sábado, 18 de novembro de 2023

OS QUE FAZEM FALTA e OS QUE SOBRARAM (180)


QUATRO HISTÓRIAS RECOLHIDAS DAS RUAS PELO MAFUENTO HPA E DOS MOTIVOS DA INSISTÊNCIA EM DELAS NÃO SAIR, CUSTE O QUE CUSTAR
Sou assumido rueiro e é das andanças onde flui as minhas melhores histórias. Em cada uma das aqui retratadas, com textos curtos, se for parar e refletir, dariam histórias bem mais longas, envolventes e a decifrar, desmembrar detalhes destes onde cavo meus escritos.

HISTÓRIA UM:
Impossível se mostrar indiferente diante do "Carro da Limpeza", como denomina seu automóvel de serviço, o Daniel, idealizador da ideia e que, assim ganha a vida, expondo sua critividade, como um imponente carro alegórico, circulando por todos os cantos de Bauru. Quando lhe pergunto se já rodou pela região, diz ter muita vontade, mas não pode, pois pela quantidade de produtos expostos na parte externa, não teria como, além de voarem todos na pista, tem ciência da proibição. Assim restringe seu trabalho pelos bairros da cidade, como hoje, lá nos altos do jardim Bela Vista, chamando muito a atenção por onde passava. Daniel diz ter de tudo um pouco, daí, quando criou o nome diz ter mais produtos que muitas lojas estabelecidas e não rodantes.

HISTÓRIA DOIS:
Amigo me apresentou o picolé do Zé, lá nos altos do Santa Edwirges e, além de consumir dois deles, ouvi a história do filha do Zé. Conto o que sei e do imediato envolvimento. O Zé é sorveteiro, velha cepa e depois de algum tempo rodando pela aí acabou se estabelecendo por lá, avenida engenheiro Paulo de Frontim, quadra 18 e tudo ia bem. Ele faz exclusivamente picolés, assim prefere, ao invés dos de massa. Vende muito, pois seu produto é gostoso e, principalmente barato. Caiu nas graças da população da região e seu espaço vive cheio. Até tempos atrás suas portas estavam sempre muito abertas, mas de uns para cá, teve que optar e fechá-las, pois após 3 seguidos assaltos e perdas materiais de monta, hoje atende por uma abertura na porta principal. Contam, ele e alguns vizinhos, que no último final de semana as filas diante de sua porta eram grandes, até virando o quarteirão. Não era pra menos, pois o calor é tórrido, principalmente na periferia da cidade, onde o ar-condicionado é produto de luxo. Eu estive lé e fui convidado a adentrar o estabelecimento após uma conversa inicial. Ela, a filha do Zé se desculpou, mas estava sózinha e após o revés, não tinha mais como agir diferente. Assuntei sobre tudo e acabei tirando essa foto da fachada, uma bem simples, com letreiro já desgastado e representando pouco do sucesso que o Zé faz, principalmente, como faz. Logo na entrada me pergunta se irei comprar só uns ou levar mais, pois na quantidade outro preço. Acabo eu e o amigo Kyn Jr, chupando cinco e o desconto foi pagarmos somente quatro. Zé tem algo que é a cara da periferia desta e de outras cidades, principalmente as de grandes centros, onde tudo foi alterado e condicionado àa condições existentes. Vive-se assim, desta forma e jeito, com muita apreensão e preocupação, sendo, fazendo e acontecendo, com bastante criatividade, vontade, mas contido pelo que ocorre do lado de fora de sua porta. O picolé do Zé é uma delícia.

HISTÓRIA TRÊS:
Ele sempre está por ali, no cruzamento da avenida Nações Unidas com rua Inconfidência, vendendo algo que todos querem muito momento, água gelada. Porém, ele vende cada uma a dois reais e mesmo vendendo todo seu estoque, leva muito pouco para sua casa. Ele é persistente, insiste e não desiste. Tudo o que deseja é ir além deste serviço de sol a sol. Já tentou outros, mas não conseguindo, volta a buscar água num preço onde ao menos consiga tirar R$ 1 real em cada venda, mas ainda tem o gelo, outra despesa. Não mentaliza isso tudo na hora de sair pro trabalho, pois mesmo neste calor de rachar mamona, ele sorri ao ver muita gente parando, algo não ocorrendo nos dias mais frios. Ele vem de longe e para economizar, na maioria das vezes, vem e volta a pé. Eu parei lá e ele me disse isso tudo, mas não podia conversar muito, pois ainda tinha muita água pra ser vendida naquele dia. Eu me fui, parei do outro lado da rua e suando em bicas, me pus a pensar em quantos outros iguais a ele não estão na labuta em tantas outras esquinas desta e de outras cidades.


HISTÓRIA QUATRO:
Na quadra 2 da rua Gustavo Maciel, uma onde existe uma placa, "rua sem saída", pois de um lado a rua Inconfidência e o CIPS, do outro um alto muro da antiga FEPASA, promovendo a interrupção e, consequentemente, desvio pela rua Antonio Alves, para se chegar na quadra 3 e coração da Feira do Rolo. Pois bem, nesta nada movimentada quadra tem um pequeno comércio, onde um morador, revende garapa e faz assentos artesanais de cadeiras. Elas ficam ali expostas e me diz, não pode colocá-las na movimentada esquina, pois não tem tempo para permanecer ali o tempo todo e se assim o fizer, sem ninguém olhando, elas misteriosamente somem, daí expõe seu trabalho diante de sua casa, onde pode vigiar com maior atenção. As vezes ele está por ali sentado, por outras está lá nos fundos, mas atento ao movimento. Vez ou outra aparece algum interessado e dias atrás, quando no CIPs foi entregue cestas de alimentação, o quarteirão esteve lotado, daí ele fica todo envolvido com seu carrinho de garapa. Nos demais, tudo volta ao normal e a vida segue seu ritmo normal, quase parando.

outra coisa
ENTENDA PORQUE TARCÍSIO É UM GOVERNADOR TOTALMENTE DESQUALIFICADOO link é de matéria da Folha de SP e a demonstrar clamaramente como age o ultra-direitista e também bolsonarista. Eles, os tais, não estão nem aí se o que está vindo é para o bem da população. Isto o que menos importa. Importa se quem está possibilitando a obra seja ou não seu aliado. Não sendo, desprezam e dane-se o povo. Este o Tarcísio, atual governador do estado de São Paulo. O interior paulista, reduto fortemente constituído de conservadorismo, elegeu este cidadão e agora, ele mostra sua verdadeira face, a aliada aos piores interesses e propósitos. Este, revelado nesta recusa, somente um destes.

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