sábado, 31 de maio de 2025

COMENDO PELAS BEIRADAS (162)


SÁBADO DE REENCONTROS E MUITA PROSA NA JORNADA DO TRABALHADOR, PARQUE VITÓRIA RÉGIA
Aqui algo destes reencontros, onde vai sendo passado adiante isso do trabalhador estar no epicentro dessa disputa no mundo onde vivemos. O ocorrido no parque Vitória Régia, movimentação capitaneada pela jornalista Camila Fernandes, do Sindictao dos Jornalistas Profissionais e junto dela, muitas entidades, sindicatos e associações, todas com vinculação à luta do povo trabalhador, é mais do que agragador. Faço uso da palavra lá no evento e digo, mais ou menos o que aqui escrevo. 

Ainda bem conseguimos vir pras ruas neste mês de maio, mesmo sendo no seu último dia, hoje 31/05. Maio sempre foi um mês de luta e resistência da classe trabalhora. Estar nas ruas e mostrar não só força, mas também união é sinal de continuarmos inseridos no contexto da luta entre o capital e o trabalho. Tudo muda, sinal dos tempos e mesmo, quando leio estarmos perdendo o bonde da História, com um discurso ainda tendo como epicentro algo em plena mutação, temos que ter em mente mais que isso, o fato da exploração continuar e até mais acelerada e daí, termos que ir buscar formas de se comunicar e passar a mensagem.

Estamos todos um pouco atrasados, porém, como aqui visto, todos envolvidos nessa luta e isso é bom, pois esmorecer e se aquietar é muito pior. A retomada desse trabalho nas ruas se faz mais do que necessário. Nos desunimos demais nos últimos tempos. Cada qual com uma culpa sendo assumida e que isso não seja motivo para entregarmos o jogo, pois ele está em curso. Tomaram a dianteira, mas não ganharam a partida, muuito menos o campeonato. Ver um acontecimento com o de hoje, esse congraçamento e troca de prosas, revendo gente querida e tantos dispostos a continuar arregaçando as mangas e indo à luta é mais que ótimo. Desunidos não chegaremos a lugar nenhum e a derrota virá mais rapidamente. Unidos, mesmo com muita divergência é algo feito a vida inteira. Deixemos de lado as diferenças e com as convergências aqui estamos, lutando e esgrimando com o dragão da maldade, que não arrefece e nem nos dá trégua.

Se foi conseguido erguer algo tão significativo, com tanta gente envolvida, isso tem que continuar, ser mais significativo e cada vez mais representativo. De um evento dentro do mês do trabalhador, poderíamos pensar em fazer mais, algo como um ato todo mês, talvez em locais diferentes, principalmente nos bairros populares. Ainda mais porque, vemos que, do outro lado algo também acontece e seguem em frente. Agora mesmo, depois do encerramento deste evento/ato no Vitória Régia, tem outro já marcado e pronto para ocupar o mesmo espaço onde estivemos. Igrejas evangélicas agendaram o espaço e estarão aqui pregando. A pregação deles, como se sabe, não é somente de fundo religioso, mas transformador no que querem fazer deste mundo, um onde o trabalhador não mais terá voz e será somente participante, com script já determinado, sem voz, aceitando tudo o que lhe é imposto por uma entidade superior. A luta dos que aqui estão prega como ação algo bem diferente disso. Não esmorecer é a palavra de ordem. Não desistir e continuar na lida e luta. Só assim, dias melhores poderão despontar no horizonte, do contrário, o "terra arrasada" será o que teremos pela frente.

Além dessa minha conversa, fotos registradas por mim do que vislumbrei botando o bloco na rua:







sexta-feira, 30 de maio de 2025

PRECONCEITO AO SAPO BARBUDO (215)


OBA! O LEITE "TERRA VIVA", DO MST VOLTOU A SER VENDIDO NO SUPERMERCADO SÃO JUDAS
Meses atrás a venda especificamente deste leite parou de ser comercailizaada no supermercado São Judas Tadeu, ali na rua Primeiro de Agosto, centro de Bauru. Inveterado consumidor de leite, era este o meu preferido. Conheci algo mais da cooperativa dos Sem Terra que o produzia e escrevi por aqui, tentand osaber dos reais motivos da paralisação da comercialização. Neste país, hoje dominado por pressões e receios, não havia passado desapercebido poder ter ocorrido algum tipo de pressão junto ao pessoal do mercado. Aqui mesmo, em relatos feitos por outros consumidores, alguém escreveu: "Fui abordado por alguém na fila e perguntado se sabia a origem do leite que comprava. Disse que sim e que o comprava exatamente por causa disto". Era também o meu caso.

Pois bem, o leite ficou bem uns seis meses sem ser comercializado e assim como desapareceu, voltou. Quem descobriu o retorno foi o ex-vereador José Eduardo àvila, o memorialista da vila Antarctica e adjacências, morador da Batista de Carvalho, imediações do Cemitério da Saudade, ou seja, proximidades do mercado. Falávamos disso e dias atrás lhe perguntei sobre o desaparecimento. Pois não é que ele foi lá e disse que ele havia voltado a ser vendido. Fui lá e comprei logo uma caixa, tendo leite para os próximos 40 dias.

Não sei o que de fato ocorreu neste interregno, mas sei que, como no dito popular castelhano, "eu não acredito em bruxas, mas sei que elas existem", tudo pode ter acontecido. Semana passada um leitor do JC, em missiva publicada rebatendo um escrito meu, escreveu algo sobre o pensamento reinante em parcela significativa do povo brasileiro a respeito do MST. Querendo se mostrar patriótico - na verdade, patriotário -, o leitor lascou essa quando viu o vice presidente da República, Geraldo Alckmin apertar a mão de representantes do MST na Feira Popular pela Reforma Agrária, evento anual que acontece no Parque da Água Branca em São Paulo. Lula viajando, Alckmin foi lá fazer a visita, o que incomodou o vetusto fundamentalista. "Lula posando em fotos e desfiles ao lado de ditadores e seu vice, Alckmin ao lado de terroristas. Tem foto, viu".

A imbecilidade brasileira anda muito por este viés. Lula visitou o Rússia, na comemoração dos 80 anos do fim do nazismo, onde foram eles, os russos os maiores responsáveis pelo fim da guerra. E por que não reverenciar isso? Da Rússia, Lula foi pra China, onde fechou os maiores acordos comerciais dos últimos tempos. E por que não deveria ir? Lula não visita ditadores e sim, representantes de países. Neste momento, virar as costas para a China é mais que burrice, pois essa caminha a passos largos para ser a maior potência mundial, assumindo papel até então ocupado com mão de ferro pelos EUA.

O caso do leite "Terra Viva" eu o uso para demonstrar bocadinho da mentalidade hoje vigente neste país, que pelo visto, parcela deste, com a cabeça já devidamente feita ao longo do tempo, continuará tendo visão tacanha de tudo o que possa resvalar em ter proximidade com a esquerda. Não consomem o leite por puro preconceito, algo já cristalizado dentro dessas mentes. Imagina o que é para estes reconhecer que Lula é um estadista como poucos hoje em atividade no mundo, fazendo com que o Brasil volte a trilhar caminhos de altiva soberania e sem estar atrelado "unha e carne" com os EUA, adoração de gente como Bolsonaro, Milei e devotos dos "adoradores de pneus".

Bom, o leite voltou à minha mesa e dele já faço uso novamente, contaminado que fui por ele, desde quando o descobri. Será ter sido introduzido algo nele, algum chip molhado em suas entranhas e desta forma, fui sendo pouco a pouco, induzido artificialmente a não mais querer consumir outro? Penso nisso, enquanto tomo minhas duas canecas dee leite diários. Pelo que sei, o MST é apenas mais uma ponta desse rabinho saindo debaixo do tapete, do conservadorismo tacanho dessa ultradireita bestial. Uso o caso do leite só para poder continuar discutindo este tema mais abrangente, envolvente e dilacerante dos descaminhos brasileiros.

UMA CARTA NÃO PUBLICADA SOBRE O MESMO ASSUNTO, QUANDO DESSA NÃO REALIZADA VISITA DO VICE-PRESIDENTE ALCKMIN À BAURU NESTA SEXTA
Lacrando meus escritos de hoje, reproduzo aqui carta de minha lavra, enviada para o JC na tarde dessa última quinta, 29/05, quando tomei conhecimento que o vice-presidente Geraldo Alckmin estaria em Bauru para inaugurar algo. Acabou não vindo, pois pelo que li na imprensa teve um mal súbito em Brasília, precisando ir num hospital e cancelou sua agenda de sexta, onde nessa estava incluída a vinda para Bauru. Converso com o pessoal do JC e decido, assim sendo, pela não publicação. Porém, aqui publico o que enviei, até para continuar na mesma linha do texto aqui já publicado sobre o retorno do leite "Terra Viva" nas prateleiras de um supermercado na cidade, após meses sem vê-lo por lá. Aproveito no texto para escrevinhar algo sobre como tratamos alguém, em diferentes fases de sua vida, em alguns momentos mais conservadores, noutros já nem tanto. Agora mesmo, o deputado Aldo Rebelo, ex-comunista, por quem no passado já nutri e escrevi favoravelmente, hoje perfilado com o bolsonarismo, piorou a olhos vistos. Bom discutirmos isso tudo, junto e misturado. minha carta não publicada tenta algo neste sentido:

O ALCKMIN DE HOJE
O ex-governador, tantas vezes criticado por mim no passado, hoje vice-presidente da República estará em Bauru nesta sexta, 30/05. Antes, o enxergava como um empedernido direitoso, comprovado por atitudes como a da desapropriação do Pinheirinho. Alckmin foi adversário de Lula, porém convidado para ser seu vice, desagrada parte representativa do conservadorismo mais retrógrado paulista. O vejo hoje atuando bem diferente de antes. Calmo, moderado, vivenciando presencialmente os tais confrontos básicos e interesses em jogo, não tem decepcionado. Continua um liberal, porém, não mais com aquele ranço e perspectiva anterior.

Nunca carta na Tribuna do Leitor semana passada, alguém expunha algo a respeito, quando dele escreveu: “Lula posando em fotos e desfiles ao lado de ditadores e seu vice Alckmin junto de terroristas. Tem foto, viu”. Felizmente Alckmin superou essa fase rasa, tacanha e restrita de enxergar e praticar política. Avançou e quando esteve cumprimentando membros do MST na Feira Popular pela Reforma Agrária, recinto da Água Branca, em São Paulo, o fez por estar ciente do papel deste movimento hoje, longe de ser terrorista, mas com cooperativas e assentamentos atendendo prontamente interesses de abastecimento agrícolas para parte significativa da população. Terrorismo é não enxergar nada de positivo em seu ato.

Nada do que fez no passado foi apagado, porém ele avançou e superou algo ainda não compreendido pela ultradireita brasileira. O país continuará travado e sem esperanças enquanto não superarmos essa fase. Não enxergar em Lula um avanço desmedido nas relações governamentais é o mesmo que continuar acreditando que a Terra é plana e Bolsonaro um inocente. Nem Alckmin, nem o próprio Lula representam a esquerda, porém, quando unidos os vejo trabalhando pela diminuição de nossas diferenças e antagonismos. E isso é altamente positivo para o futuro do Brasil.
 
Munido deste espírito, recepciono positivamente Alckmin e fico apreensivo com quem, diante de tudo o que já tivemos oportunidade de presenciar de mudanças positivas, as desmerece em favor de continuar dando murro em ponta de faca. Alckmin foi um dos que mudou. Felizmente, para melhor. Outra pessoa dos seus tempos de governador. Isso pode ser facilmente percebido por todos que dele se aproximam para uma prosa. 
Henrique Perazzi de Aquino, professor de História e Jornalista (www.mafuadohpa.blogspot.com).

OBS final deste HPA: Não morro de amores pelo Alckmin, mas impossível, fazendo uma relés comparação de como atuava antes e como atua agora, significativa mudança. Essa proximidade com Lula e com tudo o que veio junto dela, talvez o tenha feito entender que, mais do que confrontar, a belezura de entender o contrário, se colocar em seu lugar e a partir daí, dialogar. Se isso vai perdurar com Alckmin, só o tempo dirá, mas no momento, ele é infinitamente melhor que dantes. Mudanças para melhor são sempre assimiláveis. Entendo assim.

POR QUE ESTE PESSOAL DIRIGINDO A "CULTURA" PÚBLICA EM BAURU PROMETE TANTO, ESTABELECE PRAZOS E DATAS, PORÉM NÃO AS CUMPRE
A classe artística espera, espera e espera. Pouco acontece e quando acontece decepciona. Quando algo é contemplado, gera dúvidas, pois em alguns casos até na concessão do direito para beneficados pelo quesito de cor, beneficiados declarados como pessoas negras. É uma sucessão de erros grosseiros, falácias, promessas e assim, a "Cultura" em Bauru vai sendo empurrada com a barriga do sectário, ops, digo, Secretário de Cultura. Nada muito esclarecido, tudo oculto e datas postergadas. Sem nenhuma transparência, tudo segue sendo decidido de forma oculta, por um grupo a entregar tudo a conta gostas, mediante conveniências. E assim chegamos ao final de maio, com todos os museus indefinidamente fechados, obras destes todas paralisadas e segundo ciclo da Lei Aldir Blanc sem programação de divulgação. Até quando?

quinta-feira, 29 de maio de 2025

FRASES (257)


AH, COMO GOSTO DE LUIZ FERNANDO VERISSIMO, O LEIO DESDE SEMPRE...
Luis Fernando Verissimo não escreve mais, as palavras escapam, e não toca mais sax, diz a sua mulher Lúcia
ARTIGO | Eugênio Bortolon
Ela conta a rotina do grande cronista e escritor, que completa 89 anos este ano
Luis Fernando Verissimo está com 88 anos e tem uma rotina interessante e bem doméstica. Ocupa quase todo o seu tempo sem sair da casa que herdou do pai, Erico Verissimo, no bairro Petrópolis, em Porto Alegre, sempre acompanhado pelos olhos vigilantes, carinhosos e sorridentes da sua mulher, a carioca Lúcia Helena Massa, com quem está casado desde 1963. Foi de tudo na vida das comunicações, mas ironicamente com suas maiores características – o silêncio, a timidez e as poucas palavras que ousava proferir. Era lacônico.
“Nunca fui muito íntimo de mim mesmo, nunca examinei o que eu fiz, o que eu deixo de fazer”, disse quando completou 80 anos. Lúcia, hoje, é a sua voz, a sua razão de fazer a sua vida andar com calma e amor e, com saúde, com as dificuldades habituais e naturais das sequelas que enfrenta da doença de Parkinson e do AVC, que sofreu em 2021, e que o obrigou a ficar vários dias internado em hospital da Capital, além do marcapasso colocado em 2012 e da lombalgia que o impede de ser ágil. Mas ele sempre foi calmo e tranquilo até para caminhar, desde que o conheço há quase 50 anos.
Leia na íntegra em #BdFRS.
.https://www.brasildefato.com.br/.../luis-fernando.../

ENQUANTO ERAM SÓ OS LIVROS IA BEM, MAS QUANDO PASSOU A ADQUIRIR BENS, DAÍ DANOU TUDO
Enquanto eu não tinha mais do que uma cama e alguns livros, eu era livre — e feliz.
Mas bastou adquirir nove galinhas e um galo para minha alma ser corrompida. A propriedade me deformou. Tornou-me cruel.
Para cada nova galinha que comprava, amarrava-a por dois dias a uma árvore. Era meu método brutal de apagar da memória frágil do animal qualquer vestígio de afeto pelo antigo lar.
Remendei cercas, levantei barreiras, erigi muros não apenas contra as raposas — de quatro ou de duas patas — mas contra a própria ideia de vizinhança.
Tracei uma linha entre mim e o outro. Uma linha invisível, mas carregada de veneno.
Dividi o mundo: de um lado, eu — proprietário. Do outro, os que podiam me roubar. Inventei o crime. E com ele, nasceu em mim o medo.
Passei a lançar sobre o mundo um olhar hostil. O vizinho, antes indiferente, tornou-se ameaça.
Seu galo — mais velho, mais viril — pulou a cerca e roubou minhas galinhas. Atirei pedras. Reivindiquei os ovos.
Ele me odiou. Eu retribuí. Seus olhos agora espreitam a cerca como os meus: cheios de desconfiança.
Suas galinhas cruzaram a fronteira e devoraram o milho dos meus. Enfurecido, matei uma. Ele não aceitou dinheiro.
Retirou o cadáver como se fosse um mártir. Exibiu-o aos amigos. E o que era um desentendimento virou lenda: eu, o brutal.
Aumentei as cercas. Redobrei a vigilância.
O vizinho tem um cão. Eu, em breve, terei um revólver.
Onde está a paz de antes? Onde está aquele homem que lia, sonhava e dormia em silêncio?
A propriedade me envenenou.
Já não sou apenas um ser humano.
Sou um dono.
E o mal tomou conta de mim.

LIVROS SALVAM VIDAS E DÃO ESPERANÇA PARA SONHOS E REALIDADE
“Dormia numa estação de comboios... e acabei por abrir uma biblioteca para os sem-abrigo. ”
O meu nome é Andrés Solano e, por quase dois anos, a minha casa foi um banco de madeira na estação central de Buenos Aires.
Não cheguei lá por causa das drogas, nem do álcool. Aconteceu porque a vida se desmoronou: perdi o emprego, depois a casa e depois... orgulho.
Todas as noites eu cobria-me com um casaco alheio e tentava manter a dignidade no meio do barulho, do frio e da indiferença.
A única coisa que me manteve são foi um livro antigo que encontrei num contentor. Era um romance empenado, sem capa. Mas eu lia-o como se fosse oxigênio.
Quando o terminei, li outro. E outro.
Comecei a trocar livros com outras pessoas em situação de rua.
Uma noite, um deles disse-me:
— Nunca tinha terminado um livro. Obrigado, meu.
Aí eu soube que, mesmo entre ruínas, havia algo que eu ainda podia dar: conhecimento.
Não tinha casa, mas tinha um propósito.
Com a ajuda de um voluntário, fundamos uma pequena biblioteca móvel num carrinho de supermercado.
Livros doados, protegidos com plástico, emprestados a pessoas que não tinham endereço, mas tinham histórias para contar.
Moviamo-nos de estação em estação, compartilhando palavras com os esquecidos.
Hoje, a Biblioteca Invisível tem três sedes fixas e centenas de livros em circulação.
Mas, mais importante, devolveu nome, voz e esperança àqueles que o sistema apagou.
Não tem grandes títulos.
Só o orgulho de ter despertado a alma daqueles que só dormiam para esquecer.
“Dormia entre comboios... e aprendi que, às vezes, uma página pode ser o primeiro tijolo de uma nova vida. ”
via Livro Azul II
art: I.A

UM DELEGADO CONTRA A REVISTA PIAUÍ, AINDA O CASO DO HACKER, SUPOSTAMENTER TAMBÉM CONTRATADO PELA PREFEITA BAURUENSE, SUÉLLEN ROSIN
COMO UM AGENTE DA LEI ABUSA DO PODER POLICIAL PARA CERCEAR O TRABALHO DA IMPRENSA
"A polícia tem direito de investigar, mas agentes públicos não podem se valer de acessos privilegiados para promover intimidações e perseguições"
- Katia Brembatti, presidente da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji)
Leia: https://piaui.co/43G46TV

quarta-feira, 28 de maio de 2025

DICAS (257)


FICÇÃO SATÍRICA

APROVEITOU VIAGEM DO PREFEITO E MUDOU TUDO
Foi um insólito acontecimento. Até então ninguém havia percebido que o vice-prefeito tinha posições tão diferentes do mandatário maior, eleito pelo voto popular. Ele, o vice, estava junto do prefeito desde seu primeiro mandato. Estavam no segundo e com pouco menos de um ano de trabalho nessa continuação de trabalho, o prefeito até então solteiro, mesmo tendo namorado muito, decidiu intempestivamente se casar e para surpresa geral, com uma então secretária de seu governo. Foi algo repentino. Mesmo namorador, com vários casos conhecidos, nunca explicitou algo com alguém de seu staff. Agora foi ao estilo vapt-vupt, de uma hora para outra, namorou e inesperadamente anunciou o casamento. Surpresa geral. Comentários de toda espécie surgiam por todos os lados. Num deles, o mais sórdido era que ele havia engravidado sua subordinada.

Disso ninguém tinha certeza. E assim, diante de muita expectativa o casamento aconteceu. Até então o vice-prefeito estava lá na sua função de fazer quase nada, dedicando-se com afinco às suas atividades profissionais extra função pública. Recebia de ambas, mas na pública, pouco envolvimento, quase nenhuma atividade, pois o prefeito era destes tido como "caxias" e não deixava brechas, quase nenhuma oportunidade de mostrar serviço. Conformado, quase resignado, não demonstrava descontentamento. Aceitava tudo pacificamente, sem esboçar reação negativa. Na verdade, ninguém sabia direito de seu comportamento, pois como pouco comparecia ao local de trabalho, era também tido como figura meio que decorativa. Não criava problemas. A situação lhe parecia até cômoda.

O casamento se deu e o vice convidado, compareceu, apareceu em muitas fotos, sempre com sorriso no rosto, esbanjando simpatia. Passado alguns dias, o prefeito capitulou e viu que se fazia necessário desfrutar de uma lua-de-mel. Tinha férias em haver. Optou por duas semanas longe da cidade. Iria para o exterior, onde os olhares de conhecidos é quase imperceptível. Evidentemente, sua secretária fez o mesmo. O fato não causou nernhum problema, do tipo empecilhos causados por oposicionistas. Neste momento, após um casamento, não havia mesmo motivo para se mostrar criador de problemas. 

E desta forma, o vice-prefeito, teve que por alguns dias se desvencilhar de suas atividades profissionais e assumir a Prefeitura naquele curto período de tempo. A viagem se consumou e o destino dos pombinhos não foi anunciado, enfim, não queriam ser importunados, muito menos bisbilhotados. Voaram para destino incerto e não sabido. O vice-prefeito, sempre com aquele jeitão desprentensioso, esperou a poeira baixar e após se certificar de que a viagem de fato foi consumada e o casal estava bem longe de solo pátrio, se aconchegou na poltrona e chegou na conclusão até então tão esperada: havia chegado o seu momento. 

Até então, o prefeito tinha tomado decisões um tanto estapafúrdias, na verdade descabidas na concepção de muitos. Como tinha maioria da Câmara de Vereadores, tudo que para lá enviava, mesmo proposituras sem pé nem cabeça, a  aprovação era imediata, feita de forma sem nenhuma discussão interna. Da última conseguiu aprovar um valor descomunal para um departamento, algo sem lastro, muito menos projeto o viabilizando. Nada disso se fazia necessário, mesmo evidenciando-se algo vergonhoso. A grita da pequena oposição era muito grande, demonstrando a irracionalidade do aprovado, mas nada disso era levado em questão. O que valia mesmo era o montante de grana adentrando os cofres e a disposição para gastá-lo o mais rápido possível. A pretensão era essa, porém não deu tempo da grana chegar aos cofres municipais. Os trâmites, nem sempre muito rápidos, só seriam possíveis bem depois do retorno da tal viagem. Sim, os planos eram estes, viajar e depois, arredondar o formato para recepcionar o dinheiro e gastá-lo, como os planos, ou seja, sem nenhuma planificação. 

Tudo transcorria da forma mais normal possível, com os informantes sempre atentos e informando o prefeito de todas as diárias ocorrências. Estes pedirão para ser comunicados só em caso muito grave. Assim sendo, nos primeiros quatro dias, desfrutaram da viagem sem sobressaltos. Neste quarto dia, algo surpreendente ocorre e dessas coisas que, ninguém esperava ser necessário ocorrer neste curto período. O então prefeito, marca e acontece um reunião secreta com os vereadores. Ninguém sabe o que foi discutido. Alguém vazou dela ter ocorrido e foi só. No dia seguinte algo começou a se descortinar. O então prefeito envia como sempre ocorria, mais um projeto destes montados em cima da hora, com redação pífia, poucas linhas, sem consistência, mas muito bem definido. Nele estava estabelecido que duas aprovações recentes, altos valores, uma para tratar o saneamento básico e outra a do empréstimo já aqui citado, estavam sendo desfeitas. Nenhum desdobramento ou utilização de outra forma, simplesmente canceladas.

Como já era praxe naquela Câmara, uma sessão extradordinária foi convocada e no sexto dia deste mandato extraordinário, os vereadores se reuniram e num tempo record, com menos de uma hora, aprovaram tudo e mais algo novo. Ficou também estabelecido que, a partir daquela data, ficariam a encargo deles o estabelecimento e implantação liberada de emendas propositivas no orçamento, sem necessidade de passar pelo crivo do mandatário eleito. Um acordão entre as partes. Até a oposição, que já não agia assim como uma efetiva oposição, pois representava uma minoria, aceitou tudo e a votação foi unânime e incontestável. O prefeito em viagem foi comunicado do golpe recebido e mesmo tentando falar com os vereadores, até então considerados subservientes, não atenderam nenhuma ligação. 

A viagem de volta foi antecipada, porém, só concretizada dois dias antes de vencer o prazo  acordado de substituição. Chegou o fato já consumado. De agora em diante, ele não mandava mais no quesito dinheiro público, tudo agora repassado para a mão dos vereadores e este, a partir de então, uma espécie de "Rei da Inglaterra". A mídia local, que até então fazia ouvidos mouco para o procedimento do prefeito, intitulou o ocorrido como "golpe dentro do golpe", Ou seja, depois do fato consumado, resolveram desdizer do que até então ocorria. Não se sabe o que ocorreu depois, como foi feito o acordo com os vereadores revertendo a dinheirama que entraria para os cofres da Prefeitura e agora então no deles. O fato é que, o prefeito que estava com pretensões de se firmar, ele e sua famiglia fincando raízes profundas e indissolúveis, agora tinha pela frente algo inusitado. E o que aconteceu com o vice-prefeito? Pelo que se sabe nem reencontrou com o prefeito em seu retorno. Voltou para suas atividades, muito mais lucrativas que as na função pública e pelo que se conta, ria à cântaros, dizendo para os mais chegados, sempre em off: "Menosprezou minha participação até não mais poder. O troco foi dado com luva de pelica".

OBS 1: Reafirmando para dirimir qualquer tipo de dúvida. Qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência". Dizem também, que mais dia menos dia, quem muito quer, na primeira oportunidade, vê a viola em cacos. Será?!? 

OBS 2: Nós já tivemos, isso fato real em Bauru, um prefeito que em dois seguidos mandatos, por conhecer muito bem seu vice, não tirou um só dia de férias, não possibilitando que ele assumisse a cadeira de prefeito nem por um segundo. Na ficção, uma provável possibilidade de quando um vice, dito e visto como tranquilão, inexpressivo, assume. Tudo pode acontecer nestes momentos.

OBS 3: Sei, muitos escreverão ser este HPA um desprezível ficcionista, história chinfrim. Concordo em genero, número e grau. Eu tento, tento, tento e o que sai é isso. Sofrível, né!

OBS 4: As ilustrações foram gileteadas do La Flaca, publicação satírica republicana catalã das mais importantes no período 1868-1874.

terça-feira, 27 de maio de 2025

DIÁRIO DE CUBA (256)*


PORQUE TENHO A PERCEPÇÃO DE QUE TUDO ISSO AINDA VAI ACABAR NUM PLANTÃO POLICIAL
* Leiam tudo com a devida atenção e concluam como acharem melhor. A maioria destes acha Cuba uma cruel ditadura, sem enxergar que muito maior que o que acontece na ilha caribenha, ocorre hoje no nosso quintal e proporcionado a nós pelo político eleito pelo povo brasileiro. Ah, estivéssemos em Cuba!!!

1.) BAURUENSES A CEI QUE INSTALARAM É UM CIRCO, ESTÃO FAZENDO VOCÊS DE PALHAÇOS E SÓ ACREDITA NELA QUEM ACREDITA SACI PERERE E BRANCA DE NEVE
Vejam bem, precisavam 7 assinaturas, apenas 5 assinaram, depois que conseguiram as 7 foi como avalanche e chegou a 15...vejam bem, é formada uma Comissão de 5 componentes e tem preferência partido que teve a maioria de votos na eleição, MAS...os 5 são da base da Prefeita, até agora votaram em absolutamente tudo favorável a ela, inclusive está o líder da Prefeita que ontem esteve no casamento, tirou fotos com a Secretária da SEBES e fez vídeos, é mais fácil acreditar em Saci Perere e Branca de Neve do que acreditar que irão fiscalizar como se espera, não é nem duvidar da honestidade deles, mas estou falando de coerência, se não assinaram pra instalar CEI é porque são contra e não querem investigar, MINHA OPINIÃO VAI SER UM CIRCO COM DIREITO A PIPOCAS !!!

A propósito foi aprovado mais 21 Assessores e custo da BAGAÇA 10 milhões, o bauruense é bonzinho e paga quietinho.
BAURU ACORDA...GLÓRIA A DEUS ALELUIA !!!
Texto de Rafael Santana de Lima e ilustracão mais que precisa de Fernando Redondo .

2.) ISSO É A POUCA VERGONHA INSTITUCIONALIZADA - POR QUE BAURU SUPORTA ISSO TUDO CALADA E SEM REAGIR? ATÉ QUANDO? ALGUÉM TEM DÚVIDA DE QUE ESSA C.E.I. É UM JOGO DE CARTAS MARCADAS?
A ilustração e o texto de Fernando redondo diz muito do que está em jogo.
Quando a base do governo assume a investigação, resta ao cidadão a vigilância e à Justiça, o dever de ir além das aparências
Foi instaurada na Câmara de Bauru a Comissão Especial de Inquérito (CEI) para apurar denúncias de desvio de bens no Fundo Social da Prefeitura. Em tese, uma iniciativa salutar. Na prática, um roteiro arriscado — porque todos os indicados à comissão são aliados diretos da prefeita Suéllen Rosim.
Sandro Bussola, líder do governo, preside. André Maldonado, fiel da base, relata. Pastor Bira, que já foi oposição aguerrida, agora transita com desenvoltura entre os escaninhos da governança. A formação, por si só, despertou ironias. Muitos associaram a cena à parábola dos três macacos sábios: um que não vê, outro que não ouve, outro que não fala.
Mas sejamos justos — e não apenas críticos. Ainda que a CEI esteja nas mãos da base, é legítimo oferecer aos seus membros o benefício da dúvida. Quem sabe, sob o peso dos fatos e da visibilidade, estes vereadores não assumam o papel que o momento exige? Afinal, o que está em jogo não é apenas o desgaste de uma administração — é a confiança do cidadão em suas instituições.
As acusações são gravíssimas. Damaris Pavan, ex-aliada do governo, não apenas denunciou, como afirmou ter participado pessoalmente dos desvios. Mencionou bens doados pela Polícia Civil — cestas básicas, eletrodomésticos, televisores. Informou endereços. Apresentou conversas de WhatsApp com a mãe da prefeita, hoje secretária de Assistência Social. E apontou o envolvimento de "Marcinha", supostamente parente de Suéllen, no recebimento de parte dos itens.
A Polícia Civil já investiga. O Ministério Público também acompanha. São órgãos que não dependem da vontade da base aliada nem das cortinas da política. E é por isso que a CEI, por mais enviesada que pareça, ainda pode prestar um serviço útil: tornar públicas as informações, dar visibilidade ao processo, abrir espaço para que a sociedade pressione por respostas — inclusive dentro do Legislativo.
É possível que a comissão funcione como deve? É difícil. Mas é necessário manter a expectativa de que sim. Porque é justamente nos momentos em que o descrédito é generalizado que atos de integridade inesperados têm maior impacto.
E se isso não acontecer — se tudo não passar de encenação — que ao menos a Polícia e o Ministério Público avancem, desfaçam a névoa e mostrem que o poder público não pode ser confundido com patrimônio de família.
No fim, a política é isso: um palco onde se encenam versões, mas também um tribunal onde a verdade, cedo ou tarde, sobe à tribuna.

3.)
ESSA HISTÓRIA DE TERCEIRO ASSESSOR É MAIS UMA PIADA CONTRA OS QUE BUSCAM UMA BAURU DIFERENTE - O MUNDO POLÍTICO BAURUENSE ESTÁ COMPROMETIDO COM BENESSES E NÃO POR TRABALHO PELA CIDADE
A matéria do Jornal da Cidade, escrita pelo jornalista André Fleury Moraes dá uma primeira impressão do que está por detrás dessa aprovação e para ser completamente entendida e digerida, necessita que se faça um apanhando do contexto geral, dos antecedentes e dos interesses todos em jogo, algo que pode ir sendo construído quando tomamos conhecimento do conjunto da obra, o que fez tudo desembocar nesta aprovação.

OBS.: A foto do vereador no plenário defendendo a aprovação é do JC e aqui está por ser muito representativa, diante de sua fala e logo a seguir, de sua volta à tribuna, para se justificar, tal o desfecho. 

outra coisa
DOIS OUTROS TEMAS CANDENTES E ACONTECENDO PARALELOS A TUDO O QUE OCORREM EM BAURU, OU SEJA, O CONTEXTO NACIONAL E MUNDIAL ESTÁ TAMBÉM UM HORROR

1.) TODOS SABEM PERFEITAMENTE NO QUE ESTÁ SE TRANSFORMANDO OS EUA DE HOJE - UMA REAÇÃO MUNDIAL ESTÁ EM CURSO“Estou empacotando a casa. Sinto-me como alguém fugindo de um regime fascista”.
Foram com essas palavras que um cientista brasileiro de um dos maiores centros
acadêmicos em Boston relatava nesta semana que estava deixando os EUA. Ele e sua esposa, também pesquisadora, tinham optado por abandonar o país, após presenciarem um ataque de Donald Trump contra a ciência e a academia.
Ironicamente, eles e tantos outros tomavam o caminho contrário aos cientistas
refugiados, vencedores do prêmio Nobel e pensadores que foram acolhidos nos EUA a partir de 1930, diante do apogeu do nazifascismo na Europa. Uma acolhida que rendeu à economia americana uma explosão inédita no número de patentes registradas e uma hegemonia no desenvolvimento de tecnologias que definiram o século 20.
Em 2025, o casal optou pela Escandinávia, num fluxo que ganha força a cada mês.
Cientes da fuga de cérebro, a UE criou uma linha de crédito de 500 milhões de euros para universidades que queiram acolher esses cientistas que estavam nos EUA.
O relato do brasileiro foi dado na condição de anonimato, temendo ainda por sua segurança e para evitar que colegas possam ser prejudicados.

2.) TEMOS PARLAMENTOS EXECRÁVEIS EM TODOS NOSSOS PARLAMENTOS, DESDE BRASÍLIA E INCLUSIVE BAURU - ALGUMA DÚVIDA?
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, foi alvo de ataques misóginos e declarações sexistas durante uma sessão da Comissão de Infraestrutura do Senado nesta terça-feira (27). Durante o debate, parlamentares fizeram afirmações ofensivas e preconceituosas. Após deixar a audiência, já do lado de fora, Marina afirmou: “Estou aberta ao debate e ao diálogo.” Independente de ser contra ou a favor de posicionamentos de Marina, uma coisa é debater, contrapor opiniões e outra é o ato criminoso promovido por alguns parlamentares deste país. Algo de igual teor ocorre neste exato momento, espalhados pelos mais diferentes e distantes rincões deste país. É nisso que estamos nos transformando?
Pode ser uma imagem de 5 pessoas e texto que diz "COM INFLUENCIADOR QUE GANHA DINHEIRO EM CIMA DE POBRE COM QUEM DEFENDE O Mogitia MEIO AMBIENTE"

segunda-feira, 26 de maio de 2025

COMENTÁRIO QUALQUER (261)


LACAIOS
"Aldo Rebelo é uma vergonha. De militante contra a ditadura virou lacaio de golpista. Já que ele gosta tanto de semântica deveria orientar seus estudos para o conceito de decadência, que ele simboliza como ninguém", Guilherme Boulos sobre o neo-fascista Aldo Rebelo).

Diante do que vi Rebelo presenciando num julgamento no STF, impossível se mostrar indiferente a essa pessoa, que em tempos idos, muitos acreditaram e cravaram seus votos. Como mudam algumas pessoas. Muito ruim quando para pior. Tem uma frase inesquecível e imortal do grande militante Plínio de Arruda Sampaio, que no passado foi de direita e por fim, a ficha caiu tornando-se aguerrido militante de esquerda. Creio que num debate a governador do estado, lhe questionaram se não tinha vergonha - ou algo parecido - de ter mudado de lado. Ele com sua fleuma e boa consciência, quase rindo respondeu, mais ou menos isso: "Nenhuma. Vergonha teria se fosse o contrário. Quem sai da direita e se transforma num esquerdista deve ser louvado. O contrário é de uma perfidez sem fim, descabida". Isso não me sai mais da mente e uso sempre que posso.

O faço novamente. Gente como Rebelo é mais que o escárnio sendo exposto em praça pública. De militante comunista, se transformando em mais um réles defensor destes tempos bolsonaristas, onde ocorreu algo grandioso no quesito degradação humana. Como pode? Dentro do capitalismo tudo é possível. Dizem que o mesmo é também hoje fazendeiro. Está tudo explicado. Foi tocado pelos tais dos "300 Picaretas", canção do Paralamas, quando Lula afirmou existirem dentro da composição do Congresso daquela época, essa quantidade de lacaios, vendilhões do templo. Hoje são mais e dentre estes, muito viraram casaca.

Escrevo isso e me volto para a Bauru vivenciando os anos com Suéllen Rosin no poder. Não considero como lacaios os funcionários públicos que, sabemos pensam ao contrário do que reza a cartilha da alcaide e ali atuam. Se manter calado, trabalhando quieto é uma coisa, mas vestir a camisa é bem outra. Os que vestem a camisa, se expõem como defensores, estes sim são lacaios. O fazem pelos salários e talvez por imposição, aceitando a dócil mudança como algo normal. Pelo salário e necessidade de sobrevivência humana sim, mas aceitar atuar ao lado de quem sabe-se joga contra os interesses populares é bem outra coisa. Muitos vivenciam ambas as situações e qualquer leigo sabe distinguir o joio do trigo. E dos que, beneficiados por alguma iniciativa advinda da atual administração, uma lei de incentivo, a partir daí mudam de postura, se calam e nada mais falam. Se até o momento de ser contemplado, o fato de ter sido beneficiado o fez se calar, diria simplesmente, sem palavras. Muitos nessa situação. A sobrevivência é mesmo algo, em alguns momentos, pernóstico e degradante. Ninguém sabe ao certo até onde o calo da pessoa aperta e qual o grau de envolvimento disso tudo em suas atitudes.

Observo esses movimentos. Não cito nomes. Quem age assim deve ter, no mínimo, alguma dor de consciência. Muitos destes só se calam, mas pior mesmo é os que se declaram favoráveis. Leio sobre o fim das ideologias e que, o que manda mesmo é a grana no bolso. Não, isso nunca vai ser o imperativo. Quem teve algum tipo de construção/formação de vida familiar e escolar em sua fase tenra, sabe muito bem discernir o joio do trigo. E se sabe e se vende, é lacaio. Hoje, diante de tantas influências e ofertas não é mesmo fácil permanecer firmemente defendendo um ponto de vista, que mesmo certo, se tornou minoritário dentro de tanta perversidade e sacanagem explícita ocorrendo pela aí.

Não dá para tapar o sol com a peneira, estamos rodeados de lacaios, gente que, age igualzinho, até pior que Aldo Rebelo. Navegam hoje no bem bom, mas seus nomes já estão mais do que inscritos no rol dos que, não só se bandearam para o outro lado, como ajudaram a cravar a estaca nos costados da classe trabalhadora e nos interesses populares. A estes, eles todos sabem o que representam, deve-se sempre, no mínimo, quando diante destes, demonstrar repugnância. Duvido que lá no fundo não tenham muita dor de consciência.

E ALGO DA FAMÍLIA BUSCAPIX
No Brasil, décadas atrás, teve um seriado chamado Família Buscapé.
Nunca vi, mas sei de muita gente que viu e lembra bem.

Uma familia de FASCISTAS - VAGABUNDOS - LADRÕES que estão como parasitas do estado brasileiro há décadas. De um tempo pra cá se os verminosos transformaram-se na família BUSCAPIX.

E o Gado deixa de comer para fazer suas doaçõs para os criminosos.

E PRA LACRAR, ALGO DE UM CONVICTO DEFENSOR E ATUANTE PELA CAUSA PÚBLICA DESTA CIDADE - TEXTO E ALGO DE COMO AGE RAFAEL MOIA FILHO
"Seis meses após o término da campanha eleitoral e das eleições municipais constato que a promessa da construção de um Hospital Municipal, exaustivamente usada na campanha, ainda é um sonho de uma noite de verão. Vejam a situação atual manifestada pela Prefeitura entre outra perguntas feitas por mim via Lei 125237/11 - Lei da transparência:
Seu documento eletrônico, referente Solicitação de Acesso a Informação (SIC), foi movimentado e há uma notificação para você:
Prezado Senhor,
Seguem as respostas:
1º Licitação para construção do Hospital Municipal;
R: : Nenhum processo em trâmite na Divisão de Licitação que contemple o objeto;
2º Licitação para implantação do Vídeo Monitoramento;
R: As informações pertinentes à licitação de videomonitoramento (datas, editais, etc), encontram-se disponíveis no site da Prefeitura Municipal de Bauru através do link https://www2.bauru.sp.gov.br/administracao/licitacoes/licitacoes.aspx?t=2&ft=4&fp=vigil%c3%a2ncia
3º Valor atual arrecadado do Fundo Tratamento de Esgotos (FTE);
R: O Departamento de Água e Esgoto (DAE) de Bauru informa que o saldo atual do FTE em 31/03/2025 era de R$ 264.738.926,15, conforme demonstrativos publicados mensalmente e disponíveis no portal da transparência do DAE, podendo ser acessados por meio do seguinte link: https://transparencia-daebauru.smarapd.com.br/#/fixo/ldo/FTE.
4º Processo de troca da iluminação da cidade por Lâmpadas de LED;
R: O Processo licitatório está aberto e pode ser acompanhado através do link https://www2.bauru.sp.gov.br/.../licitacoes_detalhes.aspx...
5º Situação atual da limpeza prometida para o Rio Batalha e seus afluentes quando da estiagem de 2024?
R: Referente à limpeza da Lagoa do Rio Batalha, no âmbito do DAE, foi realizada a limpeza superficial da lagoa por meio do Contrato DAE nº 41/2024, disponível no portal da transparência do DAE em https://transparencia-daebauru.smarapd.com.br/..., o qual contemplou a remoção de aproximadamente 60 toneladas de algas macrófitas superficiais.
Atenciosamente,
Prefeitura Municipal de Bauru", RAFAEL MOIA FILHO.

domingo, 25 de maio de 2025

DOCUMENTOS DO FUNDO DO BAÚ (205)


HOJE NÃO ESCREVO NADA, REPRODUZO TRÊS TEXTOS ONDE ASSINO EMBAIXO:
1.) CLT, POR WELLINGTON LEITE
VÍRUS INFORMACIONAL
No começo do ano, ouvi de uns alunos o comentário sobre CLT ser xingamento. Depois, esperando meu filho na porta da escola, de novo. Assim: - fulano é burro, vai ser CLT.
Resolvi confirmar com o meu mais velho, de 14 anos. Era verdade, ser CLT era sinônimo de fracasso, burrice.
Conversei com ele, expliquei tudo e ele, pasmo, se sentiu enganado. Malditos bolsonaristas, xingou.
Anteontem, meu mais novo (com 11) perdeu uma coisa e ficou fuçando nas gavetas.
Apareceu com cara de espanto segurando minha carteira de trabalho e berrou: - pai, você é CLT?!?!?
Expliquei novamente, agora mais intrigado, porque além de transformarem o conjunto dos nossos direitos, a CLT, em xingamento, também sujaram a imagem da carteira de trabalho, igualmente associada ao mal.
É um vírus informacional que faz o trabalhador odiar os seus direitos. Um meme, que ridiculariza quem sustenta esse país no braço e suas férias, seu 13º, suas horas-extras, etc.
Há quase 40 milhões de pessoas "uberizadas" no Brasil, autônomos que não contribuem com a previdência e que pensam que não vão precisar parar por doença ou velhice.
Antigamente, um grande homem pedia que a gente tomasse cuidado com uma mídia que transformasse as vítimas em bandidos e os bandidos em salvadores.
Hoje, carregamos a desinformação no bolso. Não há uma mídia pra gente culpar.
É importante lembrar que nada dá dinheiro, exceto a mãe da gente. Fora ela, é preciso trabalho e poupança. E consciência também, pra não ser passado pra trás.

2.) MÍDIA CORPORATIVA BRASILEIRA, POR PABLO Y. R. SANTANA
"A Mídia Corporativa e Seu Universo Paralelo
Enquanto o Brasil deveria comemorar o colher dos bons frutos econômicos da visita do Presidente Lula à China de Xi Jinping — os contratos bilionários, memorandos e acordos tecnológicos e abertura de novos mercados —, a grande mídia teima em nadar na piscina rasa do fuxico político. Mais do mesmo!!!
Amplificam as fake news com o megafone de aluguel, cultivam rixas pessoais e tratam a primeira-dama Janja com o mesmo machismo requentado que atacavam (e ainda atacam) a Presidenta Dilma e como quem ainda acha que a mulher de presidente deveria ficar quieta no cantinho.
O jornalismo corporativo (dito profissional), que deveria informar, se "reborna em reality show estereis de bastidores", onde o que importa não é a realidade, se dane os fatos mas a narrativa encomendada. (Pelo patrão da velhaca imprensa corporativa).
Enquanto isso, o país segue. Apesar do jornalismo Reborn, um bebê de Rosemary deles."
Do Pablo Yuri Raiol Santana

3.)PARLAMENTO BRASILEIRO, PELO AMIGO JORNALISTA RENÉ RUSCHEL
O QUE É O PARLAMENTO BRASILEIRO: ELE É DIFERENTE DO PARLAMENTO BAURUENSE??? (indagação de minha lavra e observação):
"O Congresso chegou ao fundo do poço e segue cavando.
“Chupa aqui pra ver se sai leite.” Sim, você leu corretamente. Essa foi a frase proferida pelo deputado bolsonarista Zé Trovão, PL-SC, no plenário da Câmara dos Deputados durante a discussão de um projeto que regulamentava o reajuste dos servidores do Executivo.
A cena seria cômica se não fosse absolutamente grotesca. Mas o que deveria ser um espaço de debate responsável virou palco de vulgaridade explícita, escancarando o que há de mais baixo e primitivo na política nacional.
Não se trata apenas de linguagem chula. Trata-se da absoluta falta de decoro, da completa ausência de preparo e da evidência de que parte significativa do atual Congresso não está à altura da função que exerce.
Zé Trovão talvez tente justificar a frase como uma “metáfora popular”, referindo-se à velha expressão “mamar nas tetas do governo”. Ou dizer que foi "retirada do contexto". Balela.
O que vimos foi uma declaração grosseira, indecente e inaceitável, vinda de um deputado que parece confundir o Poder Legislativo com um curral.
O episódio é só mais um sintoma da degradação moral e intelectual do Legislativo. O Congresso brasileiro deve sim, ser um espaço democrático aberto a todo e qualquer cidadão sem distinção de classe.
No entanto, não pode continuar sendo refém de figuras folclóricas e despreparadas que rebaixam o debate político a esgoto. A atual legislatura é, sem exagero, uma das piores já vistas desde a redemocratização.
O Parlamento precisa ser passado a limpo. Mas enquanto isso não acontece seguirá sendo comandado por aqueles que transformam a democracia em espetáculo grotesco e o plenário em circo de horrores."
Texto do Jornalista René Ruschel

e para não passar o domingo sem nada escrever, eis...
DUAS CURTAS BIOGRAFIAS LIDAS NO FINAL DE SEMANA, AS DE NOEL E ÉRICO, QUINTO E SEXTO LIVROS LIDOS NESTE MÊS
Na verdade, nem são biografias, mas textos em formato acadêmico/literário sobre duas pessoas das mais representativas dentro do universo popular brasileiro, o compositor carioca NOEL ROSA e o escritor gaúcho ERICO VERISSIMO (ele odiava pontuação). Como ando tentando escrevinhar algo de minha lavra sobre personagens, também textos não tão longos, escolhi alguns para devorá-los ao estilo vapt-vupt e assim, verificar a melhor forma de fazê-lo, quando iniciar meu trabalho. E nada melhor também do que conhecer pouco mais destes dois. Maravilhamento com ambos.

Poucas linhas dos dois textos.

"Noel Rosa - De Costas para o Mar", José Caldeira, editora Brasiliense SP, coleção Encanto Radical 2, 1ª edição, 1982, 84 páginas. Toda essa coleção, formato de livro de bolso é divinal, foram quase cem versões, feitos por encomenda e um mais saboroso que o outro. Desses para serem devorados vários ao longo do mesmo dia. Entrei no universo de Noel, e mais que isso, de como era a época quando viveu, dentro de um Rio de Janeiro, Capital Federal e com as transformações com a chegada de um novo mundo político se instalando. Eu me transportei para aquele Rio: "A barra era a miséria, a pobreza geral. Pela cidade do Rio de Janeiro perambulavam os descendentes de escravos, migrantes vindos do interior, filhos de senhores de engenho nordestinos em viagem de estudos". Década de 30 e Noel tentando ali produzir, compondo adoidado e sobrevivendo ao seu modo e jeito. Noel sobreviveu, viveu pelas rebarbas da cidade, inveterado boêmio e produziu sambas eternos, destes atravessando gerações.

Algumas frases do livro:
- "...o samba não era suficiente para que o dito descolasse o chamado mínimo necessário para a sobrevivência. O mercado dava prestígio, mas não grana ao sambista; restava se virar como pudesse".
- "Quando Noel se tornou compositor profissional, um tema de larga tradição dominava a música popular: a malandragem. Até a Abolição, a ordem social era rígida: os escravos trabalhavam, os senhores mandavam e o restante da sociedade ficava à margem do processo de produção, sem produzir regularmente, nem ter acesso ao poder".
- "Noel vai preferir falar das pequenas malandragens do cidadão em meio à grande miséria geral, a prontidão sem fim. (...) Enfrentar o mercado e sobreviver à custa de samba muitas vezes era uma aventura que implicava uma série de peripécias. Ganhar dinheiro nem sempre era fácil".

"Erico Verissimo", Antonio Hohlfeldt, Editora Moderna SP, 1ª edição, coleção Mestres da Literatura, 2005, 56 páginas. Aqui o formato é outro, grande e com muitas fotos. Num revi os sambas de Noel, neste trechos dos livros do Erico. Cada qual com um ótimo sabor, pois muito representativos de uma época, de um Brasil mais que original. Sempre li muito Erico e agora, com um detalhamento de como escreveu cada uma de suas obras, quero me enfronhar no que ainda não tive acesso, principalmente nos roteiros de algumas de suas viagens. Enfim, foram dele publicados um total de 35 livros. Sabe o que achei mais interessante? Erico não concluiu o ginásio, estava no terceiro ano quando deixou os bancos escolares e, assim mesmo, escreveu como nunca, chegando a dar aulas em universidades, inclusive norte-americanas. Ele mesmo se confessa ter ido, após separação dos pais, em busca do tal Lar Perdido, sendo este o ponto determinante de uma eterna busca no tempo e no espaço. Só agora revejo sua obra por este prisma. "Erico só foi um grande escritor porque foi um ser humano profundamente gente", escreve o autor finalizando sua escrita.
Algumas frases do livro:
- "Foi durante a influenza em 1918 que li pela primeira vez Eça de Queirós (Os Maias), Dostoiévski (Recordação da Casa dos Mortos e Crime e CAstigo), Tolstói 9Ana Karênina) e o Ivanhoé, de Walter Scott. E a minha salada literária foi um dia apimentada fortamente por livros de Émile Zola, Naná, Germinal, tereza Raquin e a Besta Humana" (Erico).
- "Na minha opinião, existem duas categorias principais de viajantes: os que viajam para fugir e os que viajam para buscar. Considero-me membro deste último grupo" (Erico).
- "...numa época de atrocidades e injustiças como a nossa, é acender a sua lâmpada, fazer luz sobre a realidade de seu mundo, evitando que sobre eles caiam a escuridão. (...) Se não tivermos uma lâmpada elétrica, acendamos o nosso toco de vela, como um sinal de que nã odesertamos nosso posto" (Erico).