Mafuá do HPA

BAURU POR AÍ (71)

O DESTINO DOS VAGÕES DE BAURU E A PASSAGEM DE UMA METEÓRICA ROSA PELA CIDADE

O que faço nessa postagem é pouco praticado. Quando da divulgação de eventos, uma grande matéria e no depois, no pós, sua repercussão, quase nada, pífios escritos. Escrevo exatamente sobre isso, como foram dois eventos em Bauru ontem e seus resultados. No primeiro uma reunião do alto escalão do DNIT com o Procurador do Ministério Público sobre o destino de vagões e carros ferroviários espalhados pela malha férrea da cidade e no segundo, como foi o show e o contato com a uma das divas no quesito MPB de qualidade, Rosa Passos.

CASO 1 – VAGÕES E A REUNIÃO DO DNIT COM O MINISTÉRIO PÚBLICO – Quando estive na reabertura do Museu Ferroviário na noite de terça, 14/08, além da visita no ato solene, revi profissionais da Inventariança da RFFSA (quatro no total um velho conhecido, o engenheiroTrindade), que estiveram durante toda a semana na cidade para fazer o rescaldo de todos os carros ferroviários dispostos sobre nossos trilhos. Foi uma seleção do que deve e o que não deve ficar em Bauru. Na sequência percebi que esse trabalho não estava sendo feito de forma isolada e sim, em parceria com o DNIT, que regulamenta, autoriza e pode nos dar posse definitiva dos mesmos. Os quatro, engenheiros da extinta RFFSA, quantificaram tudo, os históricos dos possuidores de interesse para permanência em Bauru e os hoje já considerados sucatas e servindo até como abrigo de marginais. Terminaram o trabalho e partiram de volta ao Rio de Janeiro na manhã de hoje. E ontem, algo paralelo e de uma importância vital para o desmembramento disso ocorre numa Audiência de representantes do DNIT com o Ministério Público Federal. Dois assessores diretos da atual diretoria do DNIT, os coronéis Carlos Alberto Borges Teixeira e Marcos Aurélio,  juntamente com Ariston Aires Rodrigues, coordenador de Patrimônio Ferroviário do órgão estiveram reunidos primeiro com o engenheiro Ricardo Bagnato, representante do CODEPAC e da Associação de Preservação Ferroviária de Bauru para inteirarem-se do interesse e da situação atual dos referidos carros, depois, o encontro dos três com o promotor e algo já definido com mais do que satisfatório para a cidade, todos os carros relacionados como de interesse histórico permanecerão na cidade. Bagnato, tem toda a situação dos carros relacionados num dossiê e contribui de forma espontânea junto a Promotoria, mantendo-s informada e atualizada sobre os desdobramentos da movimentação de carros na cidade.  Na reunião, algo que considero como ponto negativo foi a ausência de qualquer representante da Prefeitura Municipal, que por intermédio da Secretaria de Cultura ficará responsável pelo acompanhamento e até segurança desse rico acervo. Ficou definido que trezentos vagões serão retirados da cidade, pois já não possuem interesse histórico nenhum, meras sucatas. Serão leiloados e retirados de nossos trilhos num curto espaço de tempo e todos os de interesse histórico, já solicitados junto ao DNIT, com documentação já assinada pelo prefeito municipal, permanecerão por aqui. Uma bela vitória e uma quantidade considerável de bens sob nossa guarda, podendo ser restaurados pelo Projeto Ferrovia para Todos, cedidos para a futura instalação do Museu do Trem e até cedidos para acordos com outros projetos de revitalização ferroviária, aos moldes da existente em Bauru. Deixo o registro aqui, pois pela importância do ocorrido, faltou divulgação tanto da reunião, como dos seus resultados.
OBS.: Todas as fotos desse post foram tiradas por mim no hall da Biblioteca Municipal, junto ao teatro Municipal e são de uma exposição gerada pela união da Biblioteca (na pessoa do Válter Tomaz Ferreira Jr), da Associação de Ferromodelismo e Preservação Ferroviária de Bauru (nas pessoas do presidente João Donda e do vice, o Bagnato) e do Museu Ferroviário Regional de Bauru (nas pessoas do Elson Reis, secretário Municipal de Cultura e do Alex Sanchez, diretor do mesmo).

CASO 2 – COMO FOI O SHOW DE ROSA PASSOS NO SESC ONTEM – Que ela é uma quase unanimidade isso já é do conhecimento geral e quem ainda não gosta, precisa urgente ouvi-la, pois para ingressar no time dos adoradores da Rosa, basta isso. Quem foi ao show ontem lá no SESC pode comprovar isso e quem foi e não a conhecia, hoje estão deslavadamente incluídos no rol dos que a adoram. Rosa Passos é tudo de bom e veio em Bauru munida para arrasar. Uma banda de fechar quarteirão. Fechou foi o SESC e empolgou a todos. Carismática, essa arretada baiana trouxe o filho junto, um excelente contrabaixista e mais três, dentre eles o Lula Galvão, esse dispensando apresentações. O show foi, como diria, um show, algo a marcar época em Bauru. De todos os que lá estavam, só para terem uma impressão bem simplista do cenário, a nata dos músicos bauruenses. Falei ontem para um deles, o sempre sorridente, Alfredo Guimarães, do Conservatório Bauruense de Música: “Existe uma turma em Bauru que não precisamos mais marcar de nos encontrarmos. Tendo boa música, eles aparecem todos. Vão chegando aos poucos, um por um e quando se vê, todos estão por lá”. Com Rosa, a confirmação disso. Vi Má Vellozzo, Denise Amaral, Ralinho Gomaia, Marquinhos e Regina Mancebo, o Alfredo e esposa, a escaleteira Marli Nunes, Audren Victorio, alguns dentre os com ligação umbilical com a música e os demais, alguns que me lembro de memória, como Wellington Leite, Luly
 Zonta, Cristina Camargo, Ana Maria da CEF, Rose Barrenha e uma infinidade que conheço de vista e não pelos nomes. No final do êxtase da apresentação, Rosa trocou de roupa e veio para o saguão do SESC e lá se revelou por inteira. De uma simplicidade a toda prova, conversou com todos, tirou fotos, trocou confidências, deu e recebeu abraços, foi paparicada à cântaros e só não foi perdoada pelos presentes por um único motivo. Todos queriam seu último CD, feito em cima da obra de Elizeth Cardoso, mas ela tentou explicar que tudo acabou na apresentação do dia anterior, em Ribeirão Preto e não  sobrou nenhum para os bauruenses. Perdoada em partes, tirei minha lasquinha, trocamos e-mails e levei meus dois CDs para o autógrafo e todos, mas todos mesmo saíram de lá em estado de graça absoluta. Para desespero dos funcionários do SESC, tudo foi se prolongando e ela só deixou o local quase meia
noite. Quem pagou o pato foi a Ana, pois não consegui dormir direito, acordei no meio da noite cantarolando e reverenciando Rosa. Ela só não ficou com um exacerbado ciúme, pois estava comigo e do outro lado da cama, também devia estar sentindo algo com o mesmo sintoma. Rosa nos encantou e mais, distribuiu rosas para os presentes e Ana trouxe a sua. Por fim, não se espantem com essa espécie de declaração de amor feita aqui nas linhas anteriores. Sou assim, emotivo e não consigo esconder meus sentimentos. Escrevo duro e cutuco muitos quando acho necessário, mas sou um derretido com outros. Sejam todos como essa Rosa e terão minha eterna docilidade. “Nada como ser rosa na vida/.../ Rosas a me confundir/.../ São muitas, são tantas, são todas tão rosas...”, cantava Caymmi e eu vou no embalo.

OBS.: As fotos do show foram quase todas tiradas por mim e na que estou presente, essa é culpa e risco da Ana Bia. Esse vídeo baixo é o som do Trio Curupira, o que antecedeu ao de Rosa. Esse o tira gosto de hoje, amanhã algo com ela.