segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

FRASES DE UM LIVRO LIDO (110)


NUMA SÉRIE DE TV, DE UM LADO O MODO DE VIDA DO RICO E DO OUTRO O DO POBRE – COMPARAÇÕES OBSERVANDO “GILMORE GIRLS”, PAPO ENTRE PAI E FILHO
Esses dias natalinos são propícios para reflexões variadas e múltiplas. Longe do meu filho por esses dias, 600 e poucos quilômetros nos separam, ele em Bauru e eu em São Lourenço MG. Nos falamos pelo facebook e pelo telefone. Bate aquela vontade de ficar junto e de ouvir suas histórias. Sim, ele me conta mais histórias do que eu conto para ele. Invertemos a situação. Uma delicia o que ouço. Ele me diz algo, anoto e depois vou pesquisar. Não conto pra ele assim de imediato o fato de desconhecer o assunto. Dia desses isso me voltou a acontecer.

Contou-me detalhes de uma série de TV do canal CW norte-americana, algo que assistiu em inglês, localizando-a por esse infindável mundão de possibilidades da internet. Trata-se da GILMORE GIRLS e segundo o que me informava começou em 2000 e foi até 2007. Ele me pergunta se conhecia. Claro que não, pois se nem as nacionais ou as atuais assisto, quanto mais uma terminada em 2007 e em inglês.

Mas o que me conta da série muito me interessa. Uma das regiões mais ricas dos EUA é a Nova Inglaterra, tudo se passa. Disso sabia algo, por ali a maior concentração de gente com bonança financeira na terra do Tio Sam. Clima temperado, proliferam por ali casarões grandiosos e casas no estilo considerado pelos pobres mortais como uma espécie de paraíso terrestre. E me relata assim por cima a história dos Gilmore, uma rica família ali estabelecida. Por um desses desencontros da vida, a filha do casal conhece um pobretão e com ele quer morar. Rejeição imediata e ao não a vergarem, ela sai de casa e vai sobreviver em profissões as mais duras.

A boniteza da série começa justamente quando dessa separação e em todos os capítulos são mostrados os dois mundos, o da riqueza e avareza onde vivem os pais e o onde a filha foi se enfurnar, prevalecendo algo inexistente do lado de lá, a solidariedade humana. Diz que muitos anos depois, num aperto passado pela filha, ela já com 16 anos, procura os velhos, pois precisa obter algo e sabe não fará falta nenhuma a eles. Consegue um empréstimo, com a condição de propiciar um jantar semanal com os avós.

E me conta em detalhes algo que a neta propicia aos velhos e do mundo onde a filha toca sua vida. Num certo momento lhe pergunto o que está por detrás disso tudo, a mensagem da série. Seus olhos parecem brilhar e me diz mais ou menos isso: “Pai, a riqueza dessa série são os diálogos, um confronto não onde pegam em armas, mas o choque é tão evidente e a oportunidade de conhecer as entranhas dos dois lados da questão. O mundo dos ricos, aquelas festas onde não existe paz, um confronto estabelecido a todo instante. Um sorri para o outro, mas na verdade quer comê-lo vivo, quer lhe passar a perna, quer ser melhor que ele. Uma verdadeira partida de xadrez. Alguém ali é predador e vai vencer o outro de qualquer maneira, sem dó e piedade. O lado pobre onde vive a moça é despretensioso, nas festas as pessoas se divertem de fato, o local de trabalho menos tenso, riem mais e sem se importar em disputar com aquele ali na sua frente”.

Ouço ele me dizer aquilo tudo e me transporto para nosso mundo, em Bauru ou qualquer canto capitalista onde vigore o tal do “deus dinheiro” acima de tudo e de todos. Faço uma comparação das mais simples enquanto ele termina seu relato. O interrompo e lhe digo: “Filho, veja se entendi. Uma festa de premiação, por exemplo dos destaques do Prêmio Melhores do Ano da revista Atenção em Bauru possui interesses e comportamentos bem distintos dos que ocorrem em outra premiação, como a de 20 de Novembro, Zumbi dos Palmares, lá com a família Baté em Tibiriçá?”.

“Sim, isso mesmo”, me diz e ficamos traçando as tais diferenças e interesses em jogo aqui e ali. Anotei tudo e ao chegar em casa fui pesquisar sobre a série. Primeiro me deparei com um site em português: http://gilmoregirls.com.br/. Aqui detalhes sobre a série: http://www.brasilpost.com.br/…/fatos-sobre-gilmore-girls_n_…. E um pouco mais em: http://www.brasilpost.com.br/…/fatos-sobre-gilmore-girls_n_…. E algo das reações no público norte-americano: https://observatoriodocinema.bol.uol.com.br/…/gilmore-girls….

Achei pertinente postar algo dessa natureza exatamente nesse momento pós-Natal. Enfim, seria isso mesmo, o mundo do rico se traduz por uma competição desenfreada e no do pobre ainda uma possibilidade do desfrute de uma possibilidade mais palatável no modo de vida?

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