sexta-feira, 2 de março de 2012

PERGUNTAR NÃO OFENDE ou QUE SAUDADE DE ERNESTO VARELA (61)

CRIAÇÃO DE UM "FÉRREO" GRUPO DE TRABALHO E A AÇÃO A SER FEITA DE IMEDIATO
A boa novidade para o setor patrimonial da cidade de Bauru é a criação de um GRUPO DE TRABALHO pela Prefeitura Municipal para discutir a QUESTÃO FERROVIÁRIA, coordenado pela vice-prefeita (toc toc toc) e constituído dos seguintes membros: Secretarias Municipais do Planejamento, Obras, Cultura e Bem Estar Social, as Faculdades de Engenharia e Arquitetura da UNESP, a Assenag - Associação dos Engenheiros, Arquitetos e Agrônomos de Bauru, o Codepac - Conselho de Defesa do Patrimônio Público Cultural de Bauru, o Museu Ferroviário de Bauru, o Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias de Bauru, MS e MT- CUT e o dos Ferroviários da Zona Paulista e a Câmara Municipal de Bauru, representada pelo vereador Roque Ferreira (PT). Na primeira reunião, realizada na última terça, 28/02, os temas discutidos foram: Patrimônio Histórico ou não da extinta Rede Ferroviária, Necessidade de utilização dos trilhos como parte objetiva da infraestrutura de transporte urbano de cargas e intermunicipal; Resgate do papel que a ferrovia e os ferroviários representaram para a cidade e Estudos para viabilização da sincronização do uso de transporte urbano de cargas.

A idéia é boa, aliás, ótima, se vingar, é claro. Torço para que o grupo se amplie e tenha mais pessoas, não ligadas a nenhuma das instituições citadas, mas ampliado com livres pensadores e entendidos do assunto e mais, que saia do campo das discussões e parte desde já para o campo da ação. SOU MAIS PELOS GRUPOS DE AÇÃO (esses literalmente tiram as devidas bundas das cadeiras). Tenho comigo, que após a privatização das ferrovias, nefasto ato cometido pelo neoliberalismo, a derrocada foi imensa e quase irreversível. Com um imenso parque ferroviário sendo entregue às moscas na cidade, o centro feneceu e tudo ali foi deteriorado. Hoje, discute-se até a retirada dos trilhos da área central, mas o principal, o mais imediato é esse grupo tomar uma atitude séria, imediata e de força, da seguinte forma (olha eu aí, levantando o dedo e pedindo a palavra):

O CASO DA ESTAÇÃO DA NOROESTE, SOROCABANA E PAULISTA: O Codepac, órgão local de tombamento já definiu os tombamentos para essas três estações e em todas estão em curso algo grandioso para a cidade de Bauru, projetos viáveis de transformação e revitalização do centro da cidade, com a utilização desses espaços, até então abandonados e agora com algo de concreto para reverter a situação. Todas as garantias possíveis de preservação desses três imóveis tombados foram definidas. Em curso nesse momento três situações. Na Estação da Noroeste a sua utilização pela Prefeitura Municipal, com a instalação de secretárias municipais e redirecionamento comercial e cultural de sua área térrea; na Estação da Sorocabana um grande empreendimento ocupando toda a área localizada junto à Avenida Pedro de Toledo, com a implantação de projeto imobiliário popular com até 800 apartamentos e na Estação da Paulista a chegada dos recursos para transformar o local no abrigo definitivo dos Museus Histórico Municipal e o da Imagem e do Som, além de auditórios e urbanização área interna, adequando-a para eventos variados. Tudo isso seria praticamente irreversível se não houvesse o imponderável no caminho. A cidade não pode perder essas três possibilidades de ver o seu centro da cidade com uma nova cara e tudo hoje esbarra numa outra aprovação, a cargo do Condephatt, o órgão estadual de tombamento, com ligação umbilical ao Governo do Estado de SP.

DEFINIÇÕES E PROVIDÊNCIAS: Preciosismos à parte, existe tramitando nesse órgão um processo de tombamento de todo o PARQUE FERROVIÁRIO DE BAURU e ele quer analisar tudo o que está a ocorrer em Bauru. Isso uma coisa, outra é o atraso nos três processos em andamento e tudo voltar à estaca zero em todos, inviabilizando datas, execução, etc. O Condephaat define maravilhosamente e com rapidez os processos referentes à edificações na capital paulista (principalmente os a envolver ação do Governo do Estado) e precisa fazer o mesmo com Bauru, verificando em primeiro lugar e valorizando decisão já tomada pelo órgão local, depois entender que Bauru perdeu muito com as edificações férreas dilapidadas ao longo das últimas décadas e não pode mais esperar. Existindo três boas perspectivas em andamento, que tudo ocorra e que o centro de Bauru volte a vicejar.

O PAPEL DO GRUPO DE TRABALHO: A mais imediata ação é a de centrar fogo e todas suas ações junto ao Condephaat, no sentido de agilizar essas aprovações e uma definição, uma vez por todas, da implantação desses projetos na cidade. Tudo o mais serão tarefas, importantes, porém adiáveis, pois algo necessita de uma resposta imediata. Juntar todas as forças possíveis e ir convencer quem quer que seja da importância disso para Bauru é o imediato. Não vejo outra ação desse grupo em curto prazo. Já deviam estar se mobilizando nesse sentido. Mãos a Obra.
OBS.: As 3 fotos das reuniões foram cedidas pela Assessoria Imprensa da Prefeitura e as duas, uma da Estação Sorocabana e outra da lateral da NOB, são minhas e tiradas numa visita técnica de membros do CODEPAC até aquele local.

OUTRA COISA – Hoje, 02/03, dois acontecimentos me chamam a atenção. No primeiro, o lançamento do JORNAL REGIONAL DA CUT, 14h, na sede do Centro Sindical, rua Quinze de Novembro 3-70. Um jornal sindical é sempre salutar e necessário. Uma nova visão e se vier com uma tentativa de mostrar o quanto nossa mídia atual é “fanha” e imparcial, principalmente no quesito da visão pelo lado do trabalhador, será ótimo. Vindo para só enaltecer a CUT, não despertará tamanha curiosidade e atenção. No segundo, um show lá no Teatro Municipal de Bauru, a estreia da turnê do show “Religar”, de Leo Cavalcanti, grátis, 20h, patrocínio do Programa de Ação Cultural do Governo do Estado SP. Confesso que não conheço o Leo e o fiz ontem à noite quando fiquei a escutar suas músicas disponibilizadas pelo seu site, o http://www.leocavalcanti.com.br/ . Devo estar por lá. Por fim, um abraço mais do especial para CELIA MARIA DORO, servidora municipal, lotada até então no Museu Ferroviário. Ela simplesmente aposentou essa semana. Estive em sua festa de despedida, quarta, 29/02, levando meu pessoal abraço. E amanhã tem Noroeste, 19h no Alfredão contra o “revigorante dos incapacitados noturnos”, o Red Bull.

8 comentários:

Anônimo disse...

Caro Henrique - parabens pelo texto e obrigado pela ateenção Isaias

Anônimo disse...

Henrique

Entendi muito bem o seu toc toc toc para a vicew-prefeita de Bauru. Ontem mesmo me escandaliza ainda ver como tem cabide de emprego dentro do poder público. O Sandro saiu do DAE, segundo li nos jornais e tinha lá um QG político. Não estava nem aí para a questão dos problemas do DAE. Imagina como esse ficaria numa saia justa se perguntassem a ele sobre os problemas enfrentados pelo DAE. Teria condições de responder? Não dá para confiar em gente que banca pessoas enfiadas dentro do poder público atuando dessa forma.

Se ela for fazer com o grupo de trabalho o mesmo que faz com as reuniões do PT, que não acontecem nem que a vaca tussa, tudo já está começando da pior forma possível.

Acredito que o grupo não seja só ela e os demais possam efetuar cobranças diárias de procedimentos, pois, como disse, a questão ferroviária exige e possui infinidades de ações a serem levantadas. Basta querer.

Toc toc toc para ela.

Valéria

Anônimo disse...

HENRIQUE

Esqueça isso de inimizades e rivalidades, principalmente com a vice-prefeita. O que se busca é muito maior que isso. Releve. Sua ideia foi boa e se ficar batendo toda vez que ela está por lá, talvez gere um impedimento no prosseguimento do debate. O motivo da urgência em que as tres estações sejam recuperadas é maior que tudo isso. E a união faz a força.

Paula Andrade

Anônimo disse...

Caro Henrique,
Os ferroviários são o maior patrimonio que a cidade tem. São homens e mulheres que muito lutaram contra a privatização, e que ainda hoje lutam para a recuperação dos sistema ferroviário como um todo. Me lembro muito bem, que enquanto combatíamos as privatizações, muitos que hoje manifestam sua indignação com a atual situação, faziam resenhas apontando as vantagens das privatizações. Foi um árduo trabalho de natureza política constituir este grupo, e os ferroviários por decisão de seus congressos vão combater em três frentes: utilização da infraestrutura existente nas regiões urbanas para a implantação de um sistema de VLTe compatibilizando com transporte de passageiros de médio e longo percurso, entorno ferroviário com a construção de um porto intermodal em Pederneiras,e patrimônio. De nossa parte prosseguiremos nosso combate,pois nunca foi do feitio dos ferroviários ficar sentados com a bunda na cadeira. As vezes que ficamos,foi em delegacias, cadeias, por conta da repressão pelas lutas que travamos. Grande Abraço. Roque.

Anônimo disse...

Caro Henrique,
Os ferroviários são o maior patrimonio que a cidade tem. São homens e mulheres que muito lutaram contra a privatização, e que ainda hoje lutam para a recuperação dos sistema ferroviário como um todo. Me lembro muito bem, que enquanto combatíamos as privatizações, muitos que hoje manifestam sua indignação com a atual situação, faziam resenhas apontando as vantagens das privatizações. Foi um árduo trabalho de natureza política constituir este grupo, e os ferroviários por decisão de seus congressos vão combater em três frentes: utilização da infraestrutura existente nas regiões urbanas para a implantação de um sistema de VLTe compatibilizando com transporte de passageiros de médio e longo percurso, entorno ferroviário com a construção de um porto intermodal em Pederneiras,e patrimônio. De nossa parte prosseguiremos nosso combate,pois nunca foi do feitio dos ferroviários ficar sentados com a bunda na cadeira. As vezes que ficamos,foi em delegacias, cadeias, por conta da repressão pelas lutas que travamos. Grande Abraço. Roque.

Anônimo disse...

HENRIQUE, quando membro do CODEPAC, participei de vários vários tombamentos inclusive da Estação da NOB...
Lembre-se, povo sem memória não tem História.
Abs.
MURICY

Anônimo disse...

Olá Henrique e meus amigos Lourdes e Roger, que copio nessa manifestação.
Essa notícia, é , como diriam os antigos auspiciosa.
Sem sombra de dúvidas Bauru tem que tomar uma posição, e não apenas discutir, a questão ferroviária.
É mais do que certo que num futuro próximo teremos necessidade dessa herança ferroviária através dos "caminhos de ferro" deixados na nossa cidade. As previsões são caóticas: nos próximos 10 anos o número de carros deverá aumentar de 50% a 60% em Bauru. Dá para imaginar Bauru ou qualquer cidade com tantos carros? São paulo também está dentro dessas previsões e também tem linhas das antigas ferrovias dentro do seu perimetro urbano que deveriam ser utilizadas 100%.
O mais caro na implementação de um transporte sobre trilhos é a desapropiação para a construção do seu traçado. No nosso caso os caminhos já estão abertos esperando serem usados, através de uma tomada de posse e reformas necessárias.
Estou no aguardo de notícias boas para a questão ferroviaria de Bauru. E não há dúvidas que a participação de todos é importante, em especial do Legislativo que representa a Casa das Leis composta pelos órgãos políticos do Poder Local.
O acompanhamento de acontecimento tão importante se faz necessário e você deve, através do seu blog, não perder uma vírgula do que se discute e fomentar os outros meios de comunicação para que façam o mesmo.
Abraços do seu amigo
Fabio Paride Pallotta

Anônimo disse...

Dormentes do Tempo
http://youtu.be/Wzerk9BxCM8

Fabio Palota. Temos feito um grande esforço para convencer que é possível o uso da malha existente. Este grupo de trabalho é resultado do combate de mais de 3 anos. É uma iniciativa importante para que a situação possa ser discutida, e que ações positivas possam ser encontradas.Grande abraço. Roque