terça-feira, 22 de novembro de 2011

MÚSICA (80)

A CONSCIÊNCIA NEGRA EM BAURU, UMA EXPOSIÇÃO E A “SENHORA LIBERDADE”
Comecemos com uma música que sei quase de cor e que ilustra muito bem a Semana da Consciência Negra ocorrendo país afora. “Senhora Liberdade”, de Nei Lopes, possui uma letra para encantar os corações mais endurecidos. Confiram: “Abre as asas sobre mim/ Oh senhora liberdade/ Eu fui condenado/ Sem merecimento/ Por um sentimento/ Por Uma paixão/ Violenta emoção/ Pois amar foi meu delito/ Mas foi um sonho tão bonito/ Hoje estou no fim/ Senhora liberdade abre as asas sobre mim (2x)/ Não vou passar por inocente/ Mas já sofri terrivelmente/ Por caridade, oh liberdade abre as asas sobre mim (2x)”. Escolhi no youtube uma magistral interpretação de uma de nossas mais belas e significativas intérpretes negras, ZEZÉ MOTTA, cujo CD “Chave dos Segredos” (Movie Play, 1995), comprei num sebo carioca justamente no dia em que ela estava sendo homenageada na Câmara dos Vereadores daquela cidade, no final dos anos 90. Agora vejam no http://www.youtube.com/watch?v=lbhVJqa0woA&feature=relatedA&feature=related.

Mas fui me lembrar dessa música por causa de outra coisa, uma exposição rolando dentro do espaço da Biblioteca Pública Municipal Rodrigues de Abreu, junto ao Teatro Municipal de Bauru, ali na avenida Nações Unidas, a “RAÍZES”, DE 21/11 A 05/12, de segunda a sábado, no horário comercial. O idealizador e mentor da mesma é o servidor público municipal, VALTER TOMAZ FERREIRA JUNIOR, hoje prestando serviços ali na biblioteca. Ele, que já dirigiu o Museu Ferroviário Regional de Bauru, quando resolve pesquisar algo, o faz com afinco e dedicação. Valter é um bugre, descendente de kaigang, algo do qual muito se orgulha e como todo índio é duro de roer, turrão, porém, um realizador como poucos. Ele buscou a autorização dos seus superiores, pesquisou e está expondo algo, considerado por ele como o mais representativo de tudo o que estamos vendo nesses dias em Bauru sobre a questão negra.

Não o crítico por agir assim, pois Valter faz e fazendo, algumas vezes incompreendido, busca sempre algo com ligação umbilical às classes dos menos favorecidos, dos oprimidos e dos que não encontram seus trabalhos regularmente retratados. Vibro com isso e fui conferir o que preparou. Algo singular e com uma evidente pureza, com a cara de seu mentor. O tema “Raízes” ele construiu em cima da obra “Navio Negreiro”, o famoso poema de Castro Alves e a partir daí uma viagem, com até a construção de um barco, ou seja, o próprio navio negreiro. Só mesmo vendo para poder entender o que se passa na cabeça do Valter quando arregaçou as mangas e foi à luta, ocupando (não uso o termo invadindo) o espaço antes somente aos livros. Ficar escrevendo laudas e laudas é pouco. Reforço um convite para que dêem uma passada por lá, olhem aquilo tudo com os mesmos olhos de quem o fez, uma simplicidade à flor da pele e entendam que é assim, exatamente dessa forma que se faz algo pelo e para o povo. Valter é um cara de quem gosto muito e quando se põe a executar algo, sempre vejo ali um belo resultado.

Para entender a miscelânica do Valtinho a pessoa precisa estar desarmada de preconceitos, não ser arrogante, muito menos convencida. Basta olhar para tudo o que está diante dos seus olhos com um entendimento de como aquilo tudo foi buscado, preparado, executado e finalmente, exposto. Melhor que tudo é esbarrar com o próprio ali, ao vivo e a cores na exposição e ouvir dele, suas próprias explicações para cada peça estar ali, uma justificativa sentida. Aí sim pode-se entender um bocadinho do que esse realizador tem na cabeça. Ele faz e só por isso, bato palmas.

2 comentários:

Anônimo disse...

"Enquanto a cor da pele for mais importante que o brilho dos olhos, ainda haverá guerra."
(Bob Marley)


Simplesmente Fantástico ,
Parabéns TAM !

Aconteceu na Tam, pessoal, é verídico !!!

Uma mulher branca, de aproximadamente 50 anos, chegou ao seu lugar
na classe econômica e viu que estava ao lado de um passageiro negro.
Visivelmente perturbada, chamou a comissária de bordo.
'Qual o problema, senhora?', pergunta a comissária..
'Não está vendo?' - respondeu a senhora - 'vocês me colocaram ao lado de um negro. Não posso ficar aqui. Você precisa me dar outra cadeira'
'Por favor, acalme-se' - disse a aeromoça - 'infelizmente, todos os lugares estão ocupados. Porém, vou ver se ainda temos algum disponível'.
A comissária se afasta e volta alguns minutos depois.
'Senhora, como eu disse, não há nenhum outro lugar livre na classe
econômica. Falei com o comandante e ele confirmou que não temos mais nenhum lugar na classe econômica. Temos apenas um lugar na primeira classe'. E antes que a mulher fizesse algum comentário, a comissária continua:
'Veja, é incomum que a nossa companhia permita à um passageiro da classe econômica se assentar na primeira classe. Porém, tendo em vista as circunstâncias, o comandante pensa que seria escandaloso obrigar um passageiro a viajar ao lado de uma pessoa desagradável'.
E, dirigindo-se ao senhor negro, a comissária prosseguiu:
'Portanto senhor, caso queira, por favor, pegue a sua bagagem de mão, pois reservamos para o senhor um lugar na primeira classe...'
E todos os passageiros próximos, que, estupefatos assistiam à cena, começaram a aplaudir, alguns de pé.
Se você é contra o racismo, envie esta mensagens aos seus amigos, mas não a delete sem ter mandado pelo menos a uma pessoa.
'O que me preocupa não é o grito dos maus. É o silêncio dos bons...'

MJ

Anônimo disse...

Em homenagem ao dia da Consciência Negra, nossa homenagem com o Mestre Ben.
Bom dia ao som de Umbabarauma, ponta de lança africano.
http://www.youtube.com/watch?v=YQOOzvwW2Wk

Que sigamos nesta evolução a cada dia...