segunda-feira, 10 de maio de 2021

O PRIMEIRO A RIR DAS ÚLTIMAS (101)


EM BAURU MUITOS PERDEM O SONO POR CAUSA DA “LISTA DE OURO” DA COHAB
Para alguns essa lista da GAECO, a polícia que investiga a sacanagem e desfalque de dinheiro público ocorrido nas hostes da COHAB Bauru, durante anos e nas vistas de todos é para tirar mais do que o sono. Algo que começou devagar, aos poucos, ganhou forma e com o passar dos anos, o descaramento e dinheiro liberado mensalmente na boca do caixa. Por volta de $ 400 mil todo santo mês, dinheiro vivo que o presidente da autarquia sacava e querem nos fazer crer que, fazia uso sozinho, sem que mais ninguém desfrutasse da bufunda. Não dá mais, a casa para Edison Bastos Gasparini Jr já caiu faz tempo, mas quando ele perceber que a cobra vai fumar feio pro lado só dele, deve abrir a boca e delatar, entregar, dizer quem são seus parceiros. Algo já foi dito e está no que a Gaeco já disponibilizou e circula livremente de mão em mão pela internet. Ou seja, de um catatau, calhamaço com exatamente de 545 páginas, muita coisa já é desvendada. Foi decupado mensagens de e-mails do presidente com apaniguados e muitos dos supostamente beneficiados. Por enquanto, o que se sabe é das viagens, pra cá e pra lá, muitas internacionais, tudo bancado pelo derrame feito na capital da Terra Branca.

Imaginem os políticos e empresários sabendo que outros se beneficiavam e viajavam, se divertiam mundo afora com o que era mensalmente amealhados e eles fora da mamata. Cientes do que ocorriam, muitos fizeram de tudo e mais um pouco para participar do butim. O bolo cresceu e os olhos idem. Pelo que já se consegue transparecer do que está publicado, revelações para tirar o sono de quantidade portentosa de gente desta varonil terra, dita e vista como “sem limites”. A COHAB foi durante muito tempo um verdadeiro Bezerro de Ouro, onde muitos mamaram e agora, além do que está explícito nos depoimentos decupados, deve vir o algo mais. Circula desde o final de semana por todas as rodas bauruenses a DENÚNCIA COMPLETA DA OPERAÇÃO JOÃO DE BARRO, documento oficial com a chancela do GAECO. Um catatau de 545 páginas com depoimentos de todas as matizes, praticamente comprometendo uma grande quantidade de graúdos destas plagas. Tem nomes para todos os gostos e em alguns, pessoas que tiveram contato com o presidente da autarquia por motivos diversos, longe de serem comprometedoras, mas como tudo foi arrolado, ali consta de tudo. Todos os que pediram grana tem seus nomes ali revelados.

Uma leitura esperada por muitos, pois faz uma mapeamento de todo tipo de frequentador na tal sala de espera do influente e bem transacionado presidente. Troca de e-mails para lá de reveladoras. Pedir dinheiro para um evento cujo homenageado era o pai do presidente da COHAB é uma coisa, plenamente justificável, já aceitar grana para ir para Miami ou mesmo passear pelo Nordeste, países europeus é bem outra coisa. O registro é escabroso e se não tira o sono, ao menos, abre caminhos, começa a destrinchar, lapidar o que está por detrás e desvendar quem foi se beneficiando daquilo tudo. Hoje na sessão da Câmara, dois vereadores que estavam presentes da Legislatura passada, José Roberto Martins Segalla e Chiara Ranieri, riam dos motivos pelos quais não foi aprovado uma CPI de verdade para investigar o ocorrido e sim, algo mais amplo, bem abrangente e envolvendo uma década de contabilidade. Não deu tempo de nada com tanta coisa para ser investigada e como daquele mato não saiu coelho, do documento da Gaeco deve sair. Se por enquanto, pouca coisa, uma só certeza, nada deverá ficar por aí e muito mais, aos drops, para sangrar aos poucos os até então suspeitos de participação.

No portal G1 tirei isso: “Com a queda de sigilo e a partir do recebimento da notificação, os acusados terão 10 dias para apresentar a defesa. As investigações continuam para apurar para onde foi o dinheiro desviado e, segundo o processo, possíveis crimes de lavagem de capitais, com o objetivo de recuperar os valores. O Ministério Público ainda continua apurando os quatro acordos da companhia com construtoras, que são o principal alvo da investigação. Edson Gasparini, Paulo Sérgio Gobbi, ex-diretor financeiro da companhia, e outros três funcionários da Cohab são réus neste processo e acusados de organização criminosa e peculato”. Reproduzo isso, pois não coaduno na falácia corrupta de que tudo vai acabar em pizza. Acredito que, em breve, a coisa vai explodir mais e mais, enlameando de forma contundente quem tem que ser enlameado. Muito aguardado neste momento algo vindo do portal do Ministério Público do Estado de São Paulo, quando ali são publicados, dia após dia, as ocorrências e os encaminhamentos todos. Consultei nesta noite o site, http://www.mpsp.mp.br/portal/page/portal/sala_de_imprensa e por enquanto nada de novo. Muitos devem acompanhar com a devida atenção se sairá novidades. Creio, muitos devem manter o site permanentemente aberto, na esperança de nada sair com seu “santo” (sic) nome. Neste exato momento, tenho a mais absoluta certeza de que muitos, devem estar fazendo uso de todas as artimanhas para barrar a divulgação de seus nomes, como: sal grosso, demandas com santos, oferendas em terreiros, orações variadas, terços rezados de traz para frente e mesmo renovação urgente da validade de passaportes e vistos em paraísos longínquos. A LISTA QUE VALE OURO mexe com toda a cidade.

OS INESQUECÍVEIS ENDEREÇOS DE UMA CIDADE
https://www.pagina12.com.ar/340695-quisieron-vender-la...

Leio hoje no melhor jornal impresso do nosso mundo, o argentino Página 12, em sua edição virtual algo me remetendo para muita semelhança com Bauru. No texto do jornal, "Queriam vender a casa do massacre de Monte Grande. Os supostos proprietários queriam colocar a villa à venda, mas não puderam devido à oposição de organizações de direitos humanos. Lá eles atiraram em 16 militantes durante a última ditadura". Li de cabo a rabo. A história se repete por todos os lugares, são aqueles lugares onde algo de contendente aconteceu no passado naquele exato lugar, marcando-o para sempre. Neste caso argentino, uma residência onde ocorreu um massacre, com 16 militantes políticos sendo ali executados e impossível para tantos que vivenciaram aquele período se esquecer do ocorrido. Muito interessante a movimentação não permitindo que a casa fosse vendida, derrubada e a memória esquecida.

Em Bauru temos muitos lugares assim, inesquecíveis, pelo bem pelo mal, a marca fica ali cravada, registrada para todo o sempre. Uma das mais significativas é a onde foi brutalmente assassinada Mara Lúcia, centro velho da cidade. Por muitos anos a casa ficou com aquilo impregnado em suas entranhas. Nem sei se já foi derrubada. Tenho uma lembrança de uma certa sala lá na estação da NOB, algo contado a mim pelo ex-vereador, já falecido, Isaías Daiben, quando um militante político foi brutalmente morto por algozes da ditadura militar. Passo por ali e toda vez a história arrepiante me volta à memória.

Até tempos atrás passava em algumas casas lá na avenida do Hipódromo e imediações com muita reverência a algo do passado. Ali a zona do meretrício reinou por décadas. Quando fechou muitas casas tinham na sua fachada uma placa assim, "Aqui é Casa de Família". Uma delas me trazia grata recordação e por muito tempo ao passar diante, a cabeça girava e despirocava. Hoje, com tantas reformas, creio reste muito pouca coisa daquele tempo. Outro dia por aqui mesmo postei uma foto do trampolim da antiga piscina Recreio, lá na vila Tirintan. Encontro o Ávila na rua e ele me disse que nunca existiu trampolim naquele lugar e que aquele resquício deve ser outra coisa. Sei lá, mas se for mesmo de lá, o último pedacinho de algo memorável do passado de Bauru. Na vila Antártica, onde hoje está o shopping Boulevard resta li junto aos trilhos só a chaminé da fábrica de bebidas. Ela continua imponente e a demonstrar que por ali foi vivenciado um outro grande momento de nossa história.

Ali perto, na rua Araújo Leite, perto da Nuno de Assis, o que sobrou da mais antiga residência bauruense, do tempo dos pioneiros. Ali só ruínas e como não cuidaram dessa riqueza, passo ali, observo as escoras sustentando tudo prestes a cair, a constatação do pouco caso nosso para com o passado. O que já foi ali vivenciado e poderia ser revivido numa casa restaurada e nos mostrando como fomos, mas foi renegada, postergada e hoje, virando pó. Lembro do Hotel Cariani e me lembro de uma folclórica história, a de que um dia quem por ali se hospedou foi Che Guevara, numa passagem clandestinamente pela cidade. Será? Uns dizem ser impossível, outros afirmam ser mais do que possível. Pelo sim pelo não, o hotel resiste, hoje fechado e se deteriorando. Olhar naquelas janelas se desmanchando e botando a cuca pra funcionar, quantos viajantes por ali já passaram, suas histórias, os negócios ali travados.
O texto do Página 12 fez minha cachola funcionar e cá estou tentando relembrar de muitos outros lugares em Bauru, muitos ainda pela aí, morada de gente que nem imagina que no passado pro ali foi vivenciada outra história, muita coisa marcante para uns e não representando nada para quem chegou depois. Viajo com isso tudo...

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