janeiro, quando havia terminado de ler um livro sobre o irriquieto Roniquito, o maior encreiqueiro que Ipanema já teve um dias. Citei o nome do livro, o "Dr Roni e Mr Quito", sobre a vida do intrépido carioca, família Chevalier e passamos também horas, com ele discoirrendo sobre as dibrices do cara pela ruas cariocas. Com o PH era assim, ela sabia de tudo, mas sempre e só de temas interessantes. Quando encontrava um interlocutor, não perdia a oportunidade e colocava pra fora tudo - e mais um pouco - sobre tudo o que tinha até então guardado dentro de sua cabeça. Naquele dia foi assim e mais um pouco. Eu conhecia algo sobre o personagem, tema de nossa conversa, havia terminado de ler um livro sobre sua história, estava com tudo ainda fresquinho na memória, mas PH me acrescentou muito, algo mais das ruas e do momento vivido pelo Roniquito. Foi dessas conversas quase que únicas.

Ele era assim. Numa outra feita o encontro na Feira do Rolo e naquele domingo tinha um show 11h da manhã no SESC, com o cantor paulistano Passoca. Eu ia só e quando lhe falei, ele pediu para ir junto. Foi ótimo, éramos umas vinte pessoas no show e o melhor de tudo foi o papo com o cantor no final. Rendeu uma longa conversa e por fim, interrompida, pois vieram buscar Passoca, que tinha que ir com sua equipe para almoçar pela aí. PH era e sempre foi assim. teria muitas histórias para contar dele, todas assim desta forma e jeito. Umerudito no que gostava. E uma pessoa fora do comum. Todos que o conhecem tem histórias com ele. As minhas são café pequeno perto das vivenciadas pelo José Vinagre, Sivaldo Camargo e todos os que conviveram com ele desde as áureas épocas do Cine Clube. Vou me lembrar eternamente de PH.

Li o que o Marcos Paulo Resende, o Marcão escreveu dele e me enviou. Publicoabaixo, pois complemente em muito o que escrevi acima:

Amigo PH
Meus caros, preparava para compartilhar mais um texto no início da manhã desta quinta-feira, quando li no começo da noite passada no site do JCnet a triste notícia do falecimento do amigo, e que era também amigo de muitos colegas aqui que compartilharam do prazer de sua amizade... o querido Paulo Henrique Pereira, o PH.

O conheci no começo dos anos 90, ele era frequentador, assim como eu, de lojas de discos, devorávamos coleções de Rock n' Roll o que sempre virava motivo de longas histórias.

PH era o cara mais cinéfilo que conheci e igualmente um apaixonado pelo Rock n' Roll, muito do que me foi apresentado sobre cinema veio do PH, que era membro das antigas do Cineclube de Bauru. Lembro que em 2005, foi responsável por reativar o Cineclube exibindo nas noites de segunda-feira no antigo Automóvel Clube sessões de filmes 'Cult'. Naquela época o PH já atuava como servidor público da Secretaria Municipal de Cultura, era muito querido por todos os servidores e teve trabalhos destacados na Gibiteca e também no Museu Ferroviário. Lembro com carinho quando em 2004 fizemos no Museu Ferroviário uma exibição de um documentário sobre o Che Guevara.

Era conhecedor da cena punk e do underground de Nova York dos anos 70, lembro o quanto eu vibrava ao ouvir suas histórias toda essa cena cultural subversiva de uma geração.

PH era o meu concorrente no quesito "cara que mais fala", pois assim como eu, adorava longos papos, emendava uma história atrás da outra, e quando o encontrava era preciso muitas horas disponíveis no dia para tanta conversa entre dois faladores natos. Lembro uma vez em que nos encontramos no estacionamento de um supermercado por volta das 5 horas da tarde, quando deu 11 horas da noite o supermercado começou a fechar e lá estávamos os dois firmes e fortes, em pé, papeando sobre histórias mil.

PH nos deixa aos 71 anos... e junto o aumento da triste sensação de 'esvaziamento', grandes amigos que se vão e ficam as mais belas e vastas lembranças de tudo o que vivido loucamente.

Obrigado por anos de bons papos e amizade, PH!!
... and in the end... it's only Rock n' Roll!!

Camarada Insurgente Marcos The Rocker

terça-feira, 28 de novembro de 2023

MÚSICA (229)


EM CABRÁLIA PAULISTA, O INÍCIO DE UM GRANDE TRABALHO
Sem maiores detalhes, mais para justificar a ausência de meus textos, estive hoje na vizinha Cabrália Paulista e lá, junto de Roberto Pallu, do servidor público municipal e radialista Mauro Sérgio e do comerciante e memorialista Andrei Garbulho, o Drei, tratando do pontapé inicial em algo que, nos próximos dias irá tomar muito de meu tempo, concentração, dedicação e depois, a entrega de algo sólido e consistente. É o que posso dizer no momento de meus textos curtos por aqui neste momento...

amenizando o dia
AFONSINHO E GIL, INIGUALÁVEIS
O grande jogador meiocampista Afonsinho , que jogou bem dentro e fora de campo pois sabia da importâncial do futebol para a cultura brasileira, recebeu uma consagração do seu amigo Gilberto Gil, cantada explendidamente por Elis Regina
Se a perfeição é uma meta ...

Gil fez um gol de placa

Meio de Campo / Gilberto Gil
Prezado amigo Afonsinho
Eu continuo aqui mesmo
Aperfeiçoando o imperfeito
Dando um tempo, dando um jeito
Desprezando a perfeição
Que a perfeição é uma meta
Defendida pelo goleiro
Que joga na seleção
E eu não sou Pelé nem nada
Se muito for, eu sou um Tostão
Prezado amigo Afonsinho
Eu continuo aqui mesmo
Aperfeiçoando o imperfeito
Dando um tempo, dando um jeito
Desprezando a perfeição
Que a perfeição é uma meta
Defendida pelo goleiro
Que joga na seleção
E eu não sou Pelé nem nada
Se muito for, eu sou um Tostão
Fazer um gol nessa partida não é fácil, meu irmão
Prezado amigo Afonsinho
Eu continuo aqui mesmo
Aperfeiçoando o imperfeito
Dando um tempo, dando um jeito
Desprezando a perfeição
Que a perfeição é uma meta
Defendida pelo goleiro
Que joga na seleção
E eu não sou Pelé nem nada
Se muito for, eu sou um Tostão
Prezado amigo Afonsinho
Eu continuo aqui mesmo
Aperfeiçoando o imperfeito
Dando um tempo, dando um jeito
Desprezando a perfeição
Que a perfeição é uma meta
Defendida pelo goleiro
Que joga na seleção
E eu não sou Pelé nem nada
Se muito for, eu sou um Tostão
Fazer um gol nessa partida não é fácil, meu irmão
Prezado amigo Afonsinho
Eu continuo aqui mesmo
Aperfeiçoando o imperfeito
Dando um tempo, dando um jeito
Desprezando a perfeição
Que a perfeição é uma meta
Defendida pelo goleiro
Que joga na seleção
E eu não sou Pelé nem nada
Se muito for, eu sou um Tostão
Prezado amigo Afonsinho
Eu continuo aqui mesmo
Aperfeiçoando o imperfeito
Dando um tempo, dando um jeito
Desprezando a perfeição
Que a perfeição é uma meta
Defendida pelo goleiro
Que joga na seleção
E eu não sou Pelé nem nada
Se muito for, eu sou um Tostão
Fazer um gol nessa partida não é fácil, meu irmão

o que leio para espairecer - ou endoidecer ainda mais
ERIC NEPOMUCENO, UM DOS NOSSOS MELHORES JORNALISTAS QUE CONHEÇO EM ATIVIDADE, PUBLICA ESTE TEXTO EM CARTA CAPITAL E NO PÁGINA 12:
ARGENTINA, TRAGÉDIA À VISTA

Vale a pena, sentar e ler com a devida atenção.
Eric, como eu, temos uma relação profunda com a Argentina, ele muito mais que eu, pois lá morou, permaneceu um tempo exilado e tem apartamento, onde gostava - escrevi "gostava" - de permanecer períodos longos, atém bem pouco tempo e agora, prevendo o caos por lá, reflete sobre a situação daqui por diante e conta algo mais do que está por vir.
Uma tragédia anunciada.

segunda-feira, 27 de novembro de 2023

PRECONCEITO AO SAPO BARBUDO (196)


COMO E PORQUE ALGUMAS PESSOAS PÚBLICAS SE SUJEITAM A QUERER PRIVATIZAR TUDO - O CASO DA ÁGUA/DAE BAURU EM EVIDÊNCIA
Vivemos tristes tempos. Meio que inconcebível constatar que, tudo poderia ser resolvido e assumido pelo poder público, este tendo ciência do que lhe é de direito e cumprindo seu papel. "Elementar, meu caro Watson", diria Sherlock Holmes, porém, mesmo com tanta evidência, como neste caso de Bauru, quando uma administradora totalmente descabida, praticamente exige e impõe que o sistema de água, nosso valoroso DAE - Departamente de Água e Esgoto -, seja administrado por 60 anos pela iniciativa privada. São detalhes tão esquisitos de serem entendidos, ainda mais num mundo onde, na imensa maioria dos lugares onde ocorreu a privatização, pelos pífios resultados e quantidade de problemas pela precarização comprovada, a solução é o retorno para o poder público voltar a tomar conta de tudo. Por aqui, isso não entra na cabeça de Suéllen Rosim. Ela age igualzinho o mandatário eleito na Argentina, Javier Milei, propondo vender tudo, desde a empresa de aviação e a de petróleo, a desregulamentação total da economia, o fim do Banco Central e a dolarização do País. Agem sem nenhuma sensibilidade e se deixar, privatizam até nossa alma.

Fui em busca de algo de um entendido do assunto, o advogado e professor de Direito Pedro Serrano. Após semanas sem o retorno da luz, com o caos instalado, fala-se já, dentro de um governo totalmente neoliberal, como o da Prefeitura paulistana, em rever a concessão. Serrano mostra algo para leigos como este que vos escreve: "O dever da continuidade na prestação do serviço público de energia elétrica leva-nos a questionar as razões pelas quais expressiva parcela da população ficou tanto tempo sem o serviço. É preciso que os órgãos de controle investiguem o cometimento de falta grave por parte da concessionária do serviço público, o que pode, inclusive, ensejar a declaração de caducidade do contrato administrativo. (...) Aferir se a concessionária incorreu em uncúria na prestação do serviço delegado, bem como se fez prevalecer, na sua gestão, propósitos meramente lucrativos em detrimento das respostas tempestivas garantidoras da regularidade e da continuidade da distribuição de energia elétrica".

Como sabemos, na maioria das vezes, a concessão é feita e depois, grana recebida e nos cofres da Prefeitura, vira-se as costas e deixam tudo ir rolando, como se a iniciativa privada fosse resolver tudo. Serrano diz algo sobre este relacionamento: "Quando o Estado resolve delegar a sua prestação através de contratos de concessão de serviço público, como ocorre com a distribuição de energia elétrica em São Paulo, a relação público-privada deve ser constantemente fiscalizada. Ela é um instituto de Direito Administrativo, através do qual o Estado atribui a prestação de uma atividade de relevante interesse coletivo a alguém que aceita prestá-lo em nome próprio, mas nas condições fixadas unilateralmente pelo Poder Público. A titularidade da atividade delegada permanece nas mãos do Estado, ao qual compete fiscalizá-la intensamente".

Como sabemos, isso não irá ocorrer, o melhor mesmo é instrumentalizar nosso DAE, para que ele, consiga prestar o serviço e atender todos os requisitos. Eu aposto todas minhas fichas no DAE, ele é capaz, mas não nas condições atuais. Parem de invibializá-lo, precarizando tudo nos seus serviços e passem desde já a fazer exatamente o contrário, pois será ele que, nas condições normais, irá resolver os problemas da população. Privatizar nosso DAE é um verdadeiro assinte, crime de lesa cidade.

A CIDADE E MEUS OLHOS...
01.) EU VIVENCIEI ESSA FEBRE DE GENTE NA NUNO DE ASSIS NO FINAL DOS ANOS 70
Se me perguntarem se tenho saudade, enfim, tudo era ali pertinho da casa dos meus pais e onde ocorreu a festa em 1977, da vitoria do Corinthians, com aquele gol do Basílio, responderei, talvez. Não sei se o sentimento é saudade. O que sei, olhando lá pra trás e comparando com o hoje, bate imensa tristeza. O viaduto, naquela época com o trailer de lanches movimentando o local e hoje, tudo escorado com finos eucaliptos. Ao lado, um intrépido cidadão ousou imaginar o viaduto funcionando em duas mãos e ali levantou edificação de posto de combustível. Hoje, escombros, tudo perdido e no lugar uma revenda de sucatas, dando o tom de como anda a tal avenida naquele trecho. Barracões do lado dos trilhos, todos com visual de pré-abandono e o tal viaduto, mesmo com grana já recebida, nem dá ideia de quando se dará início uma mera ponte para transformá-lo em via de mão dupla. Uma quadra de esportes inviabilizada pelo abandono e hoje, ocupada. Muitos morando como podem debaixo dos dois viadutos e nenhuma movimentação da alcaide, que compra edifícios inservíveis, porém nada faz para recuperar o João Simonetti, quatro anos escorado. Região representando o abandono dos que, olham pro rio Bauru e sabem, nessa pífia e desconectada administração municipal não se espera nada de bom. Muita tristeza.

02.) EDIFICAÇÕES QUE PODERIAM SER PRESERVADAS
Reproduzo foto do Jean Morales, tirada lá na beirada alta, aquela que os carros que passam lá embaixo, desde quando a rodovia marechal Rondon foi rebaixada e o Posto Sem Limites, uma unidade de cada lado, fosse jogada as traças. De um lado - margem direita de quem chega na cidade -, seus proprietários conseguiram salvar e tocam o posto, não como dantes, até hoje. Do outro - o da mergem esquerda de quem chega -, este o quadro atual. Isso me lembra o que acabaram de fazer - a Prefeitura e a concessionária - com o terreno e a edificação do Parquinho, também nas margens da Rondon. Ali, pouco depois do fechamento, aventou-se até a hipótese de ali abrigar uma unidade da Polícia Militar, depois descartada e desde então, abandono. O tempo passou e tudo foi se perdendo. O posto possuia um conjunto arquitetônico interessante, mantido até hoje em quem possui olhos de lince, visão quase de raio X e enxerga o que ainda dá pra ser ver por detrás do descalabro. O cenário atual é triste e deve desaparecer em breve, pois ali no local, mais uma vicinal. Às margens da rodovia, uma ligando o Colina Verde ao Gasparini. Imaginem se isso viesse mesmo a acontecer e ali já pronto e esperando uma séria recuperração, essa bela edificação. Não, nada será feito e o que permanecerá mesmo serão memórias, histórias ali vividas e depois, alguém ainda poderia nos contar de como se deu o desfecho, quando foi comunicado aos proprietários, que a rodovia iria ser rebaixada e o posto permaneceria sem acesso, lá do alto. Daquele momento em diante sem função. Deu no que deu.

domingo, 26 de novembro de 2023

DICAS (238)

COPIA E COLA

1.) ATENÇÃO PARA ESSA IMPERDÍVEL CONVERSA

Gente, isso do MANIFESTO DE BAURU é algo ainda desconhecido para muita gente, mas foi da maior importÂncia para a luta antimanicomial no Brasil e tudo começou a vingar aqui em Bauru, com uma turma aguerrida, de luta e que fez história. Reviver isso é o que o SESC possibilita nesta momento, reunindo três psicólogos participantes do famoso II Congresso dos Profissionais de Saúde Mental, realizado em 1987 - lá se vão 36 anos -, Celso Zonta, Marisa Meira e Rosangela Barrenha. Rose, tempos depois, criou o grupo Loucos por Alegria e dele fala desde então. Quando da criação do bloco do Bauru Sem Tomate é Mixto, numa tarde noite lá em sua casa, perto do Sambódromo, ela com aquele aparato todo, roupas confeccionadas especialmente para o grupo, aderimos e nos juntamos a eles, descendo maravilhosamente a avenida do samba. Sem o saber, estávamos também já revivendo algo do que foi aquele Encontro e de suas repercussões, bem vivas e pulsantes até hoje. Mas o que terá sido isso tudo para nós, os leigos? Tentar entender isso tudo é a proposta do SESC quando revive e junta três participantes numa mesa e ali a proposta de discussão sobre o tema. Creio, os que lá estiverem, estarão todos se juntando a eles e envolvidos com o que foi, o que é e o que será dessa luta no ontem, no hoje e no amanhã.

2.) DA SÉRIE MENTIRAS MIDIÁTICAS - Eu leio regularmente o que escreve por estas bandas o amigo sindicalista paulistano (que já atuou aqui em Bariri, Jaú e Barra Bonita) José Cláudio de Paula, inclemente lutador de causas impossíveis, as que todos nós, se não estamos envolvidos, deveríamos estar, pois são as que movem uma vida inteira. Ele escreve disto tudo todo dia e aqui em dois momentos onde o copio e colo:

A história (fantasiosa) da “dama do tráfico", é mais uma armação, do conservadorismo brasileiro, com o objetivo de fornecer argumentos, para a insanidade golpista. O desmentido, posterior, possibilitou ataques contra o ministro Flávio Dino, com origem na bancada parlamentar fascista, mas, também, e infelizmente, a partir de pessoas comuns. Não é sensato esperar, qualquer comportamento ético, da mídia tradicional. A saída é ocupar espaço, nos veículos de comunicação, com informações positivas, sobre o governo do presidente Lula. A reforma tributária, (com a taxação dos ricos), é um bom assunto, por exemplo, para servir de contraposição, às sucessivas mentiras midiáticas.

A paz da igualdade - Conflitos armados, no Oriente Médio, são fontes de receita, para a indústria de armamentos. Soluções negociadas, como a existência de territórios para o povo palestino e para o povo judeu, sempre foram desprezadas. A defesa explícita da morte é incentivada por fabricantes de armamentos. A trégua temporária, desgraçadamente, não vai impedir, a crueldade da sede de lucro, da indústria bélica. Somente a defesa de uma paz duradoura, baseada na igualdade, pode assegurar que a vida das pessoas seja mais importante que o lucro das empresas.

3.) ALGO DA LUTA NO DIA A DIA NAS RUAS, Por GERALDO BERGAMO

Vou insistir. Na campanha contra a privatização do DAE já tem mais de 30 panfletagens. Na conversa com a população entra a questão da privatização em geral. E mesmo quem tem críticas contra os serviços do DAE, que está sendo sucateado de propósito, na grande maioria é contra privatizar quando a questão é discutida. As críticas à Suellen aparecem , muitas vezes espontaneamente, pela situação precária dos bairros mais pobres. Mas aqui fica-se cruzando os braços, ou falando que no dia de Natal vai participar das conversas com a população, que a dita cuja já ganhou e nada mais há a fazer. (...) Ainda contra a privatização do DAE. O Sindicato dos Metalúrgicos publicou uma extensa matéria em um de seus boletins e a diretoria tem esclarecido a base sobre essa questão.  Não frequento o meio sindical para saber se outros sindicatos de Bauru fizeram algo semelhante. Seria interessante divulgar. (...) Pois é. A universidade está cheia de intelectuais de esquerda que fazem análises, publicam "papers" e livros, engordam seus currículos Lattes  e são excelentes pilotos de sofá. De cada mil tira-se um para de fato entrar na luta. Mas não deixo de ficar abismado com o brilhantismo e obviedades de suas análises. Viva Zé Dirceu, viva Genoíno, viva Valter Pomar, que são da luta real e estão alertando que a pasmaceira da esquerda vai dar *erda". (...) Pois é, o bolsonarismo está nas ruas, fazendo a disputa ideológica para ganhar corações e mentes. E na esquerda o que mais tem é piloto de sofá. E eles sabem muito aprender e aproveitar a vitória do Milei. Aqui tem uma esquerda chorosa postando meme da Mafalda com a Mônica!

4.) QUE DIZER DO MAR E DO TRABALHO DA TATI E DO BIANO?


Quase nada a acrescentar. Eles dois foram à luta, se encontraram algumas vezes por aí e entregam como resultado algo divinal para nossos combalidos ouvidos. Estamos mais do que necessitados de algo assim, gente se entregando de corpo e alma no benfazejo coletivo. Isso aqui não é bom só pra eles. É bom pra nós todos. Ouvir isso é flutuar diante de um mundo cada vez mais insano. Tem quem tire leite de pedra, eis aqui dois ótimos exemplos. Tirei parte da tarde de domingo para escutar essa maravilha. Deixei o som ligado e fui lavar pratos do almoço. Terminei o serviço e continuei ouvindo os dois e acabei até me esquecendo que tinha futebol na TV.

"Já já estaremos em todas as plataformas. De mar com a vida, nosso álbum. São dez músicas lindas, nas quais cantamos em vários ritmos nosso amor pelo mar.
Um trabalho delicado e forte e que contou com o apoio de muitos para que acontecesse.
Eu Tatiana Calmon Karnaval e o João Biano , com a produção e Arranjos de Carlos Chaves , convidamos todos a ouvirem.
Ainda da tempo de fazer o pré salve".
https://tratore.ffm.to/demarcomavida

Navegando nas ondas deste mar.
HPA, querendo começar a semana.

5.) O TOMATE PRECISA DO TOMATEIRO
A ideia é comprar GERADOR para colocar som nas ruas e reforçar caixa pra 2024.
100 (cem) números R$ 30,00 cada.
CESTA NATAL SURPRESA GIGANTE
Compre pelo PIX da Valquiria Vera Corrêa fone 14.99631.3102
Com certeza, você será muito em breve importunado.
OBS.: De dez a quinze tomateiros estarão sendo provocados a contribuir com R$ 100,00 (fora a rifa) tudo para conseguir resolver nosso problema financeiro...
Contamos com tudo, todas e todos.
HPA, pelos tomateiros (as) todos (as).

6.) RECADO DO HPA (28)*
* A história me veio de forma inesperada e o jeito foi colocá-la no papel e passar adiante.

sábado, 25 de novembro de 2023

DIÁRIO DE CUBA (238)

ABAIXO O FASCISMO ONDE ELE OCORRER - APÓS A VITÓRIA DE MILEI E LEMBRANDO DO QUE ME DISSE NESTA SEMANA MÁRCIA NURIAH DO RESULTADO DAS ELEIÇÕES NA HOLANDA

Pensei nisso a semana inteira, ou melhor, desde o último domingo, quando Javier Milei ganhou a eleição na Argentina: a ultradireita é além de tudo, perigosa. Eles chegam e acintosamente, apregoam querer exterminar com o adversário. Não aceitam disputa de poder. Chegam pelos meios democráticos e se bobear, se instalam no poder e de lá não mais saem. Hitler que o diga. Outros assim o fizeram, antes e depois dele. Democracia não existe para estes. São perversos até a medula. A História mostra como os líderes podem ser eleitos legitimamente e depois aboliar as eleições, a oposição e uma imprensa livre. 

Antes de entrar no que aqui me traz, penso em como seria um segundo mandato de Donald Trump na Casa Branca. Ele já deixou bem claro, seu mandato seria de vingança. Ele vai usar seu segundo mandato para perseguir e processar seus inimigos e para consolidar seu próprio poder, ou ao menos o de seus aliados e comparsas. Trump já demonstrou não respeitar as leis e nem as tais tradições da democracia norte-americana - se é que elas existem - e, portanto, um segundo mandato de Trump seria muito assustador. Penso que, se ocorrer um segundo mandato faria com que o primeiro parecesse quase tímido e moderado em comparação. Penso o mesmo em relação a Milei e ao que acaba de acontecer na Holanda, com a eleição de um governo de ultra-direita, ao estilo do que já ocorre na Hungria e Polônia.

Antes de citar algo dito a mim pela amiga bailarina Márcia Nuriah, a quem consultei logo após tomar conhecimento do resultado do pleito desta semana na Holanda, confesso, estava ansioso para receber o meu exemplar de assinante de Carta Capital desta semana, pois nele, com certeza, um escrito contundente de Mino Carta sobre o que se passou na Argentina. Ela chegou e ele nçao decepcionou. Já na capa, algo pelo qual tenho pensado muito: "Sinto angústia pela Argentina de Borges, Córtazar, Sabato e Piazzolla". Sim, o sentimento é o mesmo e incluiria neste rol de argentinos pelos quais me espelho, Che Guevara, Mercedes Sosa, Maradona e alguns outros, talvez até o próprio papa. Até hoje, toda vez que lá retorno adoro ouvir Fito Paez, Victor Heredia e Léon Gieco, de inestimável valor para meus cansados ouvidos. Gosto demais da conta e já nem sei como serão tratados estes, agora sob um desGoverno já se propondo a perseguir todos os que pensam e agem ao contrário.

Pois neste, neste clima, um dia após saber do resultado das eleições na Holanda, onde a extrema direita venceu as eleições, com o PVV - Partido Pela Liberdade conquistou a maioria no parlamento, elevando como mandatário um anti-islâmico com topete à la Trump chamado Geert Wilders. Leio que o país já teme pelos imigrantes e pelo retrocesso de leis ditas como "muito licenciosas" e assim sendo, nada como ligar para Márcia Nuriah, a bauruense lá vivendo há décadas e consultá-la sobre o desfecho desta trama. "É, Márcia vi isso hoje no jornal e te consulto. Não é de hoje que a extrema direita está presente na Holanda, mas neste momento, chegaram até ele e tomaram conta". Ele me conta por áudio: "Foi muito ruim, a Holanda sempre votou de protesto, muito reativa e esse cara já estava praticamente fora da política. Havia aprontado algumas, há tempos não se falava dele. Na verdade, havia sido substituído por um cara pior que ele, Thierry Baudet, mais radical ainda, mas por um problema ficou de fora do páreo. Tudo estava diretamente ligado, neste momento, a um apoio das esquerdas, que não ficou claro com a causa palestina, em relação ao Hamas. Como na Holanda tem muito muçulmano e muito muçulmano radical, ocorreram muitos protestos anti-semitas por todo o país. O que acontece é que não houve manifestação condenando o Hamas e a violência daí decorrida aqui. Aqui virou uma confusão e o resultado foi essa eleição. Na holanda ocorreram ataques diretos a cidadãos judeus e isso foi muito ruim. Isso pesou muito. Hoje somos lá governados por um bando de fazendeiros ignorantes, pequenos latifúndios, com terras empenhadas pelo governo. Os fazendeiros montaram um partido político e ficaram com a maioria no parlamento. Queriam mudar uma lei, mas chegaram ao poder. Hoje, seremos governados por um doido racista e fascista, pensando em se desligar da União Europeia. Temos, pelo menos um parlamento para segurar, mas claramente, um cara no poder fomentando a violência racial contra os árabes".

Disse mais, mas o espaço por aqui me fez resumir sua fala. Nesta semana, após Milei ter ganho na Argentina e dias depois, isso na Holanda, a cabeça entra em parafuso. Ou seja, para onde segue o mundo? Temo pelo avanço indiscriminado destes ao poder, pois ao lá chegar, não hesitam e se tiver que destruir o que já foi feito, com privatizações absurdas, como o proposto na Argentina, algo até mais perigoso, com perseguições para desafetois, quaisquer que sejam estes. Os vejo teleguiados por um ódio, principalmente de classe, contra  tudo o que resvale por reivindicação social. Conheço pouco da realidade holandesa, mas da Argentina posso dizer algo mais. Milei é um tragédia combinada com farsa, cinismo e comédia. Ele vai além do Estado Mínimo. Para ele, o Estado não passa de uma instituição criminosa, quando vemos que, o criminoso são as pessoas e organizações que se apoderam do poder e distorcem tudo ao seu bel prazer. Extinguir o Estado e colocar o que em seu lugar? O proposto por Milei e, talvez por Wilders?

Encerro citando um jornalista dos mais admirados por mim, Eric Nepomucemo, que há mais de 50 anos circula pela Argentina. Num artigo para essa última edição de Carta Cpital, escreve algo sobre Milei e que, pode também ser pensado no caso holandês, talvez polonês, húngaro: "Nunca senti simpatia nenhuma por Sergio Massa, o candidato derrotado. Já com Javier Milei,o vencedor, o que sinto é o pânico. Não se trata de um economista ou de um político. Trata-se de uma aberração ambulante, tremendamente perigosa. (...) Conheço bem os problemas que a Argentina enfrenta, e que se agravaram muitíssimo neste ano. Mas o suicídio jamais me pareceu uma solução aceitável. (...) ...o que temos à vista é a destruição da Argentina". Vou ainda mais longe, Bolsonaro só não implantou e consolidou seu formato de poder, por incompetência e despreparo. A alcaide bauruense, Suéllen Rosim é fiel seguidora deste e pronta para lhe dizer amém em tudo. Segue num pequerno naco de poder, que na junção de todos iguais a ela, possuem muita força. Ou seja, o perigo está mais do que nos rondando e pior, não só em Bauru, no Brasil ou no Cone Sul. Seus tentáculos são agora mundiais. O mundo mudou, continua mudando, como não deve ser diferente, mas para muito pior. 

sexta-feira, 24 de novembro de 2023

CHARGE ESCOLHIDA A DEDO (200)


GASTANÇA DESENFREADA FINAL DE ANO*
* Meu 133º artigo para o semanário DEBATE, de Santa Cruz do Rio Pardo, edição circulando a partir de amanhã:

Chegando ao final de ano, algo surreal pode estar prestes a acontecer em cidades brasileiras, muitas de nossa região. Elas recebem durante o ano verbas para serem gastas e distribuídas conforme um estratégico planejamento. Como já é sabido, muitas não seguem à risca isto de traçar um sério planejamento, levando tudo na flauta e daí, muitas dessas, quando não se organizam, deixando de traçar planos com gastos controlados, se veem neste momento com algo inusitado: ou gastam tudo até o último dia útil do ano ou terão devolver o dinheiro recebido.

Como muitos não aceitam ver dinheiro em caixa. Estes não tendo tido competência para desenvolver algo sério para seu uso, acabam por dar um outro jeito, daqueles bem mequetréficos. Gastam tudo na bacia das almas, no apagar das luzes. Este dinheiro chega nos municípios para ser utilizado de forma séria e para resolver alguns dos problemas crônicos de nossas cidades, em várias áreas, dentre elas a de Saúde e, principalmente, da Educação.

O descalabro é ver como são dados jeitos para não devolver a grana. Se isso ocorre, em primeiro lugar, um belo atestado de incompetência. Como isso nem passa pela cabeça de muitos de nossos administradores, surgem ideias mirabolantes. Tem quem compre até edificações inservíveis, pagando tudo à vista, em preços hiper-faturados, tudo para não ter que devolver. Depois, é claro, vem a outra etapa, a do malabarismo com notas fiscais e comprovantes meio mandrakes, tudo tentando tapar o sol com a peneira.

Histórias ocorridas em anos anteriores correm de boca em boca, uma mais escabrosa que outra e em todas, citando o nome de seus autores, os tais administradores públicos, que de salutares não possuem nada. Isso é o fim da picada. Tratar desta forma o dinheiro público é sempre merecedor de intensa perícia e investigação, primeiro pelos vereadores de cada cidade, pois estes são pagos para, sua primeira missão e função, fiscalizar o Executivo. Em algumas cidades, quando isso não ocorre, resta o Judiciário, mais precisamente o Ministério Público, gerando muitas vezes verdadeiros casos de polícia.

O trato com o dinheiro público é coisa mais do que séria, mas nem todo administrador o faz, pois quando diante do montante ali diante dos olhos e das mãos, cresce a cobiça e daí por diante, preferem correr todos os riscos do que atuar “dentro das quatro linhas”. Conheço algumas dessas histórias e só não as revelo aqui, primeiro porque algumas delas estão já sendo investigadas e correm sobre segredo de Justiça, outras já entraram no index depreciativo, com alguns administradores caindo num total descrédito, merecedores de penalização severa. Vale muito o acompanhamento da população de cada cidade, impedindo prováveis abusos e uso indevido de dinheiro público.
Henrique Perazzi de Aquino, jornalista e professor de História (www.mafuadohpa.blogspot.com).

SÁBADO, EU E O POSICIONAMENTO DE MEUS CONSIDERADOS...
Não quero escrevinhar nada hoje e sim, copiar e colar. O faço com algumas considerações de considerados, encontradas aqui e ali, juntadas ao léu e aqui compartilhadas, até para que, todos saibam, onde ando metido e com quem me envolvo – dos pés à cabeça:

- “Saudade do tempo em quer os líderes das igrejas aceitavam Jesus. Alguns hoje só querem aceitar PIX...”, Andréa Sevilha.
- “Num dia a gente se quebra e no outro se remenda”, Dulce Marli Kernbeis.
- “Para escrever um poema que não seja político devo escutar os pássaros, mas para escutar os pássaros pe preciso que cesse o bombardeio”, Marwan Markhol.
- “Microconto do ônibus: Quando o ônibus chegou, pé ante pé, a centopeia desceu”, José Brandão.
- “Tomar um chá de camomila pra acalmar e depois quebrar a caneca no chão pra potencializar o efeito”, Ethel Sétic da Selva.
- “O Brasil tem um centroavante, Gabriel Jesus, que marcou quatro gols em toda a temporada 2023/2024. Era esta a notícia”, jornalista Rodrigo Ferrari, o de Catanduva.
- “A grana que sumiu tá na casa do pastor, ninguém vai pagar o prêmio, ninguém...”, cantante Edvaldo Santana.
- “Queria surtar mas tô sem tempo”, Sara Valente.
- “Eu sou da época que futebol era jogar bola”, Maria Inês Faneco.
- “Cicatrizes são ambivalentes. Doeu e curou”, Diva Fernandes.
- “Qual o problema da garotada acampar na fila da Taylor Swift? Teve marmanjo que ficou acampado na frente de um quartel e não viu show nenhum”, Neli Maria Fonseca Viotto.
- “Não chore pela Argentina, eles escolheram o buraco e cairão no buraco negro”, Pepe Escobar.
- “Olha esse negócio de estar cercado de adversários de todos os lados não é fácil não”, jornalista Luis Nassif.
- “Casa de ferreiro – Decisões monocráticas são tomadas pelos presidentes do Senado e da Câmara todos os dias. Para manipular a pauta”, jornalista Ricardo de Callis Pesce.
- “Fica a dica, quem não mostra quem é, ganha presente errado a vida inteira”, Kyn Junior.
- “Lembrete sempre útil para quem se deixa seduzir pela Black Friday e outras promoções... Quando for checar o que de fato interessa e a informação é que o preço é ‘a partir de’, fuja. O ‘a partir de’, sempre estará a milhas do que o que você de fato quer”, Bento Bravo.
- “Sou desses. 'Quixotesco' não é um termo pejorativo. Significa nunca desistir das utopias, sempre imprescindíveis. Não concebo a vida sem o sonho e a luta por ideais. O que mudam são os obstáculos. Os moinhos de antigamente são as formas que a luta de classes vai assumindo. Seguirei, haja o que houver”, João Azevedo.
- “Uma sábia professora já me dizia: Olha pra frente, a prova é individual”, José Gonçalves Corral.
- “Vou propor pra Chico Buarque compor uma música "Que tal um Tango", Sivaldo Camargo.
- “Alguém disse que amigo é aquele que te lembra quem você é, quando você já esqueceu. E que muitas vezes fica ao seu lado e presente quando nem mesmo você está. Eu tenho estes tesouros na minha vida. E agradeço!”, Dalva Aleixo.
- “O devaneio é tão grande que a prefeita quer criar mais de 50 cargos de confiança...... Câmara municipal aprovando, fecha a porteira da cidade!!! Muuuuuu”, Dextter Pes Leme.
Obs.: Na ilustração, o frente e o verso da resistente folha de bar, Freak nº 29, nas mesas de bares, botequins e alguns restaurantes desta aldeia, instaurando a forma de crítica mais descompromissada possível.

quinta-feira, 23 de novembro de 2023

DROPS - HISTÓRIAS REALMENTE ACONTECIDAS (222)


ASSISTA ESTE TRABALHO SOBRE O QUE FOI A ÉPOCA DE IZZO FILHO NA PREFEITURA DE BAURU E SUA CASSAÇÃO/PRISÃO
Trabalho investigativo e jornalístico realizado por estudantes da Unesp Bauru.
Link da gravação do vídeo de 20 minutos: 

"O que não foi dito - caso Izzo Filho" é um vídeo documentário que relembra os fatos marcantes da segunda gestão do governo de Antonio Izzo Filho como prefeito de Bauru, interior do estado de São Paulo, entre os anos de 1997 e 1999. Entrevistados que viveram os bastidores deste momento importante da política bauruense e brasileira recontam as principais denúncias e acontecimentos que culminaram com a cassação do, então, prefeito e sua posterior prisão, motivadas por problemas político-administrativos de sua primeira gestão frente ao poder executivo de Bauru. Mais do que resgatar momentos históricos, o documentário busca atrair a atenção da população bauruense e da região centro-oeste paulista para se informar e conhecer o passado de sua cidade, compreendendo como o contexto daquela época ainda interfere nos dias de hoje. 
DIREÇÃO E PRODUÇÃO: NATÃ CRIVARI OTÁVIO FRABETTI 
APOIO: POLVO PRODUTORA GÊNERO: DOCUMENTÁRIO
ESSE BRANEMARK, PELO VISTO, NÃO DEIXOU SAUDADE EM BAURU
Nas manchetes de hoje aqui por Bauru algo sobre a transferência do Instituto Branemark, especializado em tratamento odontológico de alto custo (osseointegração e prótese sobre implantes dentários), de Bauru para Curitiba. Em alguns lugares vi e li algo dessa transferência como uma grande perda para Bauru. Sim, a perda ocorreu e a maior dela foi pela Justiça não ter acolhido as explicações do Poder Público bauruense de que, o tal instituto era inoperante e pouco fez para ocupar prédio em área nobre na cidade. Foram desalojados ainda na administração Gazzetta e de lá para cá, entraram na Justiça e estão em vias de ganhar a causa, com o erário municipal tendo que arcar com um custo alto.

Na época em que aqui atuava, pelo que todos souberam, o Branemark deixou a desejar. Na verdade, enrolou e quando cobrado, estrilou. Gazzetta tentou enquadrá-los, mas não conseguiu, daí como último recurso, encerrou um contrato e tomou-lhes o prédio ali na Nações Unidas. O que de fato ocorreu? Pelo que li na época, para conseguir um atendimento lá com eles, um suplício. Pouco fizeram e ainda, quando sairam, cuspiram fogo. Seria de bom alvitre, até para resgatar a verdade dos fatos, quando agora se publica da transferência para Curitiba, mostrar o que se propuseram a fazer em Bauru e o que de fato foi feito. No prédio onde funcionava o Instituto Branemark, na Avenida Nações, foi lacrado em 2018 e agora abriga a Casa da Mulher, órgão da Prefeitura Municipal de Bauru.

SE ISSO NÃO É LEGISLAR EM CAUSA PRÓPRIA...
Vereador Cleber Nelzi, Pirajuí SP.
Creio não precisar escrever nada a respeito, pois está dito tudo.

MILEI GANHOU NA ARGENTINA E AGORA, JUNTO DE OUTRO BILTRE, MACRI, QUER ESCULHAMBAR COM O BOCA JUNIORS, ELEIÇÃO EM 3 DE DEZEMBRO
Deixa eu explicar o que sei sobre este assunto. Riquelme foi cracaço de bola e um dos maiores jogadores do Boca. Acabou se tornando presidente do Boca, num dos seus piores momentos, quando todo endividado. Fez o time ressurgir das cinzas e agora, no final de seu mandato, o clube está no caixa com uma valor considerável e quase sem dívidas. Fez umaadministração voltada para as origens do clube, ressaltando a importância, principalmente do lugar onde se encontra, um bairro popular e sua imensa legião de torcedores. Mais que isso, Riquelme não é de direita e rejeita, por exemplo, o ex-presiente do país e do Boca, Maurício Macri. Pois bem, Macri nunca engoliu Riquelme e ontem disse que a fase de Maradona havia terminado. Disse isso para tentar mostrar de possíveis maus exemplos do craque, sem tocar nos seus próprios, que é a malversação do dinheiro público. Na disputa de 3 de dezembro, de um lado Macri, que concorre a vice, junto de Milei, que já se posicionou ao seu lado na disputa, como tenta enfiar todos os times argentinos numa lei de SA, ou seja, todos empresas e dando lhufas para o que sempre foram. Riquelme concorre à reeleição e está num momento bom, porém, com a vitória de Milei no país, sofre pressões de grande monta. Ou seja, essa eleição será um prolongamento da eleição ocorrida no último domingo. Eu, que gosto do Boca, todo ano, quando lá estou, circulo pelo seu entorno e gosto muito do bairro de La Boca, vejo em Riquelme o que melhor poderia existir para o Boca neste momento e escrevo só para que, quem ainda não sabe, a política da pior espécie quer também estender seus tentáculos para o futebol.

Riquelme e um PALU para a oposição: "Já me aconteceram coisas que vocês vêem nas séries, mas é maravilhosa a vida que me tocou. Sonhava ser jogador de futebol e comprar a casa da minha mãe, Mas sei que morar em Don Torcuato me fez favor, vivi coisas muito complicadas de criança. A partir de 10 de novembro de 1996 eu entrei no filme mais lindo do mundo e hoje tenho que estar aqui e faço com toda a felicidade. Passamos por momentos difíceis e por isso eu há 10 anos venho repetindo que não ser empregado destes senhores é a maior coisa que me aconteceu na vida e carrego com muito orgulho."

EU TIREI UMA FOTO COM O CAVALEIRO DE PARIS, EM HAVANA CUBA 2007
O Cavaleiro de Paris... Havana velha. Cuba
O Cavaleiro de Paris (Lugo, 30 de dezembro de 1899 - Havana, 11 de julho de 1985) foi um personagem de rua bem conhecido em Havana por volta dos anos 1950. Seu nome verdadeiro era José Maria Lopez Lledin. Chegou à ilha sem ter completado 15 anos, no início do século XX. Trabalhou em diferentes atividades, como todos os bons emigrantes. Perdeu o equilíbrio mental depois de estar preso segundo várias versões.

quarta-feira, 22 de novembro de 2023

CARTAS (220)


A QUASE POESIA OBSERVADA NAS RUAS...
Eu não me canso de, toda vez que rever seu Manoel andando aqui perto do Mafuá, descendo ou subindo a rua Inconfidência, à caminho da igreja Aparecida ou da feira dominical, escrever dele. Lá vem ele, com seu passo lento, devagar, olhando para o chão, mas resoluto, decidido. Sai da rua Beiruth, começo do Bela Vista, onde mora e vem, em algo cada vez mais raro, pois creio eu, não lhe deixam mais sair sózinho assim todo dia, livre, leve e solto. Ele, conhecido músico bauruense, tocava um cavaquinho como nenhum outro - será que ainda toca? -, história viva de tantos lugares e pessoas com as quais tocou e encantou essa cidade juntos. Hoje, a alegria é vê-lo continuar a saga de continuar fazendo de tudo e mais um pouco para descer lá de sua Beiruth, atravessar o rio Bauru, cruzar a Inconfidência, subir até a igreja, tirar o chapéu para rezar e depois voltar, passar pela feira e, devagarinho, retornar para seu protegido bunker. Toda vez que o vejo, estaciono o carro e fico a observá-lo, como se fosse um cão de guarda, vigiando para que nada lhe aconteça. Neste domingo, ele já estava voltando e fiquei o observando até virar a rua onde mora, lugar mais seguro. Um vencedor, pois faz tudo com denodado esforço.

Fico maravilhado a cada reencontro e qualquer dia vou bater palmas e propor uma conversa, com ele contando algo das noitadas onde tocava muito, algo que o fez ficar com os dedos das duas mãos tortos. Seu Manoel é como se fosse um embaixador, o presidenter mór da rua Beiruth. Ele faz parte da poesia inerente às ruas desta aldeia bauruense e não pode passar desapercebido, pois tem muita história junto de si, ou seja, talvez ande muito devagar, pois carrega junto de si o peso de tanta história nos costados.

E dois divinais retornos recebidos após a publicação:
- "Conheço o Manuel desde , desde ... sempre. Foi muito amigo e companheiro de noitadas musicais do meu falecido marido Francisco Lagreca", Dulce Lagreca.
- "Que vergonha, apesar de querer muito não consigo desfrutar de tanta liberdade como a do seu Manoel. Pra mim, Henrique Perazzi Aquino, seu Manoel ao lado de seu Francisco,marido de Dulce Lagreca ,não são só livres ,mas sim libertários, ainda mais permeados pela Deusa Música. Só esclarecendo: Pra mim, quem a gente ama,não foi, continua entre nós", Audren Ruth.

DESCOBRI A PÓLVORA...
SÓ EXISTE UM JEITO DE NÃO CRITICAR ALGO DIARIAMENTE DENTRO DA ADMINISTRAÇÃO DE SUÉLLEN ROSIM
É até simples. Eu tenho escrito quase diariamente algo, muitas vezes de forma contundente e quando me vejo, repito no dia seguinte tudo com a mesma toada. Isto tem se tornado rotina, pois os motivos são sempre fortes e assim me fazer assumir posicionamentos diários, contínuos e como disse, "contundentes".

Ontem, devido minhas atividades a tomar conta do meu dia por inteiro, acabei não me ligando no que o jornal estava publicando, não liguei as rádios e pouco vi o que rolava pela cidade nas informações regularmente vistas pelas redes sociais. Sabe o que aconteceu? Não vendo nada, não tive como escrever. Com certeza, se tivesse tido tempo, lido, ouvido, prestado atenção, não teria como me omitir.

Daí, a única conclusão plausível tirada dessa experimentação, tipo São Tomé, "ver para crer" é só uma: não tomando conhecimento, não se diz nada, não se tem como emitir opinião, já plugado, impossível se manter calado, pois como já disse por aqui, os motivos são renováveis e se sucedem quase que instantâneamente.

Outra conlusão que tive: qual o poder de propulsão, algo assim tão forte e arrebatador, que a nossa alcaide municipal possui, algo assim tão envolvente, para quando se toma conhecimento do que ocorre dentro de sua administração, torna-se quase impossível não desdizer contrário e se posicionar contra? Que poder é esse de ser aquilo que Nelson Rodrigues um dia apregoou sobre a unanimidade. Na verdade, para quem se informa, a alcaide bauruense está a atingir a tal unanimidade.

OBS>: Hoje, com um tempinho extra, voltei a me informar sobre as últimas expelidas lá do terceiro andar do Palácio das Cerejeiras e, assim sendo, logo mais volto à carga.

*ATENÇÃO SETOR CULTURAL PAULISTA, EM ESPECIAL DE BAURU - URGENTE!*
*Até aqui*, 22/11/2023, faltando apenas 19 dias para o final do prazo, *pouquíssimas Prefeituras do Estado de SÃO PAULO aderiram à Política Nacional Aldir Blanc (PNAB)...*
(FONTE OFICIAL: https://www.gov.br/.../pt-br/assuntos/pnab/painel-de-dados)
_*É urgente sensibilizar o gestor ou a gestora municipal de cultura da sua cidade ou região para que faça esta simples adesão (que dá pra fazer em 15 minutos) e garanta os cerca de R$ 300 milhões a que as cidades de SP têm direito para investir como fomento direto à cultura municipal ao longo de 2024... Se não aderirem nos próximos 19 dias, não terão acesso a esses recursos!*_
Por que Bauru é sua SMC- Secretaria Municipal de Cultura não se pronunciou até agora? Será necessário pressão da classe artística para tudo vingar? Jogariam isto também para A Câmara de Vereadores decidir? CULTURA, pelo que sei é pra produzir e favorecer a proliferação de Cultura, mas por aqui...

Um algo a mais, uma lenha na fogueira: "Secretario de Cultura Paulo tá bloqueando no Instagram as pessoas que o marcam cobrando que ele cumpra com o trabalho dele! Após quase perdermos o prazo pra publicação da Lei Paulo Gustavo, estamos a 19 dias de perder a Aldir Blanc 2. Será que se todo mundo cobrar ele vai só bloquear todo mundo?
https://www.instagram.com/p/Cz9GdYKOuEv/?igshid=MzRlODBiNWFlZA==", Tetê Oliveira.

E VOCÊ, ESTÁ AO LADO DO QUE?
Fiquei do lado dos índios e eles derrotaram-me.
Fiquei do lado dos negros, e eles me derrotaram.
Fiquei do lado dos camponeses, e eles me derrotaram.
Fiquei do lado dos trabalhadores, e eles derrotaram-me.
Fiquei do lado dos pobres, e eles me derrotaram.
Fiquei do lado dos perseguidos, e eles me derrotaram.
Fiquei do lado dos discriminados, e eles me derrotaram.
Fiquei do lado dos fracos, e eles me derrotaram.
Mas nunca fiquei do lado de quem me derrotou.
Essa é a minha vitória.
Darcy Ribeiro - Antropólogo, político, escritor e sociólogo brasileiro.

terça-feira, 21 de novembro de 2023

DOCUMENTOS DO FUNDO DO BAÚ (187)


RESSONÂNCIA MAGNÉTICA, PAÇOCA E A REPERCUSSÃO DA FALA DO VEREADOR MEIRA HOJE DA TRIBUNA DA CÂMARA SOBRE ANA BIA
Levava Ana Bia hoje finalzinho da tarde para fazer exame de ressonância magnética, aquele que a pessoa entra inteirinha dentro de um tubo e lá passa mais de meia hora, sendo revirada para todos os lados. Por sorte ela tem o exame coberto pelo seu plano de saúde, pois o danado é um tanto caro.

Seguiamos com o rádio ligado, eu ouvindo a sessão da Câmara de Vereadores, quando numa dessas coincidências da vida, quem falava era o vereador coronel Meira e ele dizia, num aparte cedido pelo vereador Lokadora, ter ido ontem ao Boulevard Shopping, quando na saída uma senhora o abordou e, vendendo passoca em rolo, pediu se ele não podia ajudá-la, comprando alguns, três por R$ 10 reais. Foi quando pediu se ela tinha o exame para ele ver o que podia fazer. E ela o tinha dentro da bolsa. Viu a data marcada e do preço pago por ela, R$ 600 reais (achava que no particular custasse bem mais). Fez as contas no microfone da Câmara, de quantas passocas teria ela que vender para conseguir pagar seu exame e ressalta: "Tantos outros deixam de fazer este exame, pois nem a tal paçoca possuem para vender".

Não ouvimos o final da história, pois chegamos na unidade da Unimed e o rádio foi desligado. Ela entrou no espírito do exame, dos preparativos e na saída, quase uma hora depois me disse, quando lá dentro do isolamento do tubo, ela e suas dores, pensou muito na tal senhora lá na porta do shopping e das passocas sendo vendidas, exatamente para poder saber algo mais detalhado de sua sáude. Conta algo mais e me fez passar lá na entrada do shopping, tudo para ver se encontraríamos a tal senhora. Não a encontramos e voltamos pra casa.

Nem sei se o Meira acabou dando uma ajuda substancial para a senhora completar o valor faltando para o tal exame, mas para amanhã, tenho uma tarefa, a de tentar localizá-la, pois a história sensibilizou a mim e Ana. Na verdade, o tema sendo lá discutido na Câmara são o dos tais eternos problemas de nossas UPAs, sempre lotadas e neste calor, sem equipamentos adequados, principalmente ar condicionado e super-lotação. O vereador Lokadora havia terminado de falar sobre mais uma morte, uma senhora de 61 anos, esperando vaga num dos hospitais da cidade. A vaga demorou mais de uma semana e ela, não resistiu, sendo mais uma vítima do descaso da atual administração para com a Saúde do bauruense.

Fica a história, uma dentre tantas, deste sofrido povo, que quando em busca de resolver seus problemas de saúde, faz das tripas coração. Neste momento, quanta gente não se encontra na mesma situação, pensando em como conseguir grana para pagar de forma particular, o que, normalmente, teria que ser resolvido por um sistema de saúde municipal, no mínimo com atendimento compatível. Tomara encontre a senhora vendendo passocas amanhã lá na frente do Boulevard. Já da Saúde municipal, pelo menos enquanto perdurar este desGoverno de Suéllen Rosim, desclabro total e absoluto.

AINDA FRANCISCATO - SÓ MESMO ALGUÉM DE FORA PARA ESCREVER ALGO TÃO SENSATO SOBRE O DONO DO JORNAL E DO ÔNIBUS BAURUENSE
https://www.debatenews.com.br/.../morre-franciscato-ex...

Sim, confesso, estava esperando com grande ansiedade este texto, construído ao longo de muitos dias - não de uma hora para outra -, versando sobre uma vida inteira do polêmico ex-prefeito e ex-deputado federal Alcides Franciscato. Por tudo o que ainda representa para Bauru, muitos por aqui continuam pisando em ovos e acabam não tendo coragerm suficiente para publicar ou mesmo, dizer, o que de fato passa pelas suas cabeças ou ocorreu. Já neste caso, Sérgio Fleury Moraes, com seu intrépido DEBATE, semanário de Santa Cruz do Rio Pardo, um texto isento da proximidade, daí, juntou tudo o que conseguiu e escreveu algo, infelizmente, não produzido por ninguém de Bauru por estes dias - e nem nos próximos. Vale a pena ser lido, entendido e se possível, multiplicado.

Eis, na íntegra, o texto publicado na edição virtual do DEBATE, em 17/11/2023:
Morre Franciscato, ex-deputado, empresário e ex-prefeito de Bauru
Alcides Franciscato tinha 94 anos e ainda estava na ativa; polêmica na ditadura militar encerrou a carreira política.

Ex-prefeito de Bauru e ex-deputado federal por três mandatos consecutivos, o empresário Alcides Franciscato morreu na tarde de quarta-feira, 8, aos 94 anos. Ele estava internado no hospital Sírio-Libanês e a causa da morte não foi revelada. A pedido da família, a cerimônia fúnebre foi reservada somente aos parentes e amigos próximos.

Nascido em Piracicaba, Alcides Franciscato teve uma trajetória que se confunde com o sucesso empresarial, a vocação política e a ligação com os militares. Engenheiro agrônomo formado pela Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, ele tinha, na verdade, uma outra vocação.

Em 1952, Alcides passa a comandar a empresa de ônibus fundada pelo pai em 1927. Surge, então, um nome que se transformaria numa referência nacional de excelência no atendimento: a “Expresso de Prata”. O jargão “padrão prata de qualidade” virou uma frase entre empresários de ônibus que buscavam credibilidade. O empresário chegou a editar um jornal (“Super News”) que era distribuído aos passageiros da empresa de ônibus.

A “Expresso de Prata” sempre esteve à frente dos concorrentes mais próximos. Em 1958, por exemplo, seus ônibus foram os primeiros com toalete a bordo. A limpeza e conforto dos veículos foram padrões que Franciscato fazia questão de manter. A frota, aliás, sempre era composta dos mais modernos ônibus do mercado.

Franciscato tinha um costume que o aproximou dos funcionários. De vez em quando, ele mesmo vestia um macacão e trocava pneus dos ônibus ou ajudava a fazer algum reparo no motor. Esta tradição acabou quando ele virou político. No entanto, até o final da vida Franciscato morava na garagem da “Expresso de Prata” em São Paulo. Mesmo após passar dos 90 anos, ele acordava cedo e fazia ginástica.

Nos anos 1960, Alcides Franciscato decidiu entrar na política. Já era conhecido e respeitado, mas faltava uma comunicação maior com a população. Em 1967, ele fundou o “Jornal da Cidade”, que se transformaria no maior veículo impresso de Bauru. No ano seguinte, foi eleito prefeito de Bauru pela Arena, partido de sustentação do regime militar. Tinha 39 anos.

O jovem político percebeu o poder de um jornal e continuou investindo no “Jornal da Cidade”, que em 1972 seria o primeiro veículo impresso do interior a usar o sistema off-set de impressão. Além disso, o jornal ganhou uma sede enorme e estrutura de equipamentos só compatível com grandes veículos nacionais. Tudo, claro, financiado pelo dono por muitos anos, até que o jornal passou a ser lucrativo.

Na verdade, Franciscato acabou se apaixonando pelo jornal e, mesmo negociando várias empresas nas décadas seguintes, nunca pensou em fechar o “JC”. Ao contrário, bancava todos os prejuízos. Embora ligado ao regime militar, teve a ousadia de nomear como diretor do jornal o ex-vereador Nilson Costa, cassado pela ditadura por supostamente ter participado de um movimento sindicato a favor dos ferroviários. Anos depois, Nilson seria prefeito de Bauru.

Alcides Franciscato entrou na história da cidade como um prefeito “tocador de obras”. Abriu novas avenidas e modernizou Bauru. Quando deixou o governo, tinha planos políticos mais arrojados. Em 1974, foi eleito deputado federal e reeleito duas vezes consecutivas até 1987, quando deixou a política devido a um incidente que o marcou para sempre.

Neste período, fundou a “Construtora Prata” e a rádio Cidade (atual 96 FM) e comprou fazendas, além de investir pesado na “Expresso de Prata”. Quando a antiga TAM, empresa aérea fundada pelo comandante Rolim Amaro, implantou uma linha entre Bauru e São Paulo, a “Expresso” foi uma das pioneiras em oferecer serviço de bordo em ônibus. Era uma forma ousada de concorrer com um avião. Outro vilão, para Franciscato, era o trem.

Em 1976, ele acompanhava a comitiva do presidente Ernesto Geisel em Bauru, quando houve a explosão da avenida Nações Unidas, após um acidente de um caminhão transportando combustível. Geisel havia deixado o local minutos antes da explosão. Como deputado, Franciscato conseguiu do presidente, ainda em Bauru, uma verba para reconstruir a avenida que tinha acabada de ser inaugurada.

Nos anos 1980, Franciscato já era um político de renome nacional. Ligado aos militares que governavam o Brasil, ele cultivou a amizade com o ex-presidente Ernesto Geisel e foi ainda mais próximo do general João Figueiredo, o sucessor de Geisel que seria o último ditador do regime militar, entre 1979 e 1985.

Em 1982, em sua última reeleição, Franciscato fez campanha em Santa Cruz do Rio Pardo. O deputado recebeu o apoio, após uma reunião com um grupo de pessoas, do empresário Zillo Suzuki — candidato a vice-prefeito na chapa de Décio Mendonça. Na época, Zillo elogiou o ex-prefeito de Bauru, dizendo que estava “diante de um idealista”.

O problema naquela época é que a população já pedia o fim da ditadura e os protestos aumentavam a cada ano. Em 1983, o presidente Figueiredo foi diagnosticado com um problema grave no coração e foi operado em Cleveland, nos Estados Unidos. Alcides Franciscato foi um dos amigos que acompanharam a internação de Figueiredo.

No ano seguinte, veio a campanha das “Diretas Já”, com milhões de pessoas lotando comícios nas capitais para pedir eleições diretas para presidente. Um destes comícios aconteceu ao redor da Igreja da Candelária, no Rio de Janeiro, e reuniu um milhão de pessoas.

O evento foi notícia em todos os principais jornais do País no dia seguinte. O presidente Figueiredo estava em Madrid, hospedado no “Palácio Real de El Pardo”, numa comitiva brasileira que incluía Alcides Franciscato.

Quando o deputado deixou uma reunião com Figueiredo, a imprensa o aguardava no saguão. A pergunta era óbvia, pelo momento político do Brasil: o que o general achou do comício no Rio de Janeiro com mais de um milhão de pessoas?

Franciscato deu uma resposta que acabaria com sua carreira política. “O presidente disse que, se estivesse no Rio, seria um milhão e um”, afirmou. A declaração soou como uma “bomba” nos meios políticos, porque a ditadura militar ainda tentava se manter no poder depois de duas décadas de autoritarismo.

Dois dias depois, ainda em Madrid, o presidente João Figueiredo desmentiu o deputado. “Eu não disse nada ao Franciscato. Não sei de onde ele tirou isso”, declarou o general. Constrangido e certamente pressionado a retificar suas afirmações, Alcides Franciscato deu declarações confusas horas depois. “O presidente não falou sobre o assunto. Então, eu estou fazendo apenas uma retificação, porque a imprensa noticiou aquilo que eu disse, mas na verdade não foi a interpretação que eu quis dar”, disse.

“Fiz uma troca de palavras”, disse ao jornal “O Estado de S. Paulo”, alegando que não era um político com intimidade com a tribuna. “Eu reconheço o meu erro e estou fazendo isto de público”, completou, cuja entrevista foi publicada na edição de 13 de abril de 1984. Porém, ele se declarou a favor da democracia e das eleições diretas.

Menos de dez dias depois, a Câmara dos Deputados votou a “Emenda Dante de Oliveira”, que estabelecia as eleições diretas. Embora alcançasse 298 votos a favor, ante 65 contrários, a emenda não atingiu o quórum e foi derrotada. Alcides Franciscato nem compareceu à sessão. Seu principal adversário na época, o deputado federal bauruense Tidei de Lima, votou a favor da emenda que era apoiada pela maioria esmagadora dos brasileiros.

O incidente encerrou a carreira política de Franciscato. Na verdade, durante anos ele carregou no bolso uma carta que ficou conhecida como “bilhete do perdão”. Segundo quem leu, era um manuscrito do próprio João Figueiredo pedindo desculpas por ter sido obrigado a desmentir Franciscato.

Provavelmente o general entregou o bilhete ao amigo como um consolo e com instruções claras: não levar à imprensa, mas com autorização para mostrar às pessoas próximas. Alcides Francisco foi fiel e nunca divulgou o bilhete à imprensa.

O fim do mandato de deputado federal, em 1987, também marcou a retirada de Franciscato da vida pública. Ele ainda iria influenciar a política de Bauru durante alguns anos, mas depois se recolheu para cuidar exclusivamente das empresas. A rádio 96 FM foi negociada e a “Expresso de Prata” foi vendida ao grupo que controla a Gol Linhas Aéreas.

Alcides Franciscato deixou a esposa Maria Deolinda (“Dona Lindinha”), com quem teve os filhos Sônia, Cláudia, Alcides Júnior e Ângelo Carlos. A prefeita Suéllen Rosim (PSD) decretou luto oficial em Bauru por três dias.

OBS.: Todas as ilustrações foram publicadas pelo semanário DEBATE e aqui reproduzidas