terça-feira, 18 de dezembro de 2012

FRASES (97)

QUESTIONAMENTOS E PERGUNTAS, ALGUMAS RESPONDÍVEIS E OUTRAS NEM TANTO
- “Veja esse filme entrando em cartaz agora nos cinemas, o “O Hobbit”, nada contra o filme em si, mas temos no Brasil duas mil salas de cinema e só esse filme ocupa aproximadamente 1300 salas. É justo isso?”, ator Paulo Betti no final de semana em Bauru, conversando na viagem de Bauru a Botucatu.


- “O cara, dono da Mariflex, ia ser presidente do Noroeste, renunciou antes de concorrer, depois comprou o melhor jogador, o goleiro, por R$ 100 mil reais, quando o jogador poderia valer muito mais meses depois, sob a alegação de ajudar o time. Assume outro presidente e o cara sumiu. Não vai nem bancar o patrocínio antes anunciado? Estranho, não?”, de minha lavra.

- O vereador Paulo Eduardo de Souza, do PSB usou a tribuna da Câmara na última sessão  do ano para alertar sobre a existência de algo que deve ser mesmo muito comum naquela Casa de Leis, o favorecimento e benefícios em troca de votações de projetos. O tal do toma lá dá cá. Só que não deu nome aos bois. Cutucou e não teve a coragem suficiente para expor os nomes dos que fazem uso da prática. Até o prefeito lhe cobra isso: “Posturas assim, vazias, enfraquecem a instituição”. E ele não vai dizer mais nada, pergunto eu.

- Na Argentina existe uma absurda e esdrúxula concentração midiática do Clárin, com mais de 250 empresas na área de comunicação e uma Lei de Mídia, entraria em vigência dia 07/12, restringindo isso a patamares suportáveis. A aplicação da lei está suspensa, mas a pergunta que não quer calar é somente uma: Existe alguma possibilidade da existência de liberdade de expressão (ou mesmo liberdade de imprensa) com somente um órgão a dominar tudo? Não se trata de censura, mas de eliminação de excessos. E quem é contra isso, que nome podemos dar a eles?

- Quem conhece história sabe o que representou grupos como IPES e IBAD, observa hoje o que acontece com o Instituto Millenium, um agrupamento de direita a fomentar a guerrilha da comunicação, com intuito de desestabilizar um Governo e fazer retornar outros mais duros. Golpes com quarteladas não mais interessam, mas sim, algo como o ocorrido em Honduras e no Paraguai. A mídia já tem a alta Corte do país como refém e para enquadrar os adversários na lei do “domínio de fato” é um pulo. Não está dando para perceber que se não vencerem a próxima nas urnas, o mesmo ocorrerá por aqui?

- Quando um tribunal como o STF decide algo que não é de sua competência, como cassar deputados eleitos pelo voto popular (só a própria Câmara poderia fazê-lo), não estaria o país a um passo de viver sob o domínio da Judicialização total? Quando julga por presunção não abre precedentes perigosos, usando isso ao seu bel prazer daqui para frente? Fazem isso, sabemos, para penalizar um partido, mas não se arrependerão no futuro quando quiserem estender esse poder de mando para tudo? E cadê mobilização nas ruas contra isso?

- Uma disputa acalorada ocorre nos bastidores da Câmara de Vereadores de Bauru pela sua presidência. A base governista é maioria, mas está dividida e assim continuará por todo o próximo mandato quando o assunto são o mando, o poder da caneta sobre os demais. Aliás, esse poder não acaba sendo se sobressaindo ao poder da função que deveriam exercer e para o qual foram eleitos? Revendo os nomes de todos os eleitos, quantos estariam isentos para realmente fiscalizar o Executivo e às ações da Prefeitura? Só por terem cargos na administração já não seria indício de desvio de conduta?

- Saramago é Saramago. Em 2010 esteve no Brasil foi sabatinado dos motivos de ainda permanecer comunista após a ditadura soviética. Foi na lata aos seus algozes: “Continuo comunista pela mesma razão de os católicos continuarem católicos após saber das atrocidades da igreja ao longo dos séculos”. Ouço no Informa Som, FM94 a pe4squisa do dia: “Você acha que a venda liberada de armamento é a responsável pelos massacres nos EUA?”. Junto a frase do Saramago e respondo da seguinte forma: “O sonho oferecido do capitalismo para todos não é possível, só alguns chegam lá e todos pensam que poderão ter tudo. Quando caem na real, vendo aquela imensidão de coisas disponíveis, mas não acessíveis, o choque é brutal e a cabeça pira. Daí para dar uns tiros é um pulo. O sonho de gente como Saramago é todos terem um mínimo, distribuição mais equitativa, sem consumismo desenfreado, esse bem mais crível, vida saudável. Ou não?

OBS.: Todas as fotos foram tiradas no show Homenagem ao Centenário de Nelson Rodrigues, com músicas relembrando as peças, filmes e a época do teatrólogo. Essa reunião da nata de músicos bauruenses ocorreu na Oficina Cultura, noite de sábado, 01/12.

3 comentários:

Anônimo disse...

Qto a Mariflex o presidente interino que vendeu pra ele tbm se afastou do Norusca e disse que cansou e não tem a intenção de voltar!!


Preciso ir às salas de cinemas há décadas não o faço!!

Bruno Lopes

Anônimo disse...

Henrique, comentários lúcidos e pertinentes como sempre!
RICARDO COELHO

Anônimo disse...

Lei de Meios: governo argentino notifica grupo Clarín

O presidente da Autoridade Federal de Serviços de Comunicação Audiovisual da argentina (AFSCA), Martín Sabbatella, visitou nesta segunda-feira (17) a sede do grupo Clarín, acompanhado de uma escrivã. “Acaba de iniciar a transferência de ofício das licenças do grupo (que excedem os termos estabelecidos pela Lei de Meios)”, expressou Sabbatella. Por sua parte, o Clarín recorreu pela manhã da sentença do juiz Horacio Alfonso que declarou a constitucionalidade da Lei de Serviços de Comunicação Audiovisual.

Publicado originalmente no Página 12 de Buenos Aires

Buenos Aires - O presidente da Autoridade Federal de Serviços de Comunicação Audiovisual da argentina (AFSCA), Martín Sabbatella, visitou nesta segunda-feira (17) a sede do grupo Clarín, acompanhado de uma escrivã. “Acaba de iniciar a transferência de ofício das licenças do grupo (que excedem os termos estabelecidos pela Lei de Meios)”, expressou Sabbatella. Por sua parte, o Clarín recorreu pela manhã da sentença do juiz Horacio Alfonso que declarou a constitucionalidade da Lei de Serviços de Comunicação Audiovisual e ordenou levantar a medida cautelar que favorecia o grupo midiático.

O que fizemos foi fazer a notificação do Grupo Clarín, informou Sabbatella aos jornalistas que o esperavam do lado de fora da sede da empresa. “Eles foram notificados e expuseram obviamente suas opiniões em ata”, acrescentou. O funcionário recordou que o processo de transferência de ofício durará cerca de 100 dias úteis a partir da notificação de hoje. “Depois vem todo o processo de classificação; a seleção das licenças e dos bens envolvidos no funcionamento das mesmas; depois o concurso, a adjudicação e a passagem da licença para o novo titular”, enumerou Sabbatella.

Ele observou ainda que “a lei é constitucional e está em pleno vigor porque o juiz Alfonso deixou para trás todas as medidas cautelares”. Sobre o recurso apresentado hoje pelo Clarín, disse que “não acreditamos que ele provoque nenhuma medida suspensiva” e reiterou que “hoje a lei está em plena vigência”.

O recurso do Clarín foi apresentado às 7h57min de hoje no Palácio dos Tribunais portenho. O juiz de primeira instância Horácio Alfonso recebeu o recurso e deverá resolver em menos de três dias se o aceita, para depois enviá-lo à Câmara Civil e Comercial Federal. Na última sexta-feira, Alfonso decidiu pela constitucionalidade dos artigos objetados pelo Clarín e ordenou a suspensão da medida cautelar que beneficiava o grupo e impedia a aplicação da cláusula de desinvestimento.

Na apresentação da manhã desta segunda-feira, o advogado do Clarín, Damián Cassino, recorreu da sentença em um breve documento e informou que a ampliação de fundamentos ocorrerá diante da Câmara, uma vez que se conceda o recurso. O juiz Alfonso deverá agora definir se concede o recurso com efeito suspensivo ou devolutivo em relação à medida cautelar que impedia a aplicação dos artigos da lei ao grupo Clarín.

Sobre isso, o subsecretário geral da Presidência, Gustavo López, assegurou que a lei de Meios “está plenamente vigente” e descartou que a apelação possa frear sua aplicação. “Por que o juiz vai suspender a aplicação dos artigos cuja vigência acaba de por em prática, já que revogou a medida cautelar?", perguntou-se o funcionário. Para López o único dado da realidade é que a lei foi declarada constitucional, que há uma sentença de primeira instância que é uma decisão de fundo, que era o que podia destravar tudo e de fato destravou ao revogar a medida cautelar”.

Tradução: Katarina Peixoto

POSTADO POR PASQUAL MACARIELLO - RJ