terça-feira, 15 de abril de 2025

OS QUE FAZEM FALTA e OS QUE SOBRARAM (199)


O MAPA DA INFORMALIDADE - CONVERSA COM UM "EMPREENDEDOR" BAURUENSE
Ontem, para mim, dia dos mais tristes, quando abordado por um velho conhecido, este atuando desde algum tempo no que dizem por aí, o novo "empreendedor", ou seja, um autônomo, dirigindo moto pelas ruas bauruenses, com caixa às costas e querendo desabafar. Viu em mim essa possibilidade. Parei tudo e ficamos por quase uma hora, ele me despejando o seu padecimento. Resumo aqui o seu relato:

"Meu caro Henrique, eu e você sabemos muito bem que eu não sou empreendedor piciricas nenhuma. Sou um explorado e sem direitos, isso sim. Desabafo contigo, pois sei que sabes o que passa comigo e os iguais a mim, todos na mesma situação. Estamos sendo enganados e muitos na mesma situação ainda não se deram conta. Eu até seis meses atrás tentei continuar contribuindo com o INSS, mas não tive mais como. Ou pagava as contas, muitas em aberto ou pagava. Optei por deixar pra depois e isso já vai pra um tempo. Não sei quando e nem como irei voltar a pagar. Não dá, a.contas não fecham", começa seu relato.

Eu mais ouço que pergunto e ele abriu seu coração: "Veja essa paralisação que na capital paulista teve alta representatividade. Aqui em Bauru, mesmo que quisessémos não daria em nada. Muita gente é consciente, mas a necessidade os obriga a se manter calados, contidos. Poucos ousam mostrar o que sentem aos ditos empregadores, que na verdade, não o são mais, pois só nos usam como a ponte para levar mercadorias. Ficou fácil para eles, pois não somos mais registrados e nos transformamos em MEIs, agora somos empresários de nós mesmos. Isso não ocorreu por voltade própria, mas por imposição da situação. Ou seria assim ou não teríamos mais onde trabalhar. Não teve respaldo de ninguém, de Justiça do Trabalho ou de mais ninguém. Hoje, fizeram a cabeça da maioria, todos querem ser empreendedores, mas não somos nada, perdemos direitos e mal ganhamos para pagar nossas contas. O que vai acontecer comigo quando ficar doente, se me acidentar ou ficar velho? Eu nem durmo quando penso nisso".

Disse mais, aqui resumido por mim: "Hoje ficou fácil para eles, seu Henrique. O cara quer contratar uma faxineira ele o faz com um simples clique. Ela vai lá, resolve o problema para ele e ela se acha empreendedora, dona do seu negócio. Ninguém mais cogita isso de carteira assinada. Isso é coisa do passado. GAnhou, colocou no bolso, parte para outro. Paga-se as contas e poucos, cada vez menos contribuem para futura aposentadoria. Eu leio, procuro me informar e sei que, não existe mais vínculo empregatício entre motoristas de aplicativos e as plataformas digitais. Elas foram espertas, deram um chega pra lá na Justiça do Trabalho, envolveram todos nós e estamos com o palito do sorvete chupado nas mãos. Eu li, somos mais de 1,5 milhão de trabalhadores plataformizados. Se não nos unirmos, nosso fim deverá ser catastrófico. A gente quer na verdade, nada de tão grande, mas simplesmente a proteção para quem trabalha na informalidade. Isso é pedir muito, seu Henrique?", me diz como num lamento.

Ouço tudo, com um nó na garganta. Ele sabe que escrevo e creio me procurou por saber que escreveria. O faço, ao meu modo e jeito. Todos nós sabemos muito bem que, esses trabalhadores recebem ordens diariamente, trabalham quase todos os dias para a mesma empresa e pior que tudo, essa costuma ser a única atividade deles como fonte segura de renda. Isso está mais que perdurando, meio que já consolidado e algo precisaria ser feito. Não basta mais reclamar, pois tudo é tão latente. O trabalhador se encontra numa encruzilhada, em busca de quem lhe dê verdadeiro apoio. Na verdade, não podemos, e não devemos deixar esses trabalhadores da informalidade sem qualquer proteção. Fui pesquisar e constatei que, apenas 22,3% dos trabalhadores plataformizados contribuem para a Previdência. E isso se estende a todas as demais categorias dos ditos "empreendedores". Pra piorar, quem decide por eles, ministros trabalhistas, pelo visto, estão proferindo decisões mais em favor das empresas dos que dos trabalhadores. Aqui no estado de São Paulo, o trabalhador se encontra num "mato e sem cachorro".

Encerro com algo mais do desabafo deste amigo, vivenciando nenhuma saída honrosa para sua situação e não podendo parar, pois vive disso e sem a renda proveniente do que faz, não imagina o que possa fazer no momento: "E entre os de minha categoria e todas as outras que perderam o vínculo trabalhista existe, difundido entre nós, algo do individualismo. Cada vez mais vejo gente querendo ser empreendedor. Poucos, muito poucos se dão bem. A maioria pena, sofre, padece e está de mal a pior. Não dá para usar o exemplo quem se deu bem para representar o que acontece com todos nós. O mundo gira muito rápido, não sou bocó, estou no meio deste furacão, já entendi o que se passa. A legislação não nos auxilia e sei que, gritando bem alto, mais e mais me ouvirão. Sem união não chegaremos a lugar nenhum. Acho que ainda dá tempo de algo ser feito por nós. Se isso acontecer tem que ser agora, pois amanhã, quando tudo já estiver mais consolidado, pior ficará. Nossa jornada já é semelhante a do operário, sem direito algum, do início do século XX. O que será de nós, seu Henrique? Eu já trabalho mais de 12 horas diárias, não vejo fiscalização nenhuma e tudo segue do jeito que eles querem. Não sei até quando iremos aguentar".

Obs>: As charges do cartunista Toni D’Agostinho, mais precisamente à série intitulada “Os Empreendedores” ilustram este meu texto. O seu resultado mostra que, por meio do recurso linguístico-discursivo da ironia, desconstroem o discurso do empreendedorismo que está na base do discurso das empresas-aplicativo, colocando em evidência a insegurança, a vulnerabilidade e a precarização do trabalho na era neoliberal.

segunda-feira, 14 de abril de 2025

DICAS (256)


ALGO SOBRE GRATUIDADE E DESCONTOS PARA IDOSOS EM ÔNIBUS/ TRANSPORTE COLETIVO MUNICIPAL, ESTADUAL E INTERESTADUAL
Viajei recentemente para o Rio de Janeiro por duas vezes, ida e volta pela empresa Reunidas. Aproveito o que passei para lhes contar algo mais sobre isso tudo da tal gratuidade e descontos disponibilizados por lei federal para pessoas com mais de 60 anos.
Começo pela gratuidade para idosos no transporte coletivo municipal, essa prevista na Lei Federal nº 10.741/2003, conhecida como Estatuto do Idoso. Para é válida para toda pessoa com mais de 65 anos, no transporte coletivo urbano e semiurbano. Já a Lei Estadual nº 15.179/2013 garante a gratuidade para idosos com 60 anos ou mais, no transporte intermunicipal de característica rodoviária convencional.

Uma coisa são nossas leis, outra são a sua aplicação. O que mais existe neste país são os tais desvios, ou os que fazem de tudo e mais um pouco para descumpri-las. Quando o assunto é grana nos cofres e bolsos das empresas e empresários, existe uma espécie de conluio, um acordo entre as empresas, tudo para burlar a aplicação da lei.

Já tinha viajado em algumas oportunidades de Bauru para São Paulo, todas pelo Expresso de Prata, tendo conseguido a gratuidade, desde que, estivesse no guichê da empresa, exatos cinco dias antes da viagem e ali, duas vagas disponíveis por viagem. Ou seja, em cada viagem é possível duas pessoas viajarem gratuitamente para viagens intermunicipais, porém existe a burocracia de ter que estar no exato momento em que se dá os tais cinco dias. Disputa acirrada. Consegui algumas. Aqui, pelo percebido, existe o cumprimento da lei.

Ou seja, existem leis estaduais que garantem gratuidade ou desconto para idosos em ônibus intermunicipais. No estado de São Paulo a lei estadual 15.179/2013 garante gratuidade para idosos com 60 anos ou mais no transporte intermunicipal rodoviário convencional. Como já descrevi, o idoso tem direito a até duas passagens por viagem, limitadas a dois assentos por veículo. A ARTESP – Agência de Transporte do Estado de São Paulo – divulga que, no transporte interestadual, está garantido a reserva de dois assentos gratuitos, além de conceder desconto de 50% no valor da passagem aos cidadãos maiores de 60 anos com renda igual ou inferior a dois salários mínimos.
A lei é clara, sendo garantida para todos acima de 60 anos, o pagamento de 50% desde que não tenha renda superior a dois salários mínimos. Pelo que percebi, a maioria das empresas descumpre isso, com a utilização de um termo extra, só para dificultar o atendimento ao usuário e beneficiário. Este termo é a palavra “convencional”, utilizada para distorcer a lei vigente. Conto como se dá. O sujeito chega no balcão da agência, pede sua gratuidade e no caso da Reunidas, onde viajei, ela só está disponível nas terças-feiras, quando a empresa faz uso do ônibus convencional. Nos demais dias, se utilizando de outra denominação, tergiversa e não atende.

Virou padrão na maioria delas. Todas estabeleceram um dia para dar o desconto de 50%, no mais alegam que o ônibus não é “convencional”. Sacaram? E depois, além de tudo, a lei prevê atendimento só para quem ganha até dois salários mínimos. Aqui outra dificuldade para o usuário comprovar isso. Ou com seu holerite ou quando não, segundo a informação recebida, se faz necessário se dirigir a uma agência do INSS e pedir uma Declaração neste sentido. 

No meu caso, desisti de ter os tais 50% nas viagens interestaduais, primeiro pelos dois salários mínimos. Mas isso de somente um dia por semana é algo para ser averiguado. No guichê me disseram que, na pandemia eram para todos os dias, mas agora, as empresas sofisticaram as viagens e o convencional não é mais todo dia. Deu para entender? Já no caso das viagens dentro do estado de SP, continua em vigência as duas passagens por viagem. Pelo menos por enquanto. Nada é conseguido assim muito fácil para quem está na tal “melhor idade”.

para espairecer
MEU TERCEIRO LIVRO LIDO NO MÊS É MAIS UM DA LAVRA DE RUY CASTRO
Li vários dele. Escreve muito bem, principalmente biografias. Seu palco principal é a cidade onde vive, o Rio de Janeiro. Agora, envereda pela ficção e quando a leitura é boa, o livro vai chegando ao seu final, o término de sua leitura, para mim, é a loucura em pessoa. Ainda mais, neste "BILAC VÊ ESTRELAS" (Editora Cia das Letras SP, 2000, 1ª edição, 152 páginas), com uma história/estória envoplvendo personagens e muitos acontecimentos reais, tudo vivenciado na então Capital Federal, no início dos anos 1900.

Que idéia fantástica essa de, num lugar muito frequentado e paparicado na época, as ruas cariocas e seus lugares mais frequentados, como a Confeitaria Colombo, juntar o poeta Olavo Bilac com o jornalista José do Patrocínio, para num trailler ao estilo policial, nos arrebatar do começo ao fim. Envolveu Paris e sua eterna sedução, Santos Dumont e sua fama, os franceses querendo lhe surrupiar os planos de construção de objetos voadores, como o do José do Patrocínio e seu dirigível, que existiu de fato, mas aqui, entrelaçado com um plano de uma portuguesa e um farsesco padre, culminam num criminoso incêndio num subúrbio carioca. Por fim, Bilac vê literalmente estrelas, quando recebe uma tremenda bordoada na cabeça e desacordado, junto de seu amigo José do Patrocínio, quase morrem incinerados, porém escapam e proporcionam o final esperado, porém, muito bem construido. Prendi a respiração e acabei me esquecendo das agruras no meu entorno - Bolsonaro ainda não foi preso, nem Suéllen desmascarada - numa trama, muito propícia para se transformar num filme, por sinal, diria, arrebatador.

Li quase numa sentada e ao terminar, estou à cata de outros do Ruy - este que, "só teve uma ideia até hoje, escrever" e "só não publicou até hoje em bulas de remédio" -, pois depois de ler muita coisa séria na vida, agora, nas barrancas do 65 anos, quero seguir lendo algo assim, mais suave, dentro do permitido pelo chip já cansado dentro de minha cabeça. Frases, poucas, eis aqui as publicáveis:
- "...os poetas não eram seres etéreos, desligados do mundo, mas homens de carne e osso, capazes de covardia ou bravura, conforme o caso".

- "Bolas, pensou Bilac, de que adiantaria viver , se a posteridade não tomasse conhecimento?".
- "A morte por uma grande causa justifica a mais medíocre das vidas".

- "O Santa Cruz (o dirigível do Patrocínio) seria a vitória da intuição brasileira sobre o racionalismo frio dos europeus".

- "E, no dia do triunfo, haverá, na tua boca, um riso bom de perdão e de esquecimento - o riso dos entes superiores, que não se deixam ofender pela protérvia imbecil dos medíocres" (dos escritos de Bilac).

- "Quem o lesse diria que Bilac era um miltante do sexo, um alpinista das mais altas mulheres".

- "...ao cruzar o Largo do Machado ouviu as gargalhadas dos boêmios no Café Lamas, cujas portas nunca se fechavam. O Brasil era um país de pândegos que não faziam outra coisa senão rir e beber" (da bela portuguesa, vindo ao Brasil para roubar os planos do dirigível).

NÃO É ASSIM TÃO DIFÍCIL DESCOBRIR MAIS UMA "ARMAÇÃO ILIMITADA"

domingo, 13 de abril de 2025

DOCUMENTOS DO FUNDO DO BAÚ (204)


CEM ANOS DE UMA ESCOLA NA VILA FALCÃO, LUIZ CASTANHO DE ALMEIDA
Fiquei sabendo do centenário da dita escola estadual, epicentro de tanta luta e resistência. Escrevo algo dentre as boas recordações que tenho do lugar e depois, despontam comentários outros, engrandecendo o momento e também deixando todos em estado de alerta.

Meus escrito inicial postado no Facebook: "Bauru é relativamente nova, pouco mais de 100 anos e quando vejo uma de suas escolas estaduais comerando neste mês o seu centenário, tendo estudado nela, morado muito perto, rememoro algo de sua história, quando em 2015, estudantes a ocuparam de forma vigorosa, numa demonstração de força, quando diziam, o Governo Estadual a queria fechada. Eis o Luiz Castanho de Almeida, na vila Falcão, foto do G1, num dos seus melhores momentos".

Eis o que veio a seguir:
- "Estudei aí em 1970 no 2º ano com Professora Vilma , 1971 com Professora Florinda e 1972 com Professora Letícia....", Sergio Piga.

- "Fiz os meus quatro anos primários, no Grupo Escolar Luiz Castanho de Almeida, no período de 1950 a 1953, nessa época ele funcionava na Rua dos Andradas, esquina com a Bernardino de Campos, o prédio da Rua Campos Salles, 11-22, estava em faze de acabamento, no ano de 1963, no período noturno, foi instalado o Ginásio Estadualda Vila Falcão, hoje C.E, Stela Machado, onde ingressei no serviço público como escriturário, no ano de 1964, havia uma necessidade premente de um Colégio Estadual, que funcionasse durante o dia no bairro, e a Delegacia de Ensino, conseguiu que o período diurno funcionasse no prédio construído no governo Carvalho Pinto, para ser a séde do Grupo Escolar Guia Lopes, e lá instalou além do ginasial uma extensão do Curso de Formação e Professores Primários, que funcionava no I.E. Ernesto Monte, foi um período difícil, pois não havia condução para o Colégio, a Av. Elias Miguel Maluf, na época logo após o estádio do Noroeste, tinha uma erosão com mais ou menos três metros de profundidade, e a linha circular que por causa do Ginásio Estadual, foi criada tinha que usar a Av. Salvador Fillardi, como itinerário, o local era ermo, com ruas de terra batida, e de 1964 a 1968, funcionou como C.E.Stela Machado, a partir de 1968, teve a mudança de denominação, para Colégio Estadual " Prof. Antonio Xavier de Mendonça ", denominação que até hoje perdura, tive a honra de ter sido Secretário de Escola, de ambos colégios, de 1964 a 1984, ocasião em que me transferi á pedido para São Paulo, onde me aposentei, mas o Luiz Castanho de Almeida, fez parte da minha vida, como aluno, e como funcionário", Jair  Fontão Odria.

- "Tem uma que trabalha aí que fará tudo, absolutamente tudo, sem nenhum escrúpulo, pra transformar a escola em PEI. Vai mentir, manipular, ameaçar, constranger, o que tiver que fazer. Será uma briga difícil, já que pessoas com caráter e escrúpulos não se rebaixam ao nível desse ser. Força, colegas !", Fabiana Santana.

- "Sei quem é", Lu Quinezi.

- "O que está acontecendo com essa escola", Roseli Meireles.

- "PEI é uma merda, essa é a realidade", Josiane Morais.

Ao final, meu comentário: "PEI é a sigla para Plano Educacional Individualizado, um documento que orienta o ensino de cada aluno com necessidades educacionais específicas. Tem sido muito criticado por ser mal elaborado, não ser seguido e por excluir alunos. Versando sobre essa farsa travestida de projeto educacional, eis um debate bem elucidativo a respeito do que é de fato a sua implantação, de cima para baixo: https://www.facebook.com/watch/live/?ref=watch_permalink&v=2934459323506086Com o programa há redução de vagas e os alunos são transferidos para escolas distantes das suas casas, aumentando ainda a mais a superlotação de salas das escolas que os recebem. Neste artigo, publicada na revista semanal Carta Capital, algo bem elucidativo para ampliar a discussão: https://www.cartacapital.com.br/opiniao/ensino-de-tempo-integral-e-a-inducao-de-desigualdades-educacionais-em-sp/

outra coisa, também envolvendo algo desta insólita Bauru
QUASE CERTEZA: CHE GUEVARA DEVE MESMO TER PASSADO POR BAURU

https://www.youtube.com/watch?v=SroxJFLu-ho

Aqui entrevista com JOSÉ LUIS DEL ROIO, quadro histórico da esquerda brasileira, latino americana e mundial, hoje residindo em Milão - Itália, 83 anos, contando para Mauro Lopes, do Farol Brasil, detalhes de sua vida e quase ao final, revelando ter estado com nada menos que, Che Guevara, antes dele embarcar com destino para Bolívia, onde viria a ser assassinado. Diz que, provavelmente Che entrou na Bolívia de trem e se o fez, passou, com certeza por Bauru. Até hoje isso continua sendo um mito: Che passou ou não por Bauru? Aqui, sem muitos detalhes, uma forte evidência. A entrevista é muito boa, reveladora e nos seus dez minutos finais descreve como se deu o encontro com Che. Histórica conversa. Del Roio foi senador no parlamento italiano, um brasileiro representando a região da Lombardia.

Dois comentários posteriores minha escrevinhação:
- "Outro que esteve em Bauru foi o grande antropólogo Claude Levis-Strauss. Em seu magnífico livro "Tristes Trópicos ", ele conta a história da vida dele no Brasil. Foram cinco ou seis anos no Brasil, quando ele fez, pela USP, o pontapé inicial da sua brilhante carreira. No meio do livro, ele narra com detalhes como era a cidade de Bauru em 1936. Ele estava aqui para pegar o trem que o levaria para o Mato Grosso, onde fez seu primeiro trabalho de relevância mundial, com os indígenas Bororo. O livro começa, na introdução, mostrando como ele escolheu a filosofia em vez do direito em Paris. O motivo é sensacional. Começa o primeiro capítulo com esta frase: "Minha vida mudou completamente quando, numa manhã de domingo, no ano de 1934, o telefone tocou, eu atendi, e era o meu chefe: "-Claude, você ainda quer estudar aquele monte de índios que você queria estudar no Brasil? Se sim, eles estão pegando inscrições para professores irem trabalhar na nova universidade que estão montando em São Paulo. Lá vai ter um monte de índios pra você estudar. Você tem até o meio-dia." E foi assim que um dos maiores antropólogos do mundo veio ajudar a fundar a USP", Luís Paulo Césari Domingues. 

- "Che tomou o trem da Paulista e fez escala em Bauru, onde pernoitou no hotel Cariani e tomou o Trem da Morte, no dia seguinte. Quem o conduziu foi o camarada Pebá, então na ALN. As informações são do nosso saudoso Antonio Pedroso Jr", Gilberto Maringoni.

Bauru, sempre nas paradas de sucesso
A BAURUENSE GOLPISTA ESTÁ PRA SER DEPORTADA MUITO EM BREVE
O Gado Bolsonarento achou que mudando de Curral iria escapar da degola. Pulou a cerca pro curral Hermano e Sifú. Bem feito. Lugar de golpista (anta terraplanista) é no xilindró. Foram muito pérfidos - e criminosos - no que fizeram, tantaram escapulir pelas arestas e, pelo visto, voltarão para cumprir a pena a eles determinada. 

sábado, 12 de abril de 2025

FRASES (256)


NETÃO


TENTANDO ENTENDER E REESTABELECER A VERDADE DOS FATOS
Não sou o dono da verdade e se algo postado aqui não condizer com a verdade dos fatos, por favor, quero que me digam, contestem e vamos dialogar. Compartilhei hoje um texto, escrito por não sei quem (depois fiquei sabendo, Área 14), com algo muito sério sobre a saída do locutor NETÃO, dos microfones da FM94. Ele é um dos donos da rádio, hoje com quase 80 anos e creio que, o texto inicialmente espalhado cidade afora tendo sido deletado, quando me inteirei do que de fato ocorreu, nada melhor do que, voltar aqui, postar outro áudio, este do programa matinal do Netão, ele junto do locutor Emerson Luiz, dia 06/02/2025. 

Neste dia, o Esporte Clube Noroeste começava seu calvário de não conseguir mais vitórias, rodada por rodada. Netão, como a maioria dos torcedores foi emotivo e pelo que sei, depois dessa contundente fala, chegou a se desculpar ao vivo noutro programa. Enfim, pelo pouco que entendo de futebol - apesar de amar de paixão -, torcedor é mesmo emotivo. Netão tinha razão com respeito ao sinal fornecido pelo Noroeste para as transmissões. No mais, vale a pena escutá-lo do início so fim.

Posto o áudio recebido no começo da noite, pois creio, no card reproduzido pela manhã, escrito algo contundente, uma provável acusatória fala do Netão. Pelo que agora ouço, não ocorreu. Este áudio é antigo e depois disso, passado uns vinte dias, pelo que fiquei sabendo, Netão entrou de férias, algo anunciado no ar. Depois disso, o campeonato paulista já encerrado, ele com quase 80 anos, está sendo incentivado pela família a se aposentar. Se existiu pressão ou não para isso ocorrer, pelo que me disseram não teve nada a ver. Se ocorreu, algo virá à tona. Reproduzo o vídeo do programa, pois na comparação com o anteriormente publicado, todos poderão tirar melhores conclusões.

Eis o vídeo do programa com Netão e Emerson Luís: https://www.facebook.com/henrique.perazzideaquino/videos/661836239919748

Espero com isso ter contribuido para dirimiar dúvidas sobre o postado hoje.

ISSO TUDO GEROU MUITOS COMENTÁRIOS, EIS ALGUNS DESTES:
- "Criticou um dos donos da cidade", Orlando André Gasparini.
- "Lamentável, até que pontoi temos 'liberdade de expressão'?", Renato Afonso Crepaldi.
- "Quem são os tais “donos” da cidade? Preciso de nomes . Tenho uma profecia", Maria Cristina Zanin.
- "Geralmente as cidades têm meia dúzia de pessoas, onde cada uma pensa que é dona de metade da cidade. Resultado: falta cidade para a população", José Aparecido dos Santos.
- "Não pode criticar quem "paga a conta" piada!! Quando entra no futebol então aí fica todo mundo dolorido: torcida, torcedores e diretoria. Segue o jogo e o pão e circo não há espaço pra questionamentos quanto mais provinciano pior....", Bruno BKL.
- "Por que será que o conteúdo original foi apagado, hein? Será que a história é mais complexa do que aparenta? (...) Que verdade virá à tona? Será que a verdade virá à tona? Ou a verdade está escondida em algum bolso de calça?", Rodrigo Ferrari.
- "Netão falou que todo bauruense falou, time de segunda divisão, investiram milhões em estádio e péssimo elenco", Dextter Paes Leme.
- "Sou ouvinte da rádio e estou até agora sem saber o real motivo da saída do Netão. Já achei muito chato a saída do Paulo Sérgio sem justificativa", Carlos Escarabelli.

MEU SEGUNDO LIVRO LIDO NO MÊS
MAIS UM ROMANCE POLICIAL DE RUBEM FONSECA
"E DO MEIO DO MUNDO PROSTITUTO SÓ AMORES GUARDEI AO MEU CHARUTO" (Editora Cia das Letras SP, 1977, 1ª edição, 120 páginas)
Rubem Fonseca é dos nossos mais qualificados escritores policiais. Sabe manter o leitor com a respiraação suspensa. Neste, traz de volta personagens de outros livros seus e os reúne numa nov possibilidade, desta feita com todas as citações possíveis de charutos. Rubem gosta disso, de seguir com citações dentro de um tema. Até no próprio título ele cita charuto, sacando-o de poema de Álvares de Azevedo, onde ao final conclui: "Só peço inspirações ao meu charuto!". 

Compro este livro na banca defronte o Largo da Carioca, pela bagatela de R$ 2 reais e praticamente o devoro na viagem de volta, de ônibus para Bauru. Comecei e não tive mais como parar. Fonseca tem essa qualificação, você começa e depois só para quando termina. Perdi até o sono e só não as estribeiras, porque o livro é fino, 120 páginas e assim, ainda consegui depois dormir bocadinho, porém, sonhando com a intrincada trama. Foi bom rever dois personagens, o escritor Gustavo Flávio de "Bufo & Spallanzani" e o advogado Mandrake de "A Grande Arte", compartilhando com os leitores, os seus apetites eróticos e a paixão pelos charutos. Enfim, uma boa prosa, dessas onde tenho mergulhado pouco, mas quando o faço, como agora, não me arrependo. Uma misteriosa estória de ficção, tendo como palco a cidade do Rio de Janeiro, muito recomendada por mim para quando a pessoa está num estado elevado de tensão. 

Reuni poucas frases sacadas da leitura e aqui as compartilho:
- "Não há nada igual ao tabaco - é a paixão das pessoas decentes e aqueles que vivem sem tabaco não merecem viver", D. Juan, Molière (e olhem, nem fumo).
- "Dostoiévski, pela boca de Aliosha Karamazov, diz que as memóirias preservadas desde a infÂncia e que carregamos durante nossa vida são talvez a nossa melhor educação; e se apenas uma dessas memóirias permanece em nosso coração, ela talves venha a ser, um dia, o instrumento  de nossa salvação".
- "...não sei por que você gosta de tomar banho com as mulheres, fique sabendo de uma coisa: as mulheres preferem tomar banho sozinhas".
- "...os bons escritores, como Sade, enchiam os corações e as mentes dos leitores de medo e horror, porque a vida era isso, medo e horror".
- "...assaltantes assustados são os piores".
- "Esse é o problema de pedir perdão: é sempre tarde demais".
- "Segredos só devem ser contados àqueles que também têm segredos. (...) Não há melhor lugar no mundo para confissões escabrosas do que a internet".
- "...a longo prazo a beleza cansa mais do que a feiúra".
- "Como você sabe que estava sendo seguida? Uma mulher sabe".
- "O amor existe, repito, e as mulheres acreditam nele mais do que os homens. (...) Os cônjuges, por mais imaginação que tenham, não conseguem fugir do desgaste resultante da manutenção da ordem, do tédio, causado pela repetição das coisas que não se movem".
-"São poucos os prazeres iguais ao de fumar um charuto".
- "...para escrever é preciso talento, talento é um dom natural como nascer com a bunda bonita, e quem nasce com esses dons não precisa tanto de exercícios".
- "Ibsen disse que ser poeta é essencialmente ver".
- "...você não pdoe escrever um livro para salvar outro que fracassou. (...) Nenhum escritor reconhece a própria mediocridade. Só a dos outros. (...) ...oescriba que não prevê o fracasso de algum dos seus livros nã odeve nem começar a escrever".
- "Um cavalheiro deve fazer tudo para proteger a reputação de uma senhora respeitável. (...) Ainda mais depois de ela ter morrido".
- "Talvez seja essa a maior de todas as motivações para alguém tornar-se um escritor, para o artista criar: o conhecimento que o ser humano tem de sua própria finitude, a certeza de que vai morrer. (...) O que me levou a tornar-se um escritor? Acho que a resposta é uma só: eu gostava tanto de ler que naturalmente passei a escrever. O destino normal do leitor fanático é se transformar num escritor. (...) Escrever é tomar decisões, constantemente".
- "Mas afinal, que apetite da natureza humana é saciado completamente?".
- "Somente quando uma mulher se movimenta é que você pode ver a sua simetria, a medida - o belo, o perfeito, o suficiente".
- "...não copule sem camisinha com quem confia em você, pessoas confiantes são imprudentes, sem discernimento".
- "Certas mulheres preferem a fidelidade à lealdade, o marido pode esconder dela quanto dinheiro ele tem espalhado pelos bancos do mundo, pode permanecer sendo amigo de uma pessoa com quem ela brigou, pode continuar protegendo um parente parasita que ela detesta, pode falar mal da mãe dela, pdoe até acintosamente considerá-la uma debilóide (a maioria dos homens acha a mulher uma debilóide), só não pode foder fora de casa. (...) Os homens são uns merdas. Todos os defeitos que atribuem às mulheres eles têm em dobro: vaidade, futilidade, comprismo, emotividade, volubilidade, puerilidade. E ainda por cima, são feios".
- "As coisas escondidas sempre acabam aparecendo".
- "Confesso, se alguma coisa acaba com qualquer preocupação é fazer amor com uma mulher que você ama".
- "A vida é engraçada. As pessoas não dão importância aos seus empregados - porteiros, motoristas, arrumadeiras, cozinheiras -, acham que eles são cegos e surdos, estão sempre distraídos, pensando na novela da TV, mas na verdade eles vigiam os patrões, vêem tudo, ouvem tudo. E nã osaão leais. Por que, aliás, deveriam ser leais com patrões insensíveis a quem servem de maneira tão humilhante?".

Enfim, as frases dos livros do Rubem Fonseca são um caso à parte.

sexta-feira, 11 de abril de 2025

DROPS - HISTÓRIAS REALMENTE ACONTECIDAS (239)


CARIOQUICES

1.) ANDARILHANDO POR SANTO CRISTO, GAMBOA E PROVIDÊNCIA
Como não sei quando e se um dia voltarei a pisar os pés por essas bandas, circulo rapidamente e vou registrando tudo o que vejo. E viajo no tempo, no que isso tudo já foi e no que representa hoje. Muita resistência em tudo o que vi. O olhar segue acompanhando o que me comanda algo dentro de mim: vá lá ver. Fui e pronto.



2.) AH, AQUELA ESCADA EM CARACOL...
Bem no centro do Rio de Janeiro, na avenida Rio Branco, seu nevrálgico coração, do lado de quem segue caminhando para a Biblioteca Nacional, uma escada em caracol e lá embaixo, reduto santuário desta cidade, antes dita e vista como Maravilhosa e hoje, guardadas todas as proporções e diante de todas as seguidas estocadas que vêm levando ao longo do tempo, segue resistindo. Neste local, algo de uma heróica resistência. Lá embaixo, feito o contorno todo com a descida da tal escada em caracol, três livrarias, uma mais sugestiva e interessante que a outra.

Começo, é claro, pela mais importante a LEONARDO DA VINCI. Essa é a, Sem Palavras, pois possui história de vida, já contada em verso e prosa, se mantendo por lá, nem sei direito como, mas ainda muito altaneira e saindo de suas portas e portos este algo mais cultural, existente em tão poucos lugares, muitos reservados como estes. Eu peço licença para adentrar este santuário livresco sulamericano. Do lado dela, a MARTINS FONTES, que tem vida mais curta por ali e deve ter escolhido o local a dedo para ali se instalar, pois estar de portas abertas e ao lado da Leonardo é motivo para orgulho e comiseração. E a Martins tem "pedigree" paulistano, onde é muito considerada, com história de resistência idêntica a da vizinha. Devem conviver numa boa, cada qual muito valiosa dentro do contexto atual do mundo do livro. E lá no fundo, canto direito de quem entra, uma dos mais famosos sebos variocas, o BERINGELA. Espaço único e divinal. Tenho história com estes. Quando meu sogro, seu Zé Pereira faleceu, eles foram convidados a vasculhar o acervo deste e foram várias vezes lá na casa no Anadarái, ver o que tínhamos. E tínhamos muita coisa. Algo dele ainda deve estar em suas prateleiras. Daí, tenho uma admiração mais que especial por eles e pela resistência. Vejo na entrada da loja, sacos e sacos de livros, acredito aguardando higienização, catalogação e colocação nas prateleiras.

Ou seja, aquele porão - se assim posso denominar o andar abaixo do piso da Rio Branco - é algo como o sujeito sair do plano real, lá na movimentada avenida e adentrando algo sideral, considerado até anets da descida, como impossível. Eu me sinto assim em lugares como estes. reverencio com todo respeito. E se possível, consumo, compro livros em lugares assim, pois é a forma que encontro para tê-los abertos. Essa escada em caracol e tudo o nela está contido, lá no saguão abaixo da calçada da rua é um dos "paraísos cariocas". Sempre que passo por ali, mesmo na correria destes poucos dias por aqui, dei meu jeito e tive que vir bater cartão. Se não o fizesse, voltaria frustrado. Desci, senti o aroma, cheirei profundamente, curti o máximo que pude e assim, escrevo com algo vindo lá do fundo do coração. Eles todos merecem.

3.)
SUJANDO LITERALMENTE AS MÃOS...

Foram dois dias seguidos, cinco num e mais cinco no outro, R$ 10 num e R$ 10 no outro, total de dez livros pescados, devidamente garimpados no monte, numa das quatro bancas existentes ali no centro do Rio, bem na saída/entrada do metrô Largo da Carioca. Antes tinha ali uma boa livraria portuguesa. Essa fechou e em seu lugar, foi sendo criado este local livresco de rua, hoje consolidado. Eu, na qualidade de assumido consumidor e também acumulador de livros, impossível passar por um lugar como este e não parar, mesmo que, como nos dois dias, muita correria e outras obrigações pela frente.

Na placa o tal do argumento irresistível, "Qualquer livro a R$ 2,00". Tinham os mais caros, expostos em outro local, mas fiz questão de me ater a estes, mergulhei fundo e com as mãos sujas, dez conhecerão Bauru nos próximos dias e devem se instalar por um bom tempo dentro do meu particular Mafuá. Dos dez, tem de tudo, Rubem Fonseca, Woody Allen, Michael Moore, Stefan Zweig, Ruy Castro e outros menos conhecidos do grande público.

Na algibeira, havia trazido um livro, a Carta Capital da semana e a Piauí do mês para ler nas viagens de coletivo cidade afora. Ate os li, menos o livro, que só viajou comigo e o lerei em breve, no retorno pra Bauru. Mergulhei mesmo no Rubem Fonseca e como em tudo que já li dele, devorando com muita sofreguidão e gosto. Quando terminar, descrevo algo por esssas bandas. Do lugar onde sujei minhas mãos, indico para os amantes de livros, que ali compareçam, nem que for para tirar uma foto. E por fim, uma historinha ali passada. Estava com uma vontade louca de urinar após a garimpagem, chego perto do dono da banca e pergunto: "Quando está apertado, onde é que urina?". Ele me aponta um bar em frente, R$ 5 pratas a urinada, escrito num cartaz. Adentro, mas diante do cheio, sento tomo dois chopps, como uma linguicinha básica, pago muito mais e também lavo as mãos sujas pelo manuseio dos livros. Tudo aproveitável.

4.) CONTO UMA SOBRE O "ITAJUBÁ" E O "RIVAL", UMA SÓ...
Vindo ao Rio há mais de 40 anos, tenho inúmeras histórias aqui ocorridas. Umas conto, numa boa, outras ainda omito. Talvez um dia abra o leque, pois nada é escabroso. Histórias vivenciadas numa outra época de minha vida. Vim ao Rio pela primeira vez junto de meu ex-cunhado, Arnaldo Geraldo, já falecido. Ele havia trabalhado na FRIAR e instalou muitos equipamentos Rio afora. Passei minha lua de mel por aqui, idos de 1984, eu com 24 anos, ano das Diretas Já. Arnaldo me indicou o Hotel Bragança, na rua Mem de Sá, hoje não mais existente, nessa época ainda ao lado de uma fábrica dee cerveja da Antactica e com resquícios da zona boêmia da Lapa.

Isso tudo é outra história. A que revejo aqui tem como pano de fundo o Hotel Itajubá e a casa de shows Rival, ambas numa rua escura atrás da iluminada Cinelândia, a Alvaro Alvim. Por muito tempo o Itajubá foi o hotel onde me hospedei por aqui e tendo o Rival do lado, inúmeros shows presenciados ali. Certa feita vi o João Bosco, sem o Aldir Blanc, devorando um cabrito numa madrugada por ali. Tiete, sentei numa mesa ao lado, pedi um cerveja, não me aproximei, mas curti adoidado aquele momento. Já vi de tudo naquele quarteirão, um dos mais movimentados da noite carioca. Hoje, o hotel continua resistindo ao tempo e o Rival idem, com shows divinais com a nata da MPB. Que assim continue.

Passo ali numa dessas noites atrás, quando por aqui vim a trabalho, algo em torno das 20h, furdunço começando e a ficha cai, ou seja, passa um filme diante de meus olhos. A história que lhes conto tem como personagem principal uma pessoa muiuto conhecida em Bauru, seu Guilberto Carrijo, o que dá nome ao hoje abandonado Sambódromo. Ele amava o Carnaval e vim em várias excursões para o Carnaval do Rio. Tudo ocorria ainda na avenida Rio Branco e nunca fui no Sambódromo, pois a festa se dava ali perto do Itajubá. No último ano em que veio, o carregamos no colo, escada acima para ser homenageado no carnaval do Bola Preta, quando ainda tinham sua sede em cima de uma agência do Banco do Brasil, quase ao lado do Teatro Municipal.

Ele estava com muitas dores, mas foi, pois sabia, seria seu último ano e queria receber a homenagem em vida. Ficou a maior parte do tempo dentro de uma banheira cheia no hotel, só saindo para poucas coisas. O carregamos para cima no dia da haomenagem e ele suportou tudo com um baita sosrriso estampado no rosto. Não me lembro de muita coisa, mas sim de sua felicidade. Isso me basta. No Rival, nessa excursão, assisti um show no Rival, junto de uma garota sueca que passava férias em Bauru e depois fomos num grupo assistir o filme "Pra Frente Brasil", com o Reginaldo Farias sendo torturado. Chorei copiosamente e ela, européia, lembro bem, tentou sensibilizar os brasileiros, todos comovidos. Isso tudo num Carnaval no Rio, todos hospedados no Itajubá, ao lado do Rival e do Bola Preta. O cinema era ao lado de onde um dia foi a loja da Mesbla, ali pertinho. Tempo mais que bom, pois ainda tínhamos esperança de mudar o mundo. Conseguimos vergar a ditadura militar e hoje, estamos tentando, com unhas e dentes exterminar o vandalismo de um bando de cdriminosos golpistas e fundamentalistas. A gente não tem um só dia de descanso neste país.

Guardo ótimas recordações de seu Guilberto Carrrijo. Ele deveria merecer uma boa pesquisa e talvez um livro, um documentário. Seu nome foi merecidamente dado ao Sambódromo de Bauru. É isso, por hoje é só, salve o Itajubá e o Rival, pois continuam resistindo ao tempo e se impondo aqui nos fundos da Cinelândia.

quinta-feira, 10 de abril de 2025

ALFINETADA (252)


QUERENDO ENTENDER...
Algo ainda não foi totalmente entendido por mim - e por boa parte da população bauruense, principalmente dentre os servidores públicos municipais. Na última sessão da Câmara de Vereadores, realizada na segunda, 07/04, quase a totalidade dos vereadores fez uso da palavra para se dizer e se mostrar defensor dos trabalhadores públicos municipais, os atuando nas hostes da Prefeitura. Foi algo sensibilizador, alguns quese com lágrimas nos olhos. Estes, como sabemos estão diante de uma greve, causada pelo baixíssimo índice de reajauste, menos de 5%, quando da data base para reajuste anual de seus salários. Pouca vergonha diante do próprio aumento salarial da alcaide, seu vice, secretários e vereadores.

Pois bem, o ainda não entendido foi que, após a ladainha onde se disseram indissoluvelmente defensores dos trabalhadores, a quase totalidade votou a favor do índice proposto pela alcaide. Mas como? Sim, foi isso mesmo e na voitação até a vereadora Estela Almagro, que tantas críticas (sic) faz para a atuação da alcaide, vota do jeitinho como ela havia preconizado para os de sua bancada. O único a votar contra, pasmem, foi Eduardo Borgo, cujo processo de cassação, por decoro parlamentar, continua tramitando por lá e quando emite seu voto, o pede com Declaração de Voto, afirmando o fazer contra, pois está a favor dos trabalhadores. Na verdade, pelo conjunto da obra do ocorrido neste dia, o eleitor fica confuso com a atuação dos vereadores, pois se o defendem, por que votam contra seus interesses? Pra bom entendendor, meia palavra basta.

PROJETO CIRANDA - CAIXOTE LITERÁRIO, NA RODOVIÁRIA NUM IMPASSE
Eu e Rose Flag Barrenha acreditamos muito nesse "negócio" de espelhar livros pela aí. O caixote lá no terminal todoviário tem essa pegada. A ideia é mais que boa e, neste momento vive um impasse. Os livros são lá colocados pra serem levados e lidos. Nada como o viajante se deparar com uma bela leitura e assim não viajar só.

Conto da nossa preocupaçào. Coloquei livros nos últimos sete dias por 3 vezes. Eles estão misteriosamente evaporando. Num dia, até para testar, abasteci e ao voltar horas depois, caixa já vazia. O que estaria acontecendo? Sem acusar ninguém, queremos continuar com o projeto e estamos dispostos a dialogar com quem está sumindo com os livros. Tudo bem, a gente sabe, este país deixou de ser normal faz tempo - se é que um dia o foi -, mas algo ainda pode ser feito, neste caso sem fazer nenhuma caça as bruxas. É que, eu e Rose gostaríamos tanto de ver os livros ali depositados sendo levados, um por um, mas com destino final a sua leitura. E nós somos difíceis de desanimar, muito menos desistir.

eu pelo rio de janeiro
REENCONTROS QUASE IMPOSSÍVEIS...
Trombar com gente querida pelas ruas e pela aí, eis algo que nos move. Desta feita, dentro do terminal de ônibus urbano Gentileza, ao lado da rodoviária Novo Rio, indo de um lugar para outro, dou de cara na saída de uma escada com o DAVID, ex-inquilino lá no Mafuá da rua Gustavo Maciel. O último por sinal, pois com 3 cães, foi difícil arrumar residência com espaço para abrigar "seus filhos". Arrumou, se foi, mudou-se para o Jd TV, trabalhando no Confiança Flex, o lá ao lado da Rondon. Vez ou outra passando por lá, atualizávamos as conversas.

E agora, ele chegando no Rio, de mala e cuia, indo para o novo lugar que o destino lhe reservou. Feliz da vida, amor novo, demorou, mas cá está. "Bauru não estava dando mais. Conheci novo parceiro, mudei o rumo completamente. Tinha que vir", me conta. E pergunto: "E os cachorros?". Ele: "Este foi o motivo de ter demorado tanto. Meses até definir e ter a certeza deles estarem num bom lugar. Não foi fácil. Só embarquei com a certeza deles estarem bem. Vou sentir muita falta, isso me toca profundamente, pois eles foram minhas companhia", resume.

Não pergunto mais nada. Trocamos um cordial abraço de boa sorte e o vejo seguir adiante, planos e expectativas renovadas. Elas e suas malas, uma vida toda dentro delas. David é mais que um batalhador. Essas são as belas surpresas que a vida nos possibilita nas viradas das esquinas. Mundo véio e sem porteira. Encerro com algo do profeta Gentileza, homenageado junto dos viadutos onde escrevinhava suas frases. Sua vida é conhecida, marcou época, a tragédia do circo pegando fogo e tendo nascido em Cafelândia, aqui pertinho de Bauru. Gentileza tem História - com H maiúsculo -, mas não podemos nos esquecer, foi sempre uma pessoa muito conservadora, fundamentalista na acepção da palavra. Nem um pouco progressista, porém, inegável ter deixado mais que uma marca registrada na cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, enfim, "Gentileza gera Gentileza".

quarta-feira, 9 de abril de 2025

UM LUGAR POR AÌ (194)


PRECISO LHES CONTAR...
Tive que me ausentar de Bauru por alguns poucos dias. Compromissos inadiáveis e incontornáveis. Cá estou, longe de casa. Enquanto estiver fora, não tenho como publicar o Vitrolinha do HPA e o Cena Bauruense. No corre diário, meio que sem querer me deparo com uma encruzilhada, dessas para entornar o caldo. Quando me dou conta, estou debaixo do cruzamento da Aldir Blanc com a Mário de Alencar, o filho do famoso José. Sento no meio fio e me ponho a matutar: que faço do resto do meu dia, prossigo ou entrego os pontos e diante do sugestionado, vou reverenciar os mestres, ourives dos palavreados? Oh, dilema cruel. Depois da labuta, a esbórnia...

TAMBÉM QUEREMOS...

Assim como o espaço público debaixo do viaduto da Duque de Caxias, na Nações Unidas foi conseguido e já esta em plena atividade por uma entidade particular - festão no último final de semana -, pelos mesmos critérios, pleiteio do outro lado, também debaixo do viaduto, espaço idêntico para o bloco farsesco, burlesco e algumas vezes carnavalesco, o Bauru Sem Tomate é MiXto, poder fazer suas estripulias. Se possível, sem custos e despesas. Que alguém me indique onde pode ser protocolado o ofício com a solicitação.

A RIFA DO QUADRO DO BACCAN E LIVROS DA AMANDA, SUA FINALIZAÇÃO É POR AUDREN RUTH
Escrevi sobre uma rifa pra ajudar Amanda Helena, tendo um quadro do BACCAN como prêmio principal. Quase tudo foi vendido. Faltam 23 números para fechar. Amanda se diz satisfeita com o arrecadado e como já alcançou seu objetivo, que foi viabilizar reforma e impermeabilização de um banheiro, abre mão e assim, toda atrecadação agora será feita para incrementarmos algo em prol da linda e deslumbrante cantante Audren Ruth.

Audren batalha muito para manter seu tratamento de saúde. Portanto, conclamo aqui, vamos acabar logo essa rifa e reverter algo para nossa amiga. O valor de cada número é R$ 10 reais e quem o fizer, faz PIX diretamente para ela [Seu PIX é 14.99902.6459, seu fone). Quem puder colaborar com outros valores, tudo muito necessário e bem aproveitado, nem precisa dizer nada por aqui. O PIX dela está aí. Creio que, todos que a conhecemos e gostamos muito delas, estamos unidos, buscando o melhor para tão encantadora pessoa.

AUDREN merece. E mais que tudo, ela,adora receber visita de diletos amigos em sua casa lá no coração do Mary Dota.