terça-feira, 15 de novembro de 2011

FRASES DE UM LIVRO LIDO (54)

OS ÚLTIMOS SOLDADOS DA GUERRA FRIA – FERNANDO MORAIS
Esse livro me encantou desde que tomei conhecimento de sua existência. Com o subtítulo de “A História dos agentes secretos infiltrados por Cuba em organizações de extrema direita nos Estados Unidos” (Cia das Letras Editora, 2011, 416 páginas). Essa história me toca profundamente, pois vivenciei toda a angústia do povo cubano com seus cinco “heróis” detidos no injusto cárcere em terras norte-americanas, quando circulei pela ilha caribenha em 2008. Espalhados por todo o país, fotos e homenagens aos cinco. Lendo o livro fui entender os detalhes da trama urdica pela Corte de Justiça do país que se diz o mais livre do planeta, mas na verdade, não pratica justiça nenhuma e se mostra acuado a grupos radicais de cubanos anticastristas. Esses pregam abertamente a derrocada de Cuba e fazem e acontecem ao seu bel prazer, passando por cima de qualquer legislação vigente para fazer valer seus interesses. No livro nenhuma passagem é ficção, tudo é a mais pura verdade e ao terminar de lê-lo me bateu uma angústia pelas injustiças cometidas por esse país, tão insano em sua megalomaníaca ideologia e meios de dominar o mundo. Insensíveis até a medula. Tenho uma fila de quatro pessoas que me pediram o livro emprestado e querendo entrar na mesma, deixem seus nomes nos Comentários desse post. Vamos às frases e entendam um pouquinho de como agem os norte-americanos:

- “Lei dos Pés Secos – todo cubano que pisasse em território norte-americano seria admitido como residente permanente e, um ano depois, receberia o ambicionado Green Card”.
- “...as autoridades cubanas pensariam mil vezes antes de derrubar um avião conduzido por dois cidadãos norte-americanos, gesto que poderia acarretar uma resposta fulminante dos Estados Unidos”.
- “A leniência do governo dos EUA com os delitos praticados pelos grupos contrarevolucionários transformara a Flórida num santuário onde tudo isso podia ser feito às claras”.
- “Na Cuba revolucionária não parece haver insulto mais ofensivo do que chamar alguém de gusano – sinônimo de verme -, forma depreciativa de referir-se a uma pessoa sem escrúpulos e carimbo aplicado indistintamente nos críticos do regime e nas centenas de milhares que decidiram exilar-se depois do triunfo da Revolução”.
- “Nenhum presidente americano, democrata ou republicano, havia chegado à Casa Branca sem antes se submeter ao beija-mão dos chefões da diáspora cubana em Miami. (...) Segundo a unanimidade dos observadores políticos, o poder do lobby cubano no Congresso só perdia para o multimilionário AIPAC – America’s Pro Israel Lobby, o Comitê de Assuntos Públicos EUA-Israel”.
- “Quanto mais se agravava a crise econômica na Ilha, maior era o número de cubanos que se arriscariam a deixar o país pela mais perigosa porta de saída: o mar”. (...) O novo êxodo gerou uma efêmera mas lucrativa atividade para marinheiros e donos de lanchas e barcos em Miami, que cobravam entre 8 e 10 mil dólares per capita para transportar exilados até a Flórida”.
- “Carter convocou a Política de Braços e Corações Abertos – todo cubano que conseguisse chegar aos EUA teria asilo, status de residente permanente, permissão para trabalhar e inscrever-se no serviço social, etc. (...) A partir daquele momento o porto estava aberto para quem quisesse asilar-se nos EUA. (...) Saíram 40 mil marielitos – Cuba estava exportando para os EUA seus criminosos e doidos. (...) Fidel Castro jamais perderia uma oportunidade como aquela para infiltrar nos EUA, no meio da multidão de refugiados, algumas dezenas de agentes de inteligência”.
- “Sob o olhar conivente das autoridades, movimentavam-se fortunas, sem nenhum controle ou fiscalização externa. Colocar sob suspeitas as contas, a origem ou a destinação do dinheiro de grupos que lutavam contra o comunismo era uma heresia que automaticamente transformava o acusador em agente de Fidel Castro”.
- “Desconfiar de tudo e de todos, em Miami, nunca foi um pecado capital. (...) A organização secreta operou durante pelo menos cinco anos, dos oito que permaneceu em atividade, sem que as autoridades americanas a descobrissem”(...) ...alternativa para conter a onda de atentados: infiltrar agentes de inteligência nas organizações de extrema direita da Flórida e obter informações sobre as agressões no momento em que eram planejadas”.
- “Rede Vespa – não podemos mais conviver com os atentados. Ou acabamos com isso ou eles acabam com a nossa indústria turística”.
- “A iniciativa dos serviços de inteligência e da polícia de Cuba levou à prisão de trinta terroristas, dentre os quais americanos de origem cubana, adestrados em campos de treinamento de Miami, e mercenários estrangeiros que trabalhavam a soldo de organizações anticastristas”. (...) Mensagens incitando à eliminação física de Fidel, chamadas sugerindo a realização de atos de sabotagem à industria turística cubana e exortações de estímulo a atividades contra a Revolução”. (...) Pregavam sem nenhuma cerimônia a prática de crimes”.
- “A liberdade para viajar, reconhecida por acordo internacional, não dá a ninguém o direito de entrar num país em particular, inclusive Cuba, sem autorização prévia. Todos os viajantes estão sujeitos às autoridades aduaneiras e de imigração e a outras leis aplicáveis ao país em questão”.
- “... os grupos de extrema-direita que haviam transformado o sul da Flórida num santuário para ataques armados à Ilha. Se era o turismo que salvava o regime comunista, então era o turismo que deveria ser atacado”.
- “... ficou decidido que o autor de Cem Anos de Solidão seria o pombo-correio da primeira correspondência dirigida pelo líder cubano a um presidente dos EUA desde o remoto ano de 1959. (...) ...contendo sete pontos – entre os quais alguns considerados essenciais por Cuba para a manutenção de uma convivência minimamente civilizada entre os dois países. (...) Se de fato quiserem, podem afazer abortar a tempo essa forma de terrorismo. Mas será impossível freá-la se os EUA não cumprirem o elemtar dever de combatê-la”.
- “A rotina dos catorze componentes da rede Vespa era participar de grupos anticastristas e manter o trabalho que sustentava cada fachada. Como a atividade das organizações era mais intensa nos fins de semana, acabava restando muito pouco tempo para o lazer ou para a vida familiar”.
- “Ele começou dizendo que achava assombroso que os EUA, o país que mais espiona no mundo, acusassem de espionagem justamente Cuba, o país mais espionado do mundo”. (...) Creio que temos e teremos o direito de fazer isso, sublinhou, enquanto os EUA permitirem que em seu território se organizem sabotagens armadas, metralhamento de instalações turísticas, introdução de armas, explosivos e, sobretudo, brutais atentados terroristas”.
- “... o ambiente de ódio e intolerância reinante em Miami contra tudo o que cheirasse a Revolução Cubana representava uma condenação antecipada dos réus. (...) Um julgamento de agentes de inteligência cubanos em Miami será tão justo, declarou P. ao New York Times, quanto seria o julgamento de agentes de inteligência de Israel em Teerã”.
- “A imigração cubana transformou Miami numa república independente, uma típica banana republic”. (...) É praticamente nula a possibilidade de selecionar doze cidadãos de Miami que possam ser imparciais num caso que inclui agentes confessos do governo de Cuba”. (...) Decididamente a vida dos agentes de Fidel Castro em Miami nada tinha a ver com o glamouroso mundo de James Bond”.
- “Jimmy Carter, março 2011: Reconheço as limitações do sistema judicial dos Estados Unidos e espero que o presidente Barack Obama lhes conceda indulto e os ponha em liberdade”.
OBS.: Todas as fotos das homenagens aos cinco cubanos foram tiradas por mim no ano de 2008, quando lá estive por 19 dias.

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