segunda-feira, 13 de agosto de 2012

INTERVENÇÃO DO SUPER-HERÓI BAURUENSE (42)
DEBATE ENTRE CAPAS: GUARDIÃO E BATMAN - OS QUESTIONAMENTOS AOS PREFEITÁVEIS DE BAURU
Guardião, o super-herói bauruense é um contumaz observador dos acontecimentos de Bauru. Poderia muito bem hoje retratar a questão do empurra-empurra de como tratam a questão da saúde na cidade. Um diz ser tudo culpa do governo estadual e o outro afirma ser culpa do municipal. Imbróglio cheio de culpas e culpados e um padecer sem fim para quem necessita desses serviços públicos. Nesse momento, onde candidatos à Prefeitura trocam acusações mútuas e todos estão a participar de debates nos mais diferentes meios e condições. Até ONGs, Associações de Classe, Institutos e Organizações variadas estão promovendo os seus (citamos duas, a Batra e a Vivendo Bauru). Assim sendo, eis aqui uma proposta de um diferenciado debate e num inusitado campo. Super-herói gosta de prestigiar o trabalho e atuação dos iguais entre si e dessa forma, Guardião foi assistir no cinema ao último filme do Batman, em exibição na cidade, o “Cavaleiro das Trevas Ressurge”, último da trilogia do diretor britânico Christopher Nolan e o mais instigante dos três.
Juntamos a proposta de um debate envolvendo os prefeitáveis e um filme baseado em HQ. Mas qual a liga nisso tudo? É que o episódio derradeiro da trilogia traz Batman às voltas com a luta de classes no mundo capitalista pós-globalizado e Bauru estando inserido nesse contexto, Guardião aproveita a deixa, remete tudo para os problemas vividos e a serem enfrentados pela nossa aldeia. E como ninguém mesmo estará preocupado em questionar algumas das questões aqui propostas, a analogia está feita. Gotham City não é Bauru, nem o malvado Bane pode ser comparado com nossos meliantes, desde os de colarinho branco aos de arma em punho, mas uma analogia é mais do que possível e Guardião a estabelece nesse momento:
1 - A Gotham do filme é ameaçada por ataques terroristas e por uma ebulição populista, essa um tanto parecida com a Ocupem Wall Street, quanto com os ultraconservadores do Tea Party. É o mundo real explodindo na tela. O que fariam diante do povo nas ruas exigindo o seu quinhão e os detentores dos mesmos a defendê-lo com unhas e dentes? De que lado estaria a Prefeitura?
2 - No filme de ação com subtexto político estão retratados os medos, os receios da sociedade atual. O vilão do filme, guardadas as devidas proporções com a ficção possui muita coisa de real. Os empresários idem e essa ação desenfreada do poder do dinheiro, que tudo pode e nada teme pode estar acontecendo debaixo dos nossos olhos, até sem nos darmos conta. Isso seria tolerável?
3 - A Mulher-Gato, ora boa, ora má, uma Robin Hood individualista, rouba descaradamente os bilionários otários e se revolta aos ver belos objetos nas mãos das pessoas, a seu ver, incapaz de possuí-los de forma prazerosa e se imagina redutora da concentração de renda na cidade. Como vê a questão da concentração de renda em Bauru e o que acha da expropriação e uma divisão equitativa disso tudo? Acha justos os questionamentos levantados sobre a forma como foram conseguidos? Ou acha que tudo é normal nesse mundo a envolver negócios?
4 - O único superpoder do Batman, ou melhor, do bilionário Wayne é sua fortuna. Num certo momento ele percebe que suas empresas não mais ajudam uma instituição filantrópica. O motivo é a diminuição dos seus lucros e tem uma crise de consciência, perde o sono por causa disso. Acredita que o mesmo ocorra com nossos donos do dinheiro?  Essa luta de classes é perceptível aqui e com grande intensidade? É indiferente a isso ou pretende fazer algo para alterá-la ou até transformá-la? Uma vez pobre, Batman leva uma surra e é jogado no fundo de um poço. Imagina ser assim mesmo e que sem grana quem os tinham em grande monta perderiam toda sua força, inclusive a criativa?

5 - Impactante a cena da tomada de Gotham por uma horda de moradores liderados pelo vilão Bane. Isso pode ocorrer, sob o comando de vilões e por questões mais do que plausíveis, com o povo revoltado pela continuidade dos maus tratos reservados à periferia. Poderia se juntar a algo parecido, se tivesse certeza de que seria para o bem da maioria da população bauruense, mesmo que isso contrariasse, por exemplo, financiadores de sua campanha?
6 - O golpe de misericórdia nas questões do capital é dado com a invasão da Bolsa de Valores e um diálogo magistral. “Aqui não tem nada para vocês roubarem, aqui não tem dinheiro”, diz um agente da Bolsa ao vilão. “E o que vocês estão fazendo aqui, então?”, responde Bane. Reconhece como justo o império dos que acumularam muito e deixaram de investir no trabalho e passaram só a negociar com papéis. Isso é humano ou desumano? Cruel ou normal?
7 - A atuação da polícia e do policial é outro ponto alto do filme. Ora acuados, sem reação, ora com medo, ora tentando se unir em busca de um ideal profissional e com débeis lideranças, mau preparadas e todas com vinculação mais do que explícita com o poder financeiro da cidade. Vê alguma relação com a nossa polícia? Como combateria isso se de fato estivesse ocorrendo por aqui?
8 - Batman virou um mito. Imaginem alguém, na cidade atuando como um paladino do mercado financeiro. Isso seria tolerado? Outro diálogo, marcante no filme é o de dois policiais ante uma Bolsa ocupada pelos vilões. “Precisamos agir rápido. O dinheiro de todo mundo está aí dentro”, diz um. “O meu não. O meu está debaixo do colchão”, responde o outro. “Se não pegarmos esses caras, o dinheiro que está debaixo do seu colchão não valerá nada”, recebe como resposta. Acredita que deva mesmo existir uma ação igual a do Federal Reserve, o banco central americano, sempre ponto a salvar o sistema financeiro, mesmo quando ele só pensa nos seus próprios botões e nem um pouco na coletividade?
São algumas perguntinhas propiciadas pelo filme e que enriqueceria muitos os debates de nossos prefeitáveis. Guardião finaliza agindo igual a esses promotores de variados debates e aguarda o pronunciamento de cada um via internet, pelo seu e-mail ou respostas pelo log. Garante que as respostas serão todas publicadas na íntegra. Piada ou não, HQ ou não, o questionário proposto por Guardião e referendado por esse mafuento escrevinhador, o HPA e pelo desenhista do personagem, o desenhista Gonçález está lançado e aguardando resposta (s).

3 comentários:

Anônimo disse...

HENRIQUE, você acha que o bauruense toma alguma atitude ?
MURICY DOMINGUES

Anônimo disse...

Nesta terça-feira num programa jornalístico de uma TV Educativa
aqui em minha cidade, o delegado da Policia Federal
Dr. Fazzio respondeu quando indagado por um telespectador
que a "greve" da Policia Federal é para corrigir a defasagem salarial
da PF dos últimos 4 anos, e para manter o nivel dos bons salários
pagos pelo Governo Federal aos policiais federais. Pasmem.
(Aldo Wellichan-Bauru-SP)

Anônimo disse...



"Sempre haverá uma caneta para escrever o futuro, mas nunca haverá uma borracha para apagar o passado"


Ano 2020: A extinção dos professores


A EXTINÇÃO DOS PROFESSORES

O ano é 2.020 D.C. - ou seja, daqui a nove anos - e uma conversa entre avô e neto tem início a partir da seguinte interpelação:

- Vovô, por que o mundo está acabando?

A calma da pergunta revela a inocência da alma infante. E no mesmo tom vem a resposta:

- Porque não existem mais PROFESSORES, meu anjo.

- Professores? Mas o que é isso? O que fazia um professor?

O velho responde, então, que professores eram homens e mulheres elegantes e dedicados, que se expressavam sempre de maneira muito culta e que, muitos anos atrás, transmitiam conhecimentos e ensinavam as pessoas a ler, falar, escrever, se comportar, localizar-se no mundo e na história, entre muitas outras coisas. Principalmente, ensinavam as pessoas a pensar.

- Eles ensinavam tudo isso? Mas eles eram sábios?

- Sim, ensinavam, mas não eram todos sábios. Apenas alguns, os grandes professores, que ensinavam outros professores, e eram amados pelos alunos.

- E como foi que eles desapareceram, vovô?

muitas famílias estimularam a falta de respeito pelos professores, que passaram a ser vistos como empregados de seus filhos. Estes foram ensinados a dizer "eu estou pagando e você tem que me ensinar", ou "para que estudar se meu pai não estudou e ganha muito mais do que você" ou ainda "meu pai me dá mais de mesada do que você ganha". Isso quando não iam os próprios pais gritar com os professores nas escolas. Para isso muito ajudou a multiplicação de escolas particulares, as quais, mais interessadas nas mensalidades que na qualidade do ensino, quando recebiam reclamações dos pais, pressionavam os professores, dizendo que eles não estavam conseguindo "gerenciar a relação com o aluno". Os professores eram vítimas da violência - física, verbal e moral - que lhes era destinada por pobres e ricos. Viraram saco de pancadas de todo mundo.

Além disso, qualquer proposta de ensino sério e inovador sempre esbarrava na obsessão dos pais com a aprovação do filho no vestibular, para qualquer faculdade que fosse. "Ah, eu quero saber se isso que vocês estão ensinando vai fazer meu filho passar no vestibular", diziam os pais nas reuniões com as escolas. E assim, praticamente todo o ensino foi orientado para os alunos passarem no vestibular. Lá se foi toda a aprendizagem de conceitos, as discussões de idéias, tudo, enfim, virou decoração de fórmulas. Com a Internet, os trabalhos escolares e as fórmulas ficaram acessíveis a todos, e nunca mais ninguém precisou ir à escola para estudar a sério.

Em seguida, os professores foram desmoralizados. Seus salários foram gradativamente sendo esquecidos e ninguém mais queria se dedicar à profissão. Quando alguém criticava a qualidade do ensino, sempre vinha algum tonto dizer que a culpa era do professor. As pessoas também se tornaram descrentes da educação, pois viam que as pessoas "bem sucedidas" eram políticos e empresários que os financiavam, modelos, jogadores de futebol, artistas de novelas da televisão - enfim, pessoas sem nenhuma formação ou contribuição real para a sociedade.


ATENÇÃO: Qualquer semelhança com a situação deste País ultrajado e saqueado por políticos quadrilheiros e mafiosos, não é mera coincidência.

repassado por Muricy Domingues