segunda-feira, 26 de setembro de 2022

CARTAS (247)


SEIS DIAS DA ELEIÇÃO - CAMPANHA

ROTEIRO DE QUEM NÃO TEM MUITO TEMPO LIVRE POR ESTES DIAS
A escrevinhação está meio que dando um tempo, pois o velho lobo das estepes, este que aqui se apresenta como mafuento HPA está em outra por estes dias. Estou enfincado na lida e luta nas ruas, nela me inseri e dela agora só saio pouco antes do pleito que, com toda certeza, vai devolver o país para algo imensamente mais palatável do que o atual momento. Do alto dos meus 62 anos, não posso mais esperar sentado por mais nada e daí, estou onde nunca deveria ter saído, as ruas e em permanente contato com tudo, todas e todos, indistintamente, buscando na prosa, conversando, algo do entendimento perdido e agora, na prorrogação, buscando pela reconquista. Sempre haverá tempo, seu sei disso, hoje muito mais trabalhoso, mas também cheio de muito prazer e contentamento, pois em cada novo diálogo travado, uma só certeza, nunca deveríamos ter saído das ruas e se dela nunca saí, havia perdido muito do prumo, pois falava de outras coisas e não mais disso de formação, entendimento político. Ouvir muito e falar o necessário, mas tentando direcionar para um entendimento melhor das coisas reais e concretas deste mundo.

Estou por aqui e nestes últimos seis dias aceitei o desafio de provar pra mim mesmo das certezas da vida. Uma delas é a da sabedoria popular e de como, o povo só será vitorioso em suas conquistas quando entender de fato o que se passa com ele, das malvadezas ditas e feitas em seu nome. Ouço cada absurdo, cada barbaridade, mas não culpo quem as repete, pois foi realizado um trabalho intenso de emburrecimento coletivo, para que estes agissem contra o próprio patrimônio. Para mim é mais do que inadmissível o cara que é apunhalado pela situação atual defender o que lhe crava a estaca, mas isso se repete por todas as esquinas e agora, diante do serviço sujo já feito, não existe mais remédio e o conserto só se dará com muita labuta, "sangue, suor e lágrimas". Não será serviço de um dia para o outro, talvez décadas, mas algo precisa e deve ser feito. E por que, eu, com 62 anos nos costados, vou continuar minha vidinha só lendo, fechado em copas no meu mundinho e não saio logo pra fazer a minha parte, ajudando a reverter isso tudo? Eu sei que sózinho pouca coisa, quase nada será feito, mas já é um começo e eu não estou só, pois sei que Brasil afora, tem outros tantos, milhares pensando e agindo exatamente como este HPA.

Este reencontro com as ruas é mais do que gratificante. Eu sempre estive no meio da patuléia - da qual me insiro, pois sou também capiau. Sim, Lula acabou de dizer do capiau do interior. EWu sempre fui um deles e Lula, como eu, sabemos que, existem vários tipos de capiau. O que o Lula quiz dizer lá naquela entrevista com o Ratinho é do capiau que deixa se emgambelar e nada faz, fica com aquele matinho no canto da boca, mastigando, vendo tudo e sendo enganado. Tem muito assim, talvez até a maioria dos nossos, mas tem outros, todos também capiaus, estes mais energizados, dos que não se deixam levar e estão na lida e luta. Esses, dos quais creio estar envolucrado no meio, são os que não se conformam, possuem algum entendimento do que de fato ocorre e não aceitam quietos e calados. Sim, sempre assumi meu caipirismo e também meu modo capiau, isso inerente a quem mora e viveu uma vida inteira onde eu vivi, aqui nos sertões paulistas, mas tenho comigo, que mesmo com toda a carga recebida para que permanecesse contido, eu explodi e quero ajudar outros a explodir e botar os bofes pra fora. Botando os bofes pra fora, a gente faz e acontece, ajuda muito mais e não deixa que boçais venham nos enganar e nos passar a perna.

Teria muito mais pra escrevinhar, pois quando sento para fazê-lo, a cabeça começa a enmihocar um amontoado de coisas inplublicáveis e numa sequência de endoidecer gente sã. Tenho que parar e me aquietar, pois também posso soltar coisas não muito bem construídas e até perigosas demais. Sou um inveterado incontido e estou por estes dias num momento expansivo, soltando a franga, me reencontrando comigo mesmo. Isso de acordar muito cedo, pegar a matula e sair por aí é algo mais do que reconfortante, é você além de se sentir útil, ainda aproveitável, ter uma missão na vida, um lema, um alvo e com ele seguir em frente. Tô assim, ciente de que, pouco estarei fazendo, mas quando olho pro lado e não me vejo sózinho, sei que juntando isso tudo, algo de bom sairá no final. Que este sonho perdure pra sempre, pra muito depois dessas eleições e, verdadeiramente, a gente consiga retransformar este país, resignificá-lo e devolvê-lo para alguma normalidade, para caminhos onde possamos trilhar a dignidade, a soberania e a altivez política. Lula não é o salvador da pátria, mas neste momento é o que temos como bastião, o únci caminho viável para ser seguido em busca deste sonho lá na frente. Primeiro a gente tem quer ganar essa eleição e depois, quando ele for o presidente, daí fazer tudo de novo, mas de forma diferente, ousando mais e propondo mais, não se acomodando. Eu me cansei de ser um ser acomodado e quero, daqui por diante, no que resta de tempo de vida, ser mais do que inquietante. Eu quero ser um ser transformador, dentro de minhas limitações, mas ser um deles, o que não desiste e sabe que, para mudar mesmo, só com muito trabalho. Estou agora envolvido na transformação do momento atual e depois de tudo o mais. Luta para uma vida inteira e para envolver muita gente, uma multidão de pessoas. Não quero mais sair dessa luta, ela dá sentido para minha vida.
OBS.: Escrito cuspido na madrugada, pois durante o dia, impossível. 

OBSENO

FALTA MUITO POUCO

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