terça-feira, 30 de junho de 2020

MÚSICA (187)


AOS ARTISTAS BAURUENSES - A GRANA FEDERAL PARA A CULTURA VAI SAIR, MAS BAURU ESTÁ SE PREPARANDO PARA RECEBÊ-LA? SE NÃO O FIZER, NADA VIRÁ
Ontem o presidente Bolsonaro assinou debaixo de muita pressão a liberação da tal verba para a Cultura. Vetou alguns artigos, mas ciente de que, não o fazendo seria pior, pois corria o risco de ter o veto derrubado pela Câmara e Senado, assinou e o dinheiro sairá. Agora, trata-se de um direito garantido por lei, aprovado, vigente nos próximos dias, algo palpável, que deve chegar, mas para isso acontecer se faz necessário a existência de condições locais para tanto. O que foi feito não é nenhum favor, foi motivado por um amplo movimento de bases políticas, culminando com a aprovação (por lá foi vencido o tal do Jurídico que em Bauru tudo impede de ter auspiciosos projetos colocados em prática). Tudo só foi possível após intenso movimento dos movimentos de base na Câmara dos Deputados para captar e convencer tudo e a todos para a liberação destes 3 bilhões de reais em prol da Cultura.


Aprovado como vemos já está, cada cidade passa a ter que cumprir o seu papel para receber sua parcela dessa grana. Isso não é tão simples. Nada virá de mão beijada. No caso da Prefeitura de Bauru, ela precisa fazer (se é que já não o fez, pois tudo já deveria estar mais que pronto) e cumprir uma extensa burocracia. Esse dinheiro precisa também cair aqui, chegar aos artistas e empreendedores culturais locais, mas existem etapas a serem cumpridas. Se a máquina não estiver azeitada essa grana passará ao largo e os artistas locais ficarão chupando o dedo. O envolvimento daqui por diante tem que ser dar entre a Prefeitura, esta através da Secretaria Municipal de Cultura, Conselho Municipal de Cultura, Câmara de Vereadores em algo direto com os artistas.

Levemos em consideração algo bem vigente neste desgoverno do Bolsonaro: o princípio do patriarcalismo, ou seja, criar dificuldades para ceder as facilidades. É o que o burocrata sempre faz, o nosso Jurídico faz isso muito bem. Agora estão vendendo a facilidade, que é o projeto aprovado, mas a dificuldade está embutida no meio disso tudo, pois só cumprindo as etapas seguintes o dinheiro será possível. Se nada for preparado com o devido esmero, afinco, cuidando de todos os detalhes, Bauru não verá a cor dessa grana. O agito político tem que ter início desde ontem, pois hoje, creio eu, já é tarde. Portanto, a luta será contínua.

O projeto de Bauru, o edital feito com empresas privadas e reunindo R$ 30 mil reais é outra coisa que, sem organização, boa distribuição desse valor, além da demora, pois já estamos em JULHO 2020, mais de quatro meses de pandemia, terá ruins resultados quando as decisões não forem coletivas. Esse outro, o do Governo Federal, os artistas reunidos num conglomerado organizado precisam saber se impor, cobrar, exigir e participar, estar junto e construir juntos, a toque de caixa, ler o conteúdo da lei e seus detalhes, para conseguir fazer uso de algum benefício. Sem união e ir atrás, esqueçam. Os artistas já deveriam estar na porta da Cultura e da Prefeitura na manhã de hoje, terça, 30/06 e prontos para propor uma construção coletiva do que irá os beneficiar. Rapidez se faz mais do que necessário.
Leiam, se possível, essa elucidativa entrevista com a deputada Jandira Feghali, uma das mentoras do projeto, sobre detalhes da aprovação e do que deve ser feito desde já: https://noticias.uol.com.br/colunas/chico-alves/2020/06/14/auxilio-emergencial-da-cultura-chegara-a-10-milhoes-de-pessoas-diz-jandira.htm

O AUXÍLIO CHEGA PARA ALGUNS, MAS A MAIORIA DOS REALMENTE NECESSITADOS PENA E MUITO, POIS TUDO FEITO SEM NENHUM CRITÉRIO
Essa pouca vergonha de tanta gente que não precisa do auxílio e o recebeu é algo a mais deste desGoverno, destrambelhando com este país. Ações criminosas, como a do pessoal do Exército Brasileiro, todos com carteira assinada e recebendo o auxílio, não havendo movimento nenhum para devolução se junta a tantos outros casos escabrosos, todos apontando que o grande culpado disso tudo é somente o mandatário deste país e quem ele colocou para trabalhar nesses lugares chaves do país. A gente bem sabe que não se trata somente de incompetência.

Isso uma coisa, outra são os constantes atrasos no pagamento das parcelas aos já cadastrados. Conheço muitos que receberam a primeira parcela numa data e o certo, o mais sensato seria receber a outra em no máximo trinta dias, mas esse prazo já foi estendido para 60 dias e nada. Por que isso ocorre? Muita má fé para com os desassistidos deste país. Muita pouca vergonha embutida na forma desigual , desproporcional e desumana como tudo foi montado, primeiro como um palanque eleitoral, sem levar em consideração o ser humano e suas necessidades, depois tudo só comprava estarmos diante dos piores personagens da História brasileira e estes tomando conta de nossas vidas. Não existe meio termo e como contemporizar, Bolsonaro & Cia já comprovou em quase todos seus atos, o despreparo e também a má fé, como trata o povo brasileiro. Só mesmo uma revolta popular para fazê-los atuar a contento ou para colocá-los para correr antes que tenhamos tudo perdido neste país. Eis o link de uma das tantas matérias sobre os desvios deste Auxílio: https://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/noticia/2020/06/29/dentista-nutricionista-e-marido-de-juiza-estao-na-lista-do-tcu-por-receber-auxilio-emergencial-no-rs.ghtml?fbclid=IwAR2AbQNCVAOsHlJMwgzjsXFYh7HzjO7HTCKGdm7cQgMibBwMBws3xZCGRAk

AINDA A LIVE DO HPA/ALDIR - RESULTADOS E ALGO MAIS QUE LINDO PROVENIENTE DESTES MEUS AMIGOS MAIS QUE DIVINAIS
Primeiro eu conto uma história. Logo no começo da pandemia vi uma história na TV, creio que no Jornal Nacional. Era a de um pipoqueiro do Recife PE, cujo carrinho ficava diante de uma escola pública, teve ele quebrado e estava impossibilitado de trabalhar. Os antigos alunos e os atuais, junto de seus pais fizeram uma campanha na internet para arrecadar grana e lhe devolver o carrinho. A campanha foi um baita sucesso, tanto que a TV foi lá entrevistá-lo e ele dentro da sua simplicidade disse isso: "Eu quero agradecer a todos que me ajudaram, mas peço algo, não precisa mais depositar nada não, pois já deu pra comprar o carrinho novo. Por favor, parem de depositar".

Essa história se repete agora aqui na minha LIVE. O meu presente seriam doações para três pessoas e um projeto social. Deu tudo certo, o valor arrecadado eu não acho legal divulgar aqui, nem quem contribuiu. Tudo foi devidamente informado, com cópias dos estratos para estes e por fim um dos agraciados com o valor, a cantante Audren Ruth me envia um recado e me autoriza sua divulgação: "Henrique, oi amigo quero te agradecer por toda atenção e ajuda dispensadas a mim por você e a Helena desde o inicio dessa fase pela que tenho passado. Vocês adotaram minhas lutas pela recuperação do meu AVC, assim que aconteceu. Encabeçaram uma grande torcida pela minha recuperação, ainda quando eu estava no hospital. E mantém essa força até então, em todos os momentos quando procurei pelo auxílio de vocês. E é essa amizade que eu agradeço muito a vocês e toda turma do Mafuá, que eu sei que também se envolvem nessa luta toda. Não tô rica, mas com todas essas ajudas minhas contas estão equilibradas. Por isso que te falei para passar minha parte da Live para alguém que você ache melhor entregar. O que vocês decidirem assino embaixo. Beijos para você, Helena, Ana e todos mais! Muita gratidão".

Eu sentei e chorei sozinho. Contei pra Ana e liguei pra Audren Ruth. Ela se mostra como sempre foi, uma grande pessoa humana, dessas incomensuráveis neste mundo atual. Insisti e ela me responde mais uma vez: "Não decidi o que decidi para ser reconhecida. E como disse para a Helena. Tem muitos momentos que é mais fácil ouvir obrigada do que dizer obrigada! Assumir que a gente precisa é bem difícil, para muita gente, como eu. Então parece que ser bom e só doar para quem precisa. Ser gente é reconhecer que a gente precisa também. Não é só receber obrigada, é também saber agradecer sem ficar tão envergonhado. Como se precisar de alguém fosse muito feio. Tenho agradecido muito por tudo que tenho recebido da família, de amigos que eu já tinha, que tenho e que nem sabia sabia que tinha e de quem nem conheço até hoje!".

O valor correspondente a ela eu ainda não entreguei e o farei para outra pessoa. Por fim, algo mais, além do que ela me proporciona - meu melhor presente de aniversário -, teve mais. Na segunda pela manhã duas pessoas me ligam e dizem se podem ainda depositar para a campanha da Live. Digo que sim e desta forma, estarei compondo mais um valor para beneficiar mais uma pessoa. Estou em estado de graça e digo, essa foi mais uma festa de aniversário cheia de muita luz. Meus amigos e amigas são mesmo demais da conta. Continuo convivendo ao lado de um seleto time e dele não me afasto, não arredo pé, não abro mão, não cedo, não empresto, não alugo e convivem comigo em todos os meus momentos. Só quero agradecer de todo coração por me possibilitarem demonstrações como essas. Desse jeito, tenham certeza, me farão viver mais do que o combinado. Vocês me possibilitam uma sobrevida... GRATIDÃO A TUDO, TODAS E TODOS.
OBS.: Essa história eu nem sei se deveria divulgar, mas conversei muito com a Audren e ela me disse que deveria sim. e assim o faço, não para me enaltecer, mas para mostrar o quanto pequenos gestos significam muito, ainda mais nesse momento tão fora do prumo.

segunda-feira, 29 de junho de 2020

INTERVENÇÕES DO SUPER-HERÓI BAURUENSE (134)


TIVESSEM FECHADO TUDO BEM ANTES, A SITUAÇÃO ATUAL SERIA BEM OUTRA, MAS...

Bauru está parecendo uma "sanfona", sofrendo dos efeitos de um desnorteado e descontrolado vai e vem, algo provocado pelas tais "forças vivas", as exercendo desmedida pressão para ver suas portas abertas em plena pandemia. Guardião, o super-herói bauruense, após tomar conhecimento que a cidade está novamente incluída na Fase Vermelha, a lacrando tudo, passeou pelo Calçadão da Batista de Carvalho e fez os seguintes comentários: "O cenário é este, sem tirar nem por. Um povo desorientado e após mais de cem dias de reclusão, uma quarentena meia boca, onde quem mais deveria estar incentivando e dando a retaguarda para o isolamento social, o Governo Federal, este se mostra favorável à abertura, daí, tudo começou a se perder. O incentivo para que tudo acabasse mais cedo teria que vir de onde não veio, dos encastelados no Planalto Central, eleitos para zelar pelos interesses da população, mas como não o fazem, envolvidos com pensamentos e ações outras, a debandada que se viu está tendo seus piores efeitos hoje, não só com novamente o fechamento das portas comerciais, como o prolongamento do isolamento. Que disso ninguém se esqueça: poderíamos estar sim, saindo dessa situação, mas se a prolongamos, os culpados são mais do que evidentes".

Aqui em Bauru algo reverberando o que se viu sendo expelido por Bolsonaro & Cia. Guardião não se contém diante destes: "As entidades patronais, os donos das empresas e quem nelas opina, possuem culpa desmedida pela situação atual. Os exemplos mundiais não foram seguidos pelos daqui. Quando todos pregavam o isolamento, estes não souberam cobrar a quem de direito, pregando junto deste a abertura, sem noção de no futuro, a coisa piorar. Pensando somente para com seus botões, não lutaram pelo Governo os defender e proteger, apostando suas fichas em abrir tudo, desdizendo dos riscos. Colocaram a população em risco e hoje, com o aumento em 400% dos casos na cidade, situação de pico, ainda ousam tentar levantar a voz que não aguentarão um novo fechamento. Não fazem Mea Culpa, não reconhecem seus próprios erros e insistem em continuar errando. A vergonha está institucionalizada em quem comanda as associações de classe patronais, pois erraram feio, apostaram nos seus negócios, sem pensar nos danos futuros para a população num todo. Deveriam ser responsabilizados também pelo prejuízo causados à toda categoria empresarial, pois não souberam conduzir os interesses de seus associados. Deram ouvidos para a loucura pregada pelo insano presidente e deram substancial ajuda para a cidade e o país estar assumindo a liderança de casos na América Latina, louquinhos para se tornarem campeões mundiais no quesito Insensibilidade - também insanidade".

A pressão continua, pois com a cabeça já no desvario, estes continuam pregando a continuidade de tudo aberto, jogam pesado, propagandeando sobre a quebradeira generalizada. Guardião os cutuca: "Cadê os créditos para estes? Cadê a garantia de funcionamento? Cadê a segurança para tocarem seus negócios e seguirem adiante? Se não a tiveram, como todos possuem envolvimento umbilical com o atual desGoverno Federal, deixaram de cobrar e fazer pressão a quem de direito, passando a fazê-lo com prefeitos e governadores tentando minimamente seguir orientações de especialistas. Se o nosso cartão postal, a Batista hoje é vista como um cemitério, a culpa foi de quem poderia e deveria ter agido de forma diferente lá atrás. Não o fazendo, quando diante do caos instalado, seguem despirocados e a provocar mais e mais a infestação do vírus pela cidade. Não dá para tapar o sol com a peneira com estes. Cagaram na entrada e cagam na saída, ainda tentando se livrar de qualquer culpa. Foi uma ação sem nenhuma pensada estratégia, movidos pela emoção, a visando somente seus negócios, sem olhar para o restante da população. Hoje, mesmo abertos, seus gastos com higienização, limpeza e manutenção do protocolo exigido são altos e a movimentação não pagará isso, mas persistem e estão contribuindo para que a população passe a apontá-los como insensíveis, daí sim, seus negócios terão problemas", finaliza.
OBS.: Guardião é obra do traço do artista Gonçalez Leandro, com pitacos escrevinhativos deste mafuento HPA. Obrigado, caro professor Oscar Fernandes da Cunha, com ideias para a criação deste post, muito úteis, todas devidamente aproveitadas.

ELES SE APROXIMAM DO MEU PORTÃO, EU OS DEFENDO, MAS ELES QUEREM MINHA CABEÇA
Hoje, no meio dessa balbúrdia toda pelo fecha reabre, eu me lembrei do dilema de uma velha história que já tinha se repetido por aqui neste país quando o guerrilheiro estava encurralado num aparelho lá pelo começo dos anos 70, cercado e para ser morto. Ele ali a defender os interesses daqueles que também ajudavam a cercá-lo e iriam na sequência matá-lo sem dó e piedade. Nós todos, aqui escrevendo laudas e laudas a defender os interesses daqueles que hoje saem nas ruas e se matam sem ao menos entender que, poderiam estar levando vida diferente se, ao invés de saírem como loucos em busca de trabalho, sobrevivência, ganhar algum para comer, se todos estivéssemos juntos na mesma trincheira e pressionando a quem de direito, o detentor das chaves do cofre, este que hoje nos sustentaria nesse período de turbulência, teríamos muito mais condições de superar esses tempos difíceis, mas não, cada um resolveu fazer a coisa pelo que lhe deu na telha, resolver o imbróglio ao seu modo e jeito, e o que se vê são estes a defender aqueles que, na verdade, não estão nem aí pelos seus interesses, não defendem vida digna para gente como eles, mas só pensam nos seus botões e daí os expõe às piores situações. Como se deixaram levar pela onda da abertura no pior momento, se dizem num beco sem saída, acusam os que ainda podem permanecer em isolamento como uma nata de privilegiados insensatos, que não estão nem aí para com a situação deles. Acusam os ainda querendo se manter isolados de defender o próprio umbigo, sem o saber serem esses os que mais defendem os seus interesses.
Ninguém está atinando mais coisa com coisa e após mais de cem dias entre o fecha e o abre, agora reabre, as cabeças já não giram mais conforme o sentido do relógio, as batidas já não são mais sincopadas e não falta mais quase nada para esses todos se voltarem contra os em isolamento, os culpando de tudo, invadindo suas casas e obrigando-os a também fazer o mesmo que eles, do contrário, serão executados em praça pública. E o folgadão lá de Brasília rirá de tudo e se dará por vitorioso se a gente não conseguir mudar tudo isso. Não vai ser fácil, pois já vejo uma turba munida de paus e pedras querendo invadir minha casa, me forçando a se juntar a eles. Justo eu, mais um dos que só queria viver mais um pouco, estender a vida e defender que todos eles, os que hoje estão no meu portão, para que também pudessem se salvar, conseguir algum agora e depois, todos juntos mudar esse mundo, realizar o algo novo, diferente desse modelo vigente, mais unidos, um entrelaçado no outro, derrubando juntos esses muros separando os que exploram dos que são explorados. Sei não, mas acho que estão fazendo tudo pelo jeito mais difícil, pois já sou visto como perigoso inimigo. Dessa acho não escaparei.

domingo, 28 de junho de 2020

RETRATOS DE BAURU (241)


"LADO B" - A LIVE DOS DESIMPORTANTES

Todo mundo anda fazendo lives pela aí, daí o mafuento HPA também resolveu começar a fazer as suas. Assumido desimportante dentro do atual contexto vai registrar a história de outros iguais, os desimportantes, ou seja, os mais importantes deste mundo, o Zé Povinho, os Joãos e Marias Ninguéns. O que mais se vê são personalidades de todas as matizes na telinha e falando de tudo, dando opiniões, abalizadas ou nãos, mas vetustos cidadãos a esbanjar conhecimento disso e daquilo. O que importa para este mafuento, escrevinhador das causas populares é a voz do povo, aquela que não sai publicada e registrada na imprensa, e quando sai, em registros deturpados e incorretos. É a história destes que me interessa. Esses registros, talvez únicos em suas suas vidas (e na minha também) vão deixar registrado algo de gente que, certamente, não estaria fazendo parte dessa enxurrada de lives vislumbradas nestes tempos de quarentena e pandemia.

Aguardem... Inicialmente as edições serão semanais e se tudo der certo já começo a primeira amanhã, sempre aos domingos pela manhã, entre 10 e 11h da manhã, com quase uma hora de duração, podendo passar um pouco ou ser de menor duração se a conversa não render. Tenham certeza, sempre renderá, pois os escolhidos terão boas histórias para contar, relatos de vida das vielas, subúrbios, periferia, enfim, cantos escondidos, andanças na corda bamba, registros mirabolantes da "gentalha" que move este país. A resistência de um povo sendo mostrada em detalhes pouco mostrados.

Bate-papos únicos com gente que vocês nem imaginam encontrar por aqui. A lista é grande e na estréia, uma surpresa, aliás a cada semana uma grande surpresa.


É só aguardar mais um pouquinho, enfim, este mafuento não domina isso de efeitos e manipulações internéticas, mas assim que estiver sabendo apertar os botões certos, a coisa começa. Bem que podia já ser amanhã, né!!!

HPA, Historiador das Insignificâncias em mais uma iniciativa pra torrar a paciência dos acomodados e fazendo questão de enxergar as vozes advindas das "quebradas do mundaréu".


É HOJE! VAI SER DADA A LARGADA PARA O PROJETO "LADO B - A IMPORTÂNCIA DOS DESIMPORTANTES", LIVES DO MAFUENTO HPA, HISTORIADOR DAS INSIGNIFICÂNCIAS 
O escolhido é alguém personificando como nenhum outro o artista de rua, MARCÍLIO DO NASCIMENTO, também conhecido no facebook como Marnasci Gerais. Eis algo que escrevi dele em outubro de 2018: " Marcílio, 53 anos é artista de rua, está sempre pelo Calçadão da Rua Batista de Carvalho em duas hipóteses, ou como Estátua Viva ou na sua melhor representação, a do Chaplin. Um libertário, desses que gosta de ver o vento batendo na sua face, esteja onde estiver. Anda triste, pois vê a cada dia o país mais acabrunhado e diante de tanta anormalidade vai se enfurnar nos cafundós de Minas Gerais, de onde espera ver a vida passar com maior suavidade, tendo à sua volta comidinhas naturais e mentes mais arejadas.

Resiste bravamente nas ruas, sempre com seu chapéu estendido após as apresentações e sem medo de se posicionar, primeiro na campanha do LULA LIVRE, depois contra o golpe de 2016, o que destituiu Dilma e agora o derradeiro golpe, o do fascismo tomando conta de nossas ruas. Não consegue ver tanta injustiça e se acabrunha diante da iniquidade dos que vivem com a cabeça movida pelo ódio. Ele só quer ser livre, leve e solto, viver num mundo com menos injustiça". Pouca coisa mudou de lá para cá, ele se foi temporariamente para Minas, vive num sítio, come só comida natural e..., bem o resto a gente conversa no bate papo de logo mais, lá pelas 10h45, ao vivo, ele e este mafuento, num relato que passarei a fazer daqui por diante.

O QUE SERIA ESSE "LADO B": Uma sequência do que já fazia de forma escrita, como os Personagens Sem Carimbo - Lado B de Bauru", quando já chego perto de mil ali retratados, numa proposta que vai virar livro em breve. Com a pandemia, tantas lives em circulação, resolvi aderir e a partir de hoje, faço as minhas, mas só com estes, os que possuem histórias populares para nos contar, ditos e vistos como desimportantes, mas vitais para se conhecer as entranhas de um lugar. Por aqui nenhum figurão, mas somente figurinhas, todas tão desimportantes como este mafuento a relatá-las será um alívio para amainar sofrimento causado pelo apartamento social em nos encontramos. Marcílio retrata e encarna muito bem isso tudo que quero fazer, pois mais povo impossível e com uma trajetória de vida das mais instigantes, provocantes e dignificantes. Só vendo mesmo, então fica o convite, hoje, domingo, 28/06/2020, aqui no meu facebook à partir das 10h45.


OBS.: Estou apanhando barbaridade para fazer as Lives, pois quase nada sei dessa tecnologia. Fiz testes e o máximo conseguido foi instalar minha voz, sem vídeo, daí, hoje ainda teremos na tela só imagem fixa minha e na dele, essa sim ele do lado de lá todo pomposo contando sua bela história de vida. Se tudo der certo, farei uma ou até talvez duas entrevistas por semana, pois personagens com boas histórias para contar não me faltam, todos enfurnados em lugares pouco navegados. Venham comigo e me ensinem, por favor, a mexer com esses trecos...

LIVE ADIADA PARA HOJE, 28/6, 16H - PROBLEMAS TÉCNICOS - Foi uma intensa tarde, com muita movimentação. Nada deu certo como previsto, mas no fim tudo deu certo e a live aconteceu de outra forma, improvisada, porém com o recado dado de forma contundente.

O QUE JÁ ESCREVI DELE AQUI NO BLOG:
1.) Em 25/10/2016 postei isto dele no meu blog, o Mafuá do HPA: "E NINGUÉM ESTAVA APTO PARA SOLUCIONAR O PROBLEMA DO MARCÍLIO

MARCÍLIO é ator. Além de tudo o que faz para sobreviver, ele tenta ganhar a vida atuando e sua mais famosa interpretação é quando se traveste de Carlitos. Incorpora com a roupa preta chapliniana, sendo quase impossível hoje saber quando é Marcilio Nascimento e quando é o personagem principal de sua vida. Na única saída do mafuá permitida diante de uma correria da qual estou investido, eis que me deparo com ele a me pedir algo na feira dominical: "Você vai me resolver uma coisa, tenho certeza". Daí abre sua bolsa e dela tira uma gravata. "Desatei o nó e não acerto o danado". Criou um grande problema, pois nunca fui bom nisso. Leve o problema para uns tantos na mesa lá na Feira do Rolo, mais de dez e para espanto geral, ninguém sabia. Foi uma risada só e muitos presenciaram a cena. De um dos cantos, sem conhecer ninguém do grupo onde estávamos, eis que aparece alguém assim do nada e se propõe a solucionar a charada. E resolve. Maurílio todo contente o abraça e a cena, tão simples, singela é a demonstração de que, por muitas vezes alguns tão pequenos problemas nos atravancam a vida e tornam tudo mais complicado, difícil, quase intransponível. Ele fica todo feliz e ganhamos o dia com sua alegria, pois o que faltava para se transformar em Carlitos estava resolvido. E ganhamos o domingo com sua alegria".
2.) Em 15/04/2013 postei isso dele no meu blog pessoal, o Mafuá do HPA: "MARCÍLIO DO NASCIMENTO tem 50 anos e exerce o ofício de artista. Veio de Minas Gerais e acabou por gostar daqui, acabou ficando e por anos trabalhou na construção civil. Muito popular na cidade como o Chaplin, hoje segundo ele, “uma Ferrari, pouco contratada”. Na tentativa de viver de sua arte cria sempre novos personagens e os expõem onde ainda isso é permitido. Sábado passado descobriu que a sua Boneca não poderia mais pisar os pés no Calçadão da Batista, pois fiscais o impediram de ali permanecer e ganhar seus caraminguás.

A Boneca é algo lúdico, quando entrega mensagens para as pessoas, que a leem e depois depositam, quando querem, algo em troca dentro de uma urna. Vive disso, mora numa pensão, quarto pequeno, sem comodidade nenhuma, tentando e tateando espaços. Alegre, bonachão, de bem com a vida, enfrenta isso tudo com galhardia, pois sabe que fiscais passam e sua arte permanece. No último sábado encontrou alguém para lhe defender, o Kyn Junior da ATB e assim prossegue, com uns a defendê-los, outros a espezinhá-lo e outro tanto a admirá-lo. Ele descobriu meio sem querer que o Calçadão bauruense é uma espécie de LATIFÚNDIO, faltando ali uma mera cerca para fazer jus ao que lá acontece. Marcílio, mesmo sem o saber é um belo de um colírio para nossos olhos, pois pratica uma pulsante arte, ralando e sendo ralado, sobrevivente do que ainda nos resta de alegria nas ruas".

LADO B - A IMPORTÂNCIA DOS DESIMPORTANTES - PRIMEIRO ENTREVISTADO, ARTISTA DE RUA MARCÍLIO DO NASCIMENTO - PARTE 1
Não deu para fazer a gravação como queríamos, em forma de LIVE ao vivo. Na impossibilidade, gravei com ele em três partes, vinte minutos cada e irei postando aqui esse revelador bate papo, contando um pouco de sua vida, trajetória, percalços, nuances, andanças... Conheça Marcílio, declarado invisível neste mundo cada vez mais dominado pelas leis desvalorizando o ser humano. Eis o link: https://www.facebook.com/henrique.perazzideaquino/videos/3589792157717434/

LADO B - A IMPORTÂNCIA DOS DESIMPORTANTES - PRIMEIRO ENTREVISTADO, ARTISTA DE RUA MARCÍLIO DO NASCIMENTO - PARTE 2

Do improviso nasceu uma conversa pra lá de saborosa, pois consegui fazer com que o artista Marcílio se abrisse e fosse contando em forma de drops, aos poucos, esse algo mais de sua vida, isso que o torna essa pessoa especial. Deixei sua prosa rolar, falar e contar, reviver, descrever em detalhes o algo bonito de sua vida, isso que tanto encanta quem o conhece de perto. Aqui mais vinte minutos dessa prosa realizada de uma forma não tão usual, ele falando pelo whatts pelo meu celular e do lado de cá, gravando tudo com uma câmera fotográfica. Eu me deliciei em gravar com ele e estarei gravando algo de outros tantos, formando um conjunto revelador das entranhas desta cidade. Eis o link: https://www.facebook.com/henrique.perazzideaquino/videos/3589837167712933/

LADO B - A IMPORTÂNCIA DOS DESIMPORTANTES - PRIMEIRO ENTREVISTADO, ARTISTA DE RUA MARCÍLIO DO NASCIMENTO - PARTE 3
Aqui os vinte minutos finais, onde o artista de rua Marcilio Nascimento vai colocando pra fora parte de como entende que deve ser a caminhada do homem na face do planeta, esse trato mais do ser humano do que com o consumismo e a barbárie de tudo ser uma eterna disputa. Ele faz parte dos que querem levar a vida sem admoestações, deixando-a fluir no que pode proporcionar de melhor para a raça humana. Foi muito gostoso desfrutar desse papo altaneiro e cheio de boas esperanças, um alerta para quem segue nos desvios, nos descaminhos e uma chamamento para fazer as coisas de forma mais simples, sem entrar na correria destrutiva e também doentia. Conversar com esse poeta das estradas é conquistar um pouco mais de conhecimento, ampliar horizontes e é exatamente isso o que quero fazer com os próximos relatos, desbravar algo mais, ouvindo e dando atenção para pessoas que tenham algo de positivo, para acrescentar, somar e não dividir. Comecei improvisado, mas cheio de gás, creio eu, acertando e muito no escolhido para este pontapé inicial. Eis o link: https://www.facebook.com/henrique.perazzideaquino/videos/3589897051040278/

sábado, 27 de junho de 2020

BAURU POR AÍ (178)


INCÊNDIO NO CEAGESP BAURU E CONEXÃO TUCANA COM LENÇÓIS PAULISTA*
* Texto deste mafuento HPA publicado na última edição do jornal Pedra de Fogo, versando sobre incêndio no CEASA, podendo ser lido na íntegra abaixo:


O mundo dá voltas, aliás, copota e na imensa maioria das vezes, tudo termina do mesmo jeito e maneira, sem tirar nem por. Um incêndio de grandes proporções devasta um dos barracões no Ceagesp/Ceasa Bauru e consome todos os boxes ali localizados, mantidos por permissionários, locatários do espaço. Quase tudo consumido pelo fogo e ao final, quando do rescaldo algo se ouvia entre múrmuros: “Puxa! Se tivesse ocorrido manutenção adequada desde a inauguração, talvez nada disso tivesse ocorrido”.


Pois é, agora é tarde para lamentações. O estrago já está consumado. Resta-nos olhar para trás e observar a ação do atual dirigente maior da unidade Bauru, nada menos que José Antonio Marise, ex-prefeito de Lençóis Paulista. Tenho lembranças dele quando da maior enchente que a cidade já teve, com a região do antigo terminal rodoviário totalmente submersa e antes da ocorrência, algo como: “Lençóis não vivenciará problemas com as águas, tudo por aqui devidamente tranquilo”. Os estragos foram incomensuráveis. Bauru e Lençóis sofreram muito com as tais águas provenientes do rompimento das barragens rurais e um questionamento da época volta à baila hoje: “E se houvessem de fato sido tomadas providências quanto a prevenção?”.

Pois é, justamente e novamente com o mesmo Marise, o mesmo questionamento volta à baila. Servidores da Ceagesp Bauru dizem que, vários alertas foram disparados, emitidos, sinalizados, mas nada de concreto ocorreu. O que ocorreu de fato e com altos prejuízos foi o incêndio, ainda sem causa definida, mas todas incidindo para o estado de manutenção daquelas instalações. No Brasil, useiro e vezeiro em algo neste sentido. Pouco caso com gastos de manutenção e depois do estrago consumado, a triste constatação: “Ah, se tivesse dado ouvidos para o lamento daqueles chatos! “.

Marise foi prefeito e sempre filiado ao PSDB, o atual governador e o dos últimos 25 anos, quase todos também tucanos – só um pequeno interregno quando um vice assumiu e ele de outro partido. Em Bauru, o prefeito Clodoaldo Gazzeta também se bandeou para o lado tucano. Ou seja, estamos rodeados destes e sem querer – mas já querendo -, a demonstração de algo sobre procedimentos, posturas e forma de governar. Mais uma vez o tucanato na berlinda e diante dos holofotes. Incêndios, na maioria das vezes são obras do acaso, mas também na maioria das vezes poderiam ser evitados, porém medidas de segurança custam caro e os governantes evitam gastos neste sentido. Triste sina.

A administração política brasileira é a da acomodação dos políticos ligados ao poder, quando estes perdem o mandato. Amigos não podem ficar por muito tempo desabrigados e ao relento. Sempre estarão aptos para ocupar este ou aquele cargo. Passam desapercebidos, mas quando ocorre algo como este incêndio, tudo vem à tona. Agora, o administrador é cobrado sobre seu projeto para o exercício de sua função, enfim, qual o propósito de ali estar. Além de ter que correr atrás de recursos para recuperar o local, terá que responder essa inquietante pergunta, até para não levar a pecha de estar ocupando uma função para a qual não estava preparado. Não é isso o que todos querem quando assumem funções nessa situação, mas o imprevisto, vez ou outra, lhes colocam uma batata quente no colo.
Henrique Perazzi de Aquino, jornalista e professor de História – www.mafuadohpa.blogspot.com

NA PRESSÃO – FECHAR OU MANTER ABERTO, EIS A QUESTÃO DA MUDANÇA DE FAIXAS DE BAURU: AUMENTO DE 400% DE CASOS EM MENOS DE UM MÊS
Flávio Guedes é fotógrafo profissional, família teve famosa loja no quarteirão da Batista depois da praça Rui Barbosa. Tirou fotos de muita gente pelas mais variadas festas desta cidade. Tempos atrás decidiu apoiar Bolsonaro de mala e cuia, além de ser intermitente defensor do astronauta. Faz isso em posts variados e múltiplos em sua página no facebook e por causa disto, recebe elogios e pedradas, vindos de todos os lados. Ontem postou algo direto e reto, ele na defesa dos que querem manter a cidade aberta, exposta e de luzes acesas em plena ascensão bauruense para fase vermelha da pandemia: “A cidade não vai aguentar!!!!!!! Precisamos nos movimentar Com certeza desta vez vai ter uma desobediência total!”. Junto de ilustração, que me recuso a repicar por aqui, com dizeres: “Nossa cidade merece respeito. Não podemos retroceder o povo não aguenta mais – Flávio Guedes”.

Para exemplificar o quanto anda a discussão no Fla Flu nacional, reproduzo algumas pérolas, de ambos os lados, até para sentir como está se dando e rolando as discussões hoje em dia. Neste local fluíram bem demonstrativas do acirramento dos ânimos:
- “Esse vírus é inteligente, só não aparece em supermercados, padarias e farmácias, também nos coletivos, só aparece no comércio”, Sérgio Moraes.
- “Blz Flávio.. vc deve ir logo pra frente... seja o exemplo da frente de trabalho. Não fique atrás do seu home. Falar de dentro de dentro casa é fácil ne.”, Roberto Delicato.
- “Frase típica de bolsonarista. (...)Vai lá e vê se pega a doença, reza pra ter vaga e sair vivo.... Por conta de postagens assim irresponsáveis que a contaminação do cresce”, Tatiana Calmon.
- “Frase típica de esquerdista que não tem muita inteligência”, Patrick Folena – supostamente para Tatiana.
- “Infelizmente essa realidade existe e não tivemos ações efetivas do governo para minimizar isso, mas por outro lado, também está cheio de gente que não fica em casa só porque não quer, além dos que ficam incentivando os outros a saírem, mas estão bem quietinhos dentro de casa, Maria Cristina Romão.
- “Creio que devemos nos movimentar e ir até a excrecência que governa este paí, exigindo dele, ação de fato em defesa do que ainda resta de país. Bolsonaro não defende nada, trabalhador e muito menos o pequeno empresário, daí, pouquíssima esperança de sairmos disso tudo com alguém não quebrado”, este mafuento HPA.
- “Ainda tem gente (fdp) defendendo isso”, Tota Rodrigues, sobre os que são a favor do fechamento do comércio.
- “O problema não é abrir ou fechar. O maior problema é a falta de respeito das pessoas, qtas pessoas , vejo andando na Cidade sem máscaras, qtas pessoas cumprimentando a outra pegando na mão, qtas pessoas fazendo churrasco e a juventude e os adolescentes andando como estivesse em férias”, Márcio Andrade.
- “O Problema é que você espirra vai no Upa já é Covid19, estão generalizando toda doença e desse jeito fica difícil ,concorda quantas famílias estão enterrando seus Entes queridos sem ao menos um velório digno isso sim é lamentável ,tenho certeza que toda essa vergonha vai vir à tona, pena que será tarde demais”, Elaine Simões.
- “Tá ficando chato, esquerdistas pondo a culpa no Bolsonaro... ele já enfiou um monte de dinheiro para o governo estadual e prefeituras... Ah! Para com isso esquerda!!!”, Nacy Marioa Baccan.
- “Falta bom senso, será que não olham para o povo que está perdendo empregos, empresários quebrando, já passou da hora de acabar com isto”, João e Vânia Parreira.
- “O mais estranho é que estão matando quem paga os salários deles, queria ver se cortassem o salário dos servidores públicos se iria ficar essa calmaria, enquanto o prejuízo é do patrão tudo bem né!”, Thiago Furquim.
- “O problema é político... Solta grana e o problema some... O povo refém de jumentos e abutres...”, Valdir Noronha de Oliveira.
- “Pessoal marquem os comerciantes que querem mandar os pobres bauruenses pra morte... Assim saberemos onde não devemos ir”, Daniel Silva.
- “É incrível. O poder público é incompetente e as pessoas tem a capacidade de culpar umas as outras sem reconhecer quem é o verdadeiro causador do problema”, Patrícia Frare Campos.
- “Você é muito educado, Flavio! Eu não aguento esse monte de esquerdistas enchendo o sako o tempo todo! Parabéns! Eu elimino mole mole!”, Beatriz Papassoni.
- “Tão preocupado mas os jardineiros os que limpam a Nações Unidas funcionários da Prefeitura não usam máscaras nem proteção nenhuma”, Mara Sales Vieira.
- “A culpa não e das autoridades nem das empresas do comércio, a culpa e do povo que não respeita”, Rogério Mozela. 

Enfim, nenhum acordo à vista, assim sendo, o Prefeito fecha tudo, com retorno da cidade para Faixa vermelha e SinComércio, presidido por Wallace Sampaio entra com ação na Justiça se antecipando ao fechamento, tudo para manter as portas indiscriminadamente abertas. Próximos capítulos a partir de terça-feira, 30/06.

sexta-feira, 26 de junho de 2020

FRASES (197)


NÃO EXISTE NADA PIOR - DÓI MUITO VER O AGRAVAMENTO DA SITUAÇÃO E TODOS NUM BECO SEM MUITAS SAÍDAS
Estou parado com minhas atividades, as que me davam algum retorno financeiro, há aproximadamente cem dias. Vendo uma coisa aqui, outra ali, mas tudo muito precário. Os ganhos foram reduzidos sensivelmente e se manter é um exercício diário, meu e de Ana, companheira de todas as horas. Minhas lamúrias são a de quase todos. Todos se virão como podem, cada um ao seu modo e jeito. Algo vindo do desGoverno, nem pensar, pois nem o Auxílio Emergencial, que deveria sanar as dificuldades para os mais necessitados, não acontece, como continuam enrolando a paciência do povo. Como contar com algo vindo de quem está descontrolado e nunca pensou em nada para auxiliar de fato o país? Destes nada, daí está mais do que estabelecido o "deus nos acuda", ou melhor, o "salve-se como puder". Cada qual tenta de tudo para ir colocando algo em sua despensa, comer mesmo, pagar o trivial. De uma pessoa no meu portão, um cureto resumo de tudo: "Deixei de pagar quase tudo. Só pago comida. Não sei como vai ser quando voltarem a cortar água e luz. A escola do filho, a NET, o pré-pago, prestações de loja, tudo em atraso e essa segunda parcela do Auxílio que não vem. A minha com mais de 60 dias de atraso. Pra comer já está complicado, imagina o senhor, para o resto".

Algo de igual teor eu recebo diariamente pelos canais da internet. Em cada um, lamento doído, sentido e feito sob forte emoção e pressão. Ninguém te escreve e pede algo assim se não estiver realmente necessitado: "Não estou mais aguentando. Vou te explicar o que acontece. Meu irmão teve que fazer uma cirurgia na boca e não tem de graça. Tive que pagar com o meu cartão, tudo bem paguei, só que essa semana a geladeira e o armário estão vazios e eu tô desesperado, no meu emprego fui pedir 200 reais pra ela me adiantar até agora nada, eu já nem sei mais o que fazer entende?". Demorei para responder e em seguida: "Ficou bravo comigo ? Viu e nem respondeu". Eu respondo. Demoro, pois tento matutar algo no qual possa ajudar, mas está cada vez mais difícil. Não consigo mais doar nada para entidades, pois resolvemos eu e Ana atender algo assim, feito pessoalmente. E nós também, estamos apertados. De outra pessoa recebo: "Tô sem mistura. Sem nada. E minha cabeça ferve. Minha mãe está sem trabalhar e eu não posso deixar a situação assim. Eu sempre resolvi as coisas por aqui, mas não estou mais conseguindo. O que faço?". Como responder a algo assim?

Numa ligação, a amiga me diz: "Se souber de algo para fazer me avise. Topo tudo, desde faxina, cuidar de idosos, carpir terrenos. Só não quero e não vou me prostituir, mas já cheguei a pensar na situação, pois bate o desespero". De outro, numa ligação de longe, de outro estado: "É verdade que a Cultura vai liberar algo para os artistas da cidade? Voltaria correndo se fizessem algo assim, pois onde estou só tenho para comer e porque estão me ajudando, do contrário estaria na rua". De outro algo assim: "Te vejo sempre na internet, penso que pode me ajudar. Morava com os filhos, os dois se foram e meus empregos, que nunca foram fixos agora deixaram de existir. Viver de bicos, algo aqui e acolá está pela hora da morte. Não passo fome por causa dos vizinhos e agora perdi a vergonha na cara, algo que procurava manter, mas tenho que pedir, pois hoje me falta tudo. Vou fazer o que na minha idade? Ou peço ou vou pro sinal com um chapeuzinho na mão". O Governo Municipal entrega cestas básicas, muitas entidades ajudam como podem, campanhas em pleno andamento é o que mais vejo acontecendo e em todas, dou o maior apoio. Mas isso tem sido pouco, pois para quem não olha para o lado, tudo pode parecer ainda bem, mas para os ainda atentos aos sinais vindos das franjas da cidade, este já está mais do que vermelho. E aqui confesso, minhas contas também estão atrasadas, muita coisa adiei os pagamentos, postergo os que consigo e assim toco o barco, priorizando e cada dia mais seletivo. E diante do cenário vislumbrado, uma constatação: se ruim está, aguardemos o final da pandemia para adentrarmos em outra crise, a da insolvência do mundo como até então conhecido. Como se preparar para tudo o que virá pela frente? Se alguém tiver um roteiro, me ajudem a construir algo bem mais palatável do que estou imaginando irá nos ocorrer.
OBS.: As ilustrações são de pandemias bem antigas, mas de igual desespero para a humanidade, principalmente - sempre eles -, a camada mais empobrecida da população, as que mais padecem e pagam com suas vidas até tudo ir se resolvendo.

OUTRA COISA
"COM ELE É SEMPRE FÁCIL. TRATA-SE DE UM CARA BARATO"
Essa eu ouvi pela aí e nunca mais esqueci. Sabe aquele cara que, a gente confia, bota a maior fé, segue junto, páreo duro, jogo parelho, bem disputado, ganha-se a contenda, mas na hora H, da onça beber água, o cara se bandeia de mala e cuia para o lado do adversário. Finge aqui estar, mas faz de tudo e mais um pouco para não desagradar o outro lado, já dentro da nova formatação dada à sua vida, com acordos renovados, bola de cristal acesa e em pleno funcionamento. Passa a jogar quicando bola nas costas de tudo o que até então defendeu. Nei Lopes, um dos compositores a cantar as desventuras de um Rio de Janeiro se esvaindo em perdição, tem um samba magistral falando exatamente disso: "È um tal de fazer acordo com a parte contrária. Isso é fidelidade partidária (sic)". Rir pra não chorar. Os exemplos não são só políticos, mas em todas as áreas. Tinha uma amiga que já havia me avisado tempos atrás deste mesmo personagem do mundo político: "Vale nada. Vai se decepcionar". Vista grossa, seguiu-se junto, mas sempre com um pé atrás, olho no gato, outro bem atento. Sabe quando a gente bate o olho logo na primeira cruzada e já percebe que dali não vai sair nada de bom. Essa certeza não sai mais da gente.
Dito e feito. Insistir é bobagem. A coisa se comprova ali na frente, deixando o jogo ser jogado e depois a constatação. Não podia ser diferente, está escrito na fachada do sujeito. Mas o melhor mesmo eu li de alguém que também já levou bola nas costas da mesma pessoa e convivendo com todo o tipo de gente, deu a melhor definição que podia existir para esse tipo de gente e procedimento: "Sempre foi assim. Não é nada ruim tratar com gente desse tipo. Sabe por que? São baratos, qualquer merreca satisfaz. A gente vai lá paga e pronto, ele se bandeia. Gente como os à moda antiga, ideológicos por natureza, esses são complicados, pois não se vendem por qualquer merreca, ou melhor, não se vendem, tendo que ser na base da conversa, convencimento, alianças, acordos, muito mais difícil, na maioria das vezes sem acordo. Prefiro os fáceis. Pagou, levou". O jogo é bruto. Escrevo isso ainda aturdido com os espúrios acordos de bastidores ocorridos para a aprovação da privatização da água neste país, agora propriedade particular. O que não fazem para ter umas continhas pagas...

E PRA NÃO DIZER QUE NÃO FALEI DAS FLORES, EIS ARTIGO DO ESCRITOR RUI CASTRO: NÃO CUSTA NADA INSISTIR EM CONTINUAR "CHOVENDO NO MOLHADO"

quinta-feira, 25 de junho de 2020

MEMÓRIA ORAL (256)


O PERIGO ESTAVA COMIGO ALI NO PORTÃO DE CASA – FIQUEI COM MEDO – SERÁ NORMAL ATITUDES COMO ESSA DAQUI POR DIANTE?

Continuo em casa guardando todas as medidas possíveis de restrição. Enfim, aos 60 anos, completados dois dias atrás, com expectativa de ainda poder desfrutar de pelo menos mais uns dez de vida, saio da calçada para fora o mínimo possível. Ontem foi um destes dias, quando sai na calçada para atender alguém me trazendo algo solicitado. Ele chega e já me assusto, sem máscaras. Iniciamos uma conversa e o percebo reticente com isso de riscos.

- O que tinha que me acontecer já me aconteceu. Quinze dias atrás, minha filha participou de uma festa com colegas de sua idade, algo só delas, encontro de antigas colegas de escola. A leve e a fui buscar. Foi na casa de uma delas, num condomínio da cidade. Alguns dias depois a novidade, uma delas apresentou sintomas de estar com o Covid-19. Foi um pega pra capar e como uma das moças lá na festa era filho de um conhecido médico, ele me consultou por telefone. Me disse que diante do fato, ele também fez o mesmo, não devia nem me sujeitar a fazer o exame e me receitou o tal do coquetel contra o vírus.

- E sem saber se tinha, foi tomando? – perguntei.

- Sim, ele é médico e também apresentou sintomas, ele e a esposa. Me passou a receita, fui buscar na portaria de seu residencial e tomei. Gastei em torno de uns R$ 130 reais. Tomamos eu, a esposa e a filha. Alguns dias depois o único sintoma que tive foi uma diarreia, a filha também, mas a esposa nada apresentou. Ligo para o médico e ele me pede para ter calma, seguir as orientações, ou seja, me manter reservado e informar de algo mais. Nada mais ocorreu e não parei um só momento minhas atividades. Estou atendendo clientes do meu serviço em cidades vizinhas e vou e volto normal.

- E por que não gosta de fazer uso da máscara? – lhe pergunto, querendo manter um certo distanciamento, mas ele meio que insistindo em se aproximar e querer falar o mais próximo possível.

- Já são mais de quinze dias. Já não tenho mais nada, se é que tive. Lá das meninas, várias tiveram sintomas, ou seja, alguém estava infectada e passou para o grupo quase todo. Corri com os cuidados, me mediquei e continuo a vida normalmente. Não posso fazer cavalo de batalha. Não tripudio nada, mas tem um exagero nisso tudo. Veja você, estão desativando o hospital de campanha lá no estádio do Pacaembu. Não são tantos casos assim e se a gente se entregar, tudo irá piorar. Pegar, pelo que li todos iremos pegar, mais dia menos dia e se peguei, acho que agora me tornei imune com o remédio.


- Mas que remédio é esse? Não existe vacina? Você tomou essa aí que o Bolsonaro quer enfiar no povo? – o questionei.

- Bolsonaro, meu caro, não enfia nada em ninguém. Ele indica e se faz bem, por que não tomar? Eu não tive nenhuma contraindicação. Levei a receita na farmácia, comprei o indicado a mim por pessoa que entende da coisa e cá estou. Na verdade eu só coloco a máscara quando vejo que o cara é chato e vai me criar problema. Tem cliente que quer manter distância me vendo sem e para não criar clima coloco, mas se me pergunta explico o meu caso e da minha imunidade.

Ainda brincou comigo, pois o conheço de longa data, me dizendo ter se esquecido do meu aniversário. Fui num amigo ontem, um padre e falávamos de ti, dizendo que iria te ver.

- Ele riu me disse para te trazer de presente para ti uma camisa da seleção. Eu, sabendo que não gosta do cara, disse que iria levar uma do Bolsonaro.

Não ri e lhe respondi na lata, ciente de que, mesmo com tudo o que já foi revelado sob o lado obscuro do presidente, ele ainda continua fiel seguidor:

- Pudera, essas do Bolsonaro devem estar todas em liquidação, pois a cada dia, cai o percentual de pessoas que ainda conseguem o seguir.

Enfim, não tínhamos mais nada para conversar. Trocamos ali no portão o motivo dele ali estar, mantive o máximo de distância possível, pois tive a certeza de estar diante de alguém de grande risco. Subi preocupado e ao adentrar em casa, pela primeira vez senti medo. Retirei toda a roupa, a deixei para lavar e fui direto para o banho. De cem dias recluso, confesso, este foi o caso que mais me amedrontou. Não sei se indevidamente, mas senti o perigo diante de mim. Estava diante de alguém correndo todos os riscos e assim mesmo, o repudiando. Sei lá, mas depois dessa, me trancafio de vez por mais um tempo, pois mesmo pessoas que deveria ser consideradas esclarecidas não o são e assim sendo, melhor continuar mantendo distância das ruas. Vamos ver até quando aguento isso tudo e vou passar a monitorar esse conhecido à distância, para saber se apresenta mesmo algum risco ou estou já estou paranoico.


DIANTE DE TEXTO QUE ACABO DE PUBLICAR, SOBRE PERIGO NO MEU PORTÃO, EIS ALGO DOS QUE TRIPUDIAM O VÍRUS: SERIA MESMO "MARICON" ESTE VÍRUS?
https://www.pagina12.com.ar/274444-se-burlo-del-coronavirus-en-nicaragua-y-murio-por-la-enferme
Iguais a esse são muitos. Eles renegam o perigo e criam algo fantasioso, servindo para seus interesses. As histórias são muitas, a maioria com finais trágicos. Esse jornalista espostivo da Nicaragua um destes. Até dias atrás ironizava a coisa, pilhérias uma atrás da outra, até o momento em que contraiu a coisa, foi internado e não resistiu. No link a história completa e numa chamada interna do jornal um resumo de sua história:
"“Este virus es maricón, como los puchitos (opositores), mirá cómo es de maricón: lo mata la espuma del jabón”. De esta manera, José Francisco Ruiz, uno de los periodistas deportivos más conocidos de Nicaragua, se burló del coronavirus en su programa de TV. Lo hizo el mes pasado en el Canal 6 de Managua: relacionó la pandemia con la oposición, con teorías de conspiración, y aseguró que se prevenía con medicinas caseras. Nicaragua tiene 2170 casos y 74 muertos. Uno de ellos es el mismo Ruiz. Popular relator de béisbol, de 75 años, falleció la noche del martes, según informó Radio Nicaragua, “después de batallar varios días con sintomatología de covid-19”.
Pelo sim, pelo não, me mantenho trancafiado a com a chava aos cuidados de minha cuidadora, a excelentíssima Ana. A decisão é somente uma: Visitas não serão bem vindas...

O BRASIL LADEIRA ABAIXO
ADEUS FRENTE AMPLA, SOU MAIS ESQUERDA, PT E CONTRA A PRIVATIZAÇÃO DA ÁGUA
Eu já defendi a tal da Frente Ampla, esse movimento andrógino que prega em conjunto a derrubada do Bolsonaro, mas possui ligações nada umbilicais, porém, confesso, me redimi. Como posso querer construir algo ao lado de gente que quer privatizar a água neste país e passar a tê-la como propriedade privada, cobrando os tubos, de nós, consumidores e a necessitando como bem primordial? Ontem, uma cambada de políticos de quase todos os partidos brasileiros votaram a favor dessa pouca vergonha e a partir de hoje, a água não mais será um bem natural do brasileiro, terá dono. Acreditem, foi isso que aprovaram ontem na calada da noite, enquanto estávamos todos dentro de casa em quarentena. Esperem pelo que virá com cobranças exorbitantes pelo mero copo d'água. Pois bem, aqui me confesso PETISTA e com orgulho. Cagada já fizemos, mas ontem honraram a camisa e este partido foi o único a orientar sua bancada para votar contra essa bestialidade.

O PT votou em bloco contra, como sei, votaria também contra a privatização do Banco do Brasil e da Petrobras, outra anomalia patológica que esses vendilhões seguidores do Paulo Guedes querem impor a este país. Ser petista é no mínimo defender o país, não querer seus bens leiloados e se alguns o fizeram, pau neles também, mas no frigir dos ovos, como ontem à noite, muito orgulho. Fomos os únicos com coragem e peito de enfrentar os boçais, os que se vendem a preço de banana e retalham o país ao bel prazer. Acordei e me senti na obrigação de reforçar esse sentimento guardado aqui dentro do peito e pronto pra explodir. Essa Frente Ampla nasceu morta, pois não dá para sentar e pensar algo em conjunto com esse bando de malucos querendo acabar de vez com o que nos resta de soberania. Imagino hoje, se vivo fosse, o que estaria pensando Leonel Brizola do seu partido e dos que lá estão - vide Ciro Gomes -, ainda tendo a coragem de se dizer trabalhistas. Eu sou é PETISTA e defendo este país com unhas e dentes, com o que me resta de disposição, coragem e ainda com muita fibra, a que deve me acompanhar até meus últimos dias. Passar bem Frente Ampla. Hoje todo mundo é contra Bolsonaro, mas poucos, cada vez menos possuem a coragem de ainda defender de fato este país. Bolsonaro será derrubado, mais breve do que imaginemos.
A maioria o quer fora, mas continuariam apoiando a destruição do país, só tendo outro menos imbecil do que o atual no comando. Meu partido o faz, com coragem e ontem tivemos um bom exemplo de como se processam as coisas no intestino das relações de força que nos movem. Esquerda é isso. Resistir é preciso.

OPINIÃO ABALIZADA: "O Projeto de Lei que privatiza os sistemas de água e esgoto no Brasil é uma espécie de sinecura oficial em favor do grande capital. Em plena crise da pandemia, com o país vivendo uma carnificina que já matou mais de 50 mil pessoas, o Senado aprova um projeto do senador Tasso Jereissati, PSDB, que torna os rios e aquíferos propriedade privada. Jereissati é um dos maiores acionista da Coca Cola no Brasil, a maior interessada em dominar este mercado. É Chico, continuamos com “a nossa pátria mãe tão distraída, sem perceber que [continua] subtraída em tenebrosas transações.”, jornalista paranaense, meu amigo, Rene Ruschel.

quarta-feira, 24 de junho de 2020

COMENDO PELAS BEIRADAS (89)


RECADO DO HENRIQUE, O HPA*
* Amanhã este blog volta ao normal com suas publicações, hoje em estado de graça só versando sobre as coisas mafuentas. Triste isso, pois enquanto estamos cá fazendo uma live, os caras lá em Brasília decidem votar a privatização da água...


Deu no JC de hoje: você não vai querer perder, né!?!?
O sucesso de muita coisa feita em nossas vidas depende do empenho a ela dedicado. Seria uma imensa felicidade possibilitar esse presente a essas quatro pessoas, com muita gente participando hoje da Live dos meus 60 anos, homenageando Aldir Blanc e possibilitando felicidade para mais pessoas. Se você puder me acompanhar nessa , juntos a gente pode ir mais longe. Conto contigo...

NA ABERTURA DO EVENTO
Fazer 60 anos é muita coisa, um acúmulo de conhecimentos grudados no lombo da gente ao longo destes anos todos. Dói um bocado, mas tem também muita coisa boa. Chego um tanto curvado, mas resisto, insisto e mantenho a chama da esperança acesa. Dias melhores virão e tudo vai depender da nossa união. O povão quando descobrir que é maioria em tudo, muita coisa mudará. Depois de 100 dias enclausurado, trancado a sete chaves, pensei numa forma diferente de comemorar meus 60 anos. Queria fazer uma festa lá no Mafuá, mas é impossível neste momento. Faço por  aqui, uma Live para o maior compositor brasileiro, Aldir Blanc e como presente peço que, meus amigos e amigas depositem valores em duas contas aqui informadas. Os valores arrecadados serão divididos entre a cantora Audren Ruth Cardoso, o cantor Tadeu Vian, a poeta Amanda Helena e o projeto De Grão em Grão, da Tatiana Calmon.
Ouvir Aldir é um luxo só e nas vozes de Denise Amaral e Isaac Ferraz, este também no violão e Paulo Maia, no teclado e cedendo sua casa e estúdio para esse acontecimento a juntar tanta coisa boa. Tomara que vocês gostem muito, pois foi preparado com muito esmero. Vamos começar... Nossa luta não é nunca em vão: “Glória a todas as lutas inglórias...”, disser Aldir numa de suas magistrais letras.

MOTIVO DA ARRECADAÇÃO
O aniversário é um pretexto para ajudar, contribuir e unir o útil ao agradável, ouvir boa música, rever pessoas amigas e também colaborar. Quem não está passando apuros nesse período que levante a mão. Todos estamos privados de tanta coisa e pior é quando começa a ser sentido a falta do trivial no dia-a-dia. Audren Ruth Cardoso é uma cantante como poucas, voz de ouro, mas impossibilitada de ainda voltar a cantar, em plena recuperação, mas com gastos contínuos. Tadeu Vian é o cantor do bloco do Tomate e cronner do Kananga do Alemão, além de ganhar a vida como construtor civil, tendo saído do hospital recentemente curado da Covid-19 e sem poder voltar às suas atividades. Amanda Helena é poeta, com um livro no prelo, autoria coletiva e fazendo das suas para pagar suas contas, desde faxina a serviços esporádicos. O projeto De Grão em Grão é tocado pela Tatiana Calmon e é mais um na cidade levando esperança para lugares onde a maioria dos bauruenses nunca pisou os pés e nem ousam acreditar que existam. Estar ao lados deles é dar sentido para nossas vidas.
A página de facebook para adentrar a live HPA/Aldir.

NO MEIO DO EVENTO
Deixa eu falar uma coisinha só sobre o Aldir. A gente ficaria falando o tempo inteiro dele e cantaria pouco, mas a noite além de ajudar os três amigos e o Grupo Assistencial, tem a bela música dele para nos embalar a vida. Certa feita Dorival Caymmi disse isso do Aldir: “Aldir Blanc é compositor carioca. É poeta da vida, do amor, da cidade. É aquele que sabe como ninguém retratar o fato e o sonho. Traduz a malícia, a graça e a malandragem. Se sabe de ginga, sabe de samba no pé. Estamos falando do Ourives do Palavreado. Estamos falando de poesia verdadeira. Todo mundo é carioca, mas Aldir Blanc é carioca mesmo”. Aproveito para modificar uma letra do Aldir, a dos 50 Anos, dele e do Cristovão Bastos. Ficou assim: “60 anos são Bodas de Sangue/ casei com a inconstância e o prazer./ Perdoo a todos, não peço desculpas/ - foi isso que eu quis viver./ Acolho o futuro de braços abertos,/ citando Cartola: eu fiz o que pude./ Aos 60 anos, insisto na juventude”. E dá-lhe Aldir...

ALGO MAIS DE ALDIR
Falar de Aldir é como suas músicas, a gente toca a noite inteira e também conta histórias dele até o arroz secar. Ele além de compositor, um dos maiores letristas brasileiros, foi também escritor e jornalista, além de médico psiquiatra. Como escritor, inúmeros livros e todos com tiradas picantes e irreverentes, todas pegando no pé das autoridades nada constituídas deste país. Um sujeito que não segurava e dizia o que pensava de uma forma sutil, porém pegando pesado, ao seu estilo e jeito. Em suas letras versou de tudo, desde a história do Brasil, como o que mais gostava, sua relação com o subúrbio, as vielas e a periferia, os povos da Zona Norte carioca, que são idênticos aos da maioria das cidades brasileiras. Ouvir Aldir é sair da mesmice, é sair do trivial, é buscar algo novo, diferente, ousado, cheio de ginga, malemolência e muita criatividade. Uma pessoas que pelo conjunto da obra já se tornou eterno e a partir de agora vivemos de saudade, muita saudade deste compositor das boas causas.