domingo, 5 de novembro de 2017

RETRATOS DE BAURU (208)


SILVIO, ETERNAMENTE A CARA DA “DISCOTECA DE BAURU”

Eu me derreto todo diante desse passado cheio de maravilhosas recordações. Coloco o pé nas ruas e na imensa maioria das vezes, dou de cara com gente me fazendo voltar no tempo e no espaço, com recordações mais do que divinais. Como todo domingo, hoje é dia de feirar, ali na da rua Gustavo Maciel, a do centro bauruense e mais na sua parte de baixo, adentrando o espaço hoje de maior concentração popular na cidade, a Feira do Rolo. Ali flui algo inimaginável e indescritível nesta varonil cidade "sem limites". Escrevo e falo tanto da banca do Carioca que até me acham chato, mas lá hoje, a repetição de algo descrito ad sempre. Quem eu encontro consumindo algo, procurando livros ali na banca? Um personagem de minha mais remota lembrança de vida cultural nesta aldeia. Das recordações, nasceu mais um texto, mas antes relembro um, escrito no Mafuá em 2008, o “Saudades da Discoteca de Bauru”, que pode ser lido clicando a seguir: http://mafuadohpa.blogspot.com.br/search….

SILVIO FARIA foi o dono de famosa loja de discos, nos meus tempos quase só os bolachões, a mais frequentada de Bauru, a Discoteca de Bauru, localizada na rua Virgílio Malta, quase defronte a porta lateral da Lojas Americanas, no centro nervoso de Bauru. Quem gosta de música conhece o local e assim como eu, ao passar ali hoje, no lugar uma loja de roupas masculinas, impossível não bater a saudade de tempos de antanho. A loja ultrapassou décadas, sob a direção da mãe do Silvio, mas eu peguei mesmo a fase com ele e seu irmão (hoje vejo também sendo fechada outra loja de som no centro, na esquina do Calçadão com a Gerson França, talvez a última dos moicanos no local), onde tenho até hoje inúmeros LPs, todos com o selo da loja colado. Eles imprimiam com o ano da venda e isso é também uma maravilha, pois ao pegar hoje os LPs sei o ano exato quando comprei a relíquia. Silvio é um cara tanto arredio, quieto, o via sempre também na banca do seu Orlando, ali na Primeiro de Agosto e fugia de minhas fotos. Depois da loja fechada, adentrou o serviço público e hoje se ainda não se aposentou, que tome cuidado, pois pode ter que camelar trabalhando até a morte, tal a crueldade dos golpistas para com nossos costados. Ele continua o mesmo de sempre, a mesma cara daqueles tempos, a barba preta (hoje quase inteira branca) e ostentando algo difícil de manter hoje em dia, silhueta com pouca alteração. Passeava hoje pela manhã na feira e estava atrás de livros. Eu fiquei na sua espreita e o cliquei, além de ir puxar conversa, pois sempre quis escrever umas linhas elogiosas para um que tanta boa recordação me traz dos tempos quando comecei a me interessar por música de qualidade. Ele me ajudou muito, suas indicações preenchem minha estante até hoje. Sou-lhe grato por tudo.

3 comentários:

ARLENE disse...

QUE SAUDADE DEU EU COMPRAVA MEUS LP E COMPACTOS LÁ, POIS ERA GARANTIDO OS DISCOS NÃO VIR COM DEFEITOS. QUE BOA RECORDAÇÃO PARABÉNS.

Silvio disse...

O que posso dizer, além de um emocionado agradecimento, em meu nome e de toda minha familia, a todos os que nos honraram com sua preferência entre 1958 e 2000? Faria tudo de novo...Grande abraço, Henrique.

Neide Batista Beijo disse...

Eu sempre comprei os meus discos lá....LP compactos simples ou duplos,uma loja maravilhosa com produtos de primeira qualidade!