sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

UM LUGAR POR AÍ (75)


UMA ESTAÇÃO LITERALMENTE CAINDO... A DE TIBIRIÇÁ – ABANDONADA E ESQUECIDA

Não adianta mais denunciar algo dessa natureza, pois isso que conto aqui já é do conhecimento até das pedras do reino mineral e sem grandes possibilidades de reversão. A Estação Ferroviária do Distrito de TIBIRIÇÁ está em petição de miséria, sofrendo implacavelmente a ação inexorável do tempo e sendo corroída dia após dia. Uma tristeza passar por lá e ao circular em suas instalações, a constatação de que a cada retorno tudo piorou. A Estação como é também sabido está tombada pelo CODEPAC – Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico e Cultural de Bauru, mas isso pouco importa ou nada vale, pois mesmo tendo recebido verba de emenda orçamentária há quase oito anos atrás, nada até o momento foi feito e pelo visto não o será tão em breve.

O distrito de Tibiriçá é um bucólico lugar, reduto de residência de aproximadamente umas mil pessoas, lugar tranquilo, aprazível e que, sendo melhor trabalhada, poderia vir a se tornar um lugar até com algum interesse turístico. Já existe no lugar um Acampamento em forma de camping, empreendimento privado e atraindo muita gente para lá. Depois, o algo mais reside no tal casarão mal assombrado, lugar de infinitas histórias que, juntadas em escritos poderia não só acabar se transformando num interessante livro, mas objeto de visitações variadas e múltiplas. Quem não possui interesse em conhecer um casarão com histórias mil no seu entorno? Falta o trabalho de algum visionário. O salão rural logo na entrada do distrito é outro lugar, ao lado do prédio muito pouco visitado da biblioteca ramal é outro ponto, que poderia se recuperado vir a se transformar num lugar para festas, eventos e reuniões. Ou seja, dá para pensar Tibiriçá de uma forma diferente, atrativa.

Não sei se é bem isso que os seus moradores querem, mas o lugar, que antes já teve até um cinema funcionando, hoje vive um tanto no esquecimento, relegado a uma mera sobrevivência na base do “deixa a vida me levar”. Dentro de todas as boas transformações que por lá poderiam ocorrer a principal delas seria o restauro da estação, seu antigo ponto de transporte da população para a cidade de Bauru. Essa estação já teve vida ativa e pelas fotos antigas nota-se grande movimentação em sua plataforma. Hoje vive no abandono e a maior parte dela já está literalmente no chão. Outra metade só não caiu porque por sorte uma família resolveu ocupar o lugar e ali morando, consegue algum tipo de preservação. Quem vai lá hoje vê isso, metade no chão, sem teto, com arvores nascendo nas paredes e noutra, janelas fechadas e barulho dentro do recinto. Do outro lado da linha, as antigas casinhas dos ferroviários todas com moradores e um brinco, grama bem aparada, tudo num bom aspecto. Uma triste comparação quando alguém, como fiz questão de fazer, para bem no meio dos trilhos e olha para um e outro lado. O fel e o mel.

Mas tudo isso tem um motivo. Aliás, tudo tem um motivo nessa vida. Não quero comprar brigas com ninguém, nem denunciar, criticar, ficar espezinhando situações, mas sim fomentar a boa discussão e por fim, tentar desvendar dos motivos pelo qual parte do valor destinado como emenda de orçamento parlamentar, não ter sido utilizada até hoje. Vemos a Estação da Cia Paulista paralisada em Bauru, área central e com seus prédios todos destelhados, numa deterioração de dar dó, pena e motivo para desentendimentos. Parte da grana recebida para aquela estação estava também destinada para Tibiriçá, mas sendo primo pobre, acabou caindo no esquecimento. Escrevo dela por escrever, pois olhando para tantos outros prédios tombados e também esquecidos, deteriorando-se ao sabor do tempo, não seria justamente ela merecedora de olhares diferenciados e uma atenção restauradora. Daí, vale o escrito só para reforçar que a Estação de Tibiriçá continua lá no mesmíssimo lugar, necessitando de uma olhar mais atento. Quem o fará? Quando o fará? Como o fará? E se o fará? São algumas das tantas indagações na boca dos seus moradores que, infelizmente já a enxergam como uma chaga lá no meio do distrito. E não existe algo mais triste que isso, a própria população começar a rejeitar aquilo que um dia foi a sua “joia da Coroa”.

Um comentário:

Mafuá do HPA disse...

comentários via facebook:

Jaime Prado Vamos lembrar cade a Estação de Aimorés, desapareceu amigo Henrique.

Henrique Perazzi de Aquino E olha que lá não era preciso nem muita coisa financeira, mas nada foi feito., Com um envolvimento da população do distrito e algumas poucas obras, aquilo poderia se transformar em algo duradouro, mas...

Ciro Haruo Yukisada É triste ver tudo acabar! As estações de Avaí e Nogueira (Distrito) estão abandonadas.

Jair Fontao Odria Em suma, todas a obras tombadas pelo patrimônio estão abandonadas e deterioradas, e embora tenham sido destinadas verbas orçamentárias, continuam no esquecimento do poder público.

Roque Ferreira O abandono e a destruição de um imenso patrimônio, resultado das privatizações de FHC, e do descaso de Lula e Dilma que já deveriam ter decretado a caducidade dos contratos de concessão. Esta Estação precisará ser "reconstruída".

Rosângela Beatriz Monge Judiação,a estação é linda.