sexta-feira, 26 de março de 2010

UMA CARTA (45)

NOTÍCIAS E MANCHETES DOS JORNAIS BAURUENSES NOS ÚLTIMOS DIAS
Viajo por cinco dias e ao voltar quero comentar algumas coisas:
1- “Pedágio agora é cobrado em ambos os sentidos”, é a manchete. O que mais vejo nas estradas paulistas são as praças de pedágio, viçosas e altaneiras, parece que regadas com farta água, tal o esmero em funcionar e florecer. A indignação vem do fato de que onde havia uma praça de pedágio num só sentido, obras rápidas e rasteiras estão em fase conclusiva para a terem em ambos. Cobra-se na ida e na volta. Estamos num mato sem cachorro e numa delas li uma clara advertência: “Desviar de pedágio é crime: Ande dentro da lei”. Credite tudo isso a esse magnânimo governo estadual e suas obras, sempre voltadas ao interesse popular.

2- Teatro Municipal praticamente paralisado, tudo às moscas. Havia captado uma mensagem de que isso ocorreria porque havia um trabalho direcionado e de incentivo às ações nos bairros, diversificação cultural na acepção da palavra. Achei ótimo e aguardei. Hoje a resposta ao abrir os jornais, na Coluna do Rufino, a inauguração do “Projeto Som na Rua”, com a participação de três bandas e para não se esquecer de levar um quilo de alimento não perecível aos carentes. Estava todo pimpão, quando fui ler com mais atenção e constatei tratar-se de ação cultural na vizinha cidade de DUARTINA. Tudo volta à estaca zero, pois o nosso teatro continua fechado e a periferia sem nada. Dá para entender uma coisa dessas? Nem aqui, nem lá, nem em lugar nenhum. Já em Duartina...

3- Vejo que o tal do Grupo Pró-Bauru está voltando a funcionar e propondo ações voltadas para “conscientizar a população para a importância do voto”. Li até o fim e fui em busca do nome das entidades participantes e já fiquei preocupado logo de cara: cadê as entidades ligadas aos movimentos populares? Nenhuma, só representantes dos mais abastados (sob comando da CIESP). Daí, tiro minhas conclusões: o tal grupo defende os interesses desses e a grande massa que forme um outro grupo para lhe defender e conscientizar, se assim achar conveniente. Que isso fique bem claro, pois as evidências não mentem, jamais. Interesse popular de massa é coisa bem distante do que luta e almeja todos os integrantes do tal Grupo. E se “eles” estão se organizando, buscando ter seus representantes no próximo pleito, que o mesmo ocorra, com o mesmo espaço midiático para a grande massa trabalhadora e periférica. Uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa. Cada um na sua trincheira e não venham tentar me convencer do contrário.

4- Por fim, algo a merecer efusivos aplausos: o prefeito Rodrigo consegue desembaralhar os meandros burocráticos da questão da compra da Estação da NOB e efetiva o negócio. Ponto mais do que positivo. Além de comportar a Câmara Municipal e Secretarias Municipais, algo a chamar a atenção, o uso para atividades culturais (além de muito trem nela - estação sem trem não é estação). A primeira será na virada Cultural (sempre utilizada em todas versões anteriores) e para ações futuras concretas. Por enquanto, a euforia e passado esse momento, despontará o acompanhamento da implantação das ações propostas. Esse será um papel que todos os envolvidos precisarão ter com o maior critério.

5- E a Greve dos Professores da Rede Pública paulista, comandada pela combativa Apeoesp? Precisamos falar disso, muito, bater na tecla da insensibilidade patronal (de quem mesmo?). Não me esqueci disso, não! Falo aqui nos próximos dias...

OBS.: Todas as fotos postadas aqui são minhas e foram tiradas na Virada Cultural de 2008, no evento dentro da Estação da NOB, inclusive com a presença do então vereador, hoje prefeito, Rodrigo Agostinho. E nesse momento ele anuncia, não só a compra da estação, mas a volta dos eventos por lá. Ele sabe que lá tudo dá muito certo. Viram uma Câmera na 1ª foto? A Lygia M. Cintra, unespiana e acreana filmou tudo e possui um vídeo valoroso sobre tudo o que foi feito naquele ano. Na última foto, eu e Tatiana Calmon (junto de uma amiga dela). Ela, esposa do maior incentivador da venda da estação para a Prefeitura, o sindicalista e vereador, meu amigo, Roque Ferreira.

6 comentários:

Anônimo disse...

NESSE MATO TEM COELHO

Ausente no tempo,como afirma a imprensa local, ressurge o Grupo Pro Bauru, presidido pelo eficiente Domingos Malandrino.

Realmente, um movimento dessa natureza, deveria estar em atividade, não só em época de eleições, mas sim, concatenado com as coisas da província de forma absoluta na resolução dos inúmeros problemas que uma cidade desse porte requer cotidianamente. Até, e esse é o caso mais concreto de hoje, acompanhar as idas e vindas e os altos e baixos proporcionados pelos nossos homens públicos, os mesmos que se imaginam travestidos de comandantes dos destinos do provinciano esclarecido.

Não é de hoje que se levantam a bandeira do “voto é nosso”. Desfraldada ao acaso, e às vésperas de eleições majoritárias, ao término das eleições retornam ao ocaso. O gás finda, segue para a UTI e só é regenerada quando se avista no horizonte, novos eventos políticos ou as nuvens ameaçadoras de tempestades nos céus provincianos, que poderão trazer alterações de rotas anteriormente planejadas.

É consenso que o provinciano precisa dos mais diversos serviços públicos em suas províncias. Nisso inexiste dúvida alguma.

Daí a desconfiança de que nesse mato tem coelho...

A opção do eleitor bauruense tem sido, há décadas, de “o voto é meu”. O argumento de que, “é fazer que o eleitor entenda que, ao optar por candidato de Bauru e comprometido com os interesses da coletividade, quem vai ganhar com isso é ele próprio”, é o mais surrado que se ouve como justificativa a não votar em paraquedistas que infestam a província nessa época. Basta ler, hoje na imprensa local, a declaração de um infestador, onde afirma que o eleitor não vê onde o infestante mora e “ o que acaba decidindo mesmo é a história de cada um”.

Não custa lembrar que 70% dos eleitores, a nível Brasil, não se lembram em quem votaram depois de quatro anos e dos 30% restantes, mais da metade alega ter votado em quem nem sequer foi candidato (Mauro Chaves-OESP 27/3 P2).

Malandrino tem capacidade e condições de levara a bom termo a proposta de conscientização dos eleitores da província, porém não será às vésperas de uma eleição que já vem sendo posta há tempos, que surtirá o efeito desejado. De súbito como se depara no momento,apenas acionará mais ainda o dissenso.

Tanto que, a imprensa informa da preocupação de alguns políticos da província que entraram em contado com Malandrino, já que vão se coligar com candidatos de outras localidades. Só para exemplificar, com quem a vice-prefeita da província se coligará? E o vereador Roque Ferreira, Pedro Tobias, e o ex-vereador Primo Mangialardo se coligarão com quem?

O dissenso já está instalado.

Por outro lado, seria essa a “estratégia” do comandante decenal, objetivando tão somente fazer a mudança da pedra do tabuleiro, para que o “status quo” permaneça inalterado por mais outro tanto de anos?

Se houvesse sinceridade no propósito de defesa das coisas da província, ao invés de conversa mole, deveriam instalar um coordenador do dissenso e aí sim seria levado adiante o propósito do provinciano votar nos candidatos da terrinha, como ocorreu no passado.

Mangabeira Unger ensina que o básico para a política, a começar pelas disputas internas dentro dos partidos, sem a “coordenação do dissenso” quem vence a disputa interna é o outro partido, ou seja, o adversário.

Coordenar o dissenso é tarefa fundamental. O resto é fazer o jogo daqueles que estão vendo a vaca ir para o brejo.

Josias de Souza reverbera: “Quem tem informação tem medo;quem tem muita informação tranca-se em casa; quem tem ainda mais informação enfia-se num buraco”.

Fui.



nicanoramaro@yahoo.com.br

Anônimo disse...

Antídoto à barbárie:

EMBRIAGAI-VOS!

"É necessário estar sempre bêbados... Para não sentir o fardo horrível do Tempo, que abate e faz pender à terra, é preciso que nos embriaguemos sem cessar. Mas de quê? De vinho, de poesia ou de virtude, como achar melhor. Contanto que nos embriaguemos".

(Baudelaire)

LEONEL

Anônimo disse...

Aqui na terrinha do sanduba um grupo organizado por gente da Ciesp, bambambans, chiques da cidade, chamado de Grupo Pró Bauru, lançaram a campanha "o voto é nosso", uma daquelas articulações manjadas para pedir aos municipes que votem em candidatos da cidade, sempre com aquela maldita conversa da tal verba para a cidade.

Nosso movimento para fazer uma campanha para mostrar a real face do circo eleitoral de um estado capitalista estamos organizando o Grupo Bauru do Contra, não formado por bacanas e sim por vagabundos criativos, cultos, loucos e comunistas, onde a campanha será: "Seja trouxa, vote".

Seja trouxa porque a sua insistente participação e ilusão por este modelo de sistema contribuirá pela perpetuação da merda em que vivemos, seja trouxa e faça a cada 4 anos as mesmas discussões, os mesmos problemas, seja trouxa para viver e morrer na mais insana ilusão.

Por que se não são trouxas aonde estão os seres brilhantes para serem eleitos e guiarem a nação???? Não temos gente assim, é isso que o sistema produz, bosta entra, bosta sai, nossa sociedade capitalista para nos manter na merda precisa produzir bosta, e se você aceita e acredita nas eleições do estado burguês então faz parte dos trouxas que insiste na paralisia imperialista.

A putaria está estampada na própria campanha do tal grupo bacana, sempre aquele papo de eleger deputado para ficar depois batendo de porta em porta nos gabinetes pedindo "verbinhas", chega disso né.

Nosso grupo fará reuniões sobre a campanha, mas nada de encontros com aqueles papos mediocres cheios de clichezinhos babacas, não, nossa reunião será de descontração, com bebidas, churrasco, rock n' roll, mas acima de tudo, coçar muito o saco, muito mesmo, porque chega uma hora que viver essa rotina do papo capital não há saco que aguenta.

Continuar tendo esperança neste estado capitalista, é burrice e desgraça, porque se há esperança você fica submisso, quando ela acaba, você luta.

Socialismo ou morte!!!!!!
Hoje, talvez morte!!!

"Pioneiros para o Comunismo, seremos como Che Guevara"

"Comandante, Ordem!
ordem sobre esta terra,
nós faremos guerra,
se o imperialismo vier"

"Ódio e Morte para o Imperialismo Norte Americano!"
Hasta La Victoria Siempre

Marcos Paulo
Movimento Comunismo em Ação - A RETOMADA

Unknown disse...

Henricóvski, meu chapa, uma vantagem de tudo isso é que agora a Prefeitura inteira vai para os locais agilizar, no nosso tempo era só a gente suando!!!

Anônimo disse...

Henrique

Pouco se falade Cultura pública nos últimos tempos e cada vez memos se falará. Muito simples, ela deixou de existir, de ter importância. É como se praticamente não mais existisse. Sobrevive pela ação de alguns abnegados funcionários, dentre os quais me incluo, mas não é nem sombra do que já foi no passado. Hoje, um arremedo triste e melancólico. E como o prefeito já deixou bem claro, que não ocorreram mudanças na direção inepta do setor cultural, não existe como espernear e resignados todos estamos mais parados que ônibus quebrado numa garagem qualquer de vila. Estamos mortos, mas prontos para sobreviver. Isso não ocorrerá agora, mas chegará nosso dia e ainda falaremos disso tudo, desse período nefasto, até para que não volte a se repetir.

F.

Mafuá do HPA disse...

Meus caros (as):
O JC publicou ontem na Tribuna do Leitor, carta minha com o seguinte texto:

GRUPO PRÓ-BAURU E O PÓS-BAURU
Vejo que o tal do Grupo Pró-Bauru está voltando a funcionar e propondo ações voltadas para “conscientizar a população para a importância do voto”. Li até o fim a matéria na página 3 da edição de 26/03 e em busca do nome das entidades participantes, fiquei preocupado logo de cara: cadê as entidades ligadas aos movimentos populares? Nenhuma, só representantes dos mais abastados (sob comando da CIESP). Daí, tiro minhas conclusões: o tal grupo defende os interesses desses e a grande massa que forme um outro grupo para lhe defender e conscientizar, se assim achar conveniente. Que isso fique bem claro, pois as evidências não mentem, jamais. Interesse popular de massa é coisa bem distante do que luta e almeja todos os integrantes do tal Grupo. E se “eles” estão se organizando, buscando eleger seus representantes no próximo pleito, que o mesmo ocorra, com o mesmo espaço midiático para a grande massa trabalhadora e periférica. Uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa. Cada um na sua trincheira e não venham tentar me convencer do contrário. Que nasça esse outro, talvez com o nome Grupo Pós-Bauru ou Bauru Pés Descalços. Com certeza, estarei vinculado a este.