terça-feira, 25 de agosto de 2009

UMA ALFINETADA (58)

A VERGONHA DA RODOVIA MARECHAL RONDON- será publicado n'O ALFINETE, 29/08/2009
Viajo diariamente pelas estradas no entorno de Bauru. Conheço todas, inclusive os desvios dos nefastos pedágios (a maioria não vale a pena). Dentre todas as estradas que ligam nossa cidade com a região escolhi para escrever algo sobre a pior delas, a Marechal Rondon, talvez a mais importante. Ela nasce lá em Botucatu e vai até as Três Lagoas, cortando parte de nosso interior. É, como quase todas, pedagiada. Porém, mesmo assim, está em petição de miséria. Buracos em quase toda sua extensão. As exceções são mínimas. Alguns trechos pareciam com o rachado solo visto no auge da seca nordestina. Retornei de visita a Lins ontem e meu aparelho de CDs funcionou precariamente no trecho, tal a quantidade de solavancos. Parei para fotografar algumas crateras e algo singular no que presenciei, uma grande obra no trecho. Não pensem que essa obra é para algum tipo de reparo na pista, longe disso, é a construção da ampliação da praça de pedágio junto a já existente entre Avaí e Pirajuí. Grande movimentação de operários e maquinário. Arrecadação à vista.

Pedágio é coisa do governo paulista dos tucanos, os que privatizaram nossas andanças pelas estradas, usando como lema que teríamos estradas em perfeito estado. Pura balela. Essa deveria envergonhar o governador Serra, que está em plena campanha para Presidente da República. Concessão para pedágios é um dos melhores negócios existentes hoje em dia, caixa cheio diariamente. E a contra-partida? Quem exige dessas empresas uma estrada no mínimo descente, em condições de uso? Quando pagamos pelo seu uso, podemos exigir em alto e bom som. E não vou gastar munição reclamando com essas concessionárias. Vou direto ao chefe, o autorizador para seu uso, Serra. Afinal, “quem pariu Mateus que o embale”. A grande vergonha é pedágios sendo construindo aos borbotões e o asfalto continuar em petição de miséria. A tucanaiada adora ficar pegando no pé do Governo Federal, mas não enxerga seus próprios erros. Quem circula pela Rondon sabe do que estou falando e sabe também não existir exagero nenhum nessa reclamação. Não seria mais ético inverter o processo, reparar primeiro o leito da estrada (não falo só de um mero tapa-buraco) e depois construir os novos pedágios? Avisem o governador, que sou obrigado a pagar os tais pedágios (contra a minha vontade), porém gosto de escutar música na estrada e do jeito que está é impossível. E se ele quer me ver irritado é não viajar cantarolando por aí.

2 comentários:

Anônimo disse...

Sou o Gabriel, aqui de Pirajuí. Te leio toda semana lá no Alfinete e em alguns dias o seu blog. Gostei muito dessa reclamação da rodovia Rondon. Ela está muito ruim, cheia de buracos e lá junto do pedágio, isso mesmo que você disse, estão ampliando do outro lado. Acho que vão cobrar a ida e a volta. Fizeram um pequeno tapa buraco perto de Bauru, mas aqui perto de Pirajuí e mais para frente, perto de Lins está tudo muito ruim. Umas crateras maiores que essa que você publicou.

A gente brinca, que com esse povo não adianta, nem reclamando ao bispo.

salve.

Mafuá do HPA disse...

Reproduzo essa carta aqui, pois é sobre o mesmo assunto do meu texto para O Alfinete. Ontem, indo e voltando para Presidente Prudente, observei na rodovia Raposo Tavares, no trecho entre Ourinhos e Prudente, a construção de três novas praças de pedágio, sendo que a malha da rodovia continua horrível. Quase chegando em Bauru, entre o trevo de Cabrália e Piratininga, outro pedágio sendo construído e a malha ruim.
Uma observação: Todas elas sendo construídas a toque de caixa, dia e noite. Presenciei a pressa, pois passei por todas, durante a noite, essa última, quase duas da manhã e no local, tudo iluminado e muitos operários na obra. Para levantar pedágios, tudo é vapt-vupt. Leiam a carta do missivista do JC:

27/08/2009 - Cartas Tribuna do Leitor do Jornal da Cidade

Preparem o bolso povão

Há questão de dias denunciei a este Jornal o abandono que se encontra a rodovia Marechal Rondon, principalmente no trecho entre Bauru e Avaí. Infelizmente, nenhuma autoridade, político ou outros responsáveis se manifestaram, pois a referida estrada se encontra do mesmo jeito ou pior ainda, em virtude das chuvas.

Nesses dias, notei a movimentação de máquinas no trecho em questão. Pensei, então, que começaria o recape da estrada. Puro engano, já que, na verdade, o maquinário era para a construção de outra praça de pedágio, paralela à já existente.

Pasmem os senhores, vai voltar a cobrar pedágio no sentido Interior-Capital, operação essa que o saudoso governador Mário Covas tinha abolido. Mais uma obra do Serra, enquanto isso, nós, o povão, oh!


Sérgio Andrade Moreira