domingo, 16 de outubro de 2016

UM LUGAR POR AÍ (87)


UM SÁBADO NA ESTRADA - CUESTA CAFÉ NUMA VICINAL
Hoje peço licença para meu considerado e entendido em estradinhas e barzinhos enfurnados no meio do nada, o Carmo Moreira, estradeiro e caixeiro viajante mais do que experimentado, com baita de quilometragem rodada e tasco aqui algo ocorrido comigo ontem, num desses bucólicos lugares.

Mano Edson Aquino, um dentre uma legião que não quer saber de facebook e nem de fofocaiada pelas redes sociais, ontem pela manhã passou aqui pelo mafuá e o vendo de pernas para o ar, tudo revirado, forro sendo trocado e tacos sendo retirados, me puxou pelo braço e faz a intimação: "Venha comigo para Sampa. É logo ali, vamos agora, 10h e lá pelas 23h estaremos de volta. Vou buscar a filha e trazer uns trecos, aproveitamos e fazemos o que estamos para fazer a um baita tempão, colocar todas as conversas em dia". Olhei para os lados, consultei os oráculos (dona Ana, claro), fechei os olhos e aceitei. Batemos asas.

Da viagem que só terminou duas da manhã (não contávamos com a entrada do horário de verão), conto nada, só um tiquinho. Nossa primeira parada, na de ida, foi num lugar que não conhecia e ele me levou pelo braço, vi, assuntei, gostei e escrevo dele. Primeiro o localizo. Depois que a gente passa por Botucatu, depois do seu shopping, tem um trevo que leva para Bofete e nos largaria lá na frente na Castelo, fizemos o contorno e pegamos a estrada. Ele me diz ganhar em toda viagem 15 km nas idas para São Paulo, além de não pagar um pedágio, hoje em mais de R$ 11 reais e sem contar com o visual, a bela paisagem do lugar, algo que não dá para descrever, só vendo mesmo. Fincamos o pé na tábua.

Nessa estradinha, depois que passamos o trevo de Bofete, indo no caminho até a rodovia marechal Castelo Branco, numa curva de quase 180°, um bar requintado no meio da imensidão verde à nossa volta. Digo do CUESTA CAFÉ, um lugar onde o ponto forte é o café e ficar olhando para o infinito. Tomamos um sorvete com café e ficamos vendo as vaquinhas vindo de encontro a um bando de siriemas, o danado pássaro comedor de cobras. Sou estradeiro na região, mas tive que confessar não conhecer o lugar, nem a estrada, pela qual nunca havia passado. Ele me conta com a maior simplicidade do mundo que, desde que a descobriu não segue outra rota quando vai para Sampa.
Seguindo por ela dá-se no Posto Rodo Serve Stop, o que tem um hotel e serve a famosa parmegiana do Alemão. A estradinha tem trechos tortuosos, devido a serra, mas vale a pena. Pode até ser que pelo caminho habitual ganhemos um tempo, mas nunca teremos o visual ali presenciado. Ali ganha-se em vida vivida e sentida na sua mais bonita e singela profundidade.

Do tal Cuesta Café, gostei, mesmo sendo mais adepto de lugares menos refinados e requintados, mais ao estilo dos pés sujos das tantas estradinhas enfurnadas por esses desvios das tantas vicinais por onde adoro circular. Mas, como também gosto desse tipo de lugar, curti o lugar e posto aqui algumas fotos confirmando ter ali estado, e cheirado a boa brisa do campo com louvor e muito contentamento. Recomendo a estradinha, daqui por diante também meu roteiro em todas as idas e vindas de carro para Sampa. E é claro, como não podia deixar de ser, trouxe o café ali da região, torrado e moído na hora, um que seu cheiro ocupou todos os espaços no carro, na ida e na volta. Hoje pude conferir mais uma vez a belezura que é essa tal de Cuesta.

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