quinta-feira, 13 de setembro de 2012

RETRATOS DE BAURU (128)

ALBERTO, A CARA DA CAPOEIRA EM BAURU
O nome completo é pomposo, ALBERTO DE CARVALHO PEREIRA SOBRINHO, 48 anos, assim como a altivez do que levantou na vila Engler, pertinho do Camélias, a Casa da Capoeira de Bauru, um local moderno e cheio de vida, com a sua cara. Quando bancário vivia sem percalços na estrutura do Banespa, mas na transformação para Santander, não deu mais, fez um acordo e com o valor recebido, idealizou como queria ver edificado o seu sonho. Colocou tudo o que ganhou ali, algo só possível para os idealistas, pois sempre teve ciência de que dali não sairia rico, nem era essa sua pretensão. Buscava a felicidade, fazer o que sempre gostou e conciliar o trabalho com a capoeira. A casa foi levantada, imponente, pilares bem altos, paredes de tijolo á vista e um local de congraçamento coletivo. Diariamente passa ali a maior parte do seu tempo (segunda à sexta, das 19h às 21h), dividindo com a atividade de professor de Educação Física, ministrada em Escolas Públicas e na Facol. Vê-lo rodeado dos alunos, ao lado da praça, inaugurada em agosto de 2011, que batalhou para que tivesse o nome atual, Mestre Bimba, pode ser considerado uma pessoa realizada. Realizada, mas em constante busca. Os percalços ocorrem a todo instante, nada que o faça esmorecer. Trata igualmente o filho do industrial como o menino de rua, que espia suas aulas das janelas. Sofre mesmo é pela perda de valiosos garotos, bem fundamentados no esporte, ainda se afastando por causa da influência religiosa, vendo no batuque e na ligação com candomblé elos de diabólicas influências. Não é de reclamar (é dos que vão à luta), a própria fleuma em pessoa, mas é visível a percepção de que o poder público poderia fazer um bocadinho mais, entender o real significado da capoeira e nas vésperas dos Jogos Abertos na cidade demonstrar maior apreço a esse esporte. Alberto segue fazendo de sua vida uma bela lição de dedicação e apreço a um ideal. Ele é a capoeira na cidade.

3 comentários:

Anônimo disse...

gostaria de ressaltar que a marca da casa da capoeira, que esta na fachada do local e tbm na camiseta do alberto, foi desenvolvida por um grupo de alunos em design da faac/unesp. ainda no início do curso, talvez ainda não tenham a dimensão da importância de ter um projeto gráfico-visual realmente aplicado e em uso pela comunidade bauruense. assim é o trabalho no design social. fico muito feliz (aliás, professor se contenta com pouco - um elogio já faz a semana virar...) em ver que a marca, orientada por mim, está visível. ana bia andrade

Anônimo disse...

Esse Alberto é uma pessoa que talvez ele nem me conheça, mas eu o vejo na sua escola, ou academia, quase todos os dias. Um belo lugar, bem iluminado e sempre cheio de alunos. Gosto muito de ver eles todos quando decidem fazer apresentações ou ensaios na praça em frente, que hoje descobri ao ler aqui, chamar-se Mestre Bimba. Moro no Camélias e queria dizer a ele que algo que foi aqui comentado eu já percebia. Ele não trata mal os meninos de rua que gostam do barulho do batuque viondo da escola, pois de onde moro vejo alguns espiando as aulas da janela. Fico encantado de ver como aqueles meninos se encantam com as aulas e a música e com certeza, algo que queriam era estar lá dentro e dançando igual aos aos alunos do Alberto. Ele deve ser tudo isso que o sr escreveu dele.

Sandra, do Camélias

Anônimo disse...

Conheci o Alberto na década de setenta, ainda não tinha dezoito anos, já era um idealista. Lutava por um país mais justo; país de oportunidades e liberdade para seus cidadãos. Percebo, com muita alegria, que o Albertinho não mudou.
Felicidades!!!!!
Nanci