domingo, 25 de setembro de 2011

CENA BAURUENSE (86)

AS ÁRVORES DE DONA ENI, MINHA MÃE, SÃO LEMBRADAS NO “BOM DIA” DE HOJE
O diário bauruense BOM DIA está promovendo uma comemoração diferente do Dia da Árvore (22.09) e com ações diárias envolvendo pessoas conhecidas da cidade. Numa delas personalidades são convidadas a plantarem árvores, algumas pela primeira vez. Novidades são apresentadas aos leitores a cada dia. Na de hoje, além de outras, uma envolvendo a minha família, com uma matéria de página inteira relembrando algo a tocar profundamente todos daqui de casa, uma história sobre ENI PERAZZI DE AQUINO, minha mãe, falecida em 13.09.2011. Estiveram aqui defronte minha casa na tarde de sexta, a jornalista CRISTINA CAMARGO e a fotógrafa JULIANA LOBATO, entrevistando meu pai, minha irmã e eu sobre uma história que nos é muito grata: aqui no quarteirão de casa são cinco árvores plantadas pela minha mãe, uma lembrança das mais felizes que todos temos dela. Isso faz a diferença, numa cidade com poucas árvores defronte as residências e espalhadas pela cidade. Reproduzo abaixo o texto do jornal:

“ENI PARTIU, MAS DEIXOU SUAS ÁRVORES PARA SER LEMBRADA – Professora levou o verde para a calçada em frente à casa da família. Primeira muda veio de Minas e uma das últimas, de Cuba.

Por causa de uma antiga colite, o ferroviário aposentado Heleno Cardoso de Aquino, 83 anos comprou uma casa no distrito de Pocinhos do Rio Verde, em Caldas, Minas Gerais. Tinha ouvido falar que lá a água é boa para esse tipo de problema de saúde.
Foi há mais de 50 anos, mas a história não sai da memória. Foi de Pocinhos que a mulher dele, a professora e artesã Eni Perazzi de Aquino, trouxe a muda da primeira árvore plantada em frente à casa da família, no centro de Bauru. “Ela trouxe num saquinho de leite”, recorda.

Heleno e os filhos confessam que não sabem o nome científico da árvore. Nem o popular. Na casa, é conhecida como “a árvore mineira”. Embaixo de sua sombra, os quatro filhos do casal brincaram e cresceram. “Brincávamos de queima”, conta a advogada e leitora de tarô Helena Perazzi de Aquino, uma das filhas.

Agora, a mineira e as outras cinco árvores que Eni plantou na calçada provocam a saudade. A professora aposentada morreu em junho desse ano, aos 74 anos, vítima de complicações cardíacas. Mas deixou sua história bem enraizada: basta abrir o portão para o viúvo e os filhos lembrarem dela. Em texto publicado em seu blog, o professor de História Henrique Perazzi de Aquino, escreveu sobre o reflorestamento do quarteirão feito pela mãe. “Na calçada que circunda o vazio não havia nenhuma árvore plantada. Hoje, o espaço é disputadíssimo pela sombra proveniente das muitas que ela plantou”.

O vazio a que se refere é um terreno localizado às margens da avenida Nuno de Assis, ponto tradicional para a instalação de parques e circos. Eni não gostava de ver aquele espaço desocupado, sem verdes no entorno. Por isso, resolveu tomar suas providências. Uma das mudas plantadas veio de Cuba, país que o militante de esquerda Henrique visitou em 2008. “Era uma que dá uma espécie de caixinha em formato de coração”, descreve o blogueiro. Mas a cubana não teve chance de crescer. Na instalação de um dos parques no terreno, a arvorezinha foi atingida e não resistiu.

Eni, contam os filhos, gostava muito de plantas. “Era o passatempo dela”, conta Helena. E não se limitava a plantar. Ficava de olho em suas árvores, espantando os moleques que se atreviam a mexer com alguma delas. Chefe de estação na época em que os trens transportavam passageiros e movimentavam a região central da cidade, Heleno ganhou um caderno do filho Henrique para escrever suas longas memórias. Ali são imortalizadas histórias de trens, de viagens, da família, de Minas e de Bauru. Eni e suas árvores, claro, são protagonistas”.

OBS.: As fotos de minha mãe foram tiradas por mim em 2009 e publicadas num texto quando da passagem do seu aniversário naquele ano, 27.04.2009.

6 comentários:

Anônimo disse...

eu li e fiquei emocionada...
Mto lindo....
já está em Bauru??? Estaremos nos apresentando dia 02 /10 às 20 h na ASSENAG....
Vc vai dessa vez né?
é meu convidado...avise os amigos...ingresso único a R$ 10,00...
Tô te esperando....dessa vez vc não escapa...rsrsrsrsrs
Beijitos...
Madê Correa

Helena Aquino disse...

Lindo meu irmão ..... ver a mãe nessas fotos dá uma saudade maior ainda ..... isso não vai passar nunca .....
Beijos pela homenagem....

Helena Aquino

Anônimo disse...

é helena e henrique
saudades de pai e mãe são irrecuperáveis. vale a pena vivermos cada minuto que nos resta e a eles também ao lado. sempre privilegiando nossas origens diante de outras coisas tâo efêmras que a vida nos apresenta. um beijo da ana bia

Anônimo disse...

a sua querida mãezinha está lhe agradecendo lá do céu.
Aldo Welicham

Anônimo disse...

Henrique/Helena...

Que saudade de dona Eni...


Luiza

Anônimo disse...

NINGUÉM SE CRUZA NESTA VIDA POR ACASO

Iraci