segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

PALANQUE - USE SEU MEGAFONE (67)


SUPERANDO O MEDO COLETIVO - ATÉ ONDE POSSO CRITICAR?
Até agora não entendi se esse texto é ou não do Boff (https://leonardoboff.wordpress.com/…/je-ne-suis-pas-charli…/), mas quero analisar algo disso tudo. Primeiro, as mortes foram uma aberração. Depois, sou totalmente favorável ao humor ácido, principalmente o feito através de charges. Só não posso ser quando esse atinge e ultrapassa limites. Claro que sou contra a charge da ministra com corpo de macaca. Um absurdo. Como também sou contra a do árabe pelado, de bunda virada para lua e com um símbolo religioso na região do ânus. Excessos que abomino. Eu, por exemplo, escrevo muito contra o poder desmedido de certas religiões, fazendo uso do "deus dinheiro" como o seu único e absoluto senhor e enganando os fiéis. Vou continuar fazendo isso e a faço com evangélicos, católicos e todas as demais. Escrevo pouco sobre a muçulmana, pois ela ainda é fraca dentre o meio onde vivo, mas escreverei também, pois repudio tudo o que faz de excessos contra a pessoa humana, numa interpretação distorcida de Maomé. Quer dizer que não posso mais criticar isso? Criticarei sim, mas o que não farei nunca é usar símbolos que ultrapassem limites. Isso quero continuar fazendo e sem medo, sem receio de ser morto por causa disso. Quero com meus textos tocar as pessoas, fazer ver o quanto elas continuam sendo enganadas por certas religiões (não seriam todas?). E o uso de charges para isso é ótimo. E assim como escrevo de religião, escrevo de política, de futebol, de Bauru, do Brasil, do PT, do PSDB e de tudo o mais. Escrevo deles e escrevem de mim. E queria poder continuar fazendo isso tudo. E não estou entre aqueles que enxergam tudo de ruim em todos os momentos da Charlie Hebdo.
Vi em muito do que publicaram algo de salutar e em parte pequena, algo abominável. Não sei como faziam para conciliar isso, pois tenho pouco conhecimento da história real dos bastidores do jornal. Eles mesmo podem continuar fazendo o que sempre fizeram, mas revendo algo e mesmo assim, continuar com muita acidez e contundente crítica, tudo tão necessário. Calar a voz de quem fala é um perigo. Calar sim, excessos, mas quando o outro lado, como no caso desse bestial mundo sendo formado por abilolados desvirtuadores de Maomé, cometem absurdos em nome de uma interpretação errada? Quero poder continuar criticando isso. Daí não desgosto totalmente da Charlie Hebdo e acho que o Brasil precisaria ter de volta um jornal cheio de humor, ácido, picante, irreverente, mordaz, porém sem excessos. Só os abusão são abomináveis, a crítica NUNCA. Não temos mais isso e isso nos faz falta. não podemos perder o sendo crítico, o de apontar o dedo para poderosos, para inescrupulosos, guardiões de araque e todos os que dizem nos representar e nos sacaneiam de montão. Dito isso, levando em consideração esse desabafo, concordo com o resto da análise.
 
HPA, Bauru SP, 12/01/2015.

11 comentários:

Mafuá do HPA disse...

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Vera Padilha Concordo inteiramente com vc...crítica,humor ácido,irreverência,mas, sem excessos,sem ofender no âmago das pessoas ,o que pode-se dizer , ser a razão de suas vidas...pra que?????aquele célebre chavão....""meu direito vai até onde começa o seu""....Deu no que deu!!! Meu pai,Antonio Padilha,comunista de carteirinha, sempre me dizia desde que eu era uma criança,e uma coisa que todo mundo sabe....""violência só pode gerar violência ""e essas charges para os mulçumanos sabemos que é uma tremenda violência...de novo,...deu no que deu!!!!
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Renato Magú Todo dia morrem centenas de muçulmanos, sobre a chancela de França, EUA, Reino Unido, Alemanha e outros monte de paises de merda.. Não vejo comoção quando morre alguem no Iraque , na Siria ou na Pelestina...A França é tão paga pau dos EUA, que tbm quiseram seu 11 de setembro.. Acho muito bem feito... Tiro meu chapeu pra quem fez os ataques.. Adorei, igual adorei os ataques as torres gemeas.. Adoro ver caindo bomba no quintal de quem joga bomba no quintal dos outros.. Lei da reciprocidade...
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Roberto Caldas Ops! como assim "deu no que deu"? as vitimas são os culpados?. Me lembra aquela historia a mulher que usava chortinho e foi estrupada... aí o sujeito diz: Ela tava pedindo!!!
Fala sério!!!!!
Sou a favor da liberdade de impressa! Acho um perigo essa onde que anda por ai .... gostaria muito de ver esse texto da regulamentação da mídia! Saudades do Brizola, que ganhou na justiça o direito de resrposta no Jornal Nacional!
A grande loucura dos radicalismos e que ele retroalimenta a preconceito e os facistas!
Je suis Charlie, Pasquim, PifPaf etc!
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Henrique Perazzi de Aquino O Hedbo não representa o governo francês, caro Renato Magú, aliás critica ele em quase tudo. O "adoraria" foi no alvo errado, pois quem está aliados ao poder dos EUA é o governo francês não o Hebdo.
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Roberto Caldas O Leonardo Boff sabe que estão usando a imagem dele para ilustrar um texto qualquer? isso sim me parece no mínimo estranho!!!
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Renato Magú Henrique Perazzi de Aquino, todos sabemos que a França apoia os EUA no terrorismo que fazem no Oriente Medio... Charges ou matérias que menosprezam, que desrespeitam, que semeiam o ódio contra os muçulmanos ( na França a milhares de Muçulmanos), só referenda a atitude do governo, portanto tbm é parte no processo... É mesma coisa que dizer que a Globo apoiou a ditadura "porem não tem culpa dela ter acontecido".... Com todo respeito Henrique, pra mim é a mesma coisa.... Cada um luta com as armas que tem... Um usa seu jornal para atacar,outro usa suas bombas para atacar.. Acho justo... ADOREI.....
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Renato Magú Outra coisa, pra mim, não foi ataque a liberdade de expressão. Pra mim, foi um ataque a um semeador de ódio....
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Mafuá do HPA disse...

COMENTÁRIOS VIA FACEBOOK 2 -

Henrique Perazzi de Aquino Te entendo completamente, Renato Magú, mas analiso por outro ângulo. Veja isso. Um cara como o cineasta Michael Moore, por exemplo, norte-americano. Eu não posso querer matar ele só por estar dentro dos EUA. Ele reside lá e combate o mesmo combate que tantos outros fora de lá. O que falta de análise hoje em tudo o que li é essa relação dos povos africanos, principalmente, criados na França, mas totalmente menosprezados. Esse são hoje arrebatados para lutar pelo islamismo cruel e insano. E são porque o capitalismo, representado pela França, EUA, Inglaterra, Alemanha e todos os outros nunca vão querer saber de ajudá-los, integrá-los de fato. Eu não posso defender esses grupelhos que se dizem islâmicos, pois sei que o que representam seriam um caos para tudo e todos. Não construirão nada de palatável no mundo pelo qual acredito e sempre lutarei. A ideologia deles, se é que existe alguma é uma interpretação maluca de uma religião excludente. Existem tantos pontos a serem analisados no conjunto dessa obra, que é difícil opinar e apostar no caos.
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Maria Helena Ferrari Um pouco de atenção à leitura, por favor. O texto do Boff JUSTAMENTE ESCLARECE que ele, SEM QUERER, compartilhou um texto como sendo de um padre e na verdade era de outra pessoa. Ninguém está publicando nada usando o nome do Boff. Muita intolerância e discussões vazias no Facebook se originam da falta de atenção à leitura e erros de interpretação.
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Renato Magú Henrique, não da pra comparar o Michael Moore com a imprensa marrom... Eles não atacaram um cidadão francês, eles contra atacaram um veiculo que os ataca, oprime e ridiculariza diariamente... Então tenho que apoiar.. Não podemos condenar a reação de um oprimido...
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Roberto Caldas e porque não apagou e republicou direito? não seria mais correto? Porque a foto do Boff? Não está contando exatamente co a leitura superficial, comum nas midias sociais? Sinceramente ....
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Renato Magú Levanto outra bola e gostaria de saber a opinião d@s companheir@s quanto a isso... A questão religiosa e o fanatismo, existem naquela região a milhares de anos... Eles sempre viveram assim... Me digam por favor, quem inventou o terrorismo???? Só falamos em islamismo hoje, depois que o ocidente foi cagar regra e desrespeitar a soberania daquela região.. Quem é culpado disso tudo é Israel e os EUA, que foram la mexer com os caras, para poder roubar seu petroleo, a unica riqueza daquele povo.... Alias, ja estão fazendo isso com a venezuela tbm, com o Brasil através de espionagem.. A questão não é religiosa, é financeira... Deixem os caras la, vivendo como sempre viveram... Não se esqueçam que muita gente também ja matou e morreu para defender os testamentos da tal "Biblia Cristã". O fanatismo não esta concentrado somente no Slam, podemos encontrar esse fanatismo em nosso próprio parlamento, através da bancada evangélica....
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Maria Helena Ferrari Mais uma vez: Atenção! O blog é do Boff e tem a foto dele em TODAS as publicações. O texto está reproduzido em seguida, republicado, com a advertência de que só não puderam ser reproduzidas as charges.
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Mafuá do HPA disse...

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Henrique Perazzi de Aquino O fanatismo é repugnante onde existir. Combato aqui da minha trincheira todos. Sou intransigente no combate no que os EUA promovem ao resto do mundo para continuarem sendo os maiorais. Porém, não posso deixar de ser contra o que representa esses grupelhos violentos e irracionais que fazem uma interpretação distorcida de Maomé, do Alcorão e da religião muçulmana, também exercendo um poder cruel e atroz. Não vivem mais lá isolados, hoje propagam isso por todo Oriente Médio e não conseguiria viver sob o jugo desses. Aliás, nenhum de nós. Da mesma forma que combato a crueladade do Governo dos EUA combato isso tudo e serei sempre contra esses abusos religiosos, onde ocorrerem.
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Renato Magú http://operamundi.uol.com.br/.../por+que+nao+sou+charlie...

Por que não sou Charlie Hebdo - Je ne suis pas Charlie
O que as caricaturas de Mohammad fazem é respaldar...
OPERAMUNDI.UOL.COM.BR
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Renato Magú Leiam esse texto, eles traz grandes contribuições..
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Rosana Zani Renato Magú concordo com suas colocações..é bem por aí... é como didi falar que os negros e homosexuais não se ofendiam com as piadas antigamente, é muito difícil a gente conseguir ver os dois lados quando se trata de extremistas que assassinam se utilizando de uma religião, mas mesmo assim ainda temos que ver que todas as crenças merecem respeito, eles usam a religião da pior forma, mas nesse caso a culpa é de quem faz o malfeito dos fanáticos e não da religião que é mal utilizada, e também no caso da charge que também foi feita de forma errada... pois deveria atingir os fanáticos e não a crença em sí, como se todos os muçulmanos fossem assassinos fanáticos.
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Almir Ribeiro Caro Henrique Perazzi de Aquino: é nessa horas que as caras são postas para bater. A posição do Boff não me surpreende. De uma maneira geral, minha posição está contida aqui:
http://www1.folha.uol.com.br/.../1573507-viva-a-falta-de...

[PS.: em num post sobre tolerância e respeito a posições divergentes, um dos participantes, Renato Magu, me bloqueou no Face.]

Viva a falta de respeito, humor não é ofensivo
Um dos problemas de morrer é esse: vão falar muita...
WWW1.FOLHA.UOL.COM.BR
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Henrique Perazzi de Aquino Almir, Magu e todos os demais: Existem dois pesos e duas medidas em tudo. Sei disso e cada vez me convenço mais disso. A crítica pode ser aplicada para uns de um jeito e para outros, doutro. Dizer que não existe distinção é querer tapar o sol com a peneira. Sou favorável ao Hebdo? Não totalmente, mas o contrário também. Crítico sim e muito todos os fundamentalistas, estejam onde estiverem, inclusive residindo nas regiões mais oprimidas do mundo. Se o que existe de governo déspota por lá é um horror, esses no poder seriam até piores que os atuais. Daí, de minha parte, pau em todos eles. Já os excessos, como já discutido aqui, isso outra coisa. Mas não me peçam para culpar o Hebdo por tudo e isentar seus matadores. Aliás, seus matadores sim, pois são os buchas de canhão, como em tudo. Lá na Nigéria uma menina de 10 anos fez o mesmo que eles. Jovens são usados por déspotas mundo afora. Os fins não justificam os meios. Os jovens desesperançosos da Europa se atiram a isso, por falta de oportunidades e pela forma de tratamento que possuíam. A revolta deles extravasa para isso, algo até natural, diante de tudo o que os opressores fizeram com eles durante suas vidas. Mas que foram usados, ou melhor, deixaram de ser usados por um, para serem usados por outros, isso está na cara. Só isso, o restante estamos de acordo. A opressão ocorrendo no capitalismo sendo combatida por uma opressão fundamentalista piorada não é solução para nada.
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Mafuá do HPA disse...

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Duilio Duka Henrique Perazzi de Aquino, você leu o meu post? Novamente você me cita para eu ler o que escreveu. Mas você leu o que eu escrevi, especialmente para você? NÃO CONCORDO COM A PRÁTICA DO DESRESPEITO AOS VALORES CULTURAIS HUMANOS. Venha de onde vier. O texto do padre, teólogo e historiador, reproduzido por Boff, está bem claro nesse sentido. A censura existe em todos os lugares e tempos. As pessoas, empresas ou instituições não podem achar que são donas ou que mandam na vida das pessoas. O bom jornalista não deve escrever sua opinião (que passa a ser pública) de algo que está distante ti, que não presenciou tais fatos, ou que não conhece a historia de tais acontecimentos. Quem faz isso é TENDENCIOSO, PARCIAL, DONO DA VERDADE. Logo, é perigoso para a vida no Planeta e a paz para a humanidade.
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Henrique Perazzi de Aquino Concordo Duka, mas peço que leia também essa minha última reflexão. Ambas se complementam.
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Henrique Perazzi de Aquino Eu quero poder continuar criticando o fundamentalismo onde ele existir e não o político, como o religiosos, o esportivo, o cultural, etc. E não posso dar minha opinião assinada sobre o que ocorre, por exemplo, no Oriente Médio, só porque está distante de mim? Devo fazer isso. Só isso.
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Duilio Duka Henrique Perazzi de Aquino, seja menos corporativista dos jornalistas/chargistas e mais pragmático dos direitos humanos universais.
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Henrique Perazzi de Aquino Sou, Duilio Duka, mas tento enxergar de cá pra lá e de lá pra cá. O fundamentalismo é ruim de onde vier.
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Henrique Perazzi de Aquino O DESRESPEITO AOS VALORES CULTURAIS HUMANOS ocorre dos dois lados e quero espezinhar todos eles, tanto o fundamentalista religioso, perverso até a medula, como o fundamentalista política neoliberal capitalista. Afinal, qual seria pior?
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Mafuá do HPA disse...

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Duilio Duka Assim também eu vejo e sinto o quanto as Religiões de Matriz Africana, são discriminadas no Brasil. Acho que chegou a hora de as pessoas, a sociedade repensarem os seus conceitos. Aseoo!
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Helena Aquino Lindo amigo Duilio Duka .... li esse post hoje e compartilhei ... também é o meu pensamento , a Fé é uma coisa mto séria, não devemos brincar com os sentimentos dos outros... não é pq eu não acredito que vou criticar, gozar e humilhar os que acreditam .... o respeito é mto bom e eu gosto ...Postei uma charge ,onde humilham o Pai, o Filho e o Espírito Santo .... mto complicado
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Holmes Rodolfo Martins Existe uma tênue linha entre a Liberdade de Expressão e o Direito mas que,infelizmente,não é enxergada pela maioria das pessoas,principalmente da Imprensa.Não pode se negar que a atitude dos terroristas é condenável porem não se deve esque cer que este jornal publicou a charge de uma ministra negra da França retratando-a como uma macaca.Este mesmo jornal tem como caracteristica o deboche de religiões,sempre denegrindo seus representantes espirituais.Se o papel principal da Imprensa é informar,este jornal não faz parte da mesma pois que eu saiba naõ se subdivide a Imprensa em noticiosa,humoristica,esportiva,etc,Imprensa é uma só,assim como a responsabilidade e o respeito são indivisíveis.
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Helena Aquino concordo plenamente com o enunciado acima... liberdade de imprensa é uma coisa , deboche, ofensas preconceituosas , são mto diferentes .... pra td tem que se ter um limite ..... os terroristas estão errados sim, claro, mas isso não foi o início ...... já vem de mto tempo.
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Holmes Rodolfo Martins A religiosidade de cada um deve ser respeitada,é algo íntimo,privado,singular que não pode ser julgada e muito menos condenada por ninguem.Religião é uma coisa coletiva,a religiosidade é individual,a crença e a fé não possuem pátria,são atributos ontológicos do Homem desde os tempos primitivos.Uma caneta não pode ter um valor maior que um livro sagrado bem como o profano não pode misturar com o sagrado.
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Edivaldo Andrade Cardoso Só merece direitos que cumpre antes as obrigações, voce quer o direito de falar? então cumpra a obrigação de ouvir, quer o direito de xingar seu governo? então cumpra a obrigação de votar ...e assim por diante. Evidente que a imprensa tem que ser livre...Ver mais
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J.a. Martins de Souza Respeito é bom, e eu gosto de avaliações assim... To compartilhando meu irmão Duilio Duka...
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Anônimo disse...

JE NE SUIS PAS CHARLIE


Num artigo que rema contra corrente, o colunista Lelê Teles explica por que, mesmo condenando a ação dos terroristas, ele "não é Charlie"; "Ir contra o profeta Maomé era pedir briga, não com os muçulmanos, mas com os fanáticos. Dizer que o crime em França atentava contra a liberdade de expressão é de um lugar comum risível. O fundamento dos fundamentalistas é cercear a liberdade de expressão. E eles são contra a liberdade de expressão de todos aqueles que não pensam como eles, sobretudo muçulmanos", diz ele; numa das charges, Maomé era colocado de quatro; outra afirmava que o Corão é uma merda; desenhos do Charlie insuflavam a islamofobia na França; leia a íntegra
8 DE JANEIRO DE 2015 ÀS 13:11
Por Lelê Teles
Charlie Hebdo? Um provocador obcecado contra o islã, um jornal decadente que perdia leitores a cada ano.
O que ele pretendia com isso?
Hebdo sabia quem e o quê queria provocar com sua obstinada insistência.
Stéphane Charbonier, o Charb, o diretor do Habdo, era judeu. Isso parece não ter importância; claro, a ênfase é para o islã.
Como bem disse o Therry Meyssan, "o Charlie Hebdo s'était spécialisé dans des provocations anti-musulmanes et la plupart des musulmans de France en ont été directement ou indirectement victimes".
O fundamentalismo islâmico, é sempre bom lembrar, é um produto do imperialismo ocidental. Os Estados Unidos alimentaram sujeitos lunáticos, inescrupulosos e sedentos por poder para combater o grande satã, o comunismo.
Bin Laden nasceu daí, e disso todo mundo sabe.
Enquanto cresciam as milícias sanguinárias, protegidas por uma falsa camada religiosa, espancando estudantes, fuzilando professores laicos, colocando as mulheres "na linha", o ocidente aplaudia.
É lá, é com eles, é o efeito colateral. Melhor que termos os comunistas sentados sobre as maiores reservas de petróleo e gás do mundo.
É bom frisar que os fundamentalistas, recuso-me a chamá-los de islâmicos, não fabricam armas e que as nações "santinhas" estão a encher as burras com todo esse terror.
Lembram das terríveis imagens de Gaddaffi, assassinado brutalmente por sicários ensandecidos? Limparam a área pra turma da toca ninja.
Hebdo, desculpem-me a franqueza, mas era um inocente útil. Seu jornal, que tinha os maiores chargistas do mundo, não tinha leitor, porque sua leitura obstinada, fundamentalista, estava cansativa.
CONTINUA...

Anônimo disse...

CONTINUAÇÃO...

Ir contra o profeta Maomé era pedir briga, não com os muçulmanos, mas com os fanáticos.
Dizer que o crime em França atentava contra a liberdade de expressão é de um lugar comum risível.
O fundamento dos fundamentalistas é cercear a liberdade de expressão. E eles são contra a liberdade de expressão de todos aqueles que não pensam como eles, sobretudo muçulmanos.
Descobriram isso agora quando morreram não-muçulmanos?
Vi até o Laerte, o Laerte minha gente fina, falar agora em atentado contra a liberdade de expressão, como se essa liberdade fosse exclusiva de jornalistas. Ô, Laerte, se tu for lá no Afeganistão, tu corre um sério risco de virar churrasco, e não é por causa de tuas charges, hein.
Ao gritarem Allah Akbar! (Alá foi vingado), satisfizeram um desejo oculto de Charlie, que até vaticinara o atentado.
Agora as trapalhadas, obsessivas, do jornal satírico farão com que a Europa se volte contra os muçulmanos, coitados, gente que professa sua fé em paz e em harmonia.
Os franceses já estão nas ruas a falarem em Libertè, a mesma França que impediu as garotas muçulmanas de usar véu nas escolas, a mesma França que insiste em intervenções colonialistas na Françáfrica (Mali, Costa do Marfim e República Centroafricana).
Para os muçulmanos, as charges Charlie Hebdo são apenas ofensas reprováveis e desrespeito, como o foi Je Vous Salue Marie para os cristãos.
Mas Hebdo sabia que provocava a ira dos sicários e parecia gostar disso. Para os islamofóbicos aquilo era um prato cheio, mais cedo ou mais tarde, embora os muçulmanos convivessem com Hebdo, os fanáticos iriam agir, e o mundo faria crer que agiam em defesa de todos os muçulmanos. O que é uma fraude.
Doze franceses mortos? Sério que é isso que comove o mundo agora? Os extremistas matam pessoas a todo momento, matam sobretudo muçulmanos.
Essa histeria comovida me lembra o 11 de setembro. Não vi essa tristeza toda quando eles entraram no Mali abrindo fogo.
Quem foi que puxou o gatilho mesmo?

ENVIADO POR
PASQUAL MACARIELLO - RIO DE JANEIRO RJ

Anônimo disse...

Henrique, você não supera o medo de criticar, a acidez que você cita, passa longe de ti e qualquer outro jornalista por estas terras, salvo raras exceções.

Assino embaixo a entrevista do Laerte, quando ele diz que aqui no Brasil seria impossível algo como o Charlie Hebdo. Aqui reina o politicamente correto e a bundamolice e vc se contagia nesse meio, após ver críticas ao Charlie, puxou o freio de mão novamente, não há limites para críticas meu caro, o trabalho deles é sensacional, e o que é uma charge perto do que esses governos e religiões fazem com os povos hein??

Por favor Henrique, me diga qual era a real de Maomé?? Vc escreve textos para ser entendido ou interpretados?? Vc já leu o corão e os livros dos 3 monoteísmos?? Pq parece que só hoje que estas religiões servem como pano de fundo a uma opressão popular, Maomé, Cristo, etc. são das figuras mais abomináveis para quem realmente conhece estes livros e defende ideais libertários.

Gostei da ironia do Almir sobre ser bloqueado pelo Magú, aliás o Renato Magú deveria se aprofundar um pouco mais em história, para não falar tantas bobagens assim, é dos caras que odeiam tudo dos EUA e do ocidente, criticam o sitema, são contra esses governos, mas vivem de revindicar verbas públicas, falar dos EUA é fácil, mas cadê as críticas ácidas aos governos locais?? O conflito Israel-EUA-Palestina, não tem nada a haver com terras muçulmanas, essa de confundir palestino com islã é um erro histórico, todo esse ódio dos que comemoram e acham merecidos os ataques aos jornalistas do Charlie, ou as torres gêmeas, não tem nada de revolucionários, são parte integrante do ódio imperialista.

Que todos possam expressar suas críticas e que sejam contra-argumentados à altura e que prevaleça sempre a razão.

Acho um absurdo, ler aí gente falando que o Charlie recebeu o que pediu, depois são os mesmos que falam com razão dos absurdos do AI-5. E essa de que foram "apenas" 12 mortos comparando com o se mata no mundo, olha, muitos camaradas e eu, há tempos, criticamos mortes no Brasil, violência, estupros, e isso em qualquer lugar do mundo e não importa se são 12 ou 20 mil, o que significa isso é que nos leva a algo maior e que precisa ser enfrentado.

E só uma ironia para esses aí, não que o Brasil seja diferente, porque vivemos um machismo extremo e violência à mulher, não somos tão diferentes assim, mas vá ser mulher no Afeganistão ou qualquer lugar sob o tacão islã, que continua o mesmo de séculos, ao contrário do que acha o blogueiro. O ocidente faz muita merda sim, mas se nossas mulheres por exemplo, conseguiram e ainda tem uma vírgula de diferença para estes, é graças aos ideais secularistas de históricos personagens do ocidente.

Viva Charlie Hebdo!!! Viva a crítica ácida!!!

Camarada Insurgente Marcos Galeano

Anônimo disse...

Henrique, só mais uma coisa, imagina se quando vc ao citar a crueldade dos Octaviani, ao mexer com esta máfia, tivessem passado bala em vc, alguém diria que vc pediu e deu no que deu??

Viva a crítica!!

Camarada Insurgente Marcos Galeano

Anônimo disse...

Na boa, gente, defender a liberdade de expressão do Charlie Hebdo com base no que eles representaram na década de 1970 é meio perigoso, não? Há mais de 50 anos (mais de meio século) o mundo era bem diferente. Havia lado pra defender, havia outra conjuntura - a França, por exemplo, ainda tinha várias colônias na África, veja você...e ainda tem uma aqui na América (absurdo, não?). Há 50 anos se fazia piada com negros e homossexuais sem qualquer consequência. Hoje, felizmente, não mais. O que significa? Que há 50 anos atras eles gostavam e não gostam mais? Não, é que eles hoje conseguem dizer não. Bom...eu mesmo, que já fui um piadista sem limites, comecei a ver que algumas piadas machucavam parentes, amigos, pessoas queridas. Passei a tomar cuidado pra não ofende-las desnecessariamente. Sim, desnecessariamente. Se o mundo mudou, talvez o Charlie Hebdo tenha que mudar, e tomar mais cuidado ao dizer tudo que pensa, pois isso pode facilmente passar da liberdade de expressão para uma ofensa desnecessária. Se queremos mudar o mundo com o jornalismo e com a opinião livre, talvez seja hora de mudar o jornalismo. E de opinião.

João Correia

Anônimo disse...

Perigoso é esse tipo de postura adaptativa de um mundo único de pensamento e jornalismo politicamente correto. Vocês estão entendendo tudo errado, os rótulos mudaram, mas a base de exploração continua a mesma, vocês querem opinião camaleão, que se molda as vontades impostas da sociedade, o Charlie se ainda representa algum eco da contra-cultura, de um mundo bipolar que se equilibrava em suas lutas, temos que enaltecer isso.

Nós continuamos uma enorme colônia, hoje somos sugados pelas multinacionais e bancos que fazem a festa com o opressão do trabalhadores, o governo acabou de cortar gastos de serviços públicos, mexeu na previdência, no seguro-desemprego, tudo para favorecer o rentismo, aí vem cara falar que hoje o mundo é diferente, porra nenhuma, se querem transformar as críticas em expressão de bundão, enquanto eu viver vou gritar contra isso, senão um dia não teremos mais nada pelo que lutar e sermos simplesmente servis ao sistema.

Sobre piadas, vou dar um exemplo da querida Nany People, ela faz piadas com seu próprio gênero e coisas do cotidiano de todos nós, isso não ofende a honra de ninguém, agora esses pregadores, de qualquer religião, com livros da idade do bronze condenando homossexuais, oprimindo mulheres e governos se rastejando aos pés destes, parece que tudo bem, as críticas do Charlie, ou do Dawkins, Bill Maher, ou do saudoso George Carlin, vão sempre pela ótica do Marx do papel delas nas vidas das pessoas como parte integrante de uma sociedade, se Maomé aparece numa charge com algo no cu, essa acidez ajuda a olhar, chamar a atenção e questionar o papel sectário de um sistema, embora tem gente que diz um absurdo histórico ao dizer que "bitolados desvirtuam Maomé", ontem mesmo peguei o Corão para algumas releituras e rir com isso, Maomé nunca foi bom exemplo pra nada.

A luta revolucionária, os ecos da contra-cultura estão mais vivos e atuais do que nunca, as canções do Bob Dylan nunca estiveram tão atuais, não calem as críticas querendo adaptar-se a um mundo bundão, combater ideais perversos da idade do bronze, com certeza.

E quero que Maomé, Jesus, Abraão e todos essas figuras disseminadoras de preconceitos, de punições por não estar no caminhos deles, que se fodam, libertário é Lúcifer.

Camarada Insurgente Marcos Galeano