terça-feira, 9 de junho de 2020

UM LUGAR POR AÍ (137)


VAMOS CONVERSANDO
1.) "CAÓTICO CENTRO DE BRASÍLIA PAULISTA"

Com este título, o amigo e baita escritor Luís Paulo Césari Domingues nos provoca com a foto de Brasília Paulista, aqui pertinho, logo após Piratininga, um reduto, como se vê de muita agitação. O Luís gosta de lugares assim, eu também, enfim, mas só de passagem. Nunca tentei morar em redutos de pequeno porte, mas tenho algumas experiências e na qualidade de bicho urbano, creio não conseguiria me aquietar e ter vida tranquila num lugar tão tranquilo. Tempos atrás me apaixonei por Reginópolis, quando por lá fui e voltei várias vezes, tudo para escrevinhar o livro junto de Fausto Bergocce, outro que de lá saiu, volta sempre com desejos de se recarregar, mas depois volta para a conturbada Guarulhos, onde reside, bem atrás do famoso aeroporto. Cidade pequena tem esse lado de muito sossego, mas tem também agitação, cada qual no seu quadrado. Eu sou um homem de vielas, quebradas, cortiços, periferia, subúrbios e eles me envolvem mais do que a vida quieta, pacífica e denotando tranquilidade. Lá em Reginópolis aprendi melhor isso de que, se existe paz de um lado, de outro a coisa ferve, até mais que nos grandes centros. Ourto lugar que admiro demais da conta é Tibiriçá, distrito rural distante 15 km da bagunça urbana. Vou e volto, adoro estar lá, as festas, o povo, beber na praça, aprendi até a comprar carne do açougue de lá, tudo feito por gente dali mesmo. Ana, a esposa, me diz de um dia, após aposentadoria, comprar um pedacinho de terra por lá. Ótimo para os finais de semana, mas a vida flui para mim nas veias urbanas. Sonho também em ainda fazer todo o roteiro que o João Carlos Dias Moreira faz todo dia, quando sai com seu carro e percorre os estabelecimentos rurais, já cadastrados mais de 200 no entorno de 100 km de Bauru. Muita estrada, poeira, causos em todos os lugares, cervejinha no balcão, uma loucura. Ainda vamos escrever sobre esse roteiro estradeiro, mas não sei se teria coragem de me estabelecer num lugar desses. O bar/armazém lá na zona rural de Arealva, lugar com igrejinha na praça, cachoeira do lado e casinhas para camping é por demais de gostoso. Vou e volto. Meu pai tinha um lugar assim ,casinha em Pocinhos do Rio Verde, distrito de Caldas, cidade distante 30 km de Poços de Caldas. Passou por lá sua lua de mel, comprou terreno, ergueu casa e ensinou os quatro filhos do amor ao lugar. Vamos e voltamos, sem nunca um ter por lá se instalado de vez. Brasília Paulista deve ser assim, ter qualidades enormes, mas a paz ali encontrada também cansa em quem foi educado, cresceu vendo os distúrbios dentro de algo com mais movimento, agitos por ali não vislumbrados. Sou da turma do vai e volta. Não posso ver um lugar desses e já quero ir parando, ouvir as histórias, assuntar o que se passa, mas logo depois, já estou de novo na estrada e de volta para o barulho e a fumaça.

2.)
CONHECER UMA CIDADE GRANDE SEM CONHECÊ-LA - AS QUEBRADAS SÃO TUDO.
Num outro post escrevi hoje sobre algo dessas minúsculas cidadezinhas a nos atrair, no meu caso, temporariamente. Vou lá e volto cá pro meu canto poluído e movimentado em centros urbanos. Isso também me fez voltar a uma conversa que tive com amigo semana passada e depois ouvi algo pela voz do locutor Victor Hugo Morales, na rádio argentina 750 Am. Victor Hugo disse textualmente: "Você pode passar duas semanas em Paris e nada saber de Paris se não for na sua periferia, não ver e sentir com os próprios olhos o que acontece nas suas entranhas". Aquilo me maravilhou, pois não consigo ir num lugar, sem querer ver o outro lado, o lugar que os turistas não vão. Eu sempre fugi dos roteiros turísticos pré-estabelecidos. Faço isso por tudo quanto é lugar. Desde cidade grande, como cidade pequena. Cito algo passado comigo em Reginópolis, ainda do tempo quando escrevi o livro junto com Fausto Bergocce. Contamos a história da cidade, mas vi que ali existia um lugar bem popular, pobre, a periferia, talvez o mais pobre da cidade e ali fluia uma vida diferente, com forró próprio, bares específicos, chão de terra batida, um vida diferente da que você presenciava circulando no erstante da cidade. Disse pra mim mesmo: como vou embora dessa cidade sem conhecer esse lugar e assim, em cada ida lá, circulava de carro, ia olhando, até criar coragem e parar pra beber num bar, conversar com as pessoas e fui muito bem recebido.
Ali pulsava algo que não encontrei no restante da cidade. Não me lembro o nome do pequeno bairro, algumas ruas, mas foi ali onde obtive os papos mais alvissareiros. Não sairia de lá o mesmo, falando da cidade, sem ter conhecido aquela quebrada, aquele canto da cidade, um dos mais calientes, simples, pobres, com tudo renegado, mas pulsando e latejando vida. Não dá pra ir numa cidade como Buenos Aires e só querer ir ver seus pontos turísticos. Mesmo perigoso para um turista, quando acompanhado, o outro lado me fascina, pois é o lado onde mora o povão, ali sobrevive e suas histórias me tocam mais, muito mais que a dos abastados. Sigo o lema.
Obs.: "Quebradas do mundaréu" é um usual termo utilizado por Plinio Marcos, dele oriundo e a designar, o lado onde está o mais pobre, onde passa sua vida. "Tipos e situações que Plínio Marcos explorou em sua rica dramaturgia, contando os dramas da sua gente, que muitos classificam de submundo e que é, afinal, o mundo brasileiro na sua identidade mais autêntica".

3.) ASSIM ME MATAM DO CORAÇÃO
O facebook me lembra de que há exatramente um ano atrás estava eu, Ana Bia Andrade, Patricia Caju e meu filho Henrique Aquino tomando chopp no Bar do Barba na encruzilhada de entrada da Feira do Rolo. Eu só de imaginar o grande feito ali realizado naquele auspicioso domingo, fico trêmulo de desejos e lembranças remotas e me pergunto: quando poderei voltar a fazer o mesmo com a mesma tranquilidade daquele dia? Eu, que adoro ruas e tudo no seu entorno, sofro demais confinado entre quatro paredes. Já são quase 90 dias, a serem completados dia 16/06. E pelo visto, com o que estamos vendo acontecendo aí fora, os descuídos e "liberou gersl", grandes possibilidades da tranca ter continuidade por tempo indeterminado. E se isso acontecer, babau Bar do Barba e chopp. Resistir é preciso, mas que não é nada fácil, isso percebe-se quem me conhece. o que nos restará de 2020, ainda mais diante de um desGoverno predador e fascista investindo sobre o que nos resta de liberdades. Devolvam meu chopp!

4.) ARTISTAS BAURUENSES - MARÍLIA TEM EDITAL PÚBLICO E EM BAURU O JURÍDICO NÃO PERMITE: POR QUE, HEM!!!
Espiem pelo link a seguir como tudo foi conseguido e, pasmem, com aprovação do Jurídico lá de Marília: https://www.marilia.sp.gov.br/…/prefeitura-de-marilia-vai-p…

A nhaca deve estar localizada só aqui em Bauru, pois editais de igual teor estão pipocando pelo país afora, sendo este de Marília um dos retardatários, porém, no da cidade Sem Limites, a Secretaria Municipal de Cultura terá que procurar empresas locais, pois o Jurídico recomendou de forma expressa e sem apelação: "Se virem. Tentem junto da iniciativa privada".

Triste sina a da cidade que não joga duro com os insensíveis. Fico cá me perguntando com meus gastos e puídos botões: O que Marília fez para ter aprovado um Edital pros artistas em situação de necessidade diante da pandemia, que Bauru não consegue?

Tem mais, veja como é fácil, lá os artistas se inscrevem neste link: https://docs.google.com/…/1FAIpQLSeilJSW_zAcQaq4Bb…/viewform. Informações adicionais, dúvidas e esclarecimentos deverão ser dirigidos à Comissão de Seleção, no endereço acima mencionado e ou pelo telefone (14) 3402-6600/e-mail: sc@marilia.sp.gov.br, de segunda a sexta, das 9h às 13h

5.) AS VERSÕES PARA UMA MESMA FOTO
Ontem foi o dia de reabertura dos shoppings centers em Bauru e uma foto, de autoria por mim desconhecida, viralizou pela cidade, causando alguma comoção: fila imensa pouco antes da reabertura das portas do Bauru Shopping, Zona Sul da cidade. Duas vertentes e distintas interpretações: numa a pressa desnecessária de marcar presença logo no primeiro momento e noutra uma justificativa, essa de comerciantes, dizendo tratar-se de lugar amplo, abrigando todos com distanciamento e a fila enganosa, pois também nela funcionários. Enfim, uma retomada cheia de controvérsias e algo que não pode ser negado, no epicentro de uma pandemia.

6.) AH, ESSA JUVENTUDE NOS SURPREENDENDO POSITIVAMENTE
A jovem Laura Sabino, creio eu menor de idade, disse tudo e melhor do que tenho feito até então. Essa a pegada, estamos esperando o que mais? Nada, vamos todos pro enfrentamento. Amanhã poderá ser tarde demais. Ela foi mais que convincente... Eis o link dela: https://www.youtube.com/channel/UCCmh3nJayT-7jEM6hg2vP9Q/videos

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