segunda-feira, 24 de agosto de 2015

UMA MÚSICA (126)


LA MEMÓRIA – LÉON GIECO

Um dos cancioneiros que mais que toca dentre todos os bons nessa América Latíndia, um deles é argentino, LÉON GIECO. O ouvi pessoalmente uma só vez e foi em Buenos Aires, pouco antes de um comício de Hugo Chávez no estádio Fierro Carril, ano de 2008. Leiam meu texto publicado em Carta Capital sobre essa viagem: http://mafuadohpa.blogspot.com.br/search?q=O+anti-Bush,+ao+vivo.

A proximidade veio do que ele canta, as letras compridas e cheias de muita história, na maioria das vezes retratando o seu lado social, as questiúnculas do povo. Tudo o que acho dele trago para dentro do mafuá e dessa vez lá na capital argentina, mais um no quiosque do Página 12. Mas o mais gostoso foi ver a união de duas coisas que aprecio muito e ali juntas. A letra de uma das suas mais sensíveis canções, a “LA MEMÓRIA” e desenhada, verso por verso, no traço de um grande artista plástico que tive o prazer de um dia conhecer e escrever um belo texto para a Carta Capital, o Miguel Rep. O texto com ele pode ser lido aqui: http://mafuadohpa.blogspot.com.br/search?q=miguel+rep+em+carta+capital.


Mas sem mudar muito de assunto, numa estação de metro, ou Subte, como o chamam por lá, num local muito parecido com o centro de compras brasileiro, o Saara ou mesmo a rua 25 de Março, ao descer dou de cara com a letra da canção que já a canto quase inteira. Perdi dois trens e fiquei ali lendo, fotografando e Ana me acompanhando. Eis a letra, bem latina, bem candente, caliente e nos dando aquele toque mais do que sensível do que seja de fato essa nossa América Latina, que insisto em denominar também de Latíndia.


Vejam a letra, saquem o poder do traço do Rep e cantem junto do Gieco isso que me recarrega para os embates diários. Primeiro o vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=9JeJS5FtGCw

Los viejos amores que no están,
la ilusión de los que perdieron,
todas las promesas que se van,
y los que en cualquier guerra se cayeron.
Todo está guardado en la memoria,
sueño de la vida y de la historia.

El engaño y la complicidad
de los genocidas que están sueltos,
el indulto y el punto final
a las bestias de aquel infierno.

Todo está guardado en la memoria,
sueño de la vida y de la historia.

La memoria despierta para herir
a los pueblos dormidos
que no la dejan vivir
libre como el viento.

Los desaparecidos que se buscan
con el color de sus nacimientos,
el hambre y la abundancia que se juntan,
el mal trato con su mal recuerdo.

Todo está clavado en la memoria,
espina de la vida y de la historia.

Dos mil comerían por un año
con lo que cuesta un minuto militar
Cuántos dejarían de ser esclavos
por el precio de una bomba al mar.

Todo está clavado en la memoria,
espina de la vida y de la historia.

La memoria pincha hasta sangrar,
a los pueblos que la amarran
y no la dejan andar
libre como el viento.

Todos los muertos de la A.M.I.A.
y los de la Embajada de Israel,
el poder secreto de las armas,
la justicia que mira y no ve.

Todo está escondido en la memoria,
refugio de la vida y de la historia.

Fue cuando se callaron las iglesias,
fue cuando el fútbol se lo comió todo,
que los padres palotinos y Angelelli
dejaron su sangre en el lodo.

Todo está escondido en la memoria,
refugio de la vida y de la historia.

La memoria estalla hasta vencer
a los pueblos que la aplastan
y que no la dejan ser
libre como el viento.

La bala a Chico Méndez en Brasil,
150.000 guatemaltecos,
los mineros que enfrentan al fusil,
represión estudiantil en México.

Todo está cargado en la memoria,
arma de la vida y de la historia.

América con almas destruidas,
los chicos que mata el escuadrón,
suplicio de Mugica por las villas,
dignidad de Rodolfo Walsh.

Todo está cargado en la memoria,
arma de la vida y de la historia.

La memoria apunta hasta matar
a los pueblos que la callan
y no la dejan volar
libre como el viento.

3 comentários:

Anônimo disse...

Henrique, esse fim de semana passado acabei ficando por Bauru, o comunista ficou mal de novo, já estou melhor, mas tive que ir ao médico e essa semana farei um ecocardiograma, espero que o coração comunista esteja forte para bater muito bem ainda por este mundo afora.

Camarada Insurgente Marcos

Anônimo disse...

Henrique, não me lembro do Leon tocando naquele evento, os músicos que tocaram aquele dia não foram dois, o Horácio Fontova e Victor Herédia??

Camarada Insurgente Marcos

Mafuá do HPA disse...

COMENTÁRIOS VIA FACEBOOK 1:

Juliana Guido Henrique, é ali pelo Once essa estação?
Descurtir · Responder · 1 · 18 h

Henrique Perazzi de Aquino Sim, exatamente no Once. O nome da estação eu esqueci, mas a Ana Bia Andrade ou o amigo argentino Adrián Jara vão me ajudar a lembrar o nome exato da estação de Subte.
Curtir · 1 · 18 h

Juliana Guido Da próxima vez que for a Buenos Aires quero ver isso!
Curtir · 18 h

Henrique Perazzi de Aquino Fotografe todas, na sequência, uma por uma, algo que acabei não fazendo...
Curtir · 1 · 18 h
Henrique Perazzi de Aquino

Escreva uma resposta...



Maria Helena Ferrari Que beleza! Minha amiga Laura Taves faz um trabalho muito parecido, com sua Azulejaria.
Curtir · Responder · 6 h

Henrique Perazzi de Aquino Trabalho lindo Maria Helena Ferrari, fui conferir e gostei muito. Penso que em toda cidade algo assim poderia ser feito para valorizar seus poetas e artistas do traço, numa união a registrar e eternizar sua aldeia. Por aqui, na Bauru que circulo sonho com algo assim sendo criado pela mente de gente como Silvio Selva, Lairana Artista Plástica, Gonçalez Leandro, Claudia Pinto, Renato Magú, Ana Maria Rubira, Viviane Mendes, Fino, José Carlos Brandão, Lazaro Carneiro Carneiro... Deixaríamos a cidade mais bonita. O primeiuro portal nesse sentido poderia nascer ali na estação férrea, tanto a da cia Paulista como a da NOB, basta o secretário Elson Reis comprar a ideia e por a mesma em prática.
Curtir · Responder · 4 · 5 h

Claudia Pinto Emocionante, essa ideia cativa, viva a Giralua Companhia de Artes que deu um passo grandioso na revitalização da nossa amada Estação.
Curtir · 1 · 5 h

Lazaro Carneiro Carneiro alo alo Orlando Alves vamos materializar essa ideia?contem comigo.
Descurtir · 1 · 3 h

Lairana Artista Plástica Quero participar. Conte comigo.
Descurtir · 1 · 2 h

Henrique Perazzi de Aquino Que acha Orlando Alves de algo nos azulejos da estação central NOB? Veja quantos artistas já demonstram vontade de colaborar...
Curtir · 1 h

Maria Helena Ferrari A Laura já fez trabalhos na França, em estações de metrô do Rio e de São Paulo e, se não estou enganada, no novo Parque de Madureira. Mas o trabalho de que gosto mais é o que ela fez com as crianças daquela escola daqui, em que o maluco saiu atirando em todo mundo e foi uma tragédia. A Laura reformou a fachada da escola toda e ainda fez painéis lindos com as crianças.
Descurtir · 1 · 49 min

Maria Helena Ferrari Que cabeça a minha: o painel que ilustra a livraria Folha Seca foi ela que fez.
Descurtir · 1 · 42 min

Henrique Perazzi de Aquino Uma belezura, por sinal. Se tiver foto dele, reproduza aqui como ilustração.
Curtir · 41 min

Maria Helena Ferrari Livraria e Edições Folha Seca
Curtir · 18 min

Maria Helena Ferrari Não consegui tirar da página: é a foto de capa da página da Folha.
Descurtir · 1 · 18 min
Henrique Perazzi de Aquino

Escreva uma resposta...



Henrique Perazzi de Aquino Tô imaginando um poemão do Lázaro na parede da estação e eternizado pelo traço, por exemplo, do Maringoni Gilberto ou do Fernandão Dias ou do Gonçalez Leandro ou do .... pOR ONDE PODERÍAMOS COMEÇAR, HEM?
Curtir · Responder · 3 h

Ana Maria Rubira Sim, estou dentro!!
Curtir · Responder · 2 h