quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

BAURU POR AÍ (94)


OS NOROESTES- QUANDO NÃO É UM É OUTRO E A ESPN
Times de futebol com o nome de Noroeste eu só conheço dois, o que torço, daqui de minha aldeia, Esporte Clube Noroeste de Bauru SP, bravo resistente de 103 anos de idade. O outro vim a conhecer há pouco tempo, também com o mesmo nome, porém nascido em 1964. Esse último faz parte do universo do futebol varzeano da capital paulista. Tanto lá como cá, a várzea deixou de ser aquele lugar onde o esporte era praticado de forma bucólica, para ter pitadas de grana insólita, proveniente de lugares incertos e não sabidos. Isso tanto lá como cá, o que me faz permanecer distante desses gramados. Vou nos jogos do Noroeste daqui, esse ano na AII e ano que vem na AIII do futebol paulista, infelizmente, quase um melhorado varzeano.

Vamos ao o que a televisão ESPN tem a ver com tudo isso. Anos atrás, quando o Noroeste de Bauru completou 100 anos eles fizeram um lindo documentário e eu, esse insólito HPA circulei com o jornalista Roberto Salim (apresentado pelo amigo Orlando Alves) numa das partes da realização da matéria. Leia isso aqui: http://mafuadohpa.blogspot.com.br/search?q=espn. Dou youtube achamos isso do referido documentário, 1ª parte: http://www.youtube.com/watch?v=QljH3JxLcEA,  2ª parte: http://www.youtube.com/watch?v=2dTwqBF2zbg, 3ª parte: http://www.youtube.com/watch?v=03OE2d_DN60 e 4ª parte: http://www.youtube.com/watch?v=QNQX0hpGhqc. Esse documento é lindo demais e ficará para sempre como um dos mais belos registros feitos na história do Noroeste, o de Bauru.

Findo isso, não é que a ESPN surpreende, ela umas das TVs mais sensíveis no quesito esportes, para fechar esse desastroso ano esportivo, quando o Noroeste de Bauru cai da II para a III Divisão do Futebol Paulista, a Campeonato Brasileiro desse ano pode ser considerado o mais fraco e desestimulante desde sua criação e culminando com mais uma virada de mesa, com a queda no tapetão da Portuguesa (que pisou feio na bola, não nos esqueçamos disso) e o Fluminense, que havia caído, retornando pelos meios do STJD – O Tribunal Desportivo do país, comparado por mim ao STF, o Supremo que julga por presunção. Está lançando na sua programação nesses dias o documentário “VÁRZEA – Futebol da minha quebrada”, retratando justamente a trajetória do time de várzea paulistano. Fiquei sabendo de tudo no começo da semana quando comprei numa banca a revista Brasileiros, edição dezembro 2013, com uma crônica divinal, a “A alma que alimenta o futebol”, onde li que um diretor francês acompanhou o time durante o ano todo para produzir e finalizar o trabalho, agora mostrado na TV. O texto da revista está aqui: http://www.revistabrasileiros.com.br/2013/12/18/a-alma-que-alimenta-o-futebol/#.UrNYtNJDuOM. Muito tem se falado disso: http://papodevarzea.blogosfera.uol.com.br/2013/12/11/documentario-frances-futebol-brasileiro-e-o-torcedor/

Finalizo sem fazer maiores comparações, só uma em algo que muito me entristece. Na matéria da Brasileiros está lá algo de doer até a medula: “Apesar do caráter amador, em casa ou fora, é comum o Noroeste levar até duas mil pessoas aos campos, transformando seus jogos em festa que atravessam o apito final”. Essas duas mil pessoas, nós aqui de Bauru, futebol profissional deixamos de conseguir faz um certo tempo (nem o basquete, a coqueluche do momento na cidade consegue – o ginásio Panela também não comporta isso) e isso dói. Por essas e outras, a minha tese de que hoje o futebol que mais atrai o cara que realmente gosta de bola é muito mais o dos pequenos jogos, a série B e C do Brasileiro (Viva o Santa Cruz e o Sampaio Correia!), talvez um amador regional, disputa acirrada entre cidades, do que os modorrentos jogos que vi esse ano no Brasileirão série A. Queria muito poder reviver isso tudo que o Noroeste paulistano produz na várzea da capital com o Noroeste na terceira do Paulista, jogando ano que vem em cidades como Tupã, Novo Horizonte, Limeira, Franca, Cotia e é claro, a Móoca, ali na rua Javari. Será possível? Eu sonho.

OBS.: As fotos são do Noroeste paulistano e são da divulgação do documentário. A ESPN estará passando dias 18.19 e 20/12/2013, às 20h e dias 19, 20 e 21, às 13h30.

9 comentários:

Anônimo disse...


Henrique

Em Tres Lagoas tambem tem um Noroeste. Morei na minha infancia ao lado do Noroeste de Tres Lagoas que tambem tinha camisa vermelha como o de Bauru.

Kizahy Baracat Neto - bauruense em Curitiba

Anônimo disse...

Eu fui em uns jogos aqui em São Paulo do Noroeste de vila Formosa, e fiquei admirado como um time de varzea pode ser tão organizado, eles nos dias de jogos montam uma barraca onde vendem camisas, agasalhos, bonés, chinelos e mais uma serie de outros objetos com o escudo do time, isto é marketing, e a sua fanática torcida sempre presente consome estes produtos ajudando o clube, confesso que vire mais um torcedor do Noroeste de Vila Formosa.
Nelson Brandino - capital

Anônimo disse...

Amigo Henrique, acabei de ver o documentario do Noroeste , liguei a Tv na ESPN e estava passando um programa especial sobre o jogo entre Argentina x Peru pela Copa do Mundo de 78, quando a Argentina comprou o jogo e venceu po 6x 1...
Ademir Elias

Anônimo disse...

Infelizmente não tive a oportunidade de assistir (não estava em casa nos dois últimos dias), mas assisto à espn sempre na parte da manhã e vi os "trailers" e chamadas a respeito desse Doc. e fiquei bastante curioso para vê-lo. provavelmente verei aqui pela web os episódios que perdi.
Gustavo Lopes

Anônimo disse...

Em Aquidauana e Corumba também tem EC Noroeste...
Holmes Rodolfo Martins - o Lelo

Anônimo disse...

O texto do nosso amigo Henrique..é uma grandeza
Agora fiquei curioso do 3° norusca !

Siva Tiba

Anônimo disse...

Assisti ao documentário hoje. é sensacional.
Júlio César Penariol

Anônimo disse...

Só falta o basquete mudar para Noroeste Basquete ou Norusca Basckett. O que acham pois os caras utilizam a Panela de Pressão. Chega do nosso Noroeste ser explorado a troco de aluguel.
Aldo Wellicham

Anônimo disse...

Antes de mais nada o EC Noroeste precisa voltar a ter IDENTIDADE com a cidade e parar de ser cabide de emprego de forasteiros...o basquete leva o nome de BAURU...BAURU BASQUETE.....de uns tempos para cá muita gente tem tentado comparar ou igualar o basquete com o futebol em função do sucesso do time bauruense.....não tem NADA a ver,são 2 situações completamente distintas....as pessoas que dirigem e apoiam o basquete são de Bauru,possuem empresas aqui,são pessoas sérias que exigem um trabalho sério e honesto....a falta de credibilidade,honestidade,profissionalismo,transparência no gerenciamento do Noroeste afastam os principais empresários da cidade..o fanatismo não deixa as pessoas enxergarem isto..."
Holmes Rodolfo Martins - o Lelo