quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

UMA MÚSICA (38)
"NOEL E NATALINA" E "NATAL DIFERENTE"
Ontem fui a uma festa de confraternização no local de trabalho. Rolava uma música por lá. Boa, mas parada. Me pediram se não tinha nada no carro. Trouxe um samba, ao meu estilo, o que denomino de "samba com conteúdo", sem aquela babação de uns pagodeiros mela-cuecas. O ambiente sofreu alteração, logo tinha gente sambando, se movimentando e requebrando as cadeiras. Quer dizer, samba é a nossa cara. Adoro samba e escolho muito bem o que ouço. Nessa época de festas coloco na vitrolinha um velho CD (uma raridade), "UM NATAL DE SAMBA" (Universal/Velas, 1999). Poucos conhecem esse CD. Um timaço de primeira canta músicas com temas natalinos:João Nogueira, Ivone Lara, Fundo Quintal, Nei Lopes, Zeca, Luiz Carlos da Vila, Almir Guineto, Arlindo Cruz, Emilio Santiago e outros. As letras também são de gente de muita responsa. Não gosto de música só com blá-blá-blá, ela tem que ter algo mais e essas são divinais. Escolho duas letras para abrilhantar a festa de todos.

"Noel e Natalina", de Nei Lopes, na voz do próprio Nei Lopes
Noel e Natalina era um casal maneiro/ Saiam no Salgueiro na ala dos lordes/ Noel com seu bigode branco cervejeiro/ Natá com seu tempero sempre às nossas ordens/ Ensaio, piquenique, angu do padroeiro/ Dava gosto de ver o gosto do casal/ Faziam um carnaval no meio do terreiro/ Sambavam de janeiro até chegar Natal./ Foi numa noite escura num canto do morro/ Alguém pediu socorro e eles foram ver/ Nela, o vestido branco avermelhou num jorro/ Ele, tirou o gorro e só fez se benzer./ Noel e Natalina sairam dos trilhos/ Perderam todo o brilho e todo o Carnaval/ Aquele anjinho morto, dedo no gatilho/ Era JESUS, seu filho e a noite era NATAL.

"Natal Diferente", de Arlindo Cruz & Sombrinha, na voz da dupla
O meu Natal não tem ceia/ Nem vinho, nem bacalhau/ Pra quem tem samba na veia/ Isso é normal./ E pode ser lua cheia/ Ou noite de temporal/ Que o pagode incendeia lá no quintal/ Meu Natal é regado a churrasco e cerva gelada/ Versos de improviso da rapaziada/ E o partido alto amanhece o dia/ Meu Natal não tem Noite Feliz/ Mas a noite é de luz/ Lembro a Velha Guarda de Oswaldo Cruz/ E o pagode inflama de tanta alegria/ Não precisa castanha, pernil, rabanada/ E cá entre nós, não precisa mais nada/ Pra quem é do samba tá tudo legal./ E se a carne acabar/ Não tem grilo/ Alguém da família/ Logo improvisa uma sopa de ervilha/ Pega mais cerveja e viva o Natal./ Canto samba de Candeia, Pagodinho e Marçal/ E o pagode incendeia lá no quintal/ Canto samba de terreiro, samba bom de carnaval/ E o pagode incendeia lá no quintal/ Canto samba da Mangueira e da Coroa Imperial/ E o pagode incendeia lá no quintal.
Em tempo: Coloquei para ilustrar um cartão recebido do amigo cartunista Fausto (esse é bamba) e a charge de hoje, lá do Página 12, do Rep (esse também é bamba). BOAS ENTRADAS E SAÍDAS PARA TODOS E TODAS...

Um comentário:

Anônimo disse...

Fala Aquino
Muito bonito o seu texto...Realmente a maioria dos pseudos sambistas desta nova geracao nao estao com nada...Sao apenas sambeiros.Musica tem que ter uma mensagem e nao aquela repeticao continua igual fazem hoje em dia.E o pior e que vendem pra caramba...E claro para os trouxas.Com certeza existem muita coisas boas...E o grande publico nao as conhecem...Nao existe uma divulgacao de acordo da parte das gravadoras...Pois o povao gosta de porcarias.Feliz Natal e Um felicissimo ano Novo pra todos nos.Forte abraco meu amigo.
Reynaldo