quarta-feira, 16 de fevereiro de 2022

DROPS - HISTÓRIAS REALMENTE ACONTECIDAS (200)


AGUDENDES E BIRIGUIENSES DIVIDEM CARGOS NA ADMINISTRAÇÃO SUÉLLEN - O GOSTO PELOS IMPORTADOS
Sabe aquele que pediu para sair (será mesmo?), o tal do Patric Teixeira, quando era Chefe do Gabinete da incomPrefeita Suéllen Rosim? Pois, bem o danado afirmou pomposamente a intenção de cuidar de assuntos pessoais e fazer vicejar empreendimento pessoal. Pelo visto, nada deu certo e já está atuando desde semana passada novamente ladeando a alcaide no terceiro andar do Palácio das Cerejeiras. Antes era chefe de Gabinete e ele, agudense, quando deixou o cargo, em seu lugar outro da mesma cidade para o preenchimento da vaga, Rafael Fernandes. Dizem, ambos serem da mesma estirpe político partidária, linha de pensamento e ação, uma que muito agrada e preenche as expectativas bauruenses da atual administração. O que será que estes agudenses possuem que os bauruenses não conseguem preencher e assim, encher os olhos da alcaide?

Sei lá, mas ela, como se vê tem queda por importar secretários. Nada contra ter gente experiente de outras paragens em postos chaves, enfim, já tivemos atuando por aqui gente do quilate e gabarito do médico Davi Capistrano, mas pelo que se sabe, nenhum destes consegue se equiparar com este. Enfim, cada prefeito prefere ter ao seu lado o que de melhor concebe dentro do que acredita ser a política, sua movimentação e possibilidades. Patric volta e já dizem que, muito em breve novamente na Chefia do Gabinete e aquele que veio para preencher seu lugar, já estaria com vaga garantida na Emdurb, onde o atual presidente, Luiz Carlos Valle estaria, tão logo volte de férias, com os dias contados. Para o lugar de Valle, um biriguiense, velho conhecido da alcaide e dos seus pais, Flávio Vieira, desconhecido de todos os bauruenses, mas não do clã hoje governando juntos Bauru. Triunvirato no poder.

Movimentações esquisitas, onde prevalece o gosto pelos importados, os de fora. Suéllen, como se percebe não conhece muitos daqui e vai loteando seu mandato com gente pela qual conhece ou tem alguma afinidade, ligação umbilical com sua crença religiosa. Trabalha por indicação de crença, espalhando estes pelos mais diferentes cargos dentro da atual administração, nos tais cargos de confiança. Este o modus operandi dela, algo mais do que já perceptível. Questão de estilo, enquanto Bolsonaro, seu mentor, loteia cargos variados com militares, ela prefere fazê-lo com cristãos de cunho evangélico neopentecostal, a maioria importada. Nisso essa administração é boa demais da conta, pois traz muitos de fora, estes carregando consigo suas experiências, tudo com o intuito de proporcionar maravilhamentos inéditos e inacreditáveis no cenário político intestinal bauruense. E assim ela monta seu próprio COMBO.

NENHUMA POSSIBILIDADE DE REABERTURA DA CASA PONCE PAZ NA NEGACIONISTA ADMINISTRAÇÃO SUELLISTA
Ao postar ontem algo sobre as interdições ocorridas em todos as instalações dos museus e da Pinacoteca Municipal, a Casa Ponce Paz, num dos comentários uma assustadora informação suplementar: a de que a Casa Ponce permanecerá fechada ad eternum, pelo menos dentro dessa atual administração municipal, nenhuma perspectiva de reforma/restauro no local. Vejam o que postou Ronaldo Gifalli, ex-servidor municipal lotado ali por pelo menos cinco anos e hoje aposentado:

"Verdade isso aconteceu em outubro do ano passado. Uma decisão vinda de um promotor (é o que ouvi falar) e que, se a secretaria abrir os espaços recebendo público sem o alvará, pagará uma multa diária. Isso é o que foi passado para os funcionários. É mais fácil fechar tudo do que resolver essas questões. A casa Ponce Paz não foi tombada e os bombeiros exigem alterações nas escadas de madeira. Coisa inviável. Então fechar foi a solução".

Sim, a Casa Ponce não foi tombada e hoje, com o CODEPAC - Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico e Cultural inoperante e sem autonomia, nada ocorrerá, daí nada virá por este intermédio. Com a decisão dos bombeiros de instalar acesso diferenciado nas escadas de madeira, tenho a certeza, nessa administração tudo permanecerá fechado, assim como a Estação da NOB. É algo de uma brutalidade imensa alterar a escada de madeira do local, parte integrante da história do local, que abrigou no passado um Juizado Trabalhista. Quem ali foi juiz classista por bom tempo e conhece bem a casa é o hoje presidente do SinComércio, Walace Sampaio. Dizem que, no período quando a casa foi alugada para a finalidade do juizado, a primeira providência dos novos inquilinos foi pintar de branco as paredes com gravações históricas. Quando sairam, a casa veio para a Prefeitura e depois para a Cultura, mesmo com todo o esforço, nunca foi conseguido recuperação total do estrago feito anteriormente nas paredes. E agora, essa interdição com indicação de alteração nas escadas, com provável imposição de elevador ou escada rolante, tudo diante deste desGoverno negacionista e fundamentalista, a única certeza é de que nada será feito. Para estes hoje administrando a cidade, a Cultura é enxergada como terra arrasada, algo seguindo os moldes do que faz Bolsonaro lá por Brasília. Vide o que ocorre com a Estação da NOB e o ar condicionado do Teatro Municipal.

Vai deixar saudade ver a Casa Ponce Paz, hoje Pinacoteca bauruense permanecer de portas fechadas, criando teia de aranha em suas instalações. Diante de mentalidade tacanha de quem toca hoje a Cultura Municipal, para ser possibilitada alguma alteração no quadro só mesmo com a criação de uma Associação dos Amigos da Casa Ponce Paz. Do contrário, só mesmo contando com o bom senso dos bombeiros para rever a decisão tomada ou pode esquecer, pois a Cultura não possui nenhuma prioridade cultural no desGoverno de Suéllen Rosim e de Tatiana Sá.

Se tiver tempo reveja essa história que publiquei no meu blog em 25.11.2008, com uma algo mais sobre a história dessa casa:
UMA CASA E O RESGATE DE SUA HISTÓRIA
A casa está localizada no cruzamento das ruas Ezequiel Ramos e Antonio Alves. Abrigou durante os últimos anos a Junta do Trabalho. Depois os seus arquivos. Transferido tudo para outro prédio, o mesmo foi cedido para a Secretaria Municipal de Cultura instalar ali o seu Centro de Artes Plásticas. Ao adentrar o local, funcionários se deparam com suas paredes descascando e mostrando afrescos, pintados a décadas atrás. Uma relíquia, resquício da imponência do casarão.

Para reviver sua história nada escrito. Tudo na memória das pessoas. Dois memorialistas, Gabriel Ruiz Pelegrina e Irineu Azevedo Bastos passam as primeiras informações. Havia sido construída para abrigar a residência de seu construtor, Alfredo Fígaro, no começo dos anos 30. Dos afrescos nada, só a certeza de que quem os produziam nesse período era o pintor e escultor Alberto Paulovich. Seu filho, Leonardo vai até o local e fica encantado. Mantém em casa alguns dos moldes e para ter certeza terá que proceder um exame com mais calma.

O trabalho de retirada da casca de tinta continua sendo feito por funcionários. Tudo minucioso e com técnicas recomendáveis. O Meio Ambiente irá restaurar o jardim. O CODEPAC vai abrir um processo do seu tombamento.Os arquivos de plantas antigas da Prefeitura e os do cartório local já foram acionados em busca de mais detalhes. A imprensa divulga tudo no dia de hoje e pede ajuda para mais detalhes. Dois surgem de imediato.
 Uma vizinha durante anos, Joanina Giansante, liga e diz que o jardim da casa era um imenso roseiral, muito lindo e que reviver aquilo será um sonho. Zilda Tavares Rino de Souza, 80 anos, filha de seu Domingos Rino, já falecido, morou na casa durante uns dez anos, por volta dos anos 50. Diz que seu pai “trocou uma fazenda pela casa, de um turco. Já das pinturas, tínhamos todos um cuidado muito grande para não sujar nada. Meu pai falava que era obra de um pintor italiano. Minha irmã, Célia casou na casa. As freiras do Colégio São José vinham buscar rosas todo final de semana para enfeitar a capela deles. Alguns anos atrás, passando em frente, pedi a um guarda para entrar. Precisava de autorização. Quero retornar lá com minhas três irmãs”.

O resgate dessa história, contada dessa forma, com a descoberta de personagens que a vivenciaram é algo desbravador, contagiante. Cada um passa nova informação, uma nova dica, um novo personagem e tudo isso possibilita a reconstrução, pouco a pouco, como a costura feita numa colcha de retalhos. Gosto muito disso, contagia. Queria ter tempo para me envolver em projetos dessa natureza. A Memória Oral é algo inebriante, porém, precisa de dedicação, tempo disponível. Quem me dera...

O BRASIL PRECISA DE UMA "GERINGONÇA" - LULA DEVE COMANDAR A VERSÃO BRASILEIRA
Gertingonça é uma palavra utilizada pelos portugueses para designar um acordo recente em sua história política. Tudo começou há mais de seis anos, nas eleições legislativas de 2015. Quem explica é o ex-primeiro ministro português José Sócrates: "Naquelas eleições, a coligação de direita ficou à frente, mas em minoria no Parlamento, do qual depende o governo. Neste quadro parlamentar, os três partidos de esquerda se uniram num acordo escrito com vista a dar suporte a um governo constituído apenas pelo PS - Partido Socialista, mas com apoio majoritário na Assembléia da República. Assim começou a aventura da geringonça, que ficou a dever o seu nome ao excêntrico tripé político em que assentou - os socialistas, o Bloco de Esquerda e o Partido Comunista, três legendas com uma cultura histórica de grande hostilidade entre si. Em quatro décadas de democracia, nunca tinham construído um programa em comum. Contra todas as expectativas, a fórmula política revelou-se um sucesso. Primeiro, trouxe para a responsabilidade da governança os partidos de esquerda cuja tradição política estava ligada à retórica de puro protesto. Depois ofereceu uma estabilidade sem sobressaltos durante os quatro anos em que durou a legislatura. Finalmente, resultou em uma gestão bem sucedida, com bons indicadores na economia e no reforço das políticas sociais que procuraram compensar o período de austeridade entre 2011 e 2015".

Já deu para entender do que se trata e onde pretendo chegar. Neste dia, quando Lula parece ter consolidado o acordo com Geraldo Alckmin e sua agremiação política, após tantas divergências, entendo que o fez, pelo pleno conhecimento de como se dará a campanha que está querendo se iniciar e de tuso o que virá pela frente. Lula não é comunista, mas o vejo como de esquerda e pelo que já fez, sua folha corrida em prol do povo, possui credibilidade para construir algo que nos tire deste lodaçal onde nos encontramos. Se tiver que engolir Alckmin, que assim seja. Não é o que queria fazer e onde pretendia estar, mas é o que temos. Ponto final. Sabemos do jogo sujo que virá pela frente e Lula se arma, se escora e assim pretende chegar lá. Mas a Geriongonça portuguesa, poderiam me dizer, foi a união das esquerdas daquele país e não algo com a direita. Sim, sei disso. Mas cada país possui suas particularidades e momentos. Lula precisa muito da união das esquerdas e seus partidos para chegar novamente ao poder, mas também precisa de parte da direita, pois o buraco brasileiro é mais embaixo. Por fim, quem governará será Lula e já o conhecemos suficientemente para dar este voto de confiança a ele. Continuo ao seu lado, pois tudo o que representa Bolsonaro e os seus é imensamente pior do que este acordo e do restauro proposto por um novo governo o tendo como comandante. Daí, reafirmo, precisamos muito de uma GERINGONÇA, talvez diferente da portuguesa, mas geringonça e com a cara brasileira deste momento. Creio ela será possível.

3 comentários:

Mafuá do HPA disse...

DEBATE DINCAO E BERGAMO SOBRE GERINGONÇA (1)
Nem acho que o Lula e o PT precisaria de uma aliança com o ladrão da merenda, com o genocida da educação, com o governador do entreguismo de nosso patrimônio público estadual… é a velha forma do Lula em querer fazer omelete sem quebrar ovos, num acordão com todos os setores. No reino da fantasia do Lula não existe luta de classes, não existe contradição inconciliáveis, nada disso… ele muito provavelmente será presidente, mas não do Brasil, mas da Terra do Nunca, habitado por seres mágicos e dóceis. Os vilões serão compreendidos, quem deu o golpe de 16 já está perdoado… e assim vai… o bicho vai pegar na sucessão presidencial de 2026. Talvez Lula não esteja mais entre nós e será a hora em que a panela de pressão vai explodir e a cozinha vai estar trancada pelo lado de fora por uma incômoda pessoa chamada História…, CARLOS DINCAO.

Carlos Dincao contudo a alternativa é correr o risco de Bolsonaro ser reeleito ou o juiz marreco, ANTONIO MORALES.

Antonio Morales com certeza…, CARLOS DINCAO.

Carlos Dincao, meu caro, todos nós gostaríamos imensamente de ver o Brasil em outra situação. Essa real possibilidade do Lula vencer o pleito passa por esse viéis, o qual devemos engolir a seco. Queríamos todos estar dentro de um belo processo revolucionário, com o povo nas ruas, pressão absoluta pela transformação, mas como nem nas ruas estamos mais, pelo que vejo, só mesmo uma mudança pela via eleitoral e dentro das normas colocadas na mesa. Daí, sigo com Lula, HENRIQUE PERAZZI DE AQUINO

Henrique Perazzi de Aquino é… nunca vai ter transformação revolucionária no Brasil. Não está no nosso DNA… o máximo que o homo brasilienses chega é na centro esquerda… Lula é a única opção… infelizmente…, CARLOS DINCAO.

Carlos Dincao parto do seguinte: classes e frações de classes não são os conjuntos de indivíduos que ocupam a mesma posição na produção de capital, mas sim as organizações, num certo estágio de desenvolvimento, que ocupam posições na luta de classes. Essas organizações são sobretudo os partidos, mas também movimentos socais organizados, sindicatos, etc. Uma grande massa de trabalhadores brasileiros, do Oiapoque ao Chuí, se reconhecem no PT que, portanto, os organizam enquanto classe. E no caso é a fração dominante (no sentido marxista do termo) da classe trabalhadora, num determinado estágio de seu desenvolvimento. Suas lideranças são determinadas pela organização e também há determinações no sentido oposto, das lideranças para as organizações. Analisando um período de tempo suficiente, as determinações da organização para os líderes prevalecem em relação às determinações de sentido contrário. Outras frações da classe trabalhadora podem e devem discordar do estágio de desenvolvimento da fração dominante, mas não tem como substitui-la por um golpe de vontade, como pretendem algumas correntes organizadas de esquerda. O desenvolvimento das classes e frações dependem da experiência prática e do gradual acúmulo teórico das organizações. Das grandes greves do ABC, fundação do PT e da CUT, os líderes operários e Lula em especial estiveram, no mais das vezes, em consonância com o nível geral de desenvolvimento dessas organizações. Com o chamado "mensalão", as chamadas jornadas de junho, impeachment da Dilma, prisão de Lula, governos Temer e Bolsonaro, há uma tensão no PT, com setores da base e alguns dirigentes que aprenderam a reconhecer limites reais da política dominante no PT. Lula não chegou nesse nível, mas pela influência que tem está fazendo esses setores recuarem. Se nesse descompasso prevalecer o atual "atraso" lulista tende há ocorrer muito mais destruição do País, GERALDO BERGAMO.

Mafuá do HPA disse...

DEBATE DINCAO E BERGAMO SOBRE GERINGONÇA (02)

Henrique Perazzi de Aquino para esse raciocínio ser válido seria preciso demonstrar que só há duas opções na história para as oposições político-econômicas: ou a revolução ou o rebaixamento cada vez maior das mudanças. A História nega que só há essas duas alternativas, GERALDO BERGAMO

Geraldo Bergamo cavemos as demais possibilidades. Ainda tenho lenha para queimar e disposição para ir à luta, HENRIQUE PERAZZI DE AQUINO.

Henrique Perazzi de Aquino exato. Senão recai-se no "argumento" dos setores direitosos ou acovardados que "propõem" que todo e qualquer avanço significativos só tem sucesso por via revolucionária. Esses setores "realistas" são parte do maquinário que favorece a burguesia, GERALDO BERGAMO.

Henrique Perazzi de Aquino uma parte dessa tipo de proposta joga contra a tendência de mobilização que está crescendo. O sujeito diz: faça como eu, fique em casa, de preferência embaixo da cama, pq o grande cavaleiro Lula vai matar o Dragão Maldade junto com o auxílio do próprio pai do Dragão, GERALDO BERGAMO.

Geraldo Bergamo o Lula é a grande represa que mantém em banho-maria a radicalização necessária para uma transformação social de verdade. Seu grande malefício foi sempre ser um elemento do sistema, nunca pensou e nunca quis pensar fora dele. Depois de mais de 500 dias preso há elementos suficientes de que ele não aprendeu e nunca aprenderá nada. A nefasta aliança com Alckmin está fazendo o real se valorizar e a bolsa subir. O Lula de 2023 será engessado e sorvido pelas engrenagens do sistema. Teremos uma eleição plebiscitária esse ano e provavelmente Lula vence. Mas é só. Caberá à classe trabalhadora brasileira encontrar formas autóctones e de fato alinhadas com a 3ª internacional para gerar um novo país. Mas para tanto será necessário navegar, navegar, navegar e passar por tantos mares que penso ser justo considerar que esse país, tal como a Inglaterra, vai ter que esperar o Mundo mudar para ele mudar…, CARLOS DINCAO

Carlos Dincao Parto da classe realmente existente, não do indivíduo Lula. Nos governos Lula a política traçada pela fração dominante, configurada principalmente no PT foi um sucesso. Qual política? A de se obter mais meios de vida para uma grande massa de trabalhadores e suas famílias, sem precisar chegar nem próximo a "pegar em armas". Não se trata das chamadas políticas compensatórias. A massa salarial cresceu (porcentualmente perto de 2%, pouco, mas cresceu, ou seja crescimento real de salário, não de auxílio pra miséria). As margens de lucro do capital produtivo caiu, mais de 10%. Aumentaram as margens de lucro do capital financeiro/especulativo (não tenho dados porcentuais). Ou seja, o avanço do capital financeiro foi descarregado nas costas do capital produtivo e não sobre o trabalho. Não se trata do Lula. A fração dominante da classe trabalhadora concluiu, na prática, que sua política foi um sucesso. Na sequência, uma fração da fração está concluindo que essa política leva a um sucesso temporário, que precisa ser radicalmente alterada (nada a ver com revolução). Outra fração está convencida que o sucesso pode ser repetido, GERALDO BERGAMO

Esse é, em largos traços, o estágio de desenvolvimento da fração dominante da classe trabalhadora realmente existente. Eu posso não gostar, é não gosto, desse estágio de desenvolvimento. Mas seria uma fantasmagoria supor que ela pudesse ser substituída por um lance de análise. Pior ainda seria, como agem alguns setores de esquerda, jogar água na destruição do PT, GERALDO BERGAMO.

Mafuá do HPA disse...

DEBATE DINCAO E BERGAMO SOBRE GERINGONÇA (03)
Geraldo Bergamo bom… Lula foi a síntese personificada de uma parcela da classe trabalhadora. Ao que parece sua política de nem mesmo se aproximar de uma maior politização das forças armadas e estar imbuído de um republicanismo ingênuo (o que ficou na configuração de um STF ultra-conservador e corporativista comparado aos tempos pré-Estado Novo) levou a um golpe de Estado igualmente sem armas e que derivou na entrega do poder político primeiro a um governo ultra-neoliberal e depois a um governo catastrofista como o de Bolsonaro… “As tolas e prudentes políticas, outrora gloriosas, entregou a classe trabalhadora sem lutas, para manter imaculados os nobres mármores do republicanismo burguês com um manto elegantemente escarlate”, CARLOS DINCAO.

Carlos Dincao Ou seja, a classe realmente existente entregou a classe realmente existente a um republicanismo, etc. A questão é como contribuir com o desenvolvimento da classe existente, não de pressupor o que ela deveria ser. O dever ser não é real, GERALDO BERGAMO.
Geraldo Bergamo o dever ser não é real, mas é um bom começo. Não foi pelo real que Castro subiu a Serra Maestra, mas pelo “dever ser”, que é uma perspectiva… então… não deixa de ser parte do real… os dois melhores de todos nós morreram sem ver uma revolução (só as ilusões da Comuna de Paris). Mas sem eles o “dever ser” nunca teria se tornado no real, CARLOS DINCAO.

Carlos Dincao Desculpe por não ter sido claro. Não usei "dever ser" no sentido de perspectiva. Com esse sentido concordo integralmente com sua observação. Deveria ter escrito, talvez, "pressupor o que a classe já deveria ser". Esse é um aspecto muito comum na esquerda. Exigir que o ponto de chegada, o "dever ser", seja o ponto de partida, já deveria ser. Se não é então a classe não presta, precisa ser substituída. Quando chega em indivíduos, começa a haver acusações de "traidor da classe". Se vc retomar como comecei a escrever, de onde parti para colocar a compreensão do termo "classe", talvez esclareça um pouco o que estou tentando analisar, GERALDO BERGAMO.

Geraldo Bergamo ah sim… concordo, CARLOS DINCAO

Carlos Dincao Vou insistir um pouco no ponto de partida. Parto de "luta de classes" para chegar em "classes" e não o oposto, partir de "classes" para chegar em "luta de classes". Inclusive no sentido lógico/teórico. A diferença teórica vai redundar não só em muita diferença analítica, mas tbm em orientações muito diferentes para prática política, GERALDO BERGAMO.

Geraldo Bergamo com certeza… mas como afirmou aquele bilionário: “a luta de classes existe, mas é a minha classe quem está vencendo essa luta”, CARLOS DINCAO.

Carlos Dincao Boa! Mas parece que o raciocínio dele vai de classes para luta de classes e não o oposto. Me parece que ele raciocina assim: nas classes em luta (lutando) a minha classe está ganhando, GERALDO BERGAMO.