segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

DIÁRIO DE CUBA (43)

O RETORNO PARA HAVANA VIA ÔNIBUS – 1ª PARTE
Estamos no 15º dia em Cuba. Acordamos mais cedo para os banhos, arrumar as malas e tomar o costumeiro café com torradas, junto com sanduíche de presunto e queijo. Às 8h estávamos na portaria do hotel para as despedidas. Após quatro dias em Santiago de Cuba sabíamos estar pouco menos de dois kms da rodoviária, mas preferimos ir de táxi (3 pesos). Última passada no bar da esquina para refrescos no embornal (4 pesos). No caminho para o terminal, a última olhada para o Quartel Moncada e a primeira da Praça da República, que não tivemos tempo de conhecer antes. Um amplo espaço a caber quase a cidade toda, certamente utilizado para as grandes manifestações populares, muito comuns em toda Cuba. Marcos fica sentadinho no terminal tomando conta de toda a bagagem e eu vou perambular por aquela imensidão. Viajo só de imaginar aquilo tudo lotado, explodindo e pulsando a causa de um país.

Passagem já adquirida com antecedência, bagagem segue na frente e no horário, 9h, sentados nas poltronas de nº 5 e 6, estávamos voltando para Havana. De cara um show no DVD do ônibus, bem acima de nossas cabeças, com um jovem cantor porto-riquenho, Marc Anthony. Tiro tênis e meias para relaxar, pois a viagem é longa. Uma última olhada para a imensa Praça, onde outra imensa, dessa vez estátua de Marti montado em seu cavalo parece guarnecer tudo aquilo. Dá-lhe estrada. Vamos nos revezando na janelinha, mas acabo saindo no lucro, pois Marcão (no aumentativo), com suas pernas imensas prefere mantê-las esticadas no corredor.

Passamos por San Luis, Palma e Soriano (vejo uma igreja pentecostal cheia de gente). Tiro fotos, mas não sobe nem desce ninguém. Achamos divertido os motoristas pararem só para comprar refrescos para consumo deles. Na terceira cidadezinha, acho que Contramestre, quase uma zona rural, numa rápida parada tiro foto de cinco pedras pintadas com os nomes dos heróis detidos injustamente nos EUA. Jiguani, a seguir, também muito pequena e os motoristas param para comprar um pernil de cerdo congelado. Parada de cinco minutos em Bayamo, enquanto no DVD um humorista faz alguns rir num vídeo que mal presto atenção. São pouco mais de duas horas de viagem e tento me manter acordado.

Noto a cidade de Holguin se aproximando, são 12h06 na parada no Aeroporto e depois no Terminal, com parada de 30 minutos para o almoço. Atravessando a pista serviam num prato de plástico. Arroz e feijão misturados, com um bife de porco. Fui em busca de um sanduíche, mas trago dois saquinhos de bolinhas de queijo, daquelas fedidas, tipo os Chips brasileiros. Seguimos em frente, passando por Reparto Aurora às 14h07 e Arroyo Cascorro, às 15h21. Na parada em Camaguey, 16h04, estamos com certa fome, pergunto ao motorista o tempo da parada: “Uns três minutos. Vá rápido”. Fui e não achei nada de interessante. Trouxe três pacotes de “waffer”. Dei um peso e a balconista me voltou 5 pesos, só que no dinheiro deles. Foi o que comemos. A viagem continua, mas a segunda parte conto no próximo relato.

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