quarta-feira, 23 de fevereiro de 2022

DICAS (217)


REUNIÃO CULTURA SOBRE DESTINOS CIA ESTÁVEL DE DANÇA
A SMC - Secretaria Municipal de Cultura, administração Suéllen Rosim, comandada pela artista Tatiana Sá já tinha tomado a decisão de alterar os rumos da Cia Estável de Dança, introduzindo outras professoras do DEA - Departamento de Ensino as Artes, algo que viria, segundo a concepção da mandatária para ampliar seus horizontes artísticos. O diretor da Cia, Sivaldo Camargo, a princípio não foi comunicado das alterações e quando o foi, já com a imposição de que teria que receber outras manifestações de dança, em algo até o momento só abrangendo a dança clássica. A grosso modo tudo pode parecer algo trivial, uma mudança de rumo vindo para o melhor, mas quando analisada a fundo, a intenção é bem outra e crava praticamente uma estaca e o definhar de um trabalho, postura, imagem e concepção de atuação.

Sivaldo foi comunicado da provável intenção da alteração e desde o princípio se mostrou contrário. A Cia comandada por ele há mais de dez anos, possui uma linha de conduta e ela segue rigorosamente o que é prescrito para a imensa maioria de outras dentro da mesma linha de ação. Dentro de um órgão de Cultura, como uma secretaria, outras tantas manifestações de dança, desde hip hop, ventre, streat dance e outras, cada qual no seu quadrado de atuação. Uma Cia de Dança deve seguir uma linha e quando foge disto, deixa de ter merecer respeito, pois não mais atende os requisitos mínimos, básicos. Introduzir outros ritmos dentro dela não é salutar, pois cada qual tem sua importância, mas quando juntos, algo se perde e essa mescla não é bem vista, nem recomendável. Ela deixaria de seguir a mola mestra pela qual foi criada e perderia com o tempo a razão de existir, pois não mais teria condições de indicar ou mesmo sugerir profissionais para seguir carreira. A linda adotada é a clássica contemporânea.

Até o momento não entendi - ou entendi muito bem - da forçação de barra pela mudança. Também não entendi como as professoras de outras modalidades de dança entraram nessa de pressionarem ao lado do posicionamento da secretária, quiçá da atual administração, insistindo em algo totalmente sem sentido. O normal seria cada um no seu quadrado, todos com belos trabalhos, porém sem um interferir ou mesclar algo sem sentido de estarem juntos quando isto não é o recomendável. Algo ocorreu e as demais professoras do DEA foram induzidas a manifestarem publicamente o desejo de também atuarem dentro da Cia Estável de Dança. Essa história nunca existiu nas demais administrações municipais desde sua criação. E por que somente agora? O que move essa movimentação no tabuleiro justamente neste momento? Para tudo existe uma resposta e uma intenção. Nada ocorre por acaso ou de forma alheia.

As explicações são muitas e quando juntadas, faz sentido o que ocorre, ou melhor, existe um motivo para a ocorrência. Sivaldo é incontestável no que faz, sem máculas, só elogios. Os tantos bailarinos que por lá passaram e foram contemplados com bolsas, tanto no país como no exterior, atesta positivamente pelas escolhas até o presente momento. O caminho trilhado é o mais adequado, só que o danado do Sivaldo, ciente do que faz e como faz é duro em seus posicionamentos, principalmente políticos e estes, como se sabe, confrontam a linha adotada pelos que hoje estão na administração, a evangélica fundamentalista neopentecostal. Como não se verga, pois além de saber o que está fazendo, sabe que alterando algo, a Cia perderá credibilidade, respeito e será mais uma perdida no tempo, espaço e vagando sem rumo definido. Ele bate o pé e a administração, pelo que se vê, entende como questão política, talvez de força, manter a alteração de rumo, mesmo ela ocorrendo de forma inadequada e sem sentido lógico.

Tudo estava mais do que certo para ele já estar fora da Cia, mas na cidade floresce intensa mobilização pela sua permanância, como pode ser visto hoje com a presença na reunião da professora de dança Yola Guimarães, de texto de Sônia Maria Berriel, lido pelo seu sobrinho, o vereador Guilherme Berriel, dos cantantes Denise Amaral e Paulo Tonon, além da professora Unesp Ana Bia Andrade e da servidora aposentada Neli Viotto. A reunião de hoje foi convocada pelos vereadores querendo se inteirar melhor dos motivos reais da mudança de rumos. Ela foi agendada pelo líder da prefeita na Câmara Juninho, mais Estela Almagro, Guilherme Berriel e outros. As fotos dizem muito por si só. Enquanto as bailarinas se posicionavam sentadas num dos lados, todas juntas, as professoras do DEA estavam do outro lado, também perfiladas lado a lado, em algo notados por todos. Frente a frente, dando a impressão de um confronto de posições. Por que a mudança de posição destas professoras, até outro dia, cada qual no seu espaço e hoje, todas unidas querendo atuar também dentro da Cia Estável e sem entender de fato que isso não as ajudariam e sim, serviria para adulterar uma linha de ação até então vitoriosa?

O vereador Berriel me confidenciou ao final da reunião: "Me parece tão simples resolver isso, basta não mudar nada e tudo continuar como dantes. Confusão por algo onde não encontro o sentido prático". Do músico Paulo Tonon ouço algo também muito pertinente, olhar clínico de alguém de fora e enxergando a evidência ali nas entrelinhas: "Terminada a reunião não consegui entender quem insuflou essa desunião entre a Cia e as professoras do DEA? Tem algum interesse ainda não explicado provocando essa ruptura". Da professora Yola, quem tive o prazer de lhe dar carona na saída do evento: "Isso não deveria estar acontecendo com a Cia e com o Sivaldo. Tudo caminha tão bem, por que isso agora?". Presenciei algumas rusgas entre as partes e creio, os ânimos estão se acirrando, o que não é bom. De minha parte, por mais que me tentem explicar, os motivos para a mudança continuam sendo os mais injustificados possíveis. Só mesmo algo político, um motivo político impondo a mudança ou algo da dança de cadeiras, com os cargos de direção sendo aventados com as alterações. Do contrário, nada justifica a mudança. Creio eu, todos os vereadores ali presentes sacaram algo disso pairando no ar. A mundança pode até ocorrer, mas ao vingar deixará mácula sem possibilidade de cicatrização, mais uma dentro do mirabolante baú de perversidade em curso desde que Suéllen Rosim inicia sua administração e a Cultura se vê sendo conduzida segundo sua linha de pensamento, em completo desalinho com a classe artística. Este só mais um dos tantos embates em curso por lá. Nenhum salutar para a causa cultural. Ou seja, como vi sacramentado na estampa da camiseta que a vereadora Estela Almagro usava quando da reunião: "Silêncio, a Cultura dorme!". De minha parte, afirmo e sem mêdo de errar, com um desGoverno do calibre do atual, nenhuma possibilidade de acordar. O sono é profundo.

O TOMATE VAI TER ESQUENTA NO SÁBADO DE CARNAVAL
Na impossibilidade de desfilar com o enredo TIRANDO A MÁSCARA no Calçadão da Batista neste ano, com a Covid ainda nos nossos calcanhares, os tomateiros se seguraram nas pernas e neste 10º aniversário, recuamos, mas não entregamos os pontos. O barulho carnavalesco estará sempre armado, em ponto de bala para disparar e ir pras ruas, enfim, temos muito a dizer, principalmente neste momento onde hipocrisias reinam e surfam sob essas sórdidas ondas conservadoras do atual momento. O Tomate pega leve e faz um encontro dentro das recomendações, seguindo os protocolos, no mesmo horário que desfilaria, 12h, lá defronte o BAR DO GENARO. Sábado, 26/2, a partir das 12h, botaremos algo na rua. Traga máscara e algum pra bebida e churrasquinho. Depois, se tudo amainar, dia 21/4, sábado, junto com os desfiles das escolas de samba do Rio e Sampa, desceremos o Calçadão. Até lá, iremos dia após dia, repetir as agruras desta cidade envolvida até o talo com tudo o que de ruim aconteceu com este país.

Em tempo: No Esquenta serão votados os agraciados com o Prêmio Desatenção 2022 - Venha votar e confirmar o que todo mundo já sabe, quem são os lobos em pele de cordeiros por essas plagas. Primeiro lote de camisetas sendo vendidas por R$ 50 cada (R$ 70 preço solidário) e entregues no sábado. Estampa de Esso Maciel, agora também com MOÇÃO DE APLAUSO dos vereadores, coisa pra colecionador.
HPA, pelos tomateiros de plantão.

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