segunda-feira, 19 de outubro de 2009

ALGO DA INTERNET (23)

SEGUNDA, AMENIDADES E CUTUCANDO A ONÇA COM VARA CURTA
1. Esses “sem-terra” são mesmo uns subversivos e continuam aprontantando das suas. Depois da grita geral contra um dos únicos movimentos ainda organizados e atuantes nesse Brasil meio “gado”, volto do supermercado e dou uma sonora risada para algo presenciado nas prateleiras. Cutucar o MST é fácil, difícil mesmo é cutucar a CUTRALE, por atuar em terra que não é sua. Isso passa meio que batido, vista grossa e algo um tanto normalíssimo. Pois é, enquanto grassa a insensibilidade, o leite mais barato nas prateleiras de Bauru é um legítimo “Produto da Reforma Agrária”, o “Terra Viva”, justamente do MST (seria essa mais uma conspiração contra os produtores de leite e a nação?). Um amigo disse que ouviu no mercado, de uma empoluta senhora: "Não dou dinheiro para bandido". Era o caso de levá-la para outras prateleiras e mostrar marcas famosas, indicando os crimes cometidos por todos eles. A reação seria a mesma? Já escrevi sobre o Terra Viva em post antigo e volto ao vê-lo por meros R$ 1,25, enquanto todos os demais já ultrapassaram a barreira dos R$ 1,50 a R$ 2,00 o litro ("A carne mais barata no mercado é carne negra", lembram-se do Seu Jorge?). Aqui em casa, só entra leite Terra Viva. Mais detalhes sobre esse 'subversivo' modo de comercializar leite pode ser encontrado no: http://www.terravivasc.com.br/

2. Já assinei o jornalão Folha de São Paulo por diversas vezes e na última, quando interrompi uma assinatura após me desgastar com uma leitura diária contrariando meus princípios. Liguei várias vezes para cancelar a assinatura e eles tentavam me convencer de tudo quanto é jeito. Na última menti, disse que estava de partida do país e sem previsão de volta. Não ligaram mais. Passaram-se alguns meses e voltam à carga, oferecendo um brinde do jornal, 20 dias absolutamente grátis. Bastaria ligar e pronto. Fujo da Folha, como fujo do Estadão, do Globo, do JB, do Zero Hora e outros da dita grande mídia brasileira. Os motivos já são mais do que conhecidos, pois fogem da verdade factual dos fatos e assim sendo, cansado de ser embromado, continuo a ler muito, mas nada vindo deles. Rasguei a convidativa proposta e aguardo novas ligações, onde informarei que morri, para que desistam de vez. Nem que me paguem quero receber esses jornais em casa. Nesses momentos recomendo a leitura do http://www.midiaindependente.org/

3. Acompanho o Campeonato Brasileiro de Futebol com uma atenção mais reduzida que nos anos anteriores. Estou perdendo o ímpeto e alguns poucos jogos me motivam, nem sempre os do meu time, o Corinthians. Nesse final de semana, vi os gols hoje, no horário do almoço e não nego, gostei muito de tomar conhecimento que até essa rodada, o craque do campeonato era um jogador, que praticamente já tinha pendurado as chuteiras, voltou e está botando pra quebrar. Não falo de Diego Souza, Vagner Love, Cleber, Washington, Adriano Imperador e sim, um estrangeiro, o sérvio Petkovic, do Flamengo (um time em ascensão). Ele não está sendo somente o diferencial do seu time, mas do campeonato. De rejeitado, a insubstituível e quase aos 40 anos, essa é a imagem do Brasileirão 2009, talvez o último por pontos corridos, depois de nova investida da TV Globo, para inserir um mata-mata péssimo para o futebol. Torço para que os horários do futebol voltem para às 20h, pela continuidade do sistema de pontos corridos e para que a estrela do craque sérvio continue a brilhar, pois seu futebol é alegre e contagiante. Não adianta chorar, o vovô (sem qualquer uso pejorativo e sim, porque costumam dizer que nessa idade o jogador está acabado para o futebol) joga um bolão, confiram no http://www.petkovic10.com/

2 comentários:

Mafuá do HPA disse...

Reproduzo aqui em duas partes, texto do blog do colega blogueiro carioca, um que leio com gosto, sobre assunto dos grandes jornalões:

Ontem, muito movido pelo gesto passional do Simas, recente e queridíssimo amigo, decidi fazer algo que vinha ocupando minha cabeça há muitos anos: cancelar, definitivamente, para nunca mais voltar atrás (e esse nunca, mais que nunca, dito com a ênfase szegeriana), minha assinatura do jornal O GLOBO, feita em 1994, na época em que vacas tentavam destruir meu pasto, sem êxito e sem caráter.

Brizolista que sou (eu disse sou), minha ojeriza às Organizações Globo vem, como diria o meu saudoso e eterno Governador Leonel de Moura Brizola, de longe. O nefasto episódio Time-Life, o papel vergonhoso desempenhado durante os anos de chumbo, a participação comprovada no escândalo PROCONSULT que tentou surrupiar votos de Brizola quando eleito pela primeira vez Governador do Rio de Janeiro, a nojenta omissão da TV GLOBO quando da realização dos comícios em prol das eleições diretas, a edição covarde do último debate entre Collor e Lula em 1989, tudo isso sempre me enojou e me fez ser, permanentemente, um leitor e um telespectador mais-que-atencioso quando se tratava de ler, ver e ouvir o que vinha da Vênus Platinada.

Hoje percebo que, por razões que nem eu mesmo consigo explicar, tornei-me assinante de O GLOBO por osmose. Os jornais cariocas - vale dizer que o povo carioca é o que mais lê jornais em todo o Brasil -, e isso hoje é ainda mais evidente e mais grave, tornaram-se um pastiche só, salvando-se um ou outro jornalista, ora de um, ora de outro jornal. Ocorre que O GLOBO era - e ainda é - o mais importante jornal do Rio de Janeiro, e acho que por isso, e graças a uma preguiça condenável, eu até ontem figurava no rol de seus assinantes. Figurava, como bem disse.

Impulsionado pelo corajoso gesto do Simas, enojado com a crônica que o Arnaldo Jabor (sem o negrito, que ele não merece) publicou naquele detestável Segundo Caderno (nem a Regina Duarte foi capaz de campanha tão sórdida pelo medo em detrimento da esperança e da verdade), tomei, ontem, no final do dia, a decisão que hoje - é incrível como é bonito e comovente perceber o que nos causa a tomada de um gesto eminentemente político - me alivia de forma quase que inexplicável.

Pediu-me, a supervisora Ieda, que me ligou ontem minutos após meu desligamento por telefone com um dos atendentes do jornal, que enviasse para um email que me forneceu, a lista das razões que me levaram a essa decisão. Decisão que - disse-me ela - tem sido uma triste constante nestas últimas semanas, em que o jornal - basta uma passada de olhos na seção de cartas dos leitores - assume, escancaradamente, uma posição parcial e desonesta, na contramão do desejo do povo brasileiro.

Eduardo Goldemberg (www.butecodoedu.blogspot.com)

Mafuá do HPA disse...

continuação do texto acima publicado:

Some-se a isso, Srs., a paciência que tive que ter durante a Copa do Mundo lendo as colunas de jornalistas que não sabem NADA de futebol, e que atentaram contra o leitor inteligente ávido por notícias ligadas ao maior torneio de futebol do mundo.

Some-se a isso, Srs., ter que aturar Joaquim Ferreira dos Santos escrevendo às segundas-feiras, Arnaldo Jabor às terças-feiras (ontem, especialmente, esteve nojento, e senti-me ofendido quando ele referiu-se como ignorantes aos que votam em Lula, como eu), Arnaldo Bloch, um bobo, Artur Dapieve, que nada tem a acrescentar, Artur Xexéo, chato, repetitivo, cansativo, e figuras pífias que assinam cadernos como o ELA ou seções imbecis dentro da Revista RioShow.

E some-se a isso, Srs., e eis a gota d´água, a cobertura parcial, desonesta, fascista, preconceituosa e venal das eleições 2006.

Como, infelizmente, fui informado pela atendente Ieda que, por obra do sistema de assinatura mensal, receberei o jornal até 12 de novembro de 2006, venho pela presente dizer que (01) já requeri o cancelamento definitivo da assinatura a partir daquela data, (02) até lá o jornal servirá, apenas, para que o Pepperone, meu cachorro vira-lata, faça xixi e cocô nas páginas de O GLOBO, sendo uma tremenda sorte dele o fato de não saber ler e, finalmente, (03) que farei intensa propaganda entre os meus, que não são poucos, para que sigam minha decisão de deixar de assinar este jornal que não cumpre, minimamente, o dever de informar, mas sim, diariamente, o papel de torcer os fatos, manipular a verdade, exaltar a podridão que destrói a cidade do Rio de Janeiro e assola o País, enganar o leitor (ou tentar enganá-lo), mentir, mentir, mentir, a serviço das forças mais destrutivas que este País conhece.

Espero, Srs., desta vez, receber ao menos uma resposta, mínima que seja, eis que, JAMAIS, mesmo diante de minhas intensas manifestações de descontentamento por email, recebi qualquer resposta.

Atenciosamente,

Eduardo Goldenberg"

Ontem à noite mesmo, contando este episódio a meu amado pai, disse-me ele:

- Meu filho... Eles não estão nem aí pra isso... São milhões de assinantes...

Quero crer que meu pai se equivoca.

Eu sou apenas UM indivíduo. E que a fila aumente.