sábado, 26 de junho de 2021

REGISTROS LADO B (51) e RELATOS PORTENHOS / LATINOS (92)


NO 51º LADO B, PAULO JOSÉ OLIVEIRA SILVA, PROFESSOR, COMUNICADOR, ATIVISTA, MEMBRO DA URSAL E PROPAGANDISTA DA PÁTRIA GRANDE – PAPO DIRETO E RETO DE TUPÃ
Diretamente da República Popular de Tupã (sic), um papo com um renomado senhor, muito conhecido naquela região, instigante questionador e fazendo das suas, ora como comunicador, com um ousado programa dentro da TV Universitária, algo da necessária resistência destes tempos, onde dar murro em ponta de faca, deve mesmo fazer parte daqueles que ousam e estão propostos a não deixar a peteca cair. Este Paulo não deixa e também atua como assessoria pensante e pulsante dentro da política de uma cidade vizinha de Tupã, Arco Íris. O danado não vê o tempo passar e nem tem tempo para ter algo parecido com stress ou mesmo depressão, pois além de suas atividades normais capitaneia por onde esteja algo sobre a difusão das ideias da URSAL, acrônimo para União das Republiquetas Socialistas da América Latina ou União das Repúblicas Socialistas da América Latina. Fala disso dentro da picardia que o tema requer, pois diante do emburrecimento dos tempos atuais, ele prega declaradamente que, unidos, coesos e subversivos, os países do Cone Sul possuem alguma chance de salvamento. O assunto é sério, tanto que, dando prosseguimento a essa verve ele hoje é um dos poucos entendidos nas questões referentes a Pátria Grande, conceito político que se refere, a princípio, à federalização dos estados da América hispânica, constituindo uma só unidade política.

Este tema merece mais que um capítulo, pois ajuda e muito ele a se constituir como pessoa questionadora e questionante. “Muitos tem questionado nos últimos anos acerca da unidade da América Latina. Afinal de contas, quais os aspectos que unem os diversos países que integram o continente? Será correto falar de uma grande nação latino-americana, unida por traços culturais e sonhos comuns? Em América Latina: a Pátria, Darcy Ribeiro procura ligar os diversos pontos que formam a grande comunidade denominada “América Latina”. (...) Os povos latino-americanos conseguiram cultivar valores e princípios que até hoje são referência para o restante da humanidade”. O texto acima é de autoria de Darcy Ribeiro e está na apresentação do livro “América Latina: Pátria Grande” e estará no cerne da nossa conversa, pois discutir, analisar e propor, ou melhor SONHAR com uma América Latina unida, coesa, compacta e lutando pela sua libertação faz parte da vida de muitos visionários, um deste este professor Paulo, propagador da ideia.

Tive o prazer de em 2019, quando da eleição argentina que levou ao poder Alberto Fernández e Cristina Kirchner, eu e ele irmos juntos pra Bueno Aires só para acompanhar o pleito e depois, a festa nas ruas, quando o povo argentino conseguiu dar cabo em quatro anos de neoliberalismo predatório, o produzido por Maurício Macri e seus asseclas. Paulo parecia uma criança e mesmo com seu corpanzil pesado, buscava forças para não mais querer sair das ruas e o fez até minarem as forças físicas. Suas impressões daquele momento é algo pra boa prosa, pois vai além daquele dia. Ele é estudioso e admirador da cultura platina, principalmente do peronismo enquanto movimento social. Bom saber dele se o peronismo representa algo revolucionário ou seria meramente uma das forma de governar sem totalmente o povo estar livre, leve e solto? Enfim, ele empolga ao falar deste tema, pois sabe que, mesmo aos trancos e barrancos, muito avanço social ocorreu com estes e assim como com Lula no Brasil, o que representam de fato esses movimentos para os povos latinos em busca de sua libertação?

Da prosa com o Paulo, algo além destes temas e também um pouco da história da formação deste estado de coronéis e hoje predominantemente reduto conservador e do neoliberalismo, diria, tucanato. Enfim, como sobreviver e conseguir surfar com estes no poder? Ele vivencia algo muito bom para ser divulgado. Ele fala e conta histórias do interior paulista com muita propriedade, desde a da denominação do nome de Tupã e de como a ferrovia o definiu seguindo as letras do abecedário, de A a Z, seguindo as linhas do trem, onde Bauru está no começo dos trilhos e sua Tupã quase no final. Falaremos também bocadinho das relações do futebol entre nós, das alegrias e tristezas de torcer pra times de nossas aldeias. Enfim, um papo entre dois velhos (sic) rabugentos e falantes, diria mesmo, dois grilos falantes e com o microfone nas mãos. Assunto não nos faltará neste 51º LADO B – A IMPORTÂNCIA DOS DESIMPORTANTES, este projeto que não fica somente em gente de Bauru e como nesta semana, vai um pouco mais longe e desbrava outros temas, mas não se afasta da boa conversa e de temas onde eles possam ir sendo tratado dentro de parâmetros propositivos e até libertários.

Algo dele já dito por mim no blog Mafuá do HPA:

- Em 23/10/2019: “PARA QUEM VAI VER DE PERTO A ELEIÇÃO ARGENTINA - COMPANHEIROS DE VIAGEM - Esses dois da foto passaram ontem por Bauru vindos de Tupã e a caminho de Sampa onde hoje embarcaram com destino pra fazer o mesmo que este mafuento HPA, presenciar in loco a eleição argentina, a que irá defenestrar de vez o neoliberalismo desgraçento de Maurício Macri, o que danou a vida da Argentina. Eles já estão chegando por lá, eu embarco na sexta pela manhã e depois, dias intensos pelas ruas e lutas, ao lado do povo argentino, na transformação ainda possível pelas vias eleitorais, tirando-nos desse estado onde o ser humano é menosprezado e desvalorizado. Nós, mais Gilberto Maringoni e tantos outros estaremos por lá escrevendo, fotografando, registrando e também participando, primeiro como testemunhas oculares da História. Eles levam na algibeira presentes, como a camiseta Lula Livre para hermanos amigos. Paulo José Oliveira Silva e Carlos Benitez, dignos representantes da URSAL de Tupã sabem muito bem onde se metem. Vamos que vamos, pois a América Latina está dando passos retumbantes para sair da situação de penúria que o capitalismo neoliberal nos enfiou. Basta de governantes desalmados e por bem ou por mal, colocaremos todos para correr...”.
Vou para a conversa de hoje municiado com bastante sustância deste ideal de luta e transformação social, dos tantos que, cada um ao seu modo e jeito não deixam a peteca cair, fazem e acontecem, todos em busca de um mundo melhor, muito mais palatável do que este cruel onde estamos metidos. Paulo luta por isso e versaremos sobre nossos sonhos logo mais e em todos os dias de nossas vidas.

COMEÇA AQUI O 51º LADO B COM O JORNALISTA, PROFESSOR, COMUNICADOR E MEMBRO DA URSAL DE TUPÃ PAULO JOSÉ OLIVEIRA SILVA - PAPOS INTERIORANOS E LATINOS - Eis o link com gravação de 1h21: https://www.facebook.com/henrique.perazzideaquino/videos/4668351799861459


ROTEIRO DO CRIME*
* Texto de minha lavra, o 19º publicado no jornal semanal DEBATE, de Santa Cruz do Rio Pardo, edição desta semana.

Quando fui convidado a escrever estes textos semanais para o DEBATE tinha uma convicção, a de não enfocar temas nacionais e manter meus escritos no locais. Tenho comigo que um jornal regional pode tratar de temas nacionais, mas a pegada principal deve ser o tema local e o regional. Que deixe o tema nacional para os órgãos dos grandes centros, os jornalões, revistas e mesmo os noticiários das grandes rádios e TV. Porém, em alguns momentos é inevitável rever o posicionamento. O faço neste momento, após passar o dia praticamente inteiro envolto com os depoimentos de hoje da CPI do Senado, quando dois irmãos ali estariam, o servidor público, Luiz Ricardo Fernando de Miranda, Chefe de Importação do Ministério da Saúde e Luiz Claudio de Miranda, deputado federal DEM-DF.

Confesso não ter assistido integralmente nenhum outro dia de depoimento na CPI. Via trechos, mas hoje, talvez movido por um tipo de premonição fiquei focado desde o início, por volta das 14h30. Perdi pouca coisa e, creio, ao final da contenda, não ter me decepcionado. Muita baboseira na forma como os a defender o desGoverno tentaram desqualificar a ambos, mas no final, o fio da meada está mais do que puxado e daqui por diante, um escândalo de proporções muito mais amplas do que o do Fiat Elba, que derrubou o presidente Fernando Collor. O servidor da Saúde percebe algo de errado num contrato milionário, muita coincidência junto e diante das evidências de irregularidades, leva o caso ao irmão, este deputado da República. Com a documentação comprovando a ilicitude vão até o chefe maior da nação e lhe apresentam o fato. Esperavam encontrar ali amparo no combate ao que viam em curso.

Para surpresa, o presidente não se mostra surpreso e diante de deputado de sua base de apoio e do servidor, confessa: “Vocês sabem de quem é isso, então já viu, né!”. O deputado mencionado é seu líder na Câmara, Ricardo Barros PP-PR. A confissão do nome demora para acontecer e se dá quase nos estertores dos questionamentos e justamente por uma mulher, a senadora Simone Tebet MDB-MS, após repetir o tempo todo não se lembrar do nome dito a ele pelo presidente. O crime está comprovado, declarado, oficiado, escrachado e como uma fratura exposta, incrimina o capiroto dos pés à cabeça. Ele, como afirmou o presidente da CPI, Omar Aziz MDB-AM, prevaricou, pois tomou ciência da falcatrua e nada fez. Fez que não era nada, enquanto o servidor era pressionado para liberar a dinheirama, o derrame via uma dessas empresas de fachada de paraísos fiscais. Este foi bravo e não assinou a coisa. Melou o “negócio da China”, ops, digo, da Índia.

O fio da meada está dado, basta apurar. Havendo um bocadinho só de seriedade não sobrará pedra sobre pedra destes bandoleiros hoje no poder. A máscara caiu e se mostram imensamente piores de tudo o que até então denunciavam. A corrupção são eles próprios. A CPI hoje chega ao seu ápice, culmina com algo altamente positivo, pois desvenda quem de fato lesa essa nação e qual os procedimentos, o modus operandi. Pior que tudo foi presenciar o choro do deputado depoente, que de santo não tem nada, mas tem medo, daí chora ao revelar o nome do autor da maracutaia. No Brasil, todos sabemos, quem tem tem medo. Ele, mesmo com algum poder, ali estava prostrado e sua frase diz muito: “Eu sei o que eu vou passar”. Vivemos algo muito próximo de um estado policialesco, onde se investiga quem denuncia e este costumam pagar o pato. Algo pode mudar e vai depender dos próximos passos. Com muita coragem e determinação, o castelo bolsonarista deve ruir, mas eles ainda causaram certo embaraço a todos nós. Nenhum poderoso enfronhado no desvio e ainda por cima armado, cai sem muito espernear. Agora sim veremos se as tais instituições estão em pé e atuantes.

A última imagem que vejo na TV antes de desligar o aparelho é a dos dois irmãos se abraçando atrás da bancada onde depunham. Eu fiquei com essa imagem na retina e sei o quanto devem estar temerosos de sair agora para a rua e de como farão até o caminho de suas respectivas residências. Nada foi ainda desfeito, o presidente ainda conta com percentual de abilolados dispostos a tudo e estes representam um eminente perigo. Somos frágeis demais, nossa insipiente democracia deve resistir aos milicianos e fundamentalistas, mas talvez embates virão e nem saímos ainda da pandemia, ela nos seus piores dias. Terei problemas para fechar os olhos hoje. Talvez sonhe com a imagem do Ricardo Barros ululando dentro de minha mente e do seu ressentimento, tramando algo pérfido, o tal do próximo lance. Existe um maquiavelismo mórbido nas ações destes hoje plugados como sanguessuga junto à Bolsonaro e estes farão de tudo e mais um pouco para não perder o conquistado. Devo ter pesadelos e quiçá o dia amanheça com aquele bruta sol, anunciando um dia verdadeiramente novo. Torço por isso, mas se preciso for, teremos que voltar e permanecer nas ruas. O momento é agora, amanhã será tarde demais.

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