quarta-feira, 14 de fevereiro de 2024

FRASE DE LIVRO LIDO (197)


CAPITÃO AUGUSTO, ENVERGONHANDO BAURU, DEFENDE A PM, MAS NÃO QUER DISCUTIR NECESSIDADE DE NOVA MENTALIDADE NA CORPORAÇÃO
A Escola de Samba paulistana Vai-Vai foi pra avenida este ano levantando uma questão das mais pertinentes: a ação violenta da PM - Polícia Militar - e seus resultados, catastróficos e impactantes no aumento da violência. Discutir essa questão algo mais do que necessário, diria mesmo, urgente, até já passando da hora. Ninguém é contra a PM, pois todos dela necessitamos, mas a queremos mais humanizada e integrada com a realidade. A Vai-Vai, corajosamente, ciente de que teria represálias, pois a direitona está muito atuante nos tempos atuais, leva o tema pro Carnaval e a questão está novamente na ordem do dia.

Infelizmente, a discussão está na pauta, nas manchetes de todos os jornais, mas pela repercussão que alguns políticos da ala da direitona tiveram em repudiar o que viram. Estes não aceitam discutior o tema e só pensam em criminalizar a escola de semba, já propondo que não receba mais subsídios estaduais. Quem encabeça uma dessas boçalidades é o deputado federal, capitão Augusto, rejeitado por Ourinhos e hoje abrigado aqui em Bauru. Sua fala, divulgada amplamente pela mídia conservadora nativa, representa algo do momento vivido pelo país, quando as ideias conservadores recebem muito mais espaço. Capitão Augusto está na política só para ações como essa, sempre na defesa de um ideal que vai contra os interesses populares.

Acompanhei o que disse o tal deputado e outros com o mesmo posicionamento em tudo o que foi saindo na imprensa. Em todos, defesa intransigente da PM, sem tocar em qualquer tipo de discussão sobre a violência provocada por ela e o alvo do tema na escola de samba. Ou seja, são tendenciosos, perigosos e maléficos ao Brasil que se almeja, mais humano, igualitário e menos excludente. A Vai-Vai merece todo tipo de parabéns. Poucas são as escolas de samba país afora com coragem suficiente para levantar questões como essa neste momento brasileiro. Ela teve e este lado do país, rejeitando o autoritarismo, ideias genocídas e totalitárias, precisam se levantar contra isso que enconstar na parede a escola de samba.

Parabéns Vai-Vai e todo repúdio para este deputado, acolhido por essa Bauru, ainda ostentando altos índices bolsonaristas, mesmo depois de toda comprovação das atrocidades golpistas cometidas pelo desGoverno do Seu Jair, o hoje "inviajável", pois teve seu passaporte retido na Polícia Federal. E este deputado, em nenhum momento veio a público se manifestar contra a tentativa de golpe no 8 de janeiro, que foi algo imensamente pior que o tema levantado por ele neste momento. Pessoas como ele gritam a todo instante a favor da Liberdade de Experessão e quando ela ocorre de fato, se posicionam contra, demonstrando interesses outros, os piores possível. Este é um dos representantas a levar o nome de Bauru pela aí, sempre puxando para o lado do retrocesso.

GANHO UM LIVRO, ALGO MAIS DA HISTÓRIA DE BAURU
Estava eu cuidando da retirada dos últimos itens ainda no Mafuá quando vejo no portão o carro do ex-vereador José Roberto Ávila e sua mãe. Ele vem me visitar regularmente e desta feita, ao saber que estou batendo asas do Mafuá, passa para as conversas de praxe e me entrega algo que, segundo ele, estava em seu carro fazia certo tempo, um presente para mim. Na verdade, um livro, publicado em 1957, três anos antes do meu nascimento. É o "Roteiro histórico, uma cidade e uma instituição", do professor do Ernesto Monte, Alcides Silva.

Agradeço e conversamos sobre Carnaval, eleição e tudo o mais que temos pela frente nos próximos dias. Tenho no novo Mafuá, uma estante exclusiva só com obras versando sobre Bauru e região. Essa vai para lá e antes uma olhada mais aprofgundada. Quase tudo o publicado na época, trazia algo enraizado, a defesa do lado dos que estavam no poder e essa não é diferente. Foi encvomendada pela Beneficência Portuguesa e relata algo de nossa história e da participação dos portugueses, a criação do hospital e dos comendadores no seu entorno. Todos beneméritos e retratados segundo a concepção proposta por quem bancou o livro. Tem seu valor? Sim, muito. Merece boa leitura e interpretação, mas com os olhos de quem já leu várias outras obras e assim, sempre algo muito aproveitável. Retrata também índios e bandeirantes, assim como os vi sendo retratados no Carnaval deste ano, pela Estação Primeira de Agosto, no quesito Relógios Adiantados. Tudo gera boa e salutar discussão, enfim, contar a história de fato é isso, muitas versões até se chegar a algum consenso - quando se consegue algo neste sentido.

Ávila sabe o quanto livros assim me interessam. Não só os coleciono, mas os leio e tento juntar com os escritos, o meu entendimento sobre o passado bauruense. Tem muita coisa sendo escrita neste momento, também depois da juntada de tudo o que já havia sido publicado. Deixo passar essa efervescência do Carnaval para voltar a me aprofundar em leituras deste tipo. Ter mais um livro, uma visão sobre nosso passado é sempre bom. Conheço quase nada do autor, o professor Alcides Silva e, infelizmente tenho pouca gente pra perguntar sobre ele, pois o tempo passou e muitos do que poderiam me responder já se foram. Enfim, a História bauruense me cativa e vivemos hoje um momento onde muitos novos historiadores a desvendam, com subsídios relevantes. Tivesse mais tempo dentro de minhas atribulações diárias, me trancaria lá no Mafuá Dois e só sairia após ler o monte de obras na espera de minha atenção.

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