quarta-feira, 25 de abril de 2018

DICAS (171)


A FEBRE DAS COMPRAS VIA INTERNET E O DESEMPREGO

Sou cliente da Jad Log, ali na esquina da Duque de Caxias com Antonio Alves desde os tempos quando tinha outro nome. Recebo mercadorias através deles quando o Sedex dos Correios fica naquele jeito desleixado e demorativo de efetuar entregas. Tempos atrás reclamava com eles da queda do serviço, evidente a olho num só de ficar com o carro parado no sinal ali em frente e olhar para dentro nas manhãs. Mera constatação. De umas semanas para cá me espantei com o movimento, pois toda manhã vejo o local cheio de caixas e até mais gente envolvida nas entregas. Bato os olhos com mais afinco e constato que o que é bom para eles é péssimo para a imensa maioria das lojas, principalmente as de departamentos, essas vendendo de tudo um pouco.

Explico. Ruim por um lado, mas bom para outro. Ruim mesmo é para o povo trabalhador. O que está em franca ascenção no comércio tupiniquim é o tal da compra de tudo pela internet. A porcentagem dos que compram mercadorias variadas e múltiplas, desde geladeiras, fogões, colchões, computadores, liquidificadores, pneus, estofados, etc é uma grandeza. Enquando cai a venda desses produtos nas lojas, ele só aumenta pela via virtual. A alegação principal é o preço que sai mais em conta e tudo por causa do pobre do trabalhador (tudo é culpa do danado), que tem seus custos a encarecer o custo final dos produtos. Para ter um preço mais barato, o consumidor não pensa duas vezes e compra sem ter que ir à loja. E dá-lhe aumento do desemprego. Leio serem ressaltados as vantagens da tal modernidade e isso coisa de um alvissareiro futuro, onde não será mais necessário sair de casa para as compras, sejam elas quais forem. Comodidade, praticidade e ganho de tempo. Será?


Eu ainda não assimilei muito bem isso tudo. Gosto demais desse contato com o vendedor, com o ir na loja, tocar e testar o que quero comprar. Sei que o trabalhador precisa do emprego e que a roda não vai fechar com o aumento do desemprego. Vejo mais gente trabalhando lá na empresa de entrega, mas vejo a loja cada vez com menos vendedores e se comparar um com o outro, com certeza, teremos muito mais gente sem emprego. Diante deste insano mundo capitalista, doente por natureza, seria ótimo a gente tratar isso do ócio, de se trabalhar menos e manter o ganho, mas no espírito neoliberal vigente, com a exploração na ponta dos cascos e a mentalidade da elite deste rincão varonil cada vez mais doentia, a probreza só aumenta e sem perspectivas. Isso que abordo aqui para o debate é só a ponta de um imenso iceberg. Outros tantos danam com a nossa vida e não se sabe bem como se resolverá esse imbróglio do homem em busca de emprego e sem ter o que fazer, sem ter ganho e com família, gastos mensais. A cabeça funde e para fazer uma loucura um pulo. Futuro sombrio.


E TUDO A VER
O LULA LIVRE E O PENSAMENTO DE ANTONIO CÂNDIDO LEMBRADO POR DILETO AMIGO:
Advogado Marco na lida desde sempre

Hoje quem sai aqui clamando (não seria melhor exigindo?) pelo LULA LIVRE e contra os desmandos dos golpistas no poder é o intenso batalhador das boas causas, anos luz de referência na resistência, o advogado Marco Antônio Souza, um que dia após dia batuca em seu facebook algo mais do que interessante sobre a crueldade que estão a fazer com o país. Ontem ele lindamente reproduzia um texto para endoidecer gente sã de alegria e contentamento: "Antônio Cândido, ao ser perguntado se era socialista: Ah, claro, inteiramente. Aliás, eu acho que o socialismo é uma doutrina totalmente triunfante no mundo. E não é paradoxo. O que é o socialismo? É o irmão-gêmeo do capitalismo, nasceram juntos, na revolução industrial. É indescritível o que era a indústria no começo. Os operários ingleses dormiam debaixo da máquina e eram acordados de madrugada com o chicote do contramestre. Isso era a indústria. Aí começou a aparecer o socialismo. Chamo de socialismo todas as tendências que dizem que o homem tem que caminhar para a igualdade e ele é o criador de riquezas e não pode ser explorado. Comunismo, socialismo democrático, anarquismo, solidarismo, cristianismo social, cooperativismo… tudo isso. Esse pessoal começou a lutar, para o operário não ser mais chicoteado, depois para não trabalhar mais que doze horas, depois para não trabalhar mais que dez, oito; para a mulher grávida não ter que trabalhar, para os trabalhadores terem férias, para ter escola para as crianças. Coisas que hoje são banais. Conversando com um antigo aluno meu, que é um rapaz rico, industrial, ele disse: “o senhor não pode negar que o capitalismo tem uma face humana”. O capitalismo não tem face humana nenhuma. O capitalismo é baseado na mais-valia e no exército de reserva, como Marx definiu. É preciso ter sempre miseráveis para tirar o excesso que o capital precisar. E a mais-valia não tem limite. Marx diz na “Ideologia Alemã”: as necessidades humanas são cumulativas e irreversíveis. Quando você anda descalço, você anda descalço. Quando você descobre a sandália, não quer mais andar descalço. Quando descobre o sapato, não quer mais a sandália. Quando descobre a meia, quer sapato com meia e por aí não tem mais fim. E o capitalismo está baseado nisso. O que se pensa que é face humana do capitalismo é o que o socialismo arrancou dele com suor, lágrimas e sangue. Hoje é normal o operário trabalhar oito horas, ter férias… tudo é conquista do socialismo".

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