sábado, 26 de fevereiro de 2011

ALGO DA INTERNET (42)

A OBSOLESCÊNCIA ABSOLUTA, UM DEUS DO MERCADO E DOIS AMIGOS EM SAMPA
Prometi para mim mesmo que hoje ficaria o mínimo possível diante dessa tela internética. Posto algo em estilo vapt-vupt e vou curtir um pouco da vida nesse ensolarado sábado bauruense. Deixo três indicações de algo a me motivar:

1. ) "Baterias que "morrem" em 18 meses de uso, impressoras bloqueadas ao alcançar um determinado número de impressões, lâmpadas que derretem às mil horas... Por que, apesar dos avanços em tecnologia, os produtos de consumo duram cada vez menos? Filmado na Catalunha, França, Alemanha, Estados Unidos e Gana, o documentário “Comprar, descartar, comprar - A obsolescência planejada” faz uma viagem através da história de uma prática empresarial que consiste na redução deliberada da vida útil de um produto, para aumentar o seu consumo pois, como publicado em 1928 em uma influente revista de publicidade estadunidense, “um artigo que não se deteriora é uma tragédia para os negócios." O documentário, dirigido por Cosima Dannoritzer e co-produzido pela TV espanhola, é o resultado de três anos de pesquisa; faz uso de imagens de arquivo pouco conhecido, fornece provas documentais e mostra as desastrosas conseqüências ambientais decorrentes dessa prática. Também apresenta vários exemplos do espírito de resistência que está crescendo entre os consumidores, e inclui a análise e opinião de economistas, designers e intelectuais que propõem alternativas para salvar a economia e o meio ambiente. Uma “luz” na origem da obsolescência planejada Tomas Edison fez a sua primeira lâmpada em 1881. Durou 1.500 horas. Em 1911, um anúncio na imprensa espanhola destacou os benefícios de uma marca de lâmpadas com um certificado de duração de 2.500 horas. Mas, como foi revelado no documentário, em 1924 um cartel que reunia os principais fabricantes na Europa e os Estados Unidos negociaram para limitar a vida útil de uma lâmpada elétrica à 1.000 horas. O cartel foi chamado “Phoebus” e, oficialmente, nunca existiu, mas, em “Comprar, descartar, comprar” é mostrado o ponto de partida de obsolescência planejada, que hoje é aplicado a produtos eletrônicos de última geração, como impressoras e iPods, e aplicada também na indústria têxtil. Ao longo da história do “vencimento previsto”, o filme descreve um período da história da economia nos últimos cem anos e mostra um fato interessante: a mudança de atitude nos consumidores, através do uso de redes sociais e da Internet. O caso dos irmãos Neistat, do programador de computador Vitaly Kiselev, e do catalão Marcos López demonstram isso. África, aterro eletrônico do Primeiro Mundo. Este uso e descarte constantes têm graves conseqüências ambientais. Como vemos nesta pesquisa, países como o Gana estão se tornando a lixeira eletrônica do Primeiro Mundo. Até então, periodicamente, centenas de containers chegam cheios de resíduos, sob o rótulo de "material de segunda mão", e, eventualmente, tomar o lugar de rios ou campos onde as crianças brincam. Além da denúncia, o documentário dá visibilidade aos empresários que implementam novos modelos de negócio, e ouvem as alternativas propostas por intelectuais como Serge Latouche, que fala sobre empreender a revolução do “decrescimento”, a redução do consumo e a produção para economizar tempo e desenvolver outras formas de riqueza, como a amizade ou o conhecimento, que não se esgotam ao usá-los".
O texto acima não é meu. Recebi via e-mail do amigo carioca Pascoal Macarielo, fui conferir e fiquei encantado, recomendando a todos. Está em espanhol, sem legenda e para quem quiser pesquisar é possível encontrar no Youtube versões com legenda, preferi essa mesmo:
http://www.youtube.com/watch?v=QosF0b0i2f0&feature=player_embeddedv=QosF0b0i2f0&feature=player_embedded#!

2.) Meu filho, Henrique Aquino, 16 anos passa em casa ontem no final de seu estágio na escola e fico interessado em algo que está lendo na minha tela do computador. Percebendo meu interesse, mostra várias tiras retiradas de um site, o http://www.umsabadoqualquer.com/ do cartunista Carlos Ruas (pacote grátis com 500 tiras donwload, os mais antigos são melhores). O personagem principal das tiras de Ruas é "Deus", sim o onipotente e onisciente, que tudo pode e tudo vê. Lendo as tiras junto dele ouço seu comentário: "Como não previu que o Adão comeria a maçã e daí por diante, se é onisciente?". Poderia lhe dar as explicações bíblicas, que toda igreja tem na ponta na língua para essas perguntas, mas preferi não fazê-lo. Ficamos é lendo e rindo com as tiras e lembrando de um outro diálogo, também travado com ele tempos atrás. Sua avó materna vendo-o lendo um livro de tiras do Laerte, "Deus", disse-lhe: "Como voce consegue ler uma coisa dessas, não se brinca com isso". Ontem pernoitando em Reginópolis, vi num canal católico um padre respondendo a essa pergunta e a fiz para o filho: "Padre, o que será desses pobres coitados que não acreditam em Nossa Senhora quando morrerem? O que acontecerá a eles?". Fiquei com medo do meu futuro e hoje, ao acordar e ligar o rádio para escutar o noticiário algo mais sobre a profanação e aproveitamento do divino. Na 94FM um anúncio de uma igreja, num culto com algum pastor famoso e algo inusitado: "O Santo Sudário é uma realidade. Chegou a hora de voce também ter uma partícula desse manto sagrado. Venham..." Charlatanismo puro, escória humana a merecer cana dura. A tal igreja, segundo ouço, fica pelos lados da rua Pedro de Toledo. Diante de tudo isso, o Deus do Carlos Ruas é fichinha, porém ótimo e nos faz ficar boquiabertos diante da imensidão de besteiras a que somos submetidos, como no filme citado no alto.
Em tempo: Hoje, filho e minha ex-esposa Cleonice estão abrilhantando a matéria "O bom e velho amigo", no Bom Dia, texto da Camila Turtelli, sobre o trato com animais velhos, colocando novamente o cão Pimpa, 16 anos, no jornal.

3.) Mariza Basso e Kyn Jr são meus diletos amigos e não me canso de falar de gente que gosto. Esses além de gostar, sento regularmente nas mesas dos bares. Eles batem cartão e possuem mesa cativa no Bar Aeroporto (devem ter conta com caderneta e crediário no pedaço). Novamente estão na estrada, com a Cia de Bonecos, o lindo teatro que produzem e espalham mundo afora. No convite que recebo deles: "OLÁ PESSOAL, ESSA SEMANA SERÁ A ÚLTIMA APRESENTAÇÃO DO ESPETÁCULO O CIRCO DOS OBJETOS NO SESC CONSOLAÇÃO: SALA BETA, UM ESPAÇO NOVO E ACONCHEGANTE, MAS LIMITADÍSSIMO, COM APENAS 40 LUGARES SERÁ NO SÁBADO DIA 26/02 ÀS 16 HORAS, APAREÇAM! ABRAÇOS A TODOS!
MUITO AXÉ!".
Como é impossível estar em dois lugares ao mesmo tempo, recomen do para os como eu, que estaremos bauruando, o acesso ao site deles: http://www.marizabasso.com.br/ e no skype: marizabassoformasanimadas. A novidade patrocinada pelo casal será uma Mostra Internacional de Teatro de Bonecos, realizado em Bauru no final de junho, com participações de grupos da Argentina, Portugal e brasileiros. Pediram sigilo quando me contaram a novidade no começo do mês, mas como o Bom Dia noticia hoje, reafirmo a ótima sacada. E nem eram recebidos pelos dois anteriores Sectários, digo Secretários de Cultura de Bauru.

4 comentários:

Anônimo disse...

Discutir religião dessa forma não é legal, Henrique. Vejo nesses mercantilistas pessoas horrorosas, que denigrem a religião e merecem punição, mas a fé persiste e resiste, inclusive a chacotas.

Soares

Anônimo disse...

A fé persiste e resiste e por isso temos um mundo caminhando para o abismo, cego e escravo.
Lembro as palavras do grande cientista Carl Sagan "o primeiro pecado da humanidade foi a fé. A primeira virtude foi a dúvida".
É uma pena chegarmos no seculo 21 e ver idéias da idade do bronze sendo trazidas a força, e continuar a atrasar uma ciencia que poderia se desenvolver e beneficiar a humanidade de uma forma muito mais ampla e liberta.

Marcos Paulo
Comunismo em Ação

Anônimo disse...

Henrique - Não achei o filme a não ser no idioma espanho, procurei outra versão no youtube mas só havia está. Assisti até o fim, tudo bem entendível. É mesmo estrrecedor como ´somos enganados no dia a dia. Consumidores e bestas. Vou indicar o filme para meus alunos. Lu

ArabeAlli disse...

Henrique, fico a imaginar o que arqueólogos de um futuro (distante ainda pelo visto), escreverão sobre o que acreditávamos em nossa época. Imagine: Acreditamos em escritos que a luz da ciência viram pó, acreditamos em coisas que não podem ser claras, que devem obrigatóriamente ser envoltas em "mistérios". Cômico, antes não fosse...