terça-feira, 17 de outubro de 2023

BAURU POR AÍ (220)


CURTAS BAURUENSES
01. Diante do galpão mais próximo do cerrado dentro do território unespiano em Bauru, o Mundo Perdido, local onde os bichos se aproximam, numa espécie de Contato Imediato do Terceiro Grau. No local, são avistados regularmente cobras, lagartos e desta feita uma cotia, junto de dois filhotes. Dizem, mas ninguém confirma, até uma onça já rondou o local. Um servidor diz ter avistado um animal diferente, cor caramelo, seguido por ele até dentro da mata. Daí seu susto, no local, dezena deles e com olhares nada amistosos. Foi quando voltou de ré e, felizmente, diz não ter sido seguido. Hoje, foi o dia das cotias.

02. Para quem pensa que, pacata rua de um bairro com pouco movimento automobilístico nada acontece, eis o ocorrido numa tranquila quadra do Parque União, na tarde deste último domingo, quando um carro de passeio e uma caminhote, um deles estacionado, são motivos de violenta pancada, num local onde até instantes crianças jogavam bola no asfalto da rua e momentos depois, um carro virado com as pernas para o ar. Aquele ar de tranquilidade proveniente de nossa "Macondo" se transforma rapidamente numa megalópolis ao estilo de "Gotham City". A foto é de uma das vizinhas do ocorrido, Neiva Santos, ainda incrédula com o ocorrido.

03. Alça do viaduto da rua Treze de Maio foi um dia interditada e para não ser mais utilizada, tubulações de concreto impedindo passagem. Só que, os anos vão se passando, nenhuma providência é tomada para restabelecer o trânsito e assim, a única alteração é a renovação da pintura da tubulação, desta feita toda verde e amarela. A foto é do professor Fabiano Ferreira.

04. Essa residência pintada de branco, localizada na esquina das ruas Saint Martin com Aviador Gomes Ribeiro, uma quadra acima da avenida Duque de Caxias é minha passagem para o retorno à minha. Durante algum tempo, creio que uns dez anos atrás, sempre que passava por ali, ouvia os gritos de um homem, passando de carro e gritando em alto e bom som, sempre o nome de uma mulher, "Lu". Muitas vezes, passando e não presenciando a cena, a imaginava e o inconsciente buscava a imagem e o som dele e clamando pela "Lu". Ouvia aquilo e seguia intrigado meu caminho, enfim, para quem seria, qual o motivo de estar sempre a gritar aquele nome e nunca soube se aquilo tudo era para algum amor não correspondido ou se estava querendo chamar a atenção para uma pessoa das mais importantes de sua vida. Talvez ele também passasse por ali nos mesmo horários que os meus, daí ouví-lo regularmente e hoje, passado tanto tempo, com certeza já sendo a morada de outras pessoas, continuo passando diariamente pela esquina - enfim, não mudei de residência -, mas desde muito tempo não ouço mais os seus chamados aos gritos, porém a lembrança não decifrada de tempos atrás não me sai da cabeça - não me esqueci mais do nome. Pelo visto, seguirá indecifrada para todo o sempre. Essa faz parte das tais inusitadas histórias ocorrendo a todo instante, em algum lugar perdido dentro da cidade onde moramos. Histórias triviais, comuns, fazendo parte do intenso dia-a-dia a construir nossas vidas. Quem não possui uma história assim, recordação sem sentido, algo em algum local perdido pelos cantos, que levante a mão?

05. Quadra 8 da avenida Duque de Caxias, exatamente nesta porta pequena, janela ao alto, funcionou uma antiga banca de jornais e revistas de Bauru, um senhor japonês, que por décadas tocou seu negócio e morando no andar de cima com a filha. Passou o ponto para o Cláudio, que também continuou tocando o negócio por bom tempo. Este manteve o ponto aberto, morando ali ao lado, num sobrado que não mais existe, derrubado para no lugar ser levantado um prédio de atendimento médico. Cláudio se foi do ponto, quando o preço do aluguel deixou de ser convidativo, permanecendo o mesmo fechado por longo período. Na porta do lado, por bom tempo uma empresa de Moto Táxi, que também depois fechou. Hoje as duas portas alugadas para o Zé Bilhar e na parte de cima, após, o falecimento do pai, a filha vendeu o imóvel e assim, pouco a pouco, vai sendo apagado o que um dia frutificou num local e em seu lugar, tudo sendo ocupado por alguém construindo uma nova história.

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