sábado, 18 de agosto de 2018

PERGUNTAR NÃO OFENDE ou QUE SAUDADE DE ERNESTO VARELA (138)


TOLERÂNCIA ZERO COM CERTOS TIPOS DE PESSOAS E O SEU MODO DE FAZER POLÍTICA

Meu filho chega em Bauru na sexta à noite e o levo na praça da Paz para um lanche feito pelo Jóia, na barraca no sanduíche bauru. Estava frio, vento forte, o que aumentava a sensação de que, comer na praça era algo pra doido. Sentamos e esperávamos o lanche. Não mais aguentando o frio, levantamos e vamos aguardar na boca na barraca, lugar mais quente, bafo da chapa quente na nosa cara. Encostado num dos cantos um velho conhecido dos tempos quando trabalhei na administração Tuga. O cara além do serviço público, se meteu e virou pastor, arrebanhador de rebanhos variados pela periferia bauruense. O perdi de vista, mas acompanho de longe suas peripécias. Puxa conversa:

- E aí, como vai, quanto tempo? Você sabe, agora estou metido em algo político...

Não aguentei, paciência estourada com os últimos acontecimentos do país e desta aldeia bauruense, aproveito que o lanche fica pronto, puxo meu filho para o lado, percebo que vai começar uma longa ladainha e lhe digo:

- Desculpe, mas está frio demais, esse vento, né! Vou comer o mesmo no carro. Abraços para ti. Depois a gente se fala.

Nem aguardei ele me falar (estava mais que pronto) de onde estava metido na tal política. Saímos em desabalada carreira. Digo ao meu filho, os dois rindo da situação:

- Filhão, não tenho mais paciência para tipos assim. O sujeito escolhe entrar para a política somente para resolver o seu problema e não o da comunidade onde vive. Depois de tudo o que o país está passando, esses golpistas de merda destruindo o país, vendendo tudo, entregando tudo de bandeja e gente como esse aí dourando a pílula, virando as costas para o povo, apunhalando Lula sem dó e piedade, tudo em troca de cargos, benesses pessoais e ainda me vem querendo explicar algo. Não aguento mais ouvir histórias enrolativas. Não sou sem educação, mas dou meu jeito e quase os deixo falando sozinho. Vão enrolar outros, eu não.

Ele concordou e devoramos o lanche magistralmente preparado pelas hábeis mãos do Jóia, um dos filhos do seu Zé do Skinão. E para encerrar o assunto TOLERÂNCIA ZERO, escrevo algo mais sobre essa imensidão de candidatos se arvorando serem de Bauru e concorrendo aos cargos de deputados, estadual ou federal. De todos, creio eu, sendo modesto, mais de 80% não valem um tostão furado e só pensam em trair os interesses do povão. Possuem um lado, o pior possível, estão a defender os interesses dessa minoria que assalta o povo. Não me venham com esse papo mais que furado de que “bauruense deve votar em bauruense”. Voto em quem defende os interesses dos trabalhadores. E quando me encontro com um desses, como sei farei agorinha mesma na feira dominical, chegando de mãos estendida, lhes devolvo o folhetinho que me entregam com uma simples pergunta:

- De que lado está sobre a reforma trabalhista? Está do lado do trabalhador que foi usurpado ou de quem o sacaneou?

Do olhar que fazem e do malabarismo das respostas, faço igualzinho fiz com o cara lá defronte a barraca de lanches. Dou de costas e vou cuidar da vida.


OUTRA COISA MAS COM TUDO A VER:
TANTO AQUI COMO EM BUENOS AIRES, REPRESSÃO AOS ARTISTAS DE RUA - AUTORIDADES CONSIDERAM ISSO UM DELITO
Texto publicado hoje no melhor jornal diário da América Latina, o Página 12.

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