terça-feira, 18 de janeiro de 2011

ALFINETADA (81)

A CONFEITARIA COLOMBO NO RIO E ALGO SOBRE PIRAJUÍ *
* Esse texto saiu publicado na edição do semanário de Pirajuí, O Alfinete, em 15/01/2011.
1.) Na última visita ao Rio (19 a 26/12/2010), além de bater cartão na casa do pirajuiense Tito Madi (ele está em franca recuperação, querendo ler o semanário e publicar um livro com as crônicas que escreveu para O Alfinete), circulando num grupo de pessoas pelo centro velho da cidade, adentramos a Confeitaria Colombo (http://www.confeitariacolombo.com.br/ ), num dos endereços mais badalados e congestionados, o da rua Gonçalves Dias n 32. É impossível não ficar com o pescoço a girar ali dentro, olhando para todos os lados, tal a beleza do lugar. Quem conhece aquilo sabe do que falo. Viajem pelo site.

2.) Enquanto fazia isso era observado por um senhor atrás de um balcão. Sou chamado por ele e me pergunta: “De onde você é?”. “Sou de uma cidade bem longe daqui, Bauru, interior de São Paulo, terra do famoso sanduíche”, lhe digo. Sua fisionomia muda e estampa um belo sorriso: “Não me diga. Pois você deve conhecer uma cidade ali perto, onde morei durante boa parte de minha adolescência, Pirajuí”. O espanto foi meu. “Meus pais tinham três fazendas na região, entre Garça e Lins, mas escolhemos morar na de Pirajuí. Circulei muito por ali, final dos anos 60. Lembro de muita coisa de lá e de Bauru. Frequentei o restaurante da Lalai com meus pais”, conta.
3.) De uma visita que seria rápida, o papo foi prolongado. Seu nome, Maurício Souza Assis, um visionário, que sete anos atrás percebendo problemas na administração do rico patrimônio na centenária confeitaria, decide comprá-la da Arisco, a proprietária na época. Hoje, revitalizada, administra sete andares de muita movimentação, com 180 funcionários e com tudo o que é vendido como comestível sendo produzido ali mesmo. Olho para as paredes, vejo a estampa de uma senhora na parede e nas embalagens de doces, as famosas latas de guloseimas. “É a imagem de minha mãe. Está com mais de oitenta anos e passa quase diariamente aqui. Orienta os mais jovens e serve como exemplo para todos”, me diz.
4.) A Colombo possui uma história das mais ricas. Falar mais dela é chover no molhado, pura redundância. O inusitado da vida são esses pequenos detalhes. Quando iria imaginar que o proprietário daquele santuário tivesse tido algo em comum com Pirajuí? Pois tem e mais não me aprofundo. Faltou tempo. Deixo a dica para os pirajuienses que em visita ao Rio e indo até a Colombo, procurem pelo simpático Maurício, obtendo mais detalhes de sua passagem pelo interior paulista. Eu como todos os que me acompanhavam saimos degustando um doce pelas ruas do Rio, ainda surpresos com o ocorrido. Coincidências da vida.
HPA, 50 anos, um vasculhador de gente que é daqui e está ali.
OBS.: Não estou conseguindo separar os parágrafos aqui na Lan House carioca e assim sendo, para separá-las achei melhor numerá-las. Me faltam recursos para entender isso tudo e tempo. A chuva parou lá fora e volto a gastar sola de sapato pelas ruas cariocas.

5 comentários:

Anônimo disse...

Pirajuí e Guaraná Noroeste
Henrique,
caso ache válido uma sugestão, faça uma matéria assim que retornar a Bauru sobre o Refrigerante Guaraná Noroeste (que tem um famoso rótulo com um índio montado em um cavalinho branco). Salvo engano, o Guaraná Noroeste, então original de Pirajuí e muito conhecido na cidade, mas agora sendo fabricado em Birigui, é uma das mais antigas tubainas do interior de São Paulo.
Abraços.

Anônimo disse...

Conheço a Colombo, mas ainda achava que ela era propriedade da Arisco. Fico feliz em saber que hoje está em mãos que a entendem melhor. E alguém de nossa região.

André Ramos

Mafuá do HPA disse...

MAIS NOTÍCIAS DA CONFEITARIA COLOMBO
Acabei tendo que voltar ao Rio de Janeiro nesta semana e um dos lugares obrigatórios do meu retorno foi na Confeitaria Colombo. Revi Maurício, que ficou muito contente com a matéria e acabou me revelando mais detalhes de sua passagem por Pirajuí.

Lembranças mil da praça central da cidade e do cinema, cujo nome não lhe sai da memória, São Salvador. Contei a ele que fechou por um bom tempo e graças a ação desse último prefeito, o Jardel, o prédio, que havia sido ocupado por atividades outras, voltou a ser ocupado pelo cinema, que inclusive, possui programação bem atualizada. Maurício conta detalhes sobre a praça e me informa ter muitas lembranças, pois o período de sua alfabetização foi toda feita ali no ginásio junto à mesma, do outro lado da rua do cinema. Falo a ele de colegas antigos. Diz se lembrar de alguns, mas que a maioria, assim como ele, acabaram por mudar-se da cidade, tendo conhecimento de que alguns residem hoje em São Paulo.

Disse a ele que uma das falhas do texto anterior foi ter omitido o nome dos seus pais, pois isso facilitaria em muito o reconhecimento pelos mais velhos de quem se tratava. Lá vai, seu pai, já falecido é Aristides Procópio de Assis, muito conhecido na época como Major, por causa de sua patente de oficial do Exército. A mãe, que ainda circula regularmente pela Colombo e tem sua imagem estampada na lata de guloseimas da confeitaria é Carmen Mendes de Assis.

Conto também a ele que a matéria publicada n'O Alfinete despertou o interesse do diário bauruense Bom Dia, na pessoa da jornalista Cristina Camargo, filha de Pirajuí e do ex-prefeito Neguito, que está agendando a vinda para a cidade do Rio de Janeiro, para efetuar duas amplas matérias de forma exclusiva, uma com esse laço entre a Colombo e a cidade de Pirajuí e alguns com Bauru e uma outra matéria, talvez de duas páginas, relatando algo mais apurado sobre Tito Madi, seu passado, a carreira, o presente e o futuro.

Maurício, antes da despedida, pede que todos os pirajuienses que passarem pelo Rio o procurem na Colombo, de preferência sempre no período da tarde,após às 15h, pois adoraria trocar boas lembranças com todos, relembrando os bons tempos vividos na cidade. Relembramos mais três personalidades, além de Tito a nascerem em Pirajuí, uma o teatrólogo Naum Alves de Souza, a ex-ministra Zélia Cardoso de Mello e a socialite Carmen Mayrink Veiga. Alguém aí poderia lembrar de outros...

Henrique Perazzi de Aquino, 50 anos contando histórias e recolhendo relatos onde suas pernas alcançarem.
Publicado edição de 22/01/2011

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...

Olá, meu nome é Helia Rodrigues... fiquei muito emocionada ao ler esta matéria eu estava a tempos procurando por alguém desta familia, eu mesma não tive contatos com nenhum destes membros mas meus avos conviveram com todos inclusive o saudoso Major Aristides e a Senhora Carminha carinhosamente como é chamada por meus avos, Lia e Helio Rodrigues, minha avó acompanhava dona Carminha em viagens ao rio ela fala muito também em uma das filhas do casal Glorinha, Mauricio e não me recordo bem agora se é Ronaldo, Roberto, algo assim me perdoe por não me lembrar em fim se o senhor Mauricio ler esta mensagem peço encarecidamente que entre em contato comigo pelo email: helia.kristal@hotmail.com grata .