segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

DROPS - HISTÓRIAS REALMENTE ACONTECIDAS (125)


TRÊS HISTÓRIAS COLHIDAS AGORINHA MESMO, FRESQUINHAS, DUAS ALEGRES E UMA MUITO TRISTE

1.) 80 ANOS DO CRAQUE NA BOLA E NA VIDA: JOSÉ CARLOS COELHO

Pai da amiga Cláudia Coelho, esse jovem senhor, esbelto como só alguns jogadores conseguem continuar sendo após pararem com a bola, esbanja simpatia. Fuma desbragadamente e diz ser esse um dos únicos vícios difíceis de parar. Fuma e joga a bituca pra longe, como se a lançasse com os dedos num campeonato à distância. A bebida, principalmente cerveja é coisa leve, assim como o churrasco. Viverá muito, pois vive de bem com a vida, flanando e com a devida sapiência, rindo muito, mordaz e generoso. Foi um cracaço da bola, centrovante como poucos. Abandonou a ida aos estádios e vê poucos jogos hoje pela TV, pois não quer se decepcionar. Jogou em grandes times, sendo o de maior destaque a Portuguesa de desportos. Diante de Ana Bia Andrade, carioca da gema, relembrou dos Torneio Rio SP e dos treinos que fazia nos anos 60 lá no campo do Ameriquinha, em plena Tijuca e dos jogos no velho Maracanã. Daqueles craques do passado, jogou com todos e suas recordações são as mais saudáveis possíveis. Um lorde na conversa e no trato com convidados. Devia fazer o mesmo dentro nas quatro linhas, com uma impulsão de causar inveja nos atletas de hoje. Sua festa foi supimpa, circulou alegremente entre os presentes, cantou e por fim declamou uma poesia entregue depois num cartão como mimo aos presentes.
Num certo momento Cláudia aparece com um monte de revistas e nelas todas, matérias com ele. No meio daquilo tudo um álbum de figurinhas e lá ele, como um dos cromos. Imagina você estar diante de um senhor que já foi figurinha de álbum de futebol, pois bem, ele, o Zé Carlos Coelho foi isso tudo e muito mais. Lenda viva, cheio de histórias para contar, reviver, querendo por todas para fora. Ele merece que alguém faça isso e me propuz a ir lá qualquer dia desses bater um longo papo. Vou me inebriar com as boas histórias de boleiros como não se fazem mais hoje. Ele mesmo disse num certo momento sobre as diferenças entre o futebol de antigamente e o de hoje: "Hoje falta amizade entre as partes. Tudo é envolvido pelo meio empresarial e as relações humanas são prejudicadas. A amizade entre os jogadores é algo cada vez mais difícil". Ele acerta em tudo. Seu Coelho é desses que merecem mais do que uma atenção e um xamego, merecem serem usados como exemplo, não só de vida, mas de como tocar a tal profissão de ser jogador de futebol e não se deixar pela empolgação. Ele é tudo de bom. Lindo ver ele tirar os óculos em algumas das fotos, tudo para parecer melhor nos tais registros fotográficos. Uma enciclopédia ambulante.



2.) OLHA COMO ESTÁ FICANDO A ARGENTINA MACRISTA...
Lia bestiais acusando Cristina Kirchner de ser censora, mas na verdade o grande censor se chama Maurício Macri, perverso até medula. Não aceita opositores, governa por decretos e a maioria à revelia da própria Justiça. Essa é o verdadeiro governo neoliberal, eles chegam e impõem à sua forma de Governo, doa a quem doer. Deixam bem claro logo de cara a que vieram e não são cagões, como o foram Lula e Dilma, com medo de fazer as grandes transfrormações que esse país tanto almejada e pelas vias legais. Macri as faz perlas vias ilegais. Hoje pela manhã o radialista Victor Hugo Morales é impedido de realizar seu programa de rádio, das 9 às 13h, diariamente pela rádio Continental. O motivo é somente um: o dono da emissora lhe disse que com o novo Governo já não era mais possível mantê-lo no ar, mesmo sendo o programa de maior audiência na emissora, pois ele confrontava o atual Governo e isso estava causando problemas comerciais para a rádio. Os clientes da rádio, pressionados pelo atual Governo não iriam mais renovar os contratos de publicidade. A pressão exercida aos donos do negócio foi financeira. Rádio é um meio de comunicação e precisa cuidar dos seus interesses e está mais do que claro que, na Argentina de hoje, determinados periodistas não podem mais ter espaço. Macri e seu Governo deixam claro algo, além da explícita censura, quando não podendo competir com argumentos, jogam sujo, nos bastidores e dessa forma irão calar um a um os opositores. Quando vejo um Governo como o de Dilma, já enfraquecido, mas ainda tentando dia após dia, mesmo com todas as punhaladas que já tenha levado da mídia, tenta conciliar, tenta estabelecer um diálogo, eis como esses agem. Para os neoliberais não existe diálogo, eles não aceitam oposição e com eles estabelecer ou não uma ditadura é simples questão de método. São assim e pronto, duros, perversos, cruéis, mandões, autoritários, banais, sanguinários e truculentos. A retirada de Victor Hugo do ar é só uma pequena amostra do que está em curso na Argentina. Fiquem atentos e observem o que mais virá nos próximos dias. A oposição vai ter que se virar nos trinta para sobreviver. Ou obtém o respaldo das ruas e de forma imediata ou Macri irá consolidando a perversidade como forma de Governo. Uma pena ver a Argentina tomando rumos totalmente antidemocráticos.

"El periodista Víctor Hugo Morales anunció que lo echaron de la emisora argentina, Radio Continental, minutos antes del inicio de su programa matutino “La Mañana” en la estación radial privada. Morales denunció: "Lo que viene es un periodismo alineado a los intereses de este gobierno" ‪#‎Argentina ‪#‎VHMCensurado":
https://www.facebook.com/teleSUR/videos/10153330648701179/?theater

Foi impedido de apresentar o programa de hoje, que seria uma edição especial comentando os trinta dias do Governo Macri. O locutor que ocupou o seu lugar o deixou ocupar o microfone no meio da manhã por meros cinco minutos para uma despedida do seu público e ele o fez de forma vibrante, emocionante. Vejam a seguir e cliquem na linha onde o audio estará disponível: http://www.diarioveloz.com/.../155252-audio-asi-victor...-

3.) DOMINGO SAMBANDO COM OS BATÉ LÁ PELAS BANDAS DE TIBIRIÇÁ
Domingo sempre tem samba pela aí. Na Estação da NOB tinha algo com baterias de escolas de samba, principalmente com a da Mocidade de Vila Falcão. Chovia de meia em meia hora e a cada intervalo uma pancada forte, de arrasar quarteirão. Eu e Ana fomos ter experiência um tanto diferente. Baixamos lá no distrito de Tibiriçá, finalzinho da tarde e na residência oficial da família Baté, presenciamos o primeiro ajuntamento carnavalesco e ensaio do bloco Estrela do Samba, que nesse ano desce o Sambódromo com o tema Rio Batalha. A coisa foi começando devagar, chegando um daqui, outro dali, gente se assuntando devagar e quando lá pelas 18h, o ajuntamento tomou corpo e todos no coberto interior lá dos Batés, protegidos da chuva, com os batuques todos sendo retirados de quartinhos bem protegidos e o furdunço começa. Sambistas de grande monta, gente de reconhecido valor, ilibado conhecimento nos quesitos todos do samba davam o tom aos mais novos e com as mulheres Baté na cantoria, como se fosse uma orquestra, o som foi tomando forma, ganhando espaço, crescendo e explodiu, ganhou ares, invadiu o distrito e não mais parou. Bonito demais ver como eles todos se juntam em torno do amor ao samba, do gostar de festar, de estar juntos carnavalizando a vida.
Mais bonito ainda for ver ao final da festa um cheiro bom subindo pelas paredes e daí fui compreender que em festa de preto, isso é mais do que normal, ninguém vai embora com fome. Saiu lá dos fundos, preparado por algumas da família uma bela de uma macarronada, saciando a fome de tudo, todas e todos. O assunto do dia não era bem o carnaval, mas a descida do rio Batalha, em botes que estava se findando naquele momento e muitos dos que ali estavam também estiveram pelas corredeiras do rio. Histórias e mais histórias. Gente feliz, samba do bom, família linda e um distrito respirando alegria. E fui lá para escrever deles, um trabalho sendo formatado com ares acadêmicos, feito a seis mãos. Foi bom demais, uni o útil ao agradável e sai de lá, molhado de chuva, suor pelo samba praticado à exaustão e contente da vida. Vi e presenciei a alegria sendo praticada nos seus estertores. Não podia ter sido melhor, pois Ana já parecia uma Baté tal a interação com as da família. Gostei tanto que já penso em voltar. Será que eles não me adotam?

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